Ela era baixinha. Atrevida. Brigava como ninguém. Apaixonante. Apaixonada. E principalmente, desculpem a sinceridade da expressão, uma puta cantora.
Esta é Elis Regina Carvalho Costa, a maior intérprete da nossa música brasileira, nascida pobre em Porto Alegre, filha de uma dona de casa e de um vidraceiro e que, com 18 anos, veio tentar a sorte no eixo Rio-São Paulo depois de participar, ainda criança, de um programa da TV gaúcha chamado "Clube do Guri".
Ao interpretar com garra a música "Arrastão" e vencer com ela o Festival de Música Brasilera da TV Excelsior, em 1964, todo mundo que viu sua performance arrebatadora, com muita força e gestos, teve a certeza de que ali nascia uma estrela.
O Brasil daqueles tempos estava acostumado às filigranas vocais da "Divina" Elizeth Cardoso, à doçura de Sylvinha Telles e Dalva de Oliveira, à fossa de Maísa Monjardim e outras boas cantoras. Mas a menina era excepcional. E enterrou de vez o ciclo da bossa-nova.
Ao lado de Jair Rodrigues, ela arrebentava na apresentação de um programa na Record, chamado "O Fino da Bossa". Gravaram três discos juntos ao lado do Jongo Trio e foram sensação no mundo inteiro. Mas o tempo de Elis com o "Fino" também terminaria. Culpa da Jovem Guarda e da Tropicália.
Ela casou-se com o jornalista e produtor musical Ronaldo Bôscoli, que com toda sua ranzinzice e seu espírito reacionário, controlou a fúria e o temperamento explosivo da Pimentinha. E lapidou o diamante para que ela se consolidasse como a maior de todas. Com a ajuda indireta do bailarino americano Lennie Dale, que ensinou a Elis como se portar no palco, diante da platéia.
Interpretando músicas de novos artistas como os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, Ivan Lins, João Bosco, Aldyr Blanc, Milton Nascimento e Tim Maia (sem nunca deixar de lado os sambões de Baden Powell e Paulo César Pinheiro), indiretamente Elis deu força a todos eles e cresceu muito como cantora, experimentando novos vôos, como em "Black Is Beautiful", "Madalena", "Canção do Sal", "Quaquaraququá" e outras extraordinárias canções.
Se a carreira ia de vento em popa, a vida amorosa nem tanto. Depois de um rumoroso romance com Nelson Motta, Elis se separou de Ronaldo Bôscoli e logo apaixonou-se por César Camargo Mariano. Nessa época, Chico Buarque fez especialmente para ela a música "Atrás da Porta", uma das mais belas do compositor - e talvez a interpretação mais dilacerada de Elis em qualquer época de sua carreira.
Vieram outros petardos como "Casa no Campo", "Folhas Secas", "É com esse que eu vou", até o disco que é considerado o mais espetacular trabalho de Elis - o dueto com Tom Jobim, gravado em 1974, com a imortal "Águas de Março" abrindo os trabalhos.
O disco Falso Brilhante, nome de sua turnê em 1975, trouxe "Como Nossos Pais", "Gracias a La Vida" e a chorosa "Fascinação". E Elis não parava de cantar músicas maravilhosas. "O Bêbado e O Equilibrista", de João Bosco e Aldyr Blanc, foi um símbolo da abertura política. Rita Lee, de quem Elis ficou amiga quando a rainha do rock brasileiro foi presa por porte de drogas, retribuiu com a engraçadíssima "Alô Alô Marciano". E ainda tinha "Maria Maria", de Milton Nascimento.
Três filhos, dois casamentos, 27 discos e 18 anos de uma brilhante carreira foram embora em 19 de janeiro de 1982, quando o então namorado da cantora, Samuel McDowell, a encontrou morta em razão de uma parada cardíaca. Com apenas 37 anos de idade, Elis Regina saía da vida e entrava para a história da música brasileira.
De nada vai adiantar aos fãs de Marisa Monte, Zélia Duncan, Cássia Eller, Ana Carolina e agora da filha mais nova de Elis, Maria Rita, reclamarem. A baixinha É A MAIOR.
Esta é Elis Regina Carvalho Costa, a maior intérprete da nossa música brasileira, nascida pobre em Porto Alegre, filha de uma dona de casa e de um vidraceiro e que, com 18 anos, veio tentar a sorte no eixo Rio-São Paulo depois de participar, ainda criança, de um programa da TV gaúcha chamado "Clube do Guri".
Ao interpretar com garra a música "Arrastão" e vencer com ela o Festival de Música Brasilera da TV Excelsior, em 1964, todo mundo que viu sua performance arrebatadora, com muita força e gestos, teve a certeza de que ali nascia uma estrela.
O Brasil daqueles tempos estava acostumado às filigranas vocais da "Divina" Elizeth Cardoso, à doçura de Sylvinha Telles e Dalva de Oliveira, à fossa de Maísa Monjardim e outras boas cantoras. Mas a menina era excepcional. E enterrou de vez o ciclo da bossa-nova.
Ao lado de Jair Rodrigues, ela arrebentava na apresentação de um programa na Record, chamado "O Fino da Bossa". Gravaram três discos juntos ao lado do Jongo Trio e foram sensação no mundo inteiro. Mas o tempo de Elis com o "Fino" também terminaria. Culpa da Jovem Guarda e da Tropicália.
Ela casou-se com o jornalista e produtor musical Ronaldo Bôscoli, que com toda sua ranzinzice e seu espírito reacionário, controlou a fúria e o temperamento explosivo da Pimentinha. E lapidou o diamante para que ela se consolidasse como a maior de todas. Com a ajuda indireta do bailarino americano Lennie Dale, que ensinou a Elis como se portar no palco, diante da platéia.
Interpretando músicas de novos artistas como os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle, Ivan Lins, João Bosco, Aldyr Blanc, Milton Nascimento e Tim Maia (sem nunca deixar de lado os sambões de Baden Powell e Paulo César Pinheiro), indiretamente Elis deu força a todos eles e cresceu muito como cantora, experimentando novos vôos, como em "Black Is Beautiful", "Madalena", "Canção do Sal", "Quaquaraququá" e outras extraordinárias canções.
Se a carreira ia de vento em popa, a vida amorosa nem tanto. Depois de um rumoroso romance com Nelson Motta, Elis se separou de Ronaldo Bôscoli e logo apaixonou-se por César Camargo Mariano. Nessa época, Chico Buarque fez especialmente para ela a música "Atrás da Porta", uma das mais belas do compositor - e talvez a interpretação mais dilacerada de Elis em qualquer época de sua carreira.
Vieram outros petardos como "Casa no Campo", "Folhas Secas", "É com esse que eu vou", até o disco que é considerado o mais espetacular trabalho de Elis - o dueto com Tom Jobim, gravado em 1974, com a imortal "Águas de Março" abrindo os trabalhos.
O disco Falso Brilhante, nome de sua turnê em 1975, trouxe "Como Nossos Pais", "Gracias a La Vida" e a chorosa "Fascinação". E Elis não parava de cantar músicas maravilhosas. "O Bêbado e O Equilibrista", de João Bosco e Aldyr Blanc, foi um símbolo da abertura política. Rita Lee, de quem Elis ficou amiga quando a rainha do rock brasileiro foi presa por porte de drogas, retribuiu com a engraçadíssima "Alô Alô Marciano". E ainda tinha "Maria Maria", de Milton Nascimento.
Três filhos, dois casamentos, 27 discos e 18 anos de uma brilhante carreira foram embora em 19 de janeiro de 1982, quando o então namorado da cantora, Samuel McDowell, a encontrou morta em razão de uma parada cardíaca. Com apenas 37 anos de idade, Elis Regina saía da vida e entrava para a história da música brasileira.
De nada vai adiantar aos fãs de Marisa Monte, Zélia Duncan, Cássia Eller, Ana Carolina e agora da filha mais nova de Elis, Maria Rita, reclamarem. A baixinha É A MAIOR.
Um comentário:
Artista gaúcha de voz pura e belíssima, a "Pimentinha" deixou saudades muito cedo, no auge da carreira.
Há pouquíssima cantoras com o potencial que ela tinha. Sandy com boa voz, mas repertório sofrível. Maria Rita, incrível a semelhança com o tom de voz da Elis, chegando há pouco. Vamos ver se alguém chega ao patamar da grande baixinha!
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