sábado, 29 de abril de 2006

Véiarada em ação

Não foi o espetáculo da primeira corrida em 13 de novembro. Mas a primeira prova oficial da Grand Prix Masters - o campeonato de automobilismo para aqueles pilotos que já passaram de 45 anos de idade - disputada hoje no Catar alternou momentos interessantes com a modorra de duas entradas do Safety-Car.

Modorra em razão do péssimo serviço de resgate que demorou duzentos anos pra rebocar o chileno Eliseo Salazar e outros oitenta pra tirar o carro de Andrea de Cesaris (que novidade...) que atolou na brita depois de uma rodada (que novidade II...).

Tirante isso, o GP do Catar teve mais uma vitória de Nigel Mansell, que nas relargadas mostrou que ainda sabe das coisas. Ele suportou e muito bem a pressão de Christian Danner nas voltas iniciais e certamente ficou surpreso com o bom desempenho de Eddie Cheever, que não por acaso é um dos únicos ainda em atividade, na IRL.

Pena que Emerson Fittipaldi, que tão bem se saíra na corrida de exibição em Kyalami, tenha sido limitado por um cilindro falhando e o motor, sem potência, foi o deixando mais e mais para trás. Largou em sexto, chegou só em décimo-segundo. Foi o que seu equipamento ruim lhe pôde proporcionar.

O bom de acordar cedo pra trabalhar no sábado é que fiquei vendo de camarote a corrida e ao vivo, o que é ainda melhor, com os companheiros de Sportv Sergio Mauricio e Lito Cavalcanti.

E o SBT, que tanto alardeou na mídia que comprara os direitos da categoria por três anos?

Ahhh... passava Sábado Animado (um festival de desenhos) na hora da largada. Foram exibir a corrida em delay e o narrador estava mais perdido do que cego em tiroteio.

É isso, moçada. Amanhã tem MotoGP e Stock Car - esta, ao vivo, com o humilde dono do blog nos comentários.

Desafio lançado, desafio aceito...

Gostei de ver!

Lancei no tópico em que exalto as virtudes e o talento de um novo craque do Fluminense um saudável desafio se havia nesse ano algum outro clube com gols tão bonitos quanto a bicicleta do Marcão contra o Botafogo pelo Estadual 2006 ou a jogada sensacional do atacante Lenny na última quarta-feira contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil.

Dois amigos de Orkut, Wallace e Victor, contestam veementemente, mas com a polidez que lhes convém, que os gols do atacante Dodô são tão bonitos quanto os supracitados.

Claro, estamos falando de paixão. A minha é evidente, pelo Fluminense. A deles ficou latente: os dois são botafoguenses de quatro costados e, claro, vão defender com unhas e dentes os gols do seu jogador.

De fato, Dodô tem talento. Mas é irregular demais. Alterna lances de extremo brilhantismo com atuações apagadíssimas. As más línguas o chamam de Dodôminhoco, porque às vezes se omite em campo. Mas ele tem sido importante para o Botafogo neste ano, não há como negar.

Ele fez um gol bacana contra a Cabofriense e outro contra o Fortaleza, muito bonito também.

Mas (tem sempre um mas)...

... continuo achando o gol do Marcão insuperável no quesito. E o do Lenny foi também uma pintura.

Esse coração tricolor não abre mão da sua paixão... :)

quinta-feira, 27 de abril de 2006

Guilherme de Brito (1921 - 2006)

Há alguns anos, acho que uns oito, ouvi pela primeira vez no disco Casa de Samba 2, uma música lindíssima, que tinha os seguintes versos:

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor

Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua

É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na sua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor

Versos e palavras marcantes, fortes e pungentes de um dos compositores mais marcantes da MPB: Guilherme de Brito.



Que infelizmente foi para o andar de cima no fim da tarde de ontem.

Aos 84 anos, Guilherme imortaliza uma obra de grandes sambas, quase sempre em parceria com o notório mangueirense Nelson Cavaquinho, morto há vinte anos.

Morador de Ramos (mais um!), o compositor fez obras-primas como "A Flor e o Espinho", "Pranto de Poeta" e "Folhas Secas" - esta talvez a música mais marcante da parceria entre Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da Estação Primeira

Ele não era propriamente um poeta da Estação Primeira, sequer freqüentava a quadra, mas convivia dioturnamente com vários deles - não só Nelson Cavaquinho como também Cartola, Carlos Cachaça e vários outros baluartes da Manga.

"Folhas Secas" caiu no gosto popular e é uma música sob medida para outra mangueirense, a cantora Beth Carvalho, que lamentou profundamente não só a morte mas também a falta de reconhecimento que um compositor do quilate de Guilherme de Brito deveria ter.

Sou obrigado a concordar com cada uma de suas palavras.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

Young Flu

Não... não trata-se de um tópico para falar da principal torcida organizada do Fluminense.

E sim para exaltar o talento de um jovem atacante que desponta como um furacão no futebol brasileiro.

Estou falando de Lenny, o arisco craque de apenas 18 anos de idade, autor de um golaço, uma obra-prima, na vitória do Flusão por 3 x 2 sobre o Cruzeiro, pelas quartas-de-final da Copa do Brasil em pleno Mineirão.

Trata-se de um triunfo excepcional pois, como o gol fora é dobrado no critério de desempate, o Flu "igualou" a goleada do Brasileirão 2005, aquela do inesquecível milésimo gol do tricolor em campeonatos nacionais desde 1971.

E o que está jogando bola esse moleque...

Ele tem uma história muito bacana. Acabou de completar 18 anos há pouco mais de um mês e foi criado pelos avós na Vila da Penha, subúrbio da Leopoldina, na Zona Norte do Rio.

A primeira pessoa que me falou muito bem dele foi o antigo colega de Jornal do Brasil e tricolor roxo, Vicente Dattoli. Disse que ele se tornaria um craque, mas que estava dando conselhos para que não se deslumbrasse com o sucesso.

E Lenny tem um visual, digamos, diferenciado. Faz reflexos no cabelo, tem piercings, brinco na orelha, jeitão de playboy marrento.

No campo, ganhou a primeira oportunidade no time de cima graças a Abel Braga, ano passado. Fez cinco jogos no Brasileirão e um gol. E com certeza mostrou muito mais bola do que o tal de Toró - tido como promessa e que virou "chuvisco" no clube da Gávea.

Este ano, sabe-se lá como, chegou a ser barrado por um dos treinadores que já foram demitidos pela diretoria. Ivo Wortmann, em sua "sapiência", foi o autor da façanha.

Paulo Campos também não deixou saudades, mas pelo menos deu seqüência de jogo ao talentoso craque. E o talento de Lenny tem tudo pra explodir com Oswaldo de Oliveira sob seu comando.

O bom dele é que ele aceita conselhos. Semana retrasada recebeu um, valioso, de Paulo César Caju. "Não prenda tanto a bola. Parta pra dentro dos zagueiros e tente sempre o gol. Se não conseguir o gol, dê o passe pro jogador melhor colocado."

Sábias palavras do grande PC. Contra o Vila Nova, Lenny fez dois belos gols que classificaram o Flu para enfrentar o freguês Cruzeiro.

Nesta quarta, o moleque extrapolou. Sofreu o pênalti que originou o gol de Petkovic. Fez o segundo do tricolor aos trancos e barrancos.

Mas encheu os olhos mesmo com o terceiro gol... lindo, uma pintura, coisa de quem sabe jogar muita bola.

Aliás, lanço o desafio:

Que outro clube teve neste ano, no futebol brasileiro, gols tão lindos quanto a bicicleta do Marcão e este do Lenny?

Que espetáculo!

Confesso que tenho uma queda por mulheres na faixa entre 35 e 45 anos.

São bem-resolvidas, independentes, sabem o que querem, se "viram" e se cuidam.

E são bonitas... algumas lindas, sensualíssimas.

Um desses espetáculos que Deus criou é a americana Cindy Margolis.



Aos 40 anos, isso mesmo, quatro ponto zero, ela vai posar nua para a Playboy americana.

E pelo que se vê por algumas fotos que pululam na internet, ela faz jus à fama de mulher mais desejada do momento. E é mãe de três filhos... linda de viver!

Segundo o site do canal de TV NBC, ela é a modelo mais procurada na rede mundial de computadores.

E podem ter certeza que a revista onde ela aparecer, inclusive no Brasil, vai vender como água.

Viver e recordar...

Redescobri depois dos trinta anos um prazer da infância. Aliás, dois.

O primeiro é colecionar miniaturas - carros de competição, carros de passeio e motocicletas. É algo que eu fiz até meus 12, 13 anos, acho. Mas como não as conservava, detonei todas. Hoje, procuro guardar tudo o que compro com muito carinho.

O segundo é o mais recente: álbuns de figurinhas!

Sim... eu e muitos colegas de trabalho na mesma faixa etária ou um pouco mais abaixo estão colecionando, também, o álbum oficial da Copa do Mundo da Alemanha, que se inicia daqui a 44 dias.




Está certo que dos mais de 500 jogadores listados, alguns deles nem devem ir para a Copa. No Brasil, por exemplo, Roque Júnior, Júlio Baptista e Renato, que constam do álbum, são nomes que dificilmente figurarão nos 23 da lista do treinador Parreira.

Enfim, voltando ao lance do álbum, eu voltei a colecionar em 2002, incentivado pelos antigos colegas de trabalho. Foi frustrante porque não completei-o por cinco cromos. Mas o Orkut, que é um achado, já me propiciou conseguir pelo menos três delas - mediante o "escambo" por figurinhas repetidas do álbum recente.

O primeiro que tive, é difícil lembrar... talvez um de ciências da Editora Vecchi - esse eu completei e o mantive guardado por anos.

Me recordo de colecionar também os álbuns de Copas em 1978, 1982 e 1986. O de 78, da Copa da Argentina, criou depois uma situação engraçada. A família do meu pai viajou pra Marataízes e eu fui junto. Bons tempos aqueles... praia e muita brincadeira pras crianças. Eu levei uma bola e o meu caderninho onde eu anotava, desde a Copa, TODOS os nomes dos jogadores - cortesia do álbum.

Um belo dia, não sei o que eu fazia mas o caderno ficou na mesa da sala e o meu tio, o botafoguense que fracassou ao me fazer torcer pro mesmo time que o dele, pegou-o e começou a ler - uma por uma - as escalações das 16 seleções, onde os nomes mais fáceis eram dos brasileiros e os bem mais complicados, de poloneses, holandeses, iranianos e tunisianos.

Ele deu um riso, não sei se de incredulidade ou de assombro - porque pelo que eu me lembre, escrevi certinho os nomes e para um menino de 7 anos, parecia algo impossível de se fazer.

O tempo passou, fiz o álbum de 82 e deste me recordo que um colega de prédio fez uma cachorrada enquanto eu tomava banho. Simplesmente arrancou duas figurinhas e na maior cara-de-pau, disse que não tinha feito nada! E se vangloriava de ser de Igreja Batista - imaginem se não fosse...

O da Copa de 86 nem me lembro se cheguei a completar.

Outras coleções que fiz foram a dos sensacionais Cards Ping Pong, lançados nos anos 70 e que vinham junto de um chicletão enooooooooorme. Achei uma página na internet que mostra a coleção inteira e por ela fiquei sabendo (essa eu não me lembrava, mesmo!) que Carlos Roberto, o treinador do Botafogo, foi jogador do meu Fluminense.


Taí a foto que não me deixa mentir...


Fiz também diversos álbuns de Fórmula 1. Lembro muito bem do de 1982, que trazia fichas completas dos pilotos daquele ano. E descobri outro dia que a revista Placar também lançou o seu álbum de figurinhas de automobilismo. Isso foi em 1977 e há no site Mercado Livre um deles para vender.

Quanta recordação boa, não?

Eu era feliz. E sabia!

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Cara de palhaço, pinta de palhaço...

Eu ainda não recebi meu exemplar da ótima revista Motorsport Brasil - um bem-cuidado e sério trabalho da Confederação Brasileira de Automobilismo em prol do desporto a motor.

Mas já fiquei sabendo quem é que foi o entrevistado deste mês.

Ninguém menos que o prefeito CEM.

Ele só responde a perguntas por e-mail, porque como todos nós sabemos o quanto ele é cara-de-pau para não encarar as verdades ditas na lata.

A desfaçatez de suas respostas é absurda. E tomara que a máscara de sua administração venha a cair o mais rápido possível.

O alvo dos questionamentos da publicação, claro, foi a hedionda obra de um "Complexo Esportivo" dentro do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá. Circuito este que, nas palavras (palavras?) de CEM, vai receber de novo a Fórmula 1... não sei como.

Eu acho que nenhuma das dúvidas da CBA foi esclarecida e as respostas beiram a raia do ridículo - reparem bem, por favor, nas duas últimas. Abaixo, a transcrição da entrevista, já publicada no devastador blog A Verdade do Pan.

MOTORSPORT BRASIL - A dúvida fundamental é sobre a pertinência das obras no autódromo. Quando da primeira licitação, era compreensível que se tratava de uma operação interessante para a prefeitura em termos econômicos e estratégicos, tendo em vista que os módulos teriam custo zero para a municipalidade, em troca da permissão de uso do entorno para a construção de hotel, shopping, conjunto de escritório etc. Em tese, a escolha do local se justificaria pelo interesse comercial pelo entorno do autódromo. Agora, porém, o custo é da prefeitura. Mais do que isso, o Sr. precisou pedir empréstimos federais. Então, por que foi mantida a opção por construir os módulos olímpicos no Autódromo Internacional Nelson Piquet, mesmo diante da nova situação criada após a primeira licitação não ser concretizada?
CÉSAR MAIA - Porque são perfeitamente compatíveis e dá uma dimensão ainda maior ao autódromo, uma maior visibilidade internacional, ajudando a captação de eventos para ele.

MB - Os críticos da construção dos módulos olímpicos no autódromo afirmam que haveria locais mais apropriados para a construção dessas edificações na mesma região de Jacarepaguá. A própria secretaria de Obras, em laudo técnico emitido para a CBA, quando não permitiu a realização de uma prova de Fórmula Truck, alegou que o deslocamento dos caminhões poderia causar rachaduras na pista por causa do terreno arenoso – inclusive deu como exemplo o fato de que, quando da construção no anel externo, a simples movimentação no canteiro de obras obrigou a prefeitura a recapear a pista inteira para o Mundial de MotoGP. Some-se a isso o fato de a sua administração ter tido papel fundamental na construção do Oval Emerson Fittipaldi, que permitiu a realização da Fórmula Indy no Rio de Janeiro. Estima-se que o investimento naquela ocasião teria de sido de US$ 60 milhões. É de conhecimento público que as edificações, quando em terreno alagadiço, têm um acréscimo de 30% a 40% no custo das obras. Diante disso, a pergunta é: Por isso tudo, não teria sido economicamente mais viável - até pelo motivo de que a prefeitura agora é quem paga – fazer a obra em outro terreno na mesma região?
CÉSAR MAIA - Ao contrário. Isso seria um desperdício num conceito moderno de agregação de equipamentos esportivos.

MB - Alguns episódios de sua gestão chamaram a atenção da comunidade do automobilismo, como a prefeitura não ter permitido a entrada de um delegado da FIA que processaria uma vistoria em 2001 e, durante alguns períodos, a pista esteve fechada para provas e treinos. Diante disso, procede o comentário de que o prefeito César Maia não gosta de automobilismo e, portanto, teria deixado o autódromo em más condições para justificar a sua utilização para outros meios?
CÉSAR MAIA - Um prefeito é pessoa jurídica e, portanto, deve representar a cidade. Encontrei o autódromo abandonado em 1993, com oito anos sem provas e tendo perdido a Fórmula 1 por – digamos - descuido. Recuperei, investi, trouxe a etapa mundial de motociclismo e de Fórmula Indy, que saiu por um abuso contratual e, portanto, por razões jurídicas. Agora estamos na reta para trazer de volta a Fórmula 1. Estive pessoalmente com o senhor Bernie Ecclestone em Londres.Surgiu uma oportunidade em 2006 e o Rio entrou na fila.

MB – Quando a CBA entrou com pedido de Mandado de Segurança no dia 7 de fevereiro último, o Sr. declarou que era um direito da Entidade, mas alertou que o atraso de 15 dias inviabilizaria a obra, mas esta só começou em 6 de março. O que impediu a prefeitura de iniciar a obra no prazo de 15 dias, se não havia impedimento jurídico?
CÉSAR MAIA - Uma última tentativa de usar o sistema de concessão.

MB – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a governadora Rosinha Matheus tentam boicotar a realização do Pan ou foi a prefeitura do Rio que não conseguiu, no tempo devido, estabelecer um orçamento preciso, gerando atualizações constantes e, portanto, questionamentos por parte dos Poderes?
CÉSAR MAIA - Houve mudança de dois ministros que haviam pré-autorizado o uso de naming rights (batizar lugares públicos com nome do investidor) para o concessionário. Isso alterou os cálculos do mesmo e voltamos a licitar.

MB - O Sr. sabe que o empréstimo do BNDES depende de MP por parte do Governo Federal, tendo em vista a lei de endividamento dos municípios. Se o Sr. não desistiu desse empréstimo, não estaria aí – na falta de recursos – o verdadeiro motivo dos atrasos?
CÉSAR MAIA - Para nós tanto faz, pois temos recursos em caixa. O que buscamos são novas fontes de receita para poder investir ainda mais na cidade.

MB - O futuro político do Sr. está condicionado ao sucesso do Pan-americano ou ele já está traçado?
CÉSAR MAIA - Minha próxima eleição será em 2010. Nada a ver. Quem perderia com o insucesso do Pan seria o País.

MB - O presidente Paulo Scaglione está atuando em defesa do autódromo e do automobilismo há mais de três anos, sempre reiterando que é favorável ao Pan, mas não podendo admitir a destruição de uma praça esportiva como o autódromo. Qual a sua opinião sobre a atuação do presidente Paulo Scaglione e da CBA nesse ponto?
CÉSAR MAIA - Quando existe um litígio jurídico sou orientado pela procuradoria a não emitir opiniões sobre a outra parte.

MB - Recentemente o Sr. sugeriu que o Rio de Janeiro substituísse o Grande Prêmio da Bélgica. Entretanto, o croqui encaminhado pela Riourbe para a Justiça mostra um traçado diferente do que existe atualmente e diferente, também, daquele que foi aprovado pela FIA. Qual seria de fato o traçado a ser usado para a Fórmula 1?
CÉSAR MAIA - Se ocorresse a autorização antes das obras estarem maduras, faríamos uma mudança na forma de construir - canteiro de obras etc - para viabilizar. Mas como fomos informados que esse assunto só poderá voltar em 2007, não haverá necessidade.

MB - Seria injusto imputar-lhe, no episódio da Fórmula 1, somente uma sacada política, sem objetivo real de sediar a prova, tendo em vista que a CBA acabara de impetrar uma ação?
CÉSAR MAIA - Pergunte aos promotores se é sacada política ou é uma luta que já leva 10 anos!

MB - O Sr. teve alguma resposta da Formula One Management?
CÉSAR MAIA – Sim, que para 2006 não há como mudar, mas que o Rio entra na fila em boa posição.

MB - A prefeitura aceitou o acordo proposto pela Juíza da 6ª Vara da Fazenda Pública no sentido da realização imediata das corridas num circuito alternativo de 3.000 metros e a adequação geral do autódromo, após o Pan, tendo como base a planta aprovada pela CBA e FIA, a Variante A. O que o Sr. diria para as pessoas do meio automobilístico que não acreditam que a Prefeitura irá honrar o acordo, notadamente nos itens que vertem sobre a disponibilidade imediata da pista e a reforma posterior ao Pan-americano?
CÉSAR MAIA - Nós estamos - como sempre - rigorosamente cumprindo os termos acordados e em sua inteira formalidade.

MB - Que mensagem o Sr. deixaria para o automobilista brasileiro?
CÉSAR MAIA - Que o esporte é sinérgico. O sucesso de uma modalidade leva a outra. Neste sentido, o automobilismo é também um grande interessado no Pan.

Diversão descompromissada ou... um exercício de paciência

Fui buscar na edição eletrônica do velho e bom Aurélio a definição para a palavra ídolo.

S.m. derivado do grego eidolon, do latim idolu

1. Estátua ou simples objeto cultuado como Deus ou Deusa
2. Objeto no qual se julga habitar um espírito e por isso venerado
3. Fig. Pessoa a quem se tributa respeito ou afeto excessivo.

Muito bem.

Eis que o SBT de Silvio Santos tem nos "brindado" com um de seus novos programas derivados de produções internacionais, como o Supernanny copiado de uma atração do Discovery Channel.

No caso de Ídolos, a inspiração é o programa American Idol, do Sony Entertainment Television. A versão brazuca é apenas um dos filhotes do produto desenvolvido pela Fremantle Media. Tem até na Malásia e apareceu no Superig um vídeo divertidíssimo mostrando algumas figuras "cantantes".

O formato da atração criada em 2001 visa o surgimento de um novo artista pop no Brasil. A gravadora até já foi escolhida - é a Sony/BMG, uma das mais fortes do planeta. E mais de doze mil pessoas (isso mesmo, doze mil!) participaram das cinco maratonas de audição em Recife, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.

A triagem ceifou o sonho da esmagadora maioria, pois apenas 120 foram classificados para a segunda fase. E daí saem trinta, apenas, para aparecer o novo "ídolo" do Brasil.

E como em todo reality show que se preze, os vilões são os jurados.

Os quatro responsáveis e sofredores ao mesmo tempo, porque ouviram cada coisa que até Deus duvida, são Carlos Eduardo Miranda, o "véio" Miranda produtor de Raimundos, Skank e outras bandas boas; Thomas Roth, compositor e produtor, participante de diversos Festivais da Canção; a pernambucana Cynthia Zamorano, especialista em música eletrônica; e Arnaldo Saccomani, produtor que já trabalhou com artistas de diversas vertentes, do rock ao pagode.

É claro que, exigentes ao extremo, eles chegam a execrar publicamente diversos candidatos. Na reprise que passou (e que assisti) neste domingo, vi cenas hilárias de candidatos cantando pessimamente e depois, momentos constrangedores de devastação humana.

Quem mais pegaram pesado foram candidatos reprovados em Recife, Brasília e Porto Alegre. Um deles, um gordinho de cavanhaque, ameaçou matar Arnaldo Saccomani com uma faca se este aparecesse na sua frente novamente.

Apesar da aparição de dezenas, centenas de candidatos bizarros e hilários, alguns conseguiram convencer o júri, que disse o "sim" para gente que, inclusive, nunca cantou profissionalmente mas que mostraram firmeza na interpretação (que é à capella) e presença firme diante de tamanha pressão. Que o diga o mineiro José Alves, classificado na audição de Porto Alegre. Ele foi o último dos últimos a cantar, foi classificado e ao sair da sala, desmaiou!

Em tempo: ontem era uma reprise editada dos melhores momentos dos cinco primeiros programas.

E não é que Ídolos deu pau no programa de Eliana Dedinhos, na Record?

Das duas às quatro da tarde, o SBT esmagou a emissora do Bispo Macedo com um pico de 20 pontos na audiência. Ou seja, em dado momento do período, até a Globo perdeu pra emissora do homem-que-ri.

O formato do programa pode não ser ideal e essa coisa de reality show meio que me tira do sério. Mas assistindo despretensiosamente, gostei de Ídolos.

Mas será que vou ter paciência pra ver isso até o fim?

Clube da Luluzinha?

Lá vou eu criar polêmica. De novo.

Quem foi o autor da boçal lei estadual que determina a separação de homens e mulheres em vagões de trens e ônibus no Rio de Janeiro em horários de maior movimento, ou seja, de seis às nove da manhã e de cinco da tarde às oito da noite?



Pra que isso?

Nem todo homem é inconveniente, tarado ou safado. Generalizam o sexo masculino como se fôssemos uma corja de sacanas.

Eu por exemplo, JAMAIS provocaria uma cena de constrangimento em qualquer transporte coletivo.

Não pensem vocês, mulheres, que só nós homens temos defeitos. Vocês também os tem. E com essa "liberalidade" de hoje em dia, o que se vê de mulher dando em cima de homem é uma grandeza.

Tem mais: atitudes inconvenientes também podem partir de outras mulheres. Esqueceram que existem as lésbicas?

As mulheres, dentro de sua característica, vibram e acham que é uma "conquista", como foi por exemplo o direito ao voto, que Getúlio Vargas lhes concedeu nos anos 30.

Eu acho que essa atitude é preconceituosa e desrespeitosa. Nós podemos dividir o mesmo ambiente com as mulheres... mas elas não podem fazer o mesmo conosco!

Tenham santa paciência...

domingo, 23 de abril de 2006

Chatice sobre rodas II

O GP de San Marino foi um teste para a paciência de qualquer mortal que goste de Fórmula 1.

Como pode a principal categoria do automobilismo mundial correr num circuito superado e sem NENHUM ponto de ultrapassagem?

Está certo que o Yuji Ide tentou achar algo que era impossível e provocou a capotagem de Christijan Albers logo na primeira volta. Com as reformas, em Imola só se ultrapassa se o piloto da frente cometer um erro ou consentir a manobra.



A corrida foi chata toda vida. Aquele final, com Alonso comboiando Schumacher por 19 ou 20 voltas, não teve graça nenhuma. Para os tiffosi valeu pelo fim do jejum de treze vitórias do piloto alemão, que agora soma 21 pontos e é o vice-líder do campeonato. Alonso tem 36 e mostrou maturidade em pensar nos oito pontos que conquistou na Itália.

***

Engraçado que, algumas horas antes, a corrida da GP2 foi sensacional e acidentadíssima.

Logo na largada, o choque do brasileiro Lucas di Grassi no espanhol Adrián Vallés lembrou o ocorrido em 94, quando a Lotus de Pedro Lamy arrebentou a Benetton de J.J. Lehto. Depois, já com bandeira amarela, Alexandre Prémat levou uma porrada de Michael Ammermüller e aí já eram quatro pilotos fora de combate.

Com o grid invertido em relação à primeira corrida, o destaque foi Nelson Ângelo Piquet, que saiu na quarta posição, não largou bem e na relargada foi o protagonista de belíssimas manobras de ultrapassagem sobre Timo Glock e Hiroki Yoshimoto.

O brasileiro só não conseguiu superar o venezuelano Ernesto Javier Viso, que esteve imparável em Imola e venceu sua primeira corrida na GP2. O segundo lugar deixou Nelson Ângelo líder com 25 pontos contra 18 do experiente Gianmaria Bruni.

Em tempo:

Eu prestei bastante atenção no GP de San Marino, apesar de já ter dito que a corrida foi um saco.

Mas em MOMENTO NENHUM citaram o ótimo resultado do Nelson Ângelo em Imola e sua conseqüente liderança do campeonato da GP2.

Só o Luciano Burti deu uma rápida pincelada exaltando as boas ultrapassagens do piloto brasileiro. Esperei pelo aposto do locutor e pelo visto vou ficar assim até o GP da Europa.

Para bom entendedor, meia palavra basta.

Dormindo líder

Já é madrugada de domingo... putz!

Cheguei há pouco de um rodízio de pizzas onde fui encontrar antigos colegas de colégio, safra 1990.

Antes, fui ao Maracanã pra ver Fluminense x Goiás.

Não era um jogo qualquer, porque o alviverde do planalto está bem na Libertadores - em oito jogos que disputou perdeu só um. E também pelo caráter de homenagem ao grande mestre Telê Santana.

A torcida gritou seu nome em uníssono, como eu previra num post anterior e os jogadores posaram para fotos com a faixa que está aí abaixo.



De resto, o Mário Filho ficou lindo, como sempre, tomado de verde, grená e branco. Eu fui com a minha camisa-réplica da 10 de Rivellino dos tempos da Máquina Tricolor.

E foi outro 10, o Petkovic que fez, de pênalti, o gol da importante vitória do Flu.

Vitória que nos deixa dormindo, pelo menos até amanhã, na liderança do Campeonato Brasileiro.

Só rezo para que o final seja bem diferente do que aconteceu em 2005...

Eu e todos os tricolores, é claro.

sábado, 22 de abril de 2006

Chatice sobre rodas

Chatíssima a corrida da GP2 que acabou há pouco com a vitória do italiano Gianmaria Bruni, da Trident Racing.

Não houve disputas pela liderança e os únicos momentos de "animação" foram nos pegas do pelotão intermediário, onde pena voou e muitos acidentes aconteceram.

No meio disso tudo, os brasileiros tiveram problemas: Lucas di Grassi bateu sozinho e destruiu a suspensão traseira do seu carro. Xandinho Negrão pegou Franck Perera pela proa e os dois também abandonaram.

Cruel mesmo foi o que aconteceu com Nelson Ângelo Piquet.

Prestes a chegar de novo no pódio e assumir a liderança do campeonato com 24 pontos, ficou sem freios nas últimas voltas. Foi ultrapassado pela dupla da Arden - Michael Ammermüller (xi, mais um alemão...) e Nicolas Lapierre. Terminou em quarto, mas ainda é o ponteiro, só que com três pontos a menos do que poderia alcançar.

Aliás, nota zero para a Bridgestone, que fez um pneu até aqui muito ruim para a GP2. Se eles usarem esse composto para a Fórmula 1 em 2007, quando se tornarão o único fornecedor, veremos algo semelhante à Nascar no ano passado.

Schumacher Über Alles!

Bom dia a todos.

São 10 e 18 da manhã. Tentei ver a IRL de madrugada, mas o máximo que me lembro é ver um carro batido - Tomas Enge - e um pit stop do Bryan Herta. Abro a página da categoria e vejo que Hélio Castro Neves venceu de novo e lidera o campeonato.

Parabéns a ele.

***

Parabéns também, efusivos, a Michael Schumacher.



E por que?

Ora... há pouco ele acabou de bater um recorde que durava exatos 12 anos.

Desde 1994, Ayrton Senna detinha 65 pole positions na carreira. No Bahrein, na primeira prova do ano, o heptacampeão mundial igualou esse feito.

Hoje, no treino classificatório para o GP de San Marino, Schumacher quebrou os cronômetros - e mostrou que a Ferrari não está pra brincadeira no fim de semana.

Com a marca de 1min22s795, ele chegou à sexagésima-sexta pole da carreira e agora, aos 37 anos, é o dono de todos os recordes da Fórmula 1.

Estaríamos diante do maior piloto da história?

Não exatamente.

Schumacher quase não encontrou adversários porque impôs uma hegemonia sem igual. É notório que o alemão é perfeccionista, veloz e muito talentoso. Mas não sei se estaria ao nível de um Piquet, um Lauda, um Prost, um Stewart, um Emerson - pilotos que aliavam todas as capacidades de Schumacher ao modus operandi para acertar um carro de corrida.

O talento ainda faz diferença. Mas menos, muito menos, do que há 20 ou 30 anos atrás...

***

Foi bom ver Rubens Barrichello reduzir o abismo que o separava de Jenson Button. Depois de três corridas sofrendo ao volante do Honda, o piloto brasileiro parece mais adaptado ao estilo de guiada que o carro novo exige. Com novos freios e uma condução correta e agressiva, ele conseguiu o terceiro tempo no grid.

Será que pinta o primeiro pódio?

***

Em contrapartida, Felipe Massa herda do antecessor o estilo reclamão. Fez o quarto tempo e chiou que foi 'solto duas vezes no meio do tráfego'.

Quem pode mais chora menos e quem tem jogo de cintura se vira bonito, como o alemão.

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Telê Santana (1931 - 2006)

O destino às vezes nos prega peças e nos mostra algumas ironias da vida.

Quis ele que, num 21 de abril, tal como Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) e Tancredo de Almeida Neves, Telê Santana da Silva partisse, aos 74 anos de idade, para o andar de cima.




Todos os três foram verdadeiros batalhadores, cada qual a seu modo, em determinadas épocas e fases de suas vidas.

Tiradentes, no século XVIII, ousou liderar em Minas um movimento para tirar o Brasil do jugo português. Liderando a Inconfidência Mineira, transformou o lema Libertas Quae Sera Tamen (Liberdade Ainda Que Tardia) em lema da bandeira do estado. Morreu traído e decapitado em 1792.

Dois séculos depois, Tancredo Neves, político nascido em São João del Rei, lutou pela democracia e tornou-se um dos ícones das "Diretas Já". Mesmo sendo eleito por voto indireto em 1985, ele era a esperança de uma transição tranqüila da moribunda ditadura para um governo civil. Infelizmente não chegou a governar. Morreu depois de 38 dias de intensa agonia coletiva, de uma nação que torceu, rezou e depois chorou muito por ele.

No mesmo feriado, agora em 2006, se esvai o Fio de Esperança. Telê Santana vinha lutando contra graves problemas de saúde há dez anos, desde que sofrera um acidente vascular cerebral. Uma isquemia foi o estopim para que o mestre se debilitasse a ponto de sofrer amputação parcial de uma perna, em razão de uma diabetes.

Bom, eu não vi Telê jogar. Também pudera, só nasci em 1971 e nessa época ele já era treinador. Ele chegou ao Rio no início dos anos 50, vindo de um modesto time do interior de Minas. Foi parar no Fluminense, onde jogou com Carlyle, Pingo de Ouro, Didi, Castilho, Píndaro e Pinheiro.

Em doze anos nas Laranjeiras e 556 partidas disputadas, aprendeu a amar intensamente aquele que será para sempre seu clube do coração. Com o manto sagrado, ganhou duas edições do Torneio Rio-São Paulo, a Copa Rio (Mundial de Clubes) de 1952, o Estadual de 1951 (fez os dois gols na partida decisiva contra o Bangu) e o de 1959. Magro, mas dono de um fôlego invejável e de uma aplicação tática e dedicação impressionantes, Telê foi ídolo e por isso ganhou o apelido de "Fio de Esperança".

Sem ter jamais vestido a camisa da seleção brasileira como jogador, ainda passou por Guarani de Campinas, Madureira e Vasco antes de encerrar a carreira. Em 1967, tornou-se treinador. Dois anos depois, assumiu como interino no Fluminense que tanto amava. Incentivado e depois efetivado pela diretoria e pelo presidente Francisco Laport, Telê levou o tricolor a um título inesquecível depois de uma vitória idem sobre o Flamengo por 3 x 2.

Dois anos depois, comandou o Atlético Mineiro rumo à conquista do primeiro Campeonato Brasileiro. Foi o estopim de uma carreira vitoriosa que o levou a outros centros.

Em 1977, fez o Grêmio encerrar uma seqüência arrasadora de oito títulos do rival Internacional. No Palmeiras, fez o time jogar o fino da bola. Mas o colorado se vingou de forma indireta tirando da final do Brasileiro de 1979 o Verdão de mestre Telê, que em 1980 foi alçado à comandante da seleção brasileira.

Telê orientava não só o time principal como as seleções de novos que brilharam no Torneio de Toulon, na França. E lapidou a seleção que jogou o futebol mais brilhante dos últimos 30 anos - a equipe de 82 com Waldir Peres, Leandro, Luizinho, Oscar e Júnior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder.

Este time encantou o mundo até topar com a Itália de Paolo Rossi e voltar para casa mais cedo, deixando um país inteiro às lágrimas. Ao lado do escudeiro Gilberto Tim, Telê foi para o Oriente Médio e por lá ficou por dois anos.

E como a seleção brasileira precisasse de socorro às vésperas das Eliminatórias para a Copa do México, lá estava o mestre de volta ao comando da seleção. O Brasil se classificou com sobras, é verdade. Mas a bruxa apareceu a partir daí. Contusões dos principais atletas, abandonos de concentração e outras querelas obrigaram Telê a reformular o grupo de 22 jogadores para a Copa.

Ele levou Zico e Falcão totalmente 'baleados' para o México, mas cortou Cerezo e também tirou Renato Gaúcho e Éder por razões disciplinares. Solidário ao ponta do Grêmio, Leandro abandonou a seleção, que acabou eliminada perante a França.

O ciclo de Telê, visto como pé-frio até ali, não tinha terminado. De volta ao Atlético Mineiro, ganhou o título estadual em 1988 e quase levou o Galo pra decisão da Copa União, derrotado numa partida memorável contra o Flamengo onde Renato se vingou do corte da Copa do México.

Ele assumiu o São Paulo depois de uma passagem relâmpago pelo Fluminense e fez do tricolor paulista uma máquina de jogar futebol. Eterno perdedor dos anos 80, o time do Morumbi ganhou tudo de 91 em diante - inclusive os Mundiais que Telê não tinha, e foram dois, seguidos, em conquistas inesquecíveis contra os fortíssimos Barcelona e Milan.

Ético e coerente, Telê lutou contra as más arbitragens e também contra o mau futebol praticado no país nos anos 90. Sob seus olhos, jogadores limitados como Ronaldão, Ronaldo Luiz, Pintado, Dinho e principalmente Júnior Baiano, cresceram a olhos vistos. Mas por desgaste, cansaço ou tudo junto, o mestre deixou o São Paulo e assumiria o Palmeiras como técnico antes de adoecer gravemente há dez anos.

A força das palavras e da inteligência de Telê foram sumindo como um fiapo, um fio de esperança. E nos últimos anos infelizmente ficamos privados das contundentes declarações do mestre.

E numa de suas últimas aparições, promovidas por um daqueles debates onde todo mundo quer aparecer mais do que o outro, Telê ainda teve forças para dizer quem era, além da fiel companheira D. Ivonete, a grande paixão de sua vida.

"O Fluminense é e sempre foi minha segunda casa. Meu clube do coração."

E a família tricolor, mestre, chora a sua morte. Foi decretado luto oficial de três dias no clube. Na partida deste sábado contra o Goiás, haverá um minuto de silêncio e os jogadores atuarão com tarjas pretas no uniforme.

E no Mário Filho, palco das mais lindas vitórias do clube das três cores que traduzem tradição, pode ter certeza, mestre... gritaremos em uníssono o teu nome, como um "muito obrigado" por tudo que você fez para o Fluminense e para o futebol brasileiro.

Obrigado, Telê.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

O maestro Ronaldinho

Confesso por meio destas linhas que, pela minha pouca idade, não tive o privilégio de ver Pelé jogando ao vivo - só em filme.

Genialidade a toda prova eu só tinha visto num jogador apenas: Diego Armando Maradona.

Isto até surgir Ronaldinho Gaúcho.



E lembro muito bem da profecia feita pelo irmão Assis à revista Placar no fim dos anos 80. Então promessa de craque no Grêmio, o jogador disse que "o meu irmão, mesmo pequeno, é muito melhor do que eu."

Sábias palavras. Assis despontou para o anonimato e hoje a mídia só tem olhos para o craque dentuço que um dia ousou dar um baile em Dunga num Gre-Nal decisivo de Gauchão e logo ganhou uma chance na seleção brasileira então treinada por Vanderlei Luxemburgo.

Quem não se lembra do golaço logo na partida de estréia contra a Venezuela, na Copa América de 1999?

Ronaldinho não tem somente lampejos. Ele é objetivo, arisco, habilidoso, genial. Um mestre, um maestro com a pelota nos pés. Decisivo, incisivo, o terror das defesas adversárias.

Na última terça, observei com interesse redobrado o jogo entre Barcelona x Milan, principalmente porque gosto do jeito do Barça jogar e sou anti-Milan por causa, claro, de sua detestável combinação de cores.

Analisando friamente os esquemas de jogo, mesmo em seu campo e com mais de 80 mil torcedores a seu favor, o Milan foi demasiadamente pragmático. Carlo Ancellotti, seu treinador, escala a equipe com uma "zaga torta" com apenas um lateral de origem (saíram jogando Stam, Nesta, Kaladze e Serginho). Trancando o time, ele protege a retaguarda com o limitado e brucutu Gattuso e aí nas demais posições é só qualidade com Seedorf, Pirlo, Kaká, Shevchenko e Gilardino.

Eu acho o Barcelona um time muito mais coeso e objetivo que o Milan. Rijkaard escala sua linha de defesa normalmente com Oleguer, Rafa Márquez, Puyol e Van Bronckhorst. Edmílson, que é meio-campo de formação, lidera a proteção à defesa junto com o holandês Van Bommel, dando liberdade para Messi e Deco (substituídos em Milão por Iniesta e Giuly). Ronaldinho é o elo de ligação entre a meia e o camaronês Samuel Eto'o, o artilheiro do time.

E que elo de ligação, aliás!

Com jogadas de efeito (chapéu em Pirlo, embaixadinha com quatro na marcação, dribles em Stam, Kaladze e Nesta) e mais uma atuação primorosa, Ronaldinho mostrou toda sua genialidade num único toque na bola.

Aos 13 do segundo tempo, ele livrou-se do carrapato Gattuso e com um "tapa" de pé direito, colocou o baixinho Giuly em condição de fuzilar a meta de Dida. Vitória importantíssima do Barça, que caminha a passos largos não só para o bicampeonato espanhol como também à conquista da Champions League no dia 17 de maio, em Paris.

As conquistas do Barça serão um aperitivo agradável para Ronaldinho e a torcida alemã está ávida por seus dribles e suas jogadas de encantamento.

O Kaiser Franz Beckenbauer foi taxativo. "Estamos diante daquele que deverá ser o grande nome da Copa da Alemanha."

Cafu, velho capitão e companheiro do craque na seleção já o compara às lendas do futebol mundial.

Prefiro dizer que Ronaldinho é gênio, um virtuose, um estilista, parafraseando Nelson Rodrigues. E digo mais: suas obras de arte nos gramados poderiam ganhar a assinatura de outros gênios - Gaudí, Monet, Picasso, Michelangelo...

Pois se a arte é eterna, o que o craque faz nos gramados pelo mundo é digno de ficar encravado nas nossas retinas.

terça-feira, 18 de abril de 2006

Velha história, novos personagens

Nunca nas últimas duas semanas os sobrenomes Piquet e Senna estiveram em tamanha evidência como neste mês de abril.

E o meu receio é que uma velha história venha a dar as caras para o mal do automobilismo brasileiro.

Todo mundo que me conhece sabe que eu sou "piquetista" roxo. Assumo e não tenho medo de dizer o que penso. Até porque eu comecei a ver Fórmula 1 em 1978, justamente quando o carioca radicado em Brasília estreava na categoria, vindo de um título no Inglês de F-3.

Três anos depois, Nelson já era campeão. E a minha admiração só cresceu, apesar da antipatia da imprensa em relação a ele, tendo em vista suas declarações por vezes grosseiras.

Nada mais justo: Piquet detestava perguntas idiotas, que suscitassem respostas idiotas, normalmente entremeadas por palavrões cabeludos.

Por isso, tornou-se a encarnação do mal.

O antídoto para o 'mal' tomou corpo na figura de Ayrton Senna, um franzino paulistano, carinha de bom moço, que detonou a oposição nas categorias menores, chegando à F-1 em 1984, no ano em que Piquet era de novo o número 1.

Ocioso dizer que Ayrton sempre foi um piloto determinado e veloz. Mas nunca vi nele as características que saltavam aos olhos quando eu via Piquet guiando: argúcia tática, esperteza, malandragem, capacidade de guiar o carro.

Dizem as más línguas que o apelido dele, Senna, na época da Lotus era "ejaculação precoce". Fazia as voltas mais rápidas nos treinos para depois estourar seus motores, deixando o caminho livre para Mansell, Rosberg, Prost, Piquet, Alboreto e muitos outros.

O tempo passou, passou e passou. Com a ajuda de um conhecido locutor, Senna foi alçado à condição de herói nacional. Qualquer vitória era saudada com um entusiasmo digno de um orgasmo, algumas vezes beirando o exagerado, o burlesco.

As conquistas de Piquet, poucas mas excepcionais em seus últimos anos de carreira, pareciam de um piloto de outro país, de um ser de outro planeta, quiçá um objeto não identificado nos ouvidos daqueles que se acostumaram em demasia com os berros apopléticos do conhecido locutor supracitado.

Vejam que passei batido pela polêmica sobre a suposta declaração de Piquet de que Senna fosse homossexual. E se fosse, não vem ao caso.

Agora vamos dar um salto no tempo. Em 2001, aos 16 anos de idade, Nelson Ângelo Piquet, o mais promissor dos filhos do tricampeão mundial de Fórmula 1, estreou na F-3 sul-americana. Fez meio campeonato de adaptação e explodiu no ano seguinte, chegando ao seu primeiro título nos monopostos, com campanha incontestável.

O passo seguinte foi a F-3 inglesa. Um ano para conhecer as pistas e outro para ganhar o título. Adivinhem como se desenhou a história? Exatamente como o previsto. Daí para a GP2 foi um pulo.

Sétimo colocado no ano passado, Nelson Ângelo já estreou com vitória numa das etapas em Valência e com a liderança do campeonato numa temporada que promete ser dificílima, em razão da concorrência: Alexandre Prémat, Lewis Hamilton, Michael Ammermüller, Nicolas Lapierre, Gianmaria Bruni, Ernesto Viso, Adam Carroll, entre outros.

Voltamos no tempo de novo. Em 1991, quando Ayrton inaugurou uma fenomenal pista de kart em sua fazenda no interior de São Paulo, seu sobrinho Bruno, filho de Viviane Senna, venceu a corrida da categoria cadete. Com a morte do tio, três anos depois, o assunto foi esquecido.

Mas não na cabeça do adolescente que cresceu e um dia ousou dizer à mãe que queria ser piloto de competição. Bruno Senna botou a cara para bater e foi à luta. Sem nunca ter corrido no automobilismo nacional (igual ao tio), fez meia temporada de Fórmula BMW, andou na Fórmula Renault (foi segundo em Macau, no ano retrasado) e estreou na F-3 inglesa ano passado.

Seus resultados foram de razoáveis para bons. Três pódios, uma pole position e o décimo lugar ao fim do campeonato. Uma prova do quão o campeonato era competitivo é que o companheiro de equipe Dan Clarke agora está na ChampCar, nos EUA.

Este ano, ele renovou contrato com a equipe Double R, de Steve Robertson e Kimi Raikkönen, agora correndo com os motores Mercedes HWA, os melhores da categoria no momento.

Antes, para aquecer, uma série de quatro corridas na Austrália, na preliminar do GP de Fórmula 1. Com um carro de 2004 equipado com motor Opel e correndo contra ninguém de expressão, ele venceu três corridas consecutivas.

Nesta segunda, estreando na temporada 2006 da Fórmula 3 inglesa, venceu mais duas e começou o campeonato na liderança, 19 pontos à frente de Oliver Jarvis, o vice-líder.

Aí eu pergunto:

Que campeonato vale mais hoje? A GP2 ou a Fórmula 3 inglesa?

No meu conceito a GP2 é a porta escancarada para a Fórmula 1.

Mas não me admirou, por exemplo, que o espaço para a vitória de Nelson Ângelo Piquet em Valência fosse nulo, quase ínfimo, em relação ao que jornais, sites e revistas falaram nas últimas semanas de Bruno Senna.

Ainda é cedo para tecer comparações entre seus descendentes diretos.

Nelsinho só precisa despir a máscara que andou usando em São Paulo durante as Mil Milhas - algo que, confesso, me surpreendeu, porque o pai jamais foi mascarado.

Bruno parece menos arrogante do que o tio parecia ser. Isso é um ponto positivo em sua caminhada rumo à Fórmula 1.

O problema é que podemos estar, como eu disse no título e no início do post, diante de uma velha história, com novos personagens.

Apesar disso, minha torcida continua com o mesmo nome e sobrenome de 28 anos atrás...

Nelson Piquet.

Essas bizarras figuras de Hollywood II

Era só o que faltava!

Depois de providenciar uma chupeta para o parto de Katie Holmes, Tom Cruise agora afirma que vai comer a placenta (eca!) e o cordão umbilical (ugh!) do seu terceiro filho - ele já é pai de Connor e Isabella, frutos de seu relacionamento com a lindíssima Nicole Kidman.

"Achei que seria bom, muito nutritivo. Vou comer o cordão umbilical e a placenta ali mesmo (depois do parto)."

Mas que nojento!

Será que ele não percebe que a grande maioria das pessoas jamais aprovaria essa atitude?

O que esse povo não faz pela tal Cientologia...

Em tempo: MI-3, próximo filme de Cruise, "agraciado" com o troféu Framboesa de Ouro (sátira ao Oscar), na categoria 'tablóide cansativo', está pronto e inicia sua carreira na telona em 5 de maio, nos EUA.

***

Mais uma notícia estranha:

Angelina Jolie e Brad Pitt, que estão "grávidos", vão ter o filho na Namíbia.

Pelo menos isso não tem a ver com a Cientologia. A razão é porque a atriz, novamente envolvida com polêmicas em relação à sua sexualidade (recentemente confessou uma paixão antiga pela cantora Joan Jett), fez o filme Amor sem Fronteiras há quatro anos, naquele país.

O casal e os filhos adotados por Angelina, Maddox e Zahara, estão num resort altamente vigiado.

O problema para os demais hóspedes é que qualquer um deles que esteja com máquinas fotográficas é perseguido pelos brucutus contratados para manter os atores em paz.

Ê vidinha difícil...

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Música, humana música

Chove... chove...

São Pedro resolveu mandar água, a temperatura no Rio caiu... uma droga!

Enfim, vamos em frente.

Pra começar a semana, que tal música no Saco de Gatos?

Eu sempre digo que se não fosse jornalista esportivo talvez fosse crítico musical - ou seja, seria um músico frustrado. E de fato nunca consegui aprender ou tocar um instrumento decentemente.

Enfim, tenho alguns DVDs com documentários de artistas e shows como a reunião do Cream no Royal Albert Hall e a Elevation Tour do U2.




Um dos meus prediletos é o do festival da Ilha de Wight, realizado no ano de 1970.

O documentário de Murray Lerner, lançado vinte anos depois, é um tanto quanto incompleto, mas é um ótimo registro do espírito que norteou aquele evento que é chamado o Woodstock da Europa.

Num descampado em Afton, por cinco dias e pela quantia módica de três libras - o que ocasionou, aqui e ali, protestos isolados - mais de 400 mil pessoas, homens e mulheres, se reuniram para curtir a música.

Como eu sou muito curioso, resolvi dar uma fuçada na internet para conseguir informações de quem tocou e quando, nos cinco dias de shows. E qual não foi a minha surpresa quando vejo na lista de atrações o nome de... Gilberto Gil!

Isso mesmo... o Ministro da Cultura, então exilado na Inglaterra por causa da ditadura, fez parte do cast do festival, fechando o dia 27 no mesmo dia onde tocou um grupo desconhecido até então, chamado Supertramp.

No dia 28, o terceiro, tocaram dois grupos cujos guitarristas se consagrariam como dos melhores de todos os tempos: o Taste do falecido e brilhante Rory Gallagher e o Procol Harum, grupo de rock progressivo do ótimo Robin Trower.

Os dois últimos dias (sábado e domingo) da maratona musical foram sem dúvida os mais bacanas. O dia 29 foi aberto com o bicho-louco John Sebastian. Quem veio depois e arrasou foi Joni Mitchell, que emocionou tocando "Woodstock" sozinha ao piano. Teve até o genial Miles Davis, liderando um grupo onde despontava Chick Corea como pianista e o brasileiro Airto Moreira, na percussão.

Alvin Lee fez distorções sensacionais em "I can't keep from crying" na apresentação do Ten Years After, enlouquecendo o público. Com a platéia ganha, os estreantes Emerson, Lake & Palmer e os já veteranos The Doors e The Who não deixaram a peteca cair.



No domingo, muitas vaias para Kris Kristofferson, que abandonou o palco depois de cantar (cantar?) "Me and Bobby McGee". Como contraponto, ótimas performances do grupo Free - especialmente em "All Right Now", num show particular do guitarrista Paul Kossoff, do bardo Donovan Leitch, de Ian Anderson (foto acima) e seu Jethro Tull, do Moody Blues e principalmente de Jimi Hendrix - que driblou graves problemas de som para proporcionar um show memorável, o último de sua carreira.



No dia 18 de outubro, o brilhante guitarrista morreu de overdose de psicotrópicos.

domingo, 16 de abril de 2006

Largando na frente

Foi bom terminar um estafante fim de semana sem folga e com muito, mas muito trabalho, vendo o Fluminense terminar a rodada entre os vitoriosos na abertura da Série A do Campeonato Brasileiro.

E logo contra um rival que a torcida tricolor sempre terá entalado na garganta - o Atlético, do Paraná. E em plena Arena da Baixada, o que valoriza ainda mais os pontos ganhos neste domingo.

Sem Pedrinho, que até hoje não justificou o investimento da diretoria, o competente Oswaldo de Oliveira resgatou o velho esquema 3-5-2 usado por Abel Braga ano passado, lançando mão de Roger como o sobra, atuando junto com Thiago e Tiago Silva.

Funcionou bem, porque os laterais foram bastante municiados no ataque e foram decisivos como Gabriel e Juan eram no esquema de 2005. Marcelo (foto abaixo), garoto de 17 anos, muito promissor, desponta como a mais nova revelação das Laranjeiras. Fez seu segundo gol consecutivo e abriu o caminho da vitória.



E Tuta, sempre visto com desconfiança, fez uma inteligentíssima jogada no segundo gol do Flu, dando um precioso passe de calcanhar para Rogério, que enfim fez uma boa partida com o manto sagrado.

No final, até deixamos o adversário sentir o gostinho de um golzinho. Mas vamos erguer a cabeça e pensar que faltam 37 desafios até o sonho do tricampeonato brasileiro se tornar realidade.

Antes, tem Copa do Brasil quarta contra o Vila Nova.

Lugar de tricolor é no Maraca! E eu vou!

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Comi carne vermelha sim, e daí?

Ok... a Páscoa é uma data especial do cristianismo. Celebra a ressurreição de Jesus Cristo.

E serve pros fabricantes de chocolates encherem a burra de dinheiro, vendendo ovos de todos os tamanhos e procedências, contribuindo assim para a obesidade da população.

Devo confessar uma coisa: há uns dezesseis anos, não sei o que é comer só peixe na sexta-feira.

Isso aí, comi carne vermelha hoje. Não a da foto abaixo, mas no restaurante do trabalho tracei uma porção de filet mignon grelhada acompanhada de um bom prato de arroz, feijão e batatas sauté.



Acho que ir de encontro um preceito de uma religião na qual você não tem crença (embora eu seja batizado no rito católico, eu sou espírita kardecista) não faz de mim ou de qualquer outra pessoa que passe por cima dessas convenções de comer peixe ou carne branca, pior ou melhor do que os outros.

Muito pelo contrário: minha fé em Deus é inabalável e independe de, a cada sexta-feira da Paixão, comer ou não carne vermelha.

Uma amiga minha hoje fez troça no MSN: "Você vai arder no mármore do inferno!"

Podem ter certeza que nesse fogo eu não me queimo. Comi carne vermelha sim!

E daí?

A guerra recomeça!

CBA de novo na Justiça contra obras no Autódromo do Rio

LANCEPRESS!

O cessar fogo entre a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e a prefeitura do Rio chegou ao fim. Em vista das declarações do prefeito Cesar Maia ao LANCE! e do secretário especial do Pan de 2007, Ruy Cezar, contrariando o acordo judicial em que o município se comprometia a garantir a realização das corridas neste ano no Autódromo Nelson Piquet, a entidade decidiu entrar com uma representação junto ao Ministério Público Estadual na segunda-feira a fim de paralisar as obras no local.

Como a prefeitura não entrou em contato com a CBA até a presente data confirmando ou não a realização do Campeonato Carioca de Arrancadas nos dias 22 e 23, e entidade, por meio dos seus advogados, afirmou que usará todas as medidas judiciais cabíveis para exercer os seus direitos.

O presidente da CBA, Paulo Scaglione, aguardava um pronunciamento oficial da prefeitura para agir. Mas, como o promotor da Stock Car, Carlos Col, encaminhou na quinta-feira um ofício para a entidade solicitando uma autorização para transferir a etapa do Rio, marcada para o dia 21 de maio, para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Scaglione decidiu entrar em contato com o MPE.

De Fortaleza, onde acompanha a etapa da Fórmula Truck, o presidente da CBA autorizou a transferência do Rio para Campo Grande. Segundo Carlos Col, a mudança se tornou necessária por causa da grande logística utilizada no evento, que precisa ser definida com antecedência.

Além disso, os compromissos com a televisão permitem apenas a mudança do local das corridas. Alterações na data, não.

A nova cartada da Honda

Uma boa novidade no automobilismo americano acaba de ser anunciada nesta semana.

A Honda retorna depois de mais de uma década às competições de Endurance.

O alvo do investimento é a categoria American Le Mans Series, que começa a experimentar um gradual reerguimento.

O nome usado pela empresa japonesa para os motores será o da sua subdivisão de luxo nos EUA, a Acura. Foi com esta denominação que a Honda ganhou diversos títulos na classe Light da IMSA com o piloto Parker Johnstone.



Não é surpresa portanto que a Acura comece na categoria LMP2, que terá uma disputa e tanto entre os carros com o motor japonês e os Porsches RS Spyder alinhados pela Penske.

Ao que tudo indica, o chassi usado deverá ser o novíssimo Courage LC75, que ainda não fez sua estréia na Europa.

E a equipe oficial, podem escrever aí, será a Rahal-Letterman Racing, hoje na IRL.

Brasil, um país dos ônibus

Olha, eu não resisti ao que vi no Blig do Gomes e tomei a liberdade de escrever um tópico sobre ônibus.




Por incrível que pareça, antes dos carros de corrida, esses veículos grandes e pesados me chamavam muito a atenção - especialmente os ônibus de viagem, com as empresas caprichando no visual e mostrando pinturas bacanas e carrocerias de última geração.

Na minha memória estão sempre os velhos Mercedes-Benz o-355 (foto abaixo) - primeiros com carroceria monobloco. Fui num destes para Marataízes, no interior do Espírito Santo, passar as férias de julho em 1978, se não me engano. A companhia era a Itapemirim.




Mas eu me amarrava mesmo no Ciferal da Cometa (primeira foto do tópico), que rebatizava seus veículos como Dinossauro. E ficava eu imaginando o quanto aqueles ônibus seriam confortáveis. Realmente, nos antigos GM (abaixo) da empresa que um dia pertenceu a João Havelange, havia até rodomoça e se serviam cafés, balas, biscoitos. As poltronas, ultra reclináveis, tinham mantas e travesseiros.



Tudo muito bacana, mas o mercado de aeronaves no Brasil cresceu nos anos 70 e as empresas de ônibus deixaram de investir em conforto. Os passageiros sofreram um bocado e eu sei disso porque fiz duas viagens para Brasília em 85 e 86 que não foram das melhores - dezoito horas sacolejando num ônibus Caio da Itapemirim sem ar condicionado - só com o sanitário químico, que exalava um mau cheiro daqueles!

Passei muito tempo sem viajar e quando voltei, usei avião - cortesia dos meus patrões. Eu sempre me pelei de medo de aeronaves e era daqueles que se sentia muito mais seguro com os pés próximos da terra. Não é sempre assim, mas ainda acho que viagens de ônibus são um grande barato. Dependendo da rota e pra onde você vai, dá pra curtir uma paisagem bacana, como agora em fevereiro, quando fui pra Paraty.

Antes, porém, fiz duas ou três viagens para São Paulo de ônibus. Na primeira, se não me engano em 2001, peguei um Double Class da Viação 1001. Nossa... parecia que eu estava na primeira classe de um boeing. A poltrona reclinando 70%, filme rolando na TV (na ida e na volta), travesseiro, balinhas, guloseimas, água e café. E com todo esse conforto, a viagem é non-stop - são cinco horas e vinte minutos direto daqui pra terra da garoa.

Em 2004, cismei que ia ver as Mil Milhas e fui mesmo. Não faltavam opções porque o trecho Rio-São Paulo é operado por quatro empresas: Viação 1001, Expresso Brasileiro, Viação Itapemirim e Expresso do Sul, substituindo a Cometa. Como esta, lamentavelmente, saiu de cena na linha, peguei o Golden da Itapemirim.



Rapaz, outro conforto danado! Fui vendo "Assassinos por natureza", de Oliver Stone, enrolado numa manta macia e com a cabeça descansada num travesseiro muito bom. Ainda tinha revista, bala, biscoito, bolinho, água e café. Inacreditavelmente, capotei durante a viagem e só fui acordar em São Paulo, fim da madrugada, quando o ônibus encostou no Terminal do Tietê.

O mais bacana disso tudo é saber que tem gente que gosta não só de viagens como também de colecionar relíquias como os ônibus do passado. O site Miniaturas de Ônibus traz diversos modelos do presente também, sem esquecer dos caminhões e dos ônibus urbanos.

Vale muito a pena fazer uma visita.

E viajar, é sempre bom!

Notícia Ruim

É, essa já constava mais ou menos do programa.

A Stock Car não corre em 21 de maio no Rio de Janeiro. A terceira etapa do campeonato vai acontecer em Campo Grande, no Autódromo Orlando Moura, na capital do Mato Grosso do Sul.

O prefeito CEM está descumprindo o acordo com a Confederação Brasileira de Automobilismo, na cara dura.

A pista seria liberada para uma etapa do Estadual de Arrancada em 22 e 23 deste mês. Não será mais.

A CBA promete brigar para interromper as obras nos tribunais se o circuito não for liberado para a semana que vem — a não ser que a Prefeitura justifique o cancelamento das provas de Arrancada por algum motivo "aceitável", ou por "algo grave que tenha acontecido", palavras de Paulo Scaglione, presidente da CBA.

Mas, será que diante da desfaçatez de CEM, que quer a qualquer preço fazer o Pan e destruir o Autódromo do Rio, a prefeitura realmente justificará tal cancelamento?

Preparem-se para o pior...

Porque sou Fluminense, ou seja, inteligente!

As pessoas que me conhecem e gostam de futebol sempre me fazem a pergunta inevitável:

- Quando começou seu amor pelo Fluminense?

Invariavelmente eu respondo que é paixão desde sempre. Não é à toa que no ano em que fui gerado, 1970, o time foi Campeão Brasileiro (apedrejem, hienas da objetividade, a Taça de Prata tinha todos os grandes times do país - PORTANTO era o Brasileirão) e no ano seguinte, foi Campeão Carioca.

Já nasci com faixa no peito... vejam só.

E bem que tentaram de tudo pra que eu não fosse tricolor. Na família do meu falecido pai, hoje igualmente morta para mim, não havia um único e escasso rubro-negro - sinal de inteligência. Eu corria o sério risco de ser Vasco ou Botafogo se alguém fizesse e muito a minha cabeça. O irmão mais novo do velho é botafoguense, fanático. E me levava direto nos jogos do time da Estrela Solitária. O ano era 1976.

Ano em que o Botafogo despontava com gente do calibre de Cremílson, Puruca, Tiquinho, Rubens Nicola... é verdade que no onze de General Severiano havia um Marinho Chagas, um Osmar Guarnelli. Mas era muito pouco comparado ao esquadrão do Fluminense - uma máquina de jogar bola.

Se em 75 o time era: Félix, Toninho Baiano, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário, Cléber e Rivelino; Gil, Manfrini e Paulo César Lima, o do ano seguinte era covardia.




Renato, Edinho, Miguel, Carlos Alberto Torres e Rodrigues Neto; Pintinho, Paulo César Lima e Rivelino; Gil, Doval e Dirceu.

Meus amigos, vejam bem os onze do time titular de 76 e saibam, pois, que TODOS naquela época ou em anos passados, já haviam envergado os uniformes de suas seleções pelo planeta. O Flu tinha meio time no título da seleção brasileira no Torneio do Bicentenário dos EUA, na histórica vitória por 4 x 1 sobre a Itália em New Haven. É mole ou quer molho?

Voltando a história de ser ou não ser Fluminense... o passo decisivo para um guri de cinco anos, cabelo negro escorrido na testa, ser tricolor foi um clássico justamente contra o Botafogo. Um vareio, um massacre, um showcolate da Máquina sobre o alvinegro: inapeláveis 5 x 1.

Não tinha como não ser tricolor e meu coração ali foi arrebatado de vez.

Uma paixão correspondida com o bicampeonato estadual e frustrada pela perda da vaga que parecia certa na decisão do Brasileiro. O time tropeçou na valentia do Corinthians e num gramado encharcado - foi eliminado nos pênaltis e no ano seguinte a Máquina enguiçou com a ida de Rivelino para a Arábia e a chegada de nomes menos votados.

Lembro que em 79, vacas magras "pastando" em Álvaro Chaves, estreamos num dos dois campeonatos daquele ano realizados no Rio com um sonoro 5 x 0 em cima do Bangu. A atração foi o centroavante Parraro, que fez três gols e Nelson Rodrigues, já próximo da morte, profetizou que ali surgia o novo Flávio (atacante conhecido como Minuano, que deitou e rolou nos anos 60 e 70).

Ovo gorado: foram os três únicos gols de Parraro pelo Flu e ele despontou para o anonimato.

Felizmente um time de garotos e guerreiros presenteou a nação tricolor com o título em 80, desbancando o tetra do Flamengo que era tido como a potência do futebol nacional. Nossos heróis foram Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Edinho e Rubens Gálaxe; Delei, Gilberto e Mário; Robertinho, o artilheiro Cláudio Adão e Zezé.

Àquela época eu já era um contumaz leitor de Placar e em vez das vacas magras, um circo (literalmente) se armou em Álvaro Chaves. Lançaram até a campanha SOS Fluminense. Mas a nossa vocação de sair das cinzas para a glória se fez presente novamente.

Trouxemos Assis e Washington do Atlético Paranaense, onde já eram conhecidos como o "Casal 20", como Jonathan e Jennifer Hart do seriado de TV. Sintonia fina, um era o complemento do outro. Sem os passes precisos do elegante Assis, não saíam os gols do grandalhão centroavante. Mas foi o meia quem nos tirou o grito preso na garganta, com o incrível gol aos 45 minutos do segundo tempo de (mais um) Fla-Flu inesquecível - como aliás, são todos os que os vencemos.

Com pequenas variações, o elenco de 83/85 fez a torcida encher estádios, cantar o hino a plenos pulmões, vibrar com jogadas de raça e técnica, irritar os adversários com suas conquistas e, mais do que isso: mostrar ao Brasil que o verde, o grená e o branco eram as cores da época.

Paulo Victor, Aldo, Ricardo Gomes, Duílio (Vica) e Branco (Renato); Jandir, Delei (Leomir), Assis e Romerito; Washington e Tato (Paulinho) - que timaço!

É... mas hegemonias existem para ser quebradas e a nossa foi rapidinho pro espaço.

E como sofremos para tirar o grito contido na garganta, meu pai eterno!

Foram dez anos aturando timinhos, xingando jogadores, revelando uma meia dúzia que até chegou à seleção. Mas a torcida é sempre exigente - queria conquistas que não vinham. Nos tiraram uma Copa do Brasil em 1992 na mão grande. Um ano antes, fomos incompetentes o bastante para perder para o time do Bragantino - formado por um punhado de ex-pratas da casa que o Flu (graças ao múmia Fábio Egypto) fez questão de desprezar.

E foi com um time de "mercenários" (Renato no comando) que chegamos a mais um troféu. O mais suado, o mais gostoso de todos, no ano em que o Flamengo apostou alto num time que jogava em função de Romário e quebrou a cara.

Não nos venceram em NENHUM jogo naquele ano de 1995. Foram dois empates sem gols, um 3 x 1, um 4 x 3 sensacional e o inesquecível 3 x 2 com gol de barriga de Renato - com direito ao famoso gesto do "cala a boca" com o qual todos sonhamos que ele um dia fizesse pra torcida rubro-negra.

Mas praga de flamenguista é foda. Afundamos triplamente daí em diante. Dois rebaixamentos vexatórios pra Série B e outro inominável pra Terceira Divisão.

Sim, chegávamos ao fundo do poço... ótima hora para abandonar o barco. Virar a casaca, como se fala por aí.

Não foi o meu caso e nunca seria, fiquem sabendo: fui em seis dos 25 jogos do time na Terceirona naquele ano. Vi o glorioso Flu jogando contra pérolas do naipe de Goiânia, Dom Bosco, Anapolina, Villa Nova, Serra e São Raimundo. Foi difícil, mas ganhamos o campeonato e iríamos para a Série B em 2000.

Só que graças ao Gama e ao Juventude, que viraram a mesa, a CBF fez a Copa João Havelange e, ciente de que o tricolor era garantia de bons públicos (foi a sétima melhor média do ano de 99, e estávamos na Terceirona!), nos convidou de volta para a Primeira Divisão.

O achincalhe dos adversários era lugar-comum, mas tínhamos um bom time e fizemos bom papel de 2000 a 2002 - ano do nosso 29º troféu naquele campeonato que chamam de Caixão porque quase ninguém viu. Mas o Flu levou a coisa a sério, junto com o Americano e não foi à toa que os dois fizeram a final.

Quase fomos rebaixados em 2003, mas demos a volta por cima nos anos seguintes. É verdade que o time nos premiou com duas belas decepções - a perda da Copa do Brasil em casa para o modestíssimo Paulista de Jundiaí e a queda do 4º lugar do Brasileirão no último jogo diante do Palmeiras, que nos tirou da Libertadores.

Em contrapartida, como acontece quase sempre, ganhamos mais um Estadual, suado, chorado, e que para os idiotas da objetividade, foi roubado. Coitados, só falam besteira...

Dizem que temos a vocação para o sofrimento. É, pode ser.

Mas parafraseando Nelson Rodrigues, "o Fluminense nasceu com a vocação da eternidade."

E a minha paixão e de toda sua torcida pelas três cores que traduzem tradição...

Também é eterna.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Nordeste Maravilha

Enquanto o automobilismo no Rio de Janeiro agoniza para morrer, em outros pontos desse Brasil o esporte, graças a Deus, ainda é respeitado.

Santa Catarina prepara-se para erguer um dos mais modernos complexos esportivos da América do Sul, sem para isso precisar de fazer arenas multiuso a troco de 15 dias de um evento de terceira categoria.

Mais do que isso: de mentes inventivas surgem propostas cada vez mais interessantes de campeonatos - e quem disse que não temos potencial e muito menos talento para investir na modalidade vai se estrepar de vez.

Lembro bem que há uns 10 anos, quando uns protótipos construídos por Pedro Virgínio viraram febre em Fortaleza, Nelson Piquet - ele mesmo, o tricampeão mundial de F-1, viu o carrinho, gostou, se amarrou e criou a Espron, com motores BMW de 1900cc. Baixíssimo custo e competitividade a toda prova.

Foi bom enquanto durou e hoje os Espron são coisa do passado.

O Nordeste, que hoje tem três pilotos na Stock - Rogério dos Santos (salve, véio Jegue!), Hybernon Cysne e Geraldo "Mano" Rola - dá luz a um campeonato muito bacana: o CTM2000.



A competição pra valer só vai rolar em 2007. Serão oito etapas - cinco no Autódromo do Eusébio, em Fortaleza, e outras três em Caruaru, interior de Pernambuco. O vizoo do carrinho (acima e abaixo) é ultra-agressivo e há a possibilidade do uso de diferentes bolhas. Só a mecânica, como na Stock Car, é monomarca. Serão usados os motores AP2000 da Volkswagen, por seu baixo custo de manutenção.



Olha, vou contar uma coisa: achei a idéia ótima e o protótipo apresentado no último dia 5 é um grande barato, um tesão.

Tem tudo pra dar certo. E conta, claro, com a minha torcida.

Agonia no Céu

Acompanho o desafio da Varig em manter-se viva no espaço aéreo brasileiro.

A empresa entrou em parafuso financeiro e na nossa mente (pelo menos na minha, que ainda é jovem), remontam os fracassos da Transbrasil e da Vasp.

É sabido que a Viação Aérea Riograndense não gozava de boa saúde faz tempo. Reclamações de aeronaves com defeito, vôos que atrasavam e outras querelas passaram a ser uma constante. E nos últimos dias a crise explodiu e deixou funcionários sem emprego, outros desnorteados, clientes pra lá de confusos e a concorrência em polvorosa.

Pressionada, a empresa demitiu cerca de 2 mil e 500 funcionários na última semana. Ontem, houve intervenção no Fundo de Pensão e o arresto dos bens da Varig.

Às vésperas de dois feriados prolongados, pelo menos os vôos tem saído. O problema é que não se sabe até quando. Tenho uma amiga que vai para Santa Catarina em meados de maio com bilhete emitido por milhagem. Se a Varig falir, ela deixará de viajar. E isso é um absurdo.

Aliás, eu acho que tenho umas também. Melhor eu gastar as minhas, antes que acabe...

O problema é que, com o mercado cada vez mais achatado, não sei se a Gol e a TAM vão dispor de aeronaves para suprir as rotas que a Varig cobre. A saída pode ser as crescentes BRA e Ocean Air - mas dizem que suas frotas não inspiram muita confiança.

As rotas da empresa já estão reduzidas e vôos de Congonhas para Navegantes (SC), Caxias do Sul e Passo Fundo (RS), Londrina e Maringá (PR) já foram para o espaço.

Craque da Animação

Ele não é queridinho como Fernando Meirelles, cujo último filme, Jardineiro Fiel, concorreu a diversas categorias no Oscar 2006.



Mas o carioca Carlos Saldanha (acima na foto), 37 anos, torcedor do Flamengo (pois é, tem sempre algo depondo contra...), é um craque num métier muito difícil e ao mesmo tempo interessante de se realizar na telinha: os filmes de animação.

Eu digo difícil porque não se faz tudo sozinho. Ele próprio supervisionou uma grande equipe de produção para pôr nos cinemas o ótimo A Era do Gelo 2 (assistam!). Ao todo foram 300 profissionais trabalhando para ele e para a FOX por dois anos.

É uma rotina desgastante (pensam que é só médico e jornalista que rala no dia-a-dia?), porque na fase final de cada projeto, o diretor tem que se preocupar com os mínimos detalhes. E tome horas no escritório - às vezes, treze ou catorze por dia.

Não é mole não, porque fazer um longa de animação demanda muito mais efeitos e firulas do que, por exemplo, o clássico Fantasia (Disney, 1940), tido e havido como o melhor longa de animação de todos os tempos. Basta comparar as películas dos estúdios de Walt Disney com as atuais. Chega a ser covardia.

Aliás, a Disney comprou a Pixar Studios, que fez os megasucessos Toy Story 1 e 2 e Os Incríveis. O mercado de filmes de animação é crescente e promete pegar fogo.

Voltando ao nosso assunto do tópico, como todo bom diretor que se preze, Saldanha deu diversos palpites no roteiro de A Era do Gelo 2 e deu origem a alguns personagens, como o neurótico esquilo Scat - aquele que...

Ah, você achou que eu ia contar como é o filme?

Mais de 2,5 milhões de pessoas no país já foram assistir. Seja uma delas, pois.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Malditos da MPB

O que faz um artista emergir como foguete e depois sumir como estrela cadente dentro da Música Popular Brasileira?

Você leitor há de dizer que é um conjunto de fatores, entre os quais a má-vontade da mídia e a ausência de sucessos consistentes.

Rótulos fazem parte, sempre, da MPB - e uma turma de compositores, alguns deles geniais, pagaram caro por isso e foram chamados por muito tempo de "malditos".

Especialmente aqueles que um dia fizeram parte de uma estética de vanguarda e outros que se fiaram por muito tempo em um ou outro estrondoso sucesso esperando que portas se abrissem para novas gravações.

Deste time fazem nomes do quilate de Sérgio Sampaio, Walter Franco, Tom Zé, Jards Macalé e Luiz Melodia.

Melodia e Tom Zé são casos únicos de redenção na música nacional. O primeiro, graças à revisitação constante de sua obra pela nova geração, ganhou vida novamente e nos anos 90, voltou a gravar depois de um longo hiato. Na época, ele não poupou piadinhas ao fato da campeã de vendagens ser a Xuxa, com seus discos horrendos de músicas infantis.

Crítica justíssima de quem deu voz ao morro e compôs pérolas como "Magrelinha", "Estácio Holly Estácio" e "Juventude Transviada", só para citar algumas.

Tom Zé virou novidade quando redescoberto por David Byrne, o antigo líder dos Talking Heads. Vencedor do Festival da Record em 1968 com "São, São Paulo Meu Amor", o baiano foi letrista de primeira hora dos tropicalistas e com o fim do movimento, despontou para o anonimato. Isso até o cantor americano levá-lo para seu selo Luaka Bop, associado à Warner.

Hoje, com quase 70 anos, o baiano descobriu o elixir da juventude. Fez discos muito bons - entre eles "Com Defeito de Fabricação" - e foi consagrado numa das últimas edições do festival Abril Pro Rock em Recife. Com certeza, Tom Zé está de bem com a vida.

Não se pode dizer o mesmo, por exemplo, de Jards Macalé, que apesar de composições brilhantes, jamais conseguiu um espaço de destaque dentro da MPB. Ele fez parte inclusive do seleto elenco de artistas da Philips, quando a gravadora ligada à multinacional holandesa era uma potência sem igual no país. Mas sua carreira nunca decolou.

Representante de primeira hora da vanguarda da MPB, Walter Franco jamais sentiu o gosto do sucesso. Nascido em 1945, despontou para a música na fase final da Era dos Festivais. Em 1972, no último FIC da Rede Globo, o paulistano inscreveu a música "Cabeça" - totalmente fora dos padrões da época. E implacavelmente vaiada durante a sua apresentação.

"O Que é que tem nessa cabeça, irmão
O Que é que tem nessa cabeça ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode ou não
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode explodir irmão
O Que é que tem nessa cabeça saiba que ela pode explodir ou não."

Ao contrário da platéia, que odiou a canção, o júri - formado entre outros por Nara Leão, Sérgio Cabral, Décio Pignatari , o lendário DJ Big Boy e Rogério Duprat - gostou muito da proposta ousada do compositor e decidiu pela inclusão de "Cabeça", junto com o samba "Nó Na Cana" (interpretado por Mirna e Elson - aquele mesmo que viraria o Elson do Forrogode), como representantes do Brasil na fase internacional do FIC.

Mas os militares pressionaram a Rede Globo, que destituiu o júri inteiro, provocando um protesto furibundo de Roberto Freire, e fez de "Fio Maravilha" a vencedora da parte nacional do Festival.

Walter Franco gravou seu primeiro disco em 1973 - aquele que ficou conhecido como o "Disco da Mosca" e dois anos depois voltou à carga num festival de música - Abertura - da Rede Globo.

"Muito Tudo" era uma homenagem à João Gilberto e John Lennon - nova proposta de música fragmentada, que agradou aos jurados, que lhe deram o terceiro lugar no Festival, atrás apenas de "Fato Consumado" (de um alagoano chamado Djavan) e "Como um Ladrão", de Carlinhos Vergueiro.



E de novo o público, chocado com o resultado, vaiou Walter Franco implacavelmente. A reapresentação das músicas mais bem colocadas era praxe nos Festivais e o Teatro Muncipal de São Paulo era sacudido pelo protesto que fez Walter, o flautista Tony Osanah e o maestro Júlio Medaglia, autor do arranjo, se sentarem no palco para jogar dados imaginários. A turba uivava e a partitura foi rasgada por Medaglia logo depois.

Em 76, Walter fez o ótimo disco "Revolver" e dois anos depois, pela CBS, produziu com mais de duzentos músicos o álbum "Respire Fundo", que tem uma música cujos versos viraram praticamente um dito popular.

"Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranqüilo"

E ainda mostrou gás para participar de mais um Festival de Música, o terceiro em sete anos, desta vez o da TV Tupi. "Canalha" atirava na cara o grito primal e gutural do compositor, numa canção que clamava pela catarse. Polêmica, mais uma. Mas Walter Franco não se vexou e soltou o verbo.

"Mas eu não estava chamando ninguém de Canalha. Estava falando de uma dor canalha, a dor da existência, de todo ser humano. Mas é claro que podem ser feitas outras leituras."

"Serra do Luar" foi a quarta tentativa em 1981, no festival MPB-Shell da Rede Globo. Ele classificou-se para a final, mas não levou nada. Seus últimos trabalhos foram em 1982 e 2000 e nessa época, inscreveu a música "Zen" no Festival da Música Brasileira. Novo fracasso e ele ficou no vazio.

O último dos malditos supracitados é Sérgio Sampaio, capixaba e coincidentemente conterrâneo do Rei Roberto Carlos. Nascido em Cachoeiro do Itapemirim, filho de um fabricante de tamancos e maestro bissexto e de uma professora primária, ouvia Sílvio Caldas e Orlando Silva e se alimentava de música o tempo inteiro.

O primo Raul compõs "Meu Pequeno Cachoeiro", canção que seria consagrada justamente pelo filho mais famoso da terra. De olho na carreira emergente de Roberto, Sérgio Sampaio largou a cidade para trás e veio para o Rio em busca de vôos mais altos.

Virou riponga na Cidade Maravilhosa e em 1970 foi descoberto por ninguém menos que Raul Seixas, então produtor de discos na CBS. Juntos e com a ajuda da cantora Míriam Batucada e do tresloucado Edy Star, fizeram uma traquinagem ao lançar o disco "Sessão das Dez", sob a égide da Sociedade da Grã-Ordem Kavernista.

Anarquia influenciada por Frank Zappa e seu Mothers of Invention, que apresentou pérolas como "Eu Não Quero Dizer Nada" e "Chorinho Inconseqüente". Não se sabe como a censura fez que não era com ela, mas a CBS tomou providências e mandou todo mundo embora.

Os magros e companheiros de ideologia estavam no olho da rua e com ases na manga. Raulzito com "Eu Sou Eu, Nicuri é o Diabo" e "Let Me Sing". Sérgio Sampaio com "Eu Quero é Botar Meu Bloco Na Rua", um grito surdo contra a opressão da ditadura vigente no Brasil.

“Fiz a canção num momento de angústia bastante grande, eu sozinho comigo cantando, e sentia que ela tinha um poder. Depois, mostrei para Raul e ele mesmo disse: ‘Pomba, é isso aí, dá pé, esse negócio aí é legal.’”

E era legal mesmo. Os dois foram atrações do FIC da Rede Globo - o mesmo onde Walter Franco apresentou "Cabeça". Raul incorporou o Diabo e Elvis Presley, com jaqueta de couro negro. E Sérgio Sampaio botou pra ferver com sua marcha-rancho que, apesar da apresentação caótica da eliminatória, foi repescada para a final graças à pressão de Nara Leão.

Contratado pela Philips, Sérgio gravou seu "Bloco" em compacto e vendeu inacreditáveis 500 mil exemplares. E fez seu primeiro disco em 73 com produção de Raul Seixas. Um trabalho muito competente e com músicas ótimas como "Filme de Terror" e "Cala a Boca Zebedeu". Mas nada aconteceu.

Daí em diante, conviveu à margem do sucesso. Submergiu em meio ao álcool, às drogas e a trabalhos esparsos e pouco divulgados. A passagem de um gato preto diante dele numa apresentação de seu show "Enquanto o disco não vem", em 1978, foi interpretada como mau presságio.

Sua morte trágica, graças à pancreatite, aconteceu em 1994 - ano em que gravou seu último álbum - "Cruel", que ganhou vida graças ao trabalho devotado de um fã do magro capixaba: o maranhense Zeca Baleiro, que com esse lançamento inaugura seu selo independente, Saravá Discos.

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Bom senso

Apóio e aplaudo a decisão da Justiça em prender Suzane von Richtofen na noite desta segunda-feira em São Paulo.

Nada mais justo, depois da farsa que foi a sua aparição no programa Fantástico, da Rede Globo, onde seus advogados a orientavam que 'chorasse'. Isso aconteceu por onze vezes durante a entrevista. Mais: a ré confessa do assassinato dos próprios pais, Manfred e Marísia, foi capa da revista Veja.

E como pode a Justiça permitir que uma assassina permaneça em liberdade, tentando manipular fatos e posando claramente de vítima? Ninguém com 22 anos de idade, em sã consciência, se deixa aparecer calçando pantufas ridículas e vestindo camisetinhas com o desenho da Minnie.

Convenhamos, de "menina-moça", Suzane não tem nada. Pelo contrário: mostrou em suas recentes declarações ódio e ressentimento pelo irmão mais novo Andreas e principalmente pelos irmãos Cravinhos (Cristian e Daniel, hoje seu ex-namorado), cúmplices do crime hediondo ocorrido em 31 de outubro de 2002.

Disse que Daniel a obrigava a se drogar constantemente e que o duplo homicídio só aconteceu porque ela estava completamente chapada.

Mas faltou o ingrediente fundamental para que nada disso acontecesse. Suzane não usou o mínimo de cabeça que lhe restava para perceber que seu mundo acabaria exatamente ali.

O promotor do caso, Roberto Tardelli, foi quem pediu à Justiça a prisão de Suzane, em liberdade desde junho do ano passado mediante habeas corpus conseguido por seus advogados que, aliás, estão na mira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em razão da farsa engendrada para fazer de uma assassina confessa a maior vítima dessa história toda.

Este país clama por uma pena máxima para Suzane von Richtofen, Cristian e Daniel Cravinhos. Qualquer que seja o veredito que não lhes deixe o máximo de tempo presos, a opinião pública com certeza cairá matando na decisão.

domingo, 9 de abril de 2006

On the road, Grand-Am!

Sabadão sem fazer porra nenhuma, de folga em casa, lá estava eu zapeando a NET Digital quando me reparo com a Rolex Sports Car Series - ou Grand American Road Racing, no Speed Channel. Claro que fui assistir, né... sou fissurado no negócio... tem ronco, duas ou quatro rodas, pneu queimando, tô dentro.



Enfim, a Grand-Am disputou pela primeira vez uma prova em Long Beach. A categoria é dividida em duas classes - DP (Daytona Prototypes), com protótipos de chassi tubular e motores de alto desempenho com até 5 litros de capacidade cúbica; e GT - para modelos grã-turismo de série.

Nos Daytona Prototypes, a potência dos carros é estimada em 600 HP e as marcas de motores mostram que o campeonato é dos melhores - participam Ford, BMW, Lexus (Toyota), Porsche e Pontiac (GM). Os construtores de chassis são Fabcar, Picchio, Riley, Crawford e Doran.

A presença de pilotos de bom nível também ajuda a Grand-Am a ganhar prestígio. Em Daytona, por exemplo, a prova de 24 Horas foi recheada de pilotos da Nascar, IRL e ChampCar e a vitória foi do Riley Lexus da Ganassi tripulado por Dan Wheldon, Scott Dixon e Casey Mears.

Lá correram cinco brasileiros: Raul Boesel, Roberto Pupo Moreno, Mário Haberfeld, Oswaldo Negri (2º colocado) e Christian Fittipaldi. Desses, só os três últimos disputam o campeonato todo e portanto estavam nas ruas da Califórnia para a corrida deste sábado.

Corrida que, aliás, contou com um impressionante acidente no início, quando Burt Frisselle teve o câmbio de seu carro quebrado e ao parar no meio da longa curva (não existe reta curva) depois do ponto de partida, foi atingido pelo Crawford Porsche de Eddie Cheever e depois, em cheio, pelo Riley Pontiac de Rocky Moran Jr. e Alex Gurney. Uma tremenda porrada.

Felizmente nenhum dos pilotos se feriu e veio imediatamente na mente de todo mundo o susto da sexta, quando Memo Gidley destruiu seu Crawford Ford num forte acidente. O piloto foi substituído por Alex Barron, que vai correr a temporada 2006 da Fórmula Atlantic.

Ah... eu ainda não falei da transmissão. Pois bem... foi um desastre.

Melhor seria se ficasse o áudio em inglês, original. Porque a dupla do Speed, Sérgio Lago e Roberto Figueroa, é lamentável.

Quando citaram a troca de Gidley por Barron, disseram que "talvez o piloto convidado de última hora estivesse de bobeira em Long Beach, bebendo umas e outras"!!!!!!

Nem se deram ao trabalho de saber que Barron está na Fórmula Atlantic, campeonato que, por sinal, o Speed deve exibir este ano.

Afora que trocaram diversas vezes o nome dos pilotos e encheram os ouvidos de quem assistiu de comentários pertinentes como "o piloto está ganhando tempo porque faz um bom contorno de curva". Ou este: "boa disputa entre o número três e o número quatro".

Ah... façam-me o favor! Já fazem automobilismo desde que a temporada da Nascar começou e ainda não aprenderam nada?

A gente ensina um pouquinho... e cobra bem caro por isso.

Em tempo: Luis "Chapulín" Diaz e Scott Pruett, no Riley Lexus do arrogante Chip Ganassi, venceram a corrida, com Mike Rockenfeller em dupla com Patrick Long no Crawford Porsche da Alex Job Racing em segundo. O melhor brasileiro foi Oswaldo Negri, que fez excelente corrida no Riley Lexus da MSR em dupla com Mike Patterson, terminando na quinta posição.

sábado, 8 de abril de 2006

Stock em expansão desenfreada

A principal atração das pistas brasileiras começa neste fim de semana em São Paulo.

E como convém a um evento de grande porte, cresceu. Até demais.

A Stock Car é hoje um campeonato recheado de pilotos (serão mais de oitenta em Interlagos), equipes e divisões - agora são três com a estréia da Júnior. Esta categoria tem um carrinho que mais parece o Cupê Mal-Assombrado do lendário desenho "Corrida Maluca", dotado de motor Yamaha com 1200 cilindradas e 130 HP de potência.

Enfim, o créme de la créme é a V-8, incrementada com a inscrição de 42 pilotos para a abertura do campeonato. Diversos deles com passagens por categorias do automobilismo internacional, Fórmula 1 inclusive. Casos do multicampeão Ingo Hoffmann (o mais velho do grid, com 53 anos), Chico Serra, três vezes vitorioso na Stock, Luciano Burti e de Tarso Marques, que chega para se juntar a eles e mais a Christian Fittipaldi, que está correndo nos EUA neste fim de semana.



Na ala internacional, também se imiscuem Rodrigo Sperafico (foto acima), Hoover Orsi, Felipe Maluhy, Ricardo Maurício, Wagner Ebrahim e muitos outros. Inclusive o bicampeão Giuliano Losacco e o tri-vice-campeão Cacá Bueno, que correu na TC2000 aqui pertinho, na Argentina.

É sem dúvida um grande campeonato, cujo status fica ainda maior graças a volta de um gigante adormecido do nosso automobilismo - a Volkswagen.

Criadora e incentivadora da Fórmula Supervê e da Fórmula Vê, além de injetar somas incríveis no Brasileiro de Marcas, a montadora alemã com subsidiária no Brasil demorou quase 20 anos para perceber que o esporte ainda é uma tremenda ferramenta de marketing direto entre público, fabricantes e patrocinadores.

E quando o fez, atirou no alvo. A Stock precisava se livrar do estigma de "categoria da Chevrolet" e a partir do ano passado, quando aceitou a entrada da bolha do Mitsubishi Lancer, fez valer a abertura de um leque até então inexistente no nosso automobilismo.

Como efeito, a Volks entrou e há uma fila batendo na porta do organizador Carlos Col para que uma das pretendentes (dizem que tem Renault, Ford, Toyota e FIAT na lista) entre como a quarta montadora.

E aí poderá acontecer um fenômeno que já é comum no TC2000 argentino e no DTM, na Alemanha: as montadoras se envolverem de tal forma que sejam criadas torcidas organizadas para os carros, e não para os pilotos. Nos dois campeonatos citados, isto é fato mais do que corriqueiro.

A Stock também incorpora, além da terceira marca em 2006, novidades by Nascar e by Fórmula 1. Da categoria americana, traz o sistema de playoff, onde os dez primeiros colocados até a oitava etapa vão disputar o título nas quatro últimas. Uma iniciativa interessante, mas o sistema de pontuação adotado deixa tudo muito estranho no ar.

Durante um dos programas "Linha de Chegada" da semana passada, sugeri que a pontuação começasse por exemplo de 200 para o primeiro colocado, baixando 10 pontos sucessivamente até o décimo colocado. A Nascar pré-estabeleceu um limite e o cálculo de pontos foi perfeito. Por que não fazer parecido por aqui?

Mas o que sem dúvida vai motivar os pilotos é a Superpole: um treino de dez minutos, tiro curtíssimo, sem limite de voltas, onde os dez melhores ao longo das três sessões oficiais anteriores vão se digladiar pelo melhor tempo no grid.

Tenho certeza de que será um grande campeonato. E aí, você concorda ou discorda do meu ponto de vista?