quarta-feira, 31 de maio de 2006

Filmes Velozes II

Alguém já ouviu falar numa película chamada Winning?

Este com certeza foi um filme que passou despercebido aos olhos dos amantes da velocidade, mas não deveria.

Por vários bons motivos.

Primeiro porque o protagonista é o grande Paul Newman, hoje sócio da escuderia de ChampCar Newman-Haas Racing.

Segundo porque é ambientado em torno da maior corrida americana de monopostos: as 500 Milhas de Indianápolis.

Paul Newman é Frank Capua, um piloto em ascensão no automobilismo que tem como grande sonho, claro, inscrever seu nome no clássico troféu Borg-Warner onde são incrustados os rostos dos vencedores.

Durante as filmagens, ele conheceu a sua atual companheira e também atriz Joanne Woodward, que transportou da telona para a realidade o romance que os dois viveram em "Winning", atrapalhado, logicamente, pelo grande rival de Capua, Luther Erding, vivido por Robert Wagner. Para aumentar ainda mais o drama, o piloto tinha problemas de relacionamento com seu enteado.

Dramalhões à parte, os takes de corrida são fantásticos. A ambientação foi feita na edição de 1969 da prova, por sinal a única até hoje vencida por um membro da familia Andretti - no caso Mario Andretti, naquela em que ele diz ser "uma corrida apenas onde tudo deu certo".

Outros pilotos da época não só emprestaram seu prestígio como também seus rostos para o filme, como foi o caso de Bobby Unser e de Tony Hulman, que vem a ser o pai de Tony George, o malfadado chefão da IRL e dono do Indianápolis Motor Speedway.

terça-feira, 30 de maio de 2006

Filmes Velozes I

Eu sou um apaixonado por automobilismo desde criança, todo mundo sabe.

Então já que é assim, vou aproveitar o meu blog pra comentar sobre cada filme que tem automobilismo que eu já vi na minha vida.

Não poderia começar com outra película que não o épico Grand Prix.



Quarenta anos atrás, John Frankenheimer revolucionou na telona trazendo o glamour e os bastidores escusos da Fórmula 1 para os cinéfilos de plantão.

A música de abertura (cortesia do maestro Maurice Jarre, pai do músico Jean-Michel Jarre) é inesquecível, assim como as cenas iniciais gravadas em Mônaco, onde acontece um grave acidente com os pilotos Pete Aron (James Garner) e Scott Stoddard (Brian Bedford). Numa referência clara aos acidentes de Alberto Ascari em 1955 e de Paul Hawkins dez anos depois, que caíram no mar com seus carros, um dos monopostos voa para dentro da água.

E não há só isso. As presenças femininas são marcantes, em especial as de Eva Marie Saint e da cantora Françoise Hardy, cujas personagens se vêem envolvidas com os personagens de Yves Montand (Jean-Pierre Sarti) e Antonio Sabato (Nino Barlini) - os dois que viviam os pilotos da Ferrari no filme.

Outro personagem decisivo na trama é Mr. Yamura (Toshiro Mifune). Ele chega com sua equipe na Fórmula 1 disposto a vencer e tira Pete Aron, que virara comentarista de TV, da aposentadoria. Sem contar que o próprio piloto aproveita a situação de Stoddard em estado grave no hospital para se envolver com a esposa deste. Que confusão hein?

Há outros takes de corridas verdadeiramente espetaculares, espalhados por todos os circuitos da época: Clermont-Ferrand, Spa-Francorchamps, Brands Hatch e Monza, onde o desfecho do filme acontece, tragicamente, com a morte de Jean-Pierre Sarti.

Outra curiosidade é a participação de Adolfo Celi, ator italiano que foi casado com Tonia Carrero, no papel de Agostini Manetta - personagem evidentemente inspirado no Commendatore Enzo Ferrari.

O filme de Frankenheimer ganhou sete indicações para o Oscar em 1967, vencendo nas categorias técnicas de Som e Efeitos Especiais. Logicamente, não fez grande bilheteria, mas se tornou um cult movie por ser o pioneiro no quesito automobilismo.

Sem dúvida, "Grand Prix" é um filme para ver, rever e guardar na memória. E a versão em DVD está prestes a ser relançada, para o meu, o seu, o nosso deleite de quem curte velocidade.

Separados pelo nascimento

Depois dizem que é implicância.

Mas que Michael Schumacher se parece muito com Dick Vigarista, ah... parece!

Diria que foram separados no nascimento.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

Fenômeno da música, doa a quem doer

Há muito tempo eu vinha me prometendo escrever sobre um cantor que eu considero um fenômeno.

Podem ter certeza de que ele merece a distinção porque, mesmo fora da mídia há muitos anos, ele consegue ter uma de suas músicas como uma das mais executadas de todos os tempos.

Este tópico não poderia ser outro senão sobre Morris Albert.

Sim, Morris Albert, que apesar do nome artístico em inglês era brasileiríssimo. E batizado Maurício Alberto Kaisermann ao nascer em 1951 no estado de São Paulo.

Depois de peregrinar como cantor e guitarrista em diversos grupos, assumiu a identidade "estrangeira" para cantar músicas em inglês. Em 1973, aos 22 anos, estourou com "Feelings", que entrou na trilha sonora da novela Corrida do Ouro, da Rede Globo.

Feelings
Nothing more than feelings
Trying to forget my
Feelings of hate

Teardrops
Rolling down on my face
Trying to forget my
Feelings of hate

Feelings
For all my life I'll feel it
I wish I've never met you, girl
You'll never come again

Feelings
Wo-o-o feelings
Wo-o-o, feel you again in my arms.

Feelings
Feelings like I've never lost you
And feelings like I'll never have you
Again in my heart

Feelings
For all my life I'll feel it
I wish I've never met you, girl
You'll never come again

Feelings
Feelings like I've never lost you
And feelings like I'll never have you
Again in my life

Feelings
Wo-o-o feelings
Wo-o-o, feelings again in my arms

Feelings...


A música entrou imediatamente no mercado internacional e alavancou a carreira do cantor. Foram 300 mil álbuns vendidos e em 1975, "Feelings" chegou ao 45º lugar do Top 100 da prestigiada publicação musical Billboard, onde permaneceu por 32 semanas.

Tanto quanto "Garota de Ipanema", "Feelings" é uma das músicas mais regravadas de um autor brasileiro - e por ninguém menos que Elvis Presley, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Johnny Mathis e Sarah Vaughan. Só feras... E foram 10 milhões de cópias no mundo inteiro.

Em 98, quem surpreendeu foi o grupo punk Offspring, ao regravar a canção no álbum Americana. Nesse mesmo ano, o francês Louis Gasté também surpreendeu Morris Albert ao acusá-lo de plágio de sua canção "Pour Toi". O caso foi parar na justiça e desde então ele tem que pagar 88% de royalties a Gasté.

A carreira de Morris não se resumiu ao que poderia ser considerado um brilharete numa época onde, além dele, muitos cantores brasileiros como Michael Sullivan, Julian, Chrystian e Mark Davis exploraram o filão das músicas em inglês.



Em 1975, ele lançou "Leave Me" com pompa nos EUA e dois anos depois foi recebido como popstar para uma apresentação histórica no Maracanãzinho, onde deitou e rolou com seus hits e apresentou mais um sucesso: "Conversation".

Can we have a conversation ?
Walk together for a while
Just for your own information
I have enough time for us

I'm getting tired of all these matters
I'm trying to bring back the beauty of our life
I need every minute to get to know you

Why not be happy and love all the love
Somebody who loves you is ready to give you ?

Let's get together and have a conversation
Getting together, conversation

I don't need a consolation
Let's walk together for a while, that's all
Our love is not a violation
There's plenty of time for us

I'm getting tired of all these matters
I'm trying to bring back the beauty of our life
I need every minute to get to know you
Just love this man who needs to love you

Let's get together and have a conversation
Getting together, conversation


No ano seguinte, ele estourou com seu último grande sucesso, "She's My Girl" e ainda teve o privilégio de ver a canção "Gonna Love You More" gravada pelo excepcional guitarrista George Benson.

Desde os anos 80, ele vive na Itália com sua família. E de vez em quando aparece por aqui pra dar uma canja.

"Arremessoooou... aro!"

A gente sempre escuta os locutores falarem o título desse tópico nos jogos de basquete, certo?

Pois é... e muito me chateia saber que o esporte no Brasil está indo de mal a pior.

Nem é preciso dizer o porquê. A cizânia política entre o presidente da CBB, Gerasime Grego Bozikis e o antigo jogador da seleção brasileira, Oscar Schmidt, fez estourar uma crise sem precedentes - e que acerta em cheio inclusive no rendimento da equipe nacional, que há anos não se classifica para uma Olimpíada e quando vai para os Mundiais, só faz figuração.

E tudo isso com jogadores hoje conceituados na liga profissional americana, a NBA, como Leandrinho, que brilha no Phoenix Suns.

Além do nível não ser dos melhores, existe a falta de planejamento da CBB e a guerra de egos travada entre Grego e Oscar, que formou a Nossa Liga - uma competição paralela ao Campeonato Nacional - em represália aos desmandos e às más condições do esporte no país.

Ambas as partes até tem razão nessa batalha em alguns pontos. Mas em vez de lutarem por interesses comuns, minam o manancial do basquete brasileiro e o resultado está aí.

Infelizmente vivemos do passado. Lembramos de um bicampeonato mundial em 59/63 e outros bons desempenhos como um vice-campeonato em 71, um terceiro posto em 77 e um quarto lugar em 86.

Em Olimpíadas, nosso último grande resultado foi um bronze em 64.

O basquete feminino ainda conseguiu uma prata, um bronze e um quarto lugar nas três últimas Olimpíadas, além do título mundial em 1993. Era o auge da geração Paula e Hortência, que junto com Janeth formam o último glorioso trio de ferro do nosso esporte.

Verdadeiramente lamentável.

A perspectiva de melhoria do basquete brasileiro, diante de tudo isso, é próxima de zero.

Chega de arremessos no aro.

Queremos ver cestas de três pontos e grandes jogadas.

Chega de vergonha!

Inimigo número um

Um amigo meu de Orkut me mandou um link com a entrevista de Tony Kanaan ao final das 500 Milhas de Indianápolis.

O piloto brasileiro tinha a corrida nas mãos, mas em razão de uma bandeira amarela (o imprevisível das corridas em ovais), acabou fechando a prova na quinta posição - muito abaixo do que ele esperava.

Mas o mais surpreendente, vindo do campeão de 2004, foi o desabafo sobre o piloto americano Sam Hornish Júnior, vencedor da corrida.

"Com certeza o Sam tinha o melhor carro no mês inteiro, mas na hora em que o pau comeu ele deu uma afinadinha", provocou. "Infelizmente, alguém lá em cima escolheu que era o dia desse cara. Pior ainda: é porque eu não gosto dele."

Pano rápido.

domingo, 28 de maio de 2006

O 'troca-troca' ajudou Barrichello...

Todo mundo viu que neste fim de semana os pilotos Tony Kanaan e Rubens Barrichello trocaram de capacetes. Um correu com o do outro - Rubinho em Mônaco e Tony em Indianápolis, nas 500 Milhas da IRL.

Os dois são quase irmãos, se conhecem dos tempos do kart e tocam juntos um projeto de reabliitação social muito legal chamado Instituto Barrichello-Kanaan.

E no troca-troca a gente viu quem saiu ganhando.

Correndo com o capacete azul e vermelho de Tony, Barrichello conseguiu o quarto lugar nas ruas do Principado e até poderia ser terceiro se não fosse punido com um drive through por excesso de velocidade nos boxes.

Kanaan, por seu turno, liderou boa parte das 500 Milhas de Indianápólis e atacou no momento certo para pegar a primeira posição. Mas, prejudicado por um acidente de Felipe Giaffone a poucas voltas do fim, precisou reabastecer e chegou na quinta posição.

O vencedor, quem diria, foi Sam Hornish Jr., que na primeira vez que consegue terminar a prova inteiro, venceu com apenas 63 milésimos de vantagem sobre Marco Andretti.

Não, não escrevi errado não. É o filho de Michael e neto de Mario, estreando em Indianápolis já com um resultado fantástico.

O Príncipe, a Realeza e os Sapinhos de Mônaco

Acabou há pouco o GP de Mônaco. E nada mais sintomático do que Fernando Alonso vencendo nas ruas de Monte Carlo, recebendo o troféu de vencedor das mãos do Príncipe Albert, regente do principado.



A realeza da família Grimaldi se curva ao talento do Príncipe das Astúrias - que na minha opinião vai faturar o bicampeonato.

Duvidam? Alonso é o tipo de piloto que mescla, em doses idênticas, agressividade, talento, argúcia tática e muita sorte.

Hoje ele não tinha o carro mais veloz, mas soube segurar Kimi Raikkönen atrás de si até a entrada do Safety Car. E depois que o motor Mercedes do carro do finlandês bichou, aí o caminho ficou livre para o piloto da Renault.

De resto, são dignas de aplausos as atuações de David Coulthard, no primeiro pódio da Red Bull na Fórmula 1 (e ele usou a capinha do Superman, ha ha ha!) e de Rubens Barrichello, que suportou a pressão do Schumacher nas voltas finais. "Pra me passar só se fosse por cima", comentou o piloto, que no último dia 23 completou 34 anos de idade.

Por falar no alemão, o que se falou dele neste fim de semana lá em Mônaco, aqui no Brasil e no mundo inteiro é que a atitude do treino de sábado foi indigna de um quebrador de recordes. E nem Reginaldo Leme resistiu, chamando-o de Dick Vigarista.

Como diria um coroné de novela, é justo, muito justo, é justíssimo.

***

Duas outras coisas sobre Fórmula 1 para arrematar:

Primeira, que Flavio Briatore é impressionante como chefe de equipe. O homem está cada vez mais poderoso. Meteu a boca no mundo, chamou Schumacher de "bastardo" pra baixo e, como se não bastasse, não só janta com Bernie Ecclestone como ao fim da corrida foi cumprimentado efusivamente pelo presidente mundial da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn.

Briatore, "Il Padrone", é Deus em Enstone e em Viry-Chatillon.

Segunda, que o conhecido narrador das transmissões da F-1 não perdeu a chance de alfinetar o Nelson Ângelo Piquet, ao dizer que ele é vice-líder do Lewis Hamilton na GP2, que assistia à corrida com fones de ouvido da equipe McLaren ao lado da esposa de Ron Dennis.

O inglês é talentoso, Dennis aposta nele, et cetera e tal, mas vamos com calma.

Eu ainda não aposto que Hamilton será piloto titular da McLaren em 2007, mas posso quebrar minha cara. Sabe-se que Montoya recebeu uma oferta de renovação pra mais uma temporada, mas os dólares que Dietrich Mateschitz esfrega na cara do colombiano podem fazer uma reviravolta no mercado de pilotos.

E aí Hamilton poderá ser o companheiro de Fernando Alonso.

Mas na categoria máxima, o buraco é muito, mas muito mais em cima.

sábado, 27 de maio de 2006

A criptonita do Schumacher...

Bomba!

Nos bastidores de Mônaco, descobriu-se quem foi o responsável pela desclassificação de Michael Schumacher!

Eu estou ouvindo ao fundo a risadinha sarcástica do Muttley, mas não tem nada a ver com ele. Troquemos de desenho animado e chamemos então o novo Super-Homem do pedaço!


Tá certo que a Red Bull faz umas coisas muito bacanas na Fórmula 1, mas... colocar David Coulthard de capinha vermelha e macacão com o escudo do homem de aço no peito, aí já é demais, não é não?

Só há um detalhe extra: DC já venceu duas vezes em Mônaco e não é nenhuma surpresa vê-lo andar forte ali. Ele larga em sétimo no domingo e se o povo bobear...

A verdadeira Esquadrilha Abutre


Que tal substituir os nomes dos personagens do desenho da Esquadrilha Abutre?

Vamos brincar?

Dick Vigarista é Michael Schumacher

Zilly é Ross Brawn

Klunk é Jean Todt

Muttley é Willi Weber

Parabéns aos comissários que, mesmo depois de sete horas (precisavam de tanto tempo?) de deliberações, decidiram pela justíssima punição ao heptacampeão mundial, que assim larga da última posição em Mônaco.

Definitivamente, uma corrida para não se perder.

Sob (muita) suspeita

Ocioso dizer que Michael Schumacher fez seu nome na Fórmula 1 como destruidor de recordes e dono de sete títulos mundiais. Isso todo mundo sabe.

O que muita gente também sabe, pelo menos os que têm boa memória, é que, entre as facetas do alemão, está o mau-caratismo que mancha sua carreira.

Não vou perder tempo relembrando o episódio com o Hill em Adelaide e também com Jacques Villeneuve em Jerez de la Frontera. Um lhe deu um título e o outro custou-lhe a exclusão do campeonato.

Neste sábado, a segundos do fim da classificação para o Grande Prêmio de Mônaco, o "Máicol", como costumam chamar seus antigos e novos coleguinhas de Ferrari, parou de forma suspeitíssima com seu carro na curva Rascasse - um gancho feito em primeira marcha a velocidade reduzida. Detalhe: a pelo menos 300 metros da linha de chegada.

O que ganhou o alemão com isso? Ora... o direito de, por enquanto, largar na pole position, superando o líder do campeonato e atual campeão mundial Fernando Alonso.

Vendo as imagens repetidas à exaustão no fim do treino, concluí do sofá de casa o seguinte:

Schumacher tinha TODAS as condições de corrigir o erro (se é que errou) e se manter na pista para completar a volta. E ficou parado na parte de fora da curva, provavelmente de propósito. Quem vinha atrás dele pegou bandeira amarela e Alonso, com toda razão, chiou barbaridade.

"Eu estava três décimos mais rápido naquela volta", comentou o asturiano.

Flavio Briatore, que não tem papas na língua, xingou o alemão de "bastardo", o que em bom italiano significa um epíteto nada agradável.

E com que cara-de-pau o empresário e sócio de Michael Schumacher - infelizmente o espelho do que é a Fórmula 1 de hoje, repleta de oportunistas - era só sorrisos pela 67ª pole do piloto da Ferrari.

A categoria máxima volta a ficar vermelha.

Mas desta vez, vermelha de vergonha.

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Franklin Martins na Band

Numa sexta-feira repleta de novidades, eis que Franklin Martins (foto abaixo), cuja saída da Globo foi surpreendente e conturbada, assinou com a Bandeirantes para ser o analista político da emissora paulistana.



Perde a Globo porque trata-se de um profissional correto, educado e muito bem-informado sobre os meandros da política em Brasília - onde dirigiu a sucursal da emissora.

Mas segundo uma matéria da revista Veja (sempre ela), Franklin teria intercedido para garantir a nomeação de parentes em cargos públicos. O jornalista negou tal fato e chamou o articulista Diogo Mainardi de "difamador".

Se isto foi decisivo para a não renovação de seu contrato, já não posso dizer. As más línguas diziam que Franklin praticava tráfico de influências no governo Lula - no que particularmente duvido.

Tem muito jornalista que faz as maiores sacanagens para conseguir furos e passar por cima de colegas de trabalho. Mas não acho que isto seja do caráter do Franklin Martins.

Para quem não sabe, em seu site - ainda hospedado na Globo.com - há fotos dos seus tempos de líder estudantil. Ele foi preso no famoso Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) em Ibiúna, interior de SP, em 1968. E no ano seguinte, integrou o grupo que seqüestrou o embaixador americano Charles Elbrick, o que forçou o governo a libertar quinze presos políticos.

Depois dessa, ele ganhou ainda mais a minha simpatia.

Rock In Rio, ô pá!

Fosse em outras épocas, essa cidade estava fervilhando.

Mas começou nesta sexta-feira a 5ª edição do Rock In Rio - e a segunda realizada em... Lisboa!

Isso mesmo. A terrinha d'além mar é que recebe os artistas em dois fins de semana para uma série de shows organizados pela Artplan de Roberto Medina - que não satisfeito em faturar um troco bem considerável, ainda faz do nome do evento uma marca "comum" como se fosse por exemplo a Coca-Cola.

O Rock In Rio está longe de ser uma Coca-Cola em sua versão 2006. Principalmente pelo naipe de artistas convidados. Com a honrosa exceção de Jamiroquai, Carlos Santana, Roger Waters, Red Hot Chili Peppers, Sting, Marcelo D2 e Orishas, o resto praticamente pode ser ignorado.

Desde quando Ivete Sangalo, por exemplo, é roqueira? E conferiram à cantora baiana o duvidoso privilégio de abrir o evento nesta sexta-feira. Leio no UOL que ela cantou uma "versão" de 'Imagine', o clássico de John Lennon.

Melhor nem imaginar como ficou...

Mas, claro, nada supera em termos de "arroz de festa de Rock In Rio", a presença do maior grupo pop que não lança um disco há QUINZE ANOS!

Quem mais poderiam ser se não os detestáveis Guns N'Roses?

Realmente, depois de 2001, ficamos órfãos de grandes eventos musicais no Rio de Janeiro. Ainda bem que naquele ano, REM, Foo Fighters e principalmente o véio Neil Young, que mostrou pra muito garotão como é que um homem de 65 anos toca guitarra, vieram aqui para nos redimir.

Sobre os shows de Lisboa... será que seria pedir demais ao Roger Waters deixar o ranço de lado e tocar alguma coisa boa de Pink Floyd - por exemplo, a faixa 'Dogs' do disco Animals?

Edouard Michelin (1962-2006)

Um dos maiores fabricantes de pneus do planeta está de luto.

O atual presidente da Michelin, Edouard Michelin, morreu tragicamente nesta sexta-feira, vítima de um naufrágio seguido de afogamento.

Ele fora pescar com o amigo Guillaume Normant, responsável pelo comitê de pesca da localidade de Auderne, nas proximidades da ilha de Sein, na Bretanha. O mar estava calmo, mas havia uma densa neblina que só baixou por volta de meio-dia.

O naufrágio continua sem explicação por parte das autoridades e Normant continua desaparecido.

Edouard Michelin tinha 43 anos e desde a década de 90 ocupava o cargo de presidente da empresa francesa, cujo símbolo é o simpático boneco Bibendum.

A Michelin é a atual campeã mundial de Fórmula 1 com a equipe Renault e o piloto espanhol Fernando Alonso. Ainda não se sabe se haverá homenagens a Edouard Michelin por ocasião do GP de Mônaco, neste domingo.

Não tem o carro do Senna... nem o do alemão!

Moçada que gosta de automobilismo, é hora de coçar o bolso!

Saiu pela editora Altaya / Planeta de Agostini a coleção 100 Anos do Automóvel de Competição. São os mesmos que publicam as miniaturas e os fascículos que celebram grandes motos e pilotos do passado e do presente.

Das motocicletas, aliás, já tenho oito, entre elas a Honda RC211V do primeiro título de Valentino Rossi na MotoGP e a Yamaha M-1 com a qual o brasileiro Alex Barros naufragou em 2003.

Tal como na coleção das motocas, serão 50 fascículos e miniaturas, com os mais variados carros - do rali à Fórmula 1.

E para nenhuma surpresa minha, quem foi contemplado com o número um da coleção foi o Brabham BT52 de Nelson Piquet - o primeiro carro campeão do mundo com motor turbo (a miniatura na foto abaixo).



O site da Editora já tem a lista dos 50 carros contemplados. E o preço não é muito convidativo: o primeiro sai por R$ 14,95. Os demais, por R$ 34,95.

E para desespero das viúvas e dos fãs do alemão queixudo...

Não tem nenhum carro do Senna! E nenhum carro do alemão!

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Marc Surer

Fiquei fã do Marc Surer por causa de sua corridaça no GP do Brasil de 1981. Naquela ocasião, ele nem era o piloto oficial da equipe de Morris Nunn. Acredite quem quiser, a vaga seria de um colombiano chamado Ricardo Londoño-Bridge, mas a FIA vetou a participação dele no campeonato daquele ano.

Campeão de F-2 em 1979 com o March-BMW, Surer sempre foi um piloto muito rápido, mas até aquele dia 29 de março, nunca dera muita sorte na categoria máxima. Criado em provas de rali, ele se sentiu muito à vontade no piso molhado. E num tempo onde as equipes pequenas ainda podiam conquistar um brilharete, Surer fez muito mais.

Largou em décimo-oitavo, fez uma prova excepcional galgando posições até chegar em quarto - um dos melhores resultados de sua carreira. E ainda marcou a melhor volta da corrida, num acontecimento que surpreende até hoje, como se percebe.

No meio do ano, com a entrada dos dólares do chileno Eliseo Salazar, Surer perdeu a vaga e foi se refugiar na Theodore. Em sua última corrida pela escuderia Ensign, ainda salvou um ponto chegando em sexto no GP de Mônaco.

Em homenagem ao piloto suíço, coloco aqui a foto do Ensign N180B Cosworth com o qual ele brilhou na chuva, em Jacarepaguá. Aqui, Surer acelera em Zolder, na Bélgica.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Cravada!

Quem me conhece sabe que sou longe de ser um sujeito arrogante, muito pelo contrário. Como jornalista, procuro atender a todos que me procuram no Orkut, Messenger ou e-mail com extrema paciência e prazer.

Mas há situações onde a gente tem que mostrar que sabe do que está falando.

Cito então no almoço já comentado no tópico anterior um papo informal entre alguns dos que participaram do programa Linha de Chegada - eu inclusive. Quando falou-se da transmissão da primeira corrida da Stock Car em 79, Cacá Bueno encheu o peito e disse que o pai tinha narrado a temporada daquele ano. E eu emendei: "Fez a Fórmula 1 em 80 e só voltaria a transmitir provas em 82. Nesse meio-tempo a Globo pegou o campeonato de novo e era Luciano do Valle narrando com o Regi comentando."

Pra que... falar que o pai não fazia F-1 naquela época o deixou cabreiro. Galvão já fora contratado pela Globo sim, em 1981. Mas só vinha fazendo futebol, pelo que me lembro muito bem. E eu acompanhei naquele ano, como já fazia desde 78, todo o campeonato de F-1 torcendo pelo Nelson Piquet. E não tenho e nunca tive dúvidas que o Luciano era o narrador, no que o Regi concordou comigo.

Aí o Cacá resolveu cutucar a onça com vara curta...

"Se você fala que sabe tudo daquela época, me diz aí os seis primeiros do GP do Brasil de 1981!"

Um por um, mandei a classificação: Carlos Reutemann, Alan Jones, Riccardo Patrese, Marc Surer, Elio de Angelis e Jacques Laffite. Minha memória, sempre elogiada, não me traiu e esse foi o resultado final daquela prova, à qual eu assisti tomando chuva nas velhas arquibancadas de madeira de Jacarepaguá e frustrado pela má atuação do meu ídolo Nelson Piquet.

Não satisfeito, cutucou a fera de novo...

"Quem fez então a melhor volta? Diz quanto o cara virou na chuva?"

Aí pensei... vou dar uma cravada nele, e respondi, na bucha: "Marc Surer, que corria com Ensign, virando em 1'54"302". A risada foi geral, claro, mas eu tinha certeza de que estava duplamente certo.

Até a bíblia da F-1, o Marlboro Grand Prix Guide, foi acionado via rádio pelo Márcio Fonseca, que também estava no almoço.

Bingo!

Quem foi o autor da melhor volta? Marc Surer...

Qual o tempo de volta? 1'54"302..

Querem a prova? Experimentem checar no site chicanef1.com.

E por favor não caiam de costas, porque a minha memória, com o perdão da expressão, é foda!

Mandando Um Abraço pros Velhos Mutantes

Amigos e amigas, depois de umas 48 horas sem atualizar qualquer coisa no blog, cá estou de volta. Passei ontem e hoje por São Paulo, onde participei do programa Linha de Chegada, do querido amigo e craque do jornalismo automobilístico Reginaldo Leme.

Após o almoço quase sempre habitual no Villa Alvear, ele me deu uma carona para o hotel onde eu pegaria minha malinha pra voltar pro Rio. E fomos conversando especialmente sobre música, naturalmente sobre Mutantes.

Ora, e por que?

Porque o irmão do Regi, Dinho Leme (na foto abaixo), foi o baterista do grupo nos anos 60 e 70.



Ele não era um membro nato do grupo como Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias, que se destacavam pelas composições e por suas participações marcantes nos Festivais da Canção promovidos pela Record e pela Globo.

Viemos lembrando no nosso papo que eles foram grupo de apoio de Gilberto Gil, em "Domingo no Parque" e de Caetano Veloso, na polêmica performance de "É Proibido Proibir". E também defenderam suas próprias músicas, classificando-se em 1968 com "Caminhante Noturno" - aliás, na final no Maracanãzinho, Rita ligou um gravador onde se ouvia "É Proibido Proibir" (brilhante idéia!) e quatro anos mais tarde, com "Mande Um Abraço Pra Velha".

Ótimo baterista, Dinho mostrou competência de sobra e se firmou no grupo assim como Arnolpho Lima Filho, o ultraconhecido produtor e baixista Liminha, que assinou os melhores trabalhos dos Titãs nos anos 80 e de muitos outros artistas.

Quarenta anos depois do surgimento do grupo e do movimento da Tropicália, os Mutantes foram convidados a se reunir e tocar em Londres, no Barbican Hall. Convite feito, Rita Lee imediatamente declinou - mas deu a bênção para a reunião do grupo. Liminha aceitou, mas impôs nos primeiros ensaios o uso da tecnologia de gravação que ele hoje domina. Bateu de frente com Sérgio Dias e também caiu fora do projeto.

Restaram Arnaldo, Sérgio e Dinho, aos quais se juntou Zélia Duncan, que deu conta do recado nos ensaios e no show da última segunda-feira, onde 3 mil pessoas lotaram a casa e foram ao delírio com a volta triunfal dos Mutantes depois de 33 anos.

Posto agora um trecho da matéria que o UOL colocou em seu site nesta terça, assinada por Thomas Pappon:

Os Mutantes optaram por arranjos originais, substituindo as orquestrações mais complicadas por gravações ou samplers, como em "Dom Quixote", e preservando as harmonias vocais – sempre distintas, um dos grandes fortes do grupo.

Serginho comandou a banda e os vocais e mostrou porque era tido como o maior guitarrista de sua geração em vários solos.

Arnaldo, discreto no teclado e vocais, irradiava carisma e alegria por estar ali. Cantou "Dia 36", que ficou impecável. Mas bom mesmo foi ouvir as vozes de Serginho e Arnaldo, juntas. É como visitar o bairro da Pompéia, São Paulo, em 1969.

À medida que a banda relaxava e ganhava confiança, o público se animava mais ainda. Mandaram bem em "Ave Gengis Khan", "Desculpe, Babe" (em inglês), "Technicolor", "Virgínia", "Cantor de Mambo", "El Justiciero" (com uma brincadeira de Serginho, dizendo que o primeiro-ministro britânico Tony Blair iria chamar "el justiciero" George W. Bush para acabar com o crime na Grã-Bretanha), "Minha Menina" (bem conhecida do público britânico, graças ao sucesso de uma versão recente feita pelo grupo The Bees), "Baby" (sensacional), "Le Premier Bonheur Du Jour", "Dois Mil e Um" e "Top Top".

À altura de "Ando Meio Desligado", "Bat Macumba" (com participação do cantor neo-folk americano Devendra Banhart, nos backing vocals) e "Panis et Circensis", o Barbican era uma farra só: todo mundo de pé, pessoas dançando, cantando junto e gritando "we love you".

Nos camarins, Serginho e Dinho contaram do sufoco dos ensaios e da ansiedade com o primeiro show depois de tantos anos. O clima era de alívio e felicidade. Os Mutantes conquistaram o público, como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se nunca tivessem sumido.

E esse foi só o primeiro show. Fico pensando como vai ser o quarto ou quinto, quando estarão nos Estados Unidos. Vão estar tinindo, provavelmente fazendo justiça às palavras da revista "Time Out" na semana passada, que os chamou de "a maior banda psicodélica de todos os tempos".

Faço minhas as palavras do Thomas.

E mando um abraço pros velhos de guerra - Dinho (em especial), Arnaldo e Sérgio Dias

sexta-feira, 19 de maio de 2006

Trinta e cinco

Eu gosto de fazer aniversário.

E não tenho vergonha em dizer: estou completando hoje 35 anos de idade.

Ainda bem que, até agora, fui brindado com um dia maravilhoso, céu azul, quase sem nuvens. Só não foi perfeito porque a final da Copa do Brasil vai ser entre Flamengo x Vasco, mas enfim...

Na verdade, pra mim é uma benção poder fazer o que eu gosto na vida, cercado de pessoas queridas, sempre. Essa vibração positiva é fundamental e é o que me move a conquistar as coisas, almejar novos objetivos e, passo a passo, crescer.

Aprendo com meus erros, aprendo com os erros dos outros e trago isso comigo como uma grande lição.

Lamento por quem tem sentimentos mesquinhos a meu respeito, mas não posso fazer nada. Sou uma pessoa feliz e realizada. Falta alguma coisa, ainda. Mas como disse um amigo meu com propriedade, o resto pinta de bandeja.

Basta que a gente queira!

E fico muito feliz com o carinho dos amigos... já recebi quase 300 mensagens no Orkut e isso não tem preço!

Obrigado Deus por mais esse dia e obrigado à minha mãe, que hoje também faz aniversário!

quinta-feira, 18 de maio de 2006

TÁ CHEGANDO A HORA!

Falta pouco pra "cilindrada" deste que escreve neste blog e para a minha digníssima mãe aumentar mais um número...

A minha vai pra 3.5!

A da minha mãe, evidentemente, não posso divulgar. Digamos que ela tenha um "motorzão" de respeito!

Abobrinhas e Absurdos

Deu na Folha de S. Paulo desta quinta. Abre aspas:

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), apontou o que chama de responsabilidade da "minoria branca" de São Paulo pela onda de violência no Estado, que se agravou com os ataques e rebeliões comandados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital desde a sexta-feira.

Fecha aspas.

Mas esta figura tem uma língua maior do que a boca, não é não?

Apontar culpados pela barbárie que aconteceu nos últimos dias é muito fácil.

O pior é não olhar para o próprio umbigo e perceber que o problema começou quando Geraldo Chuchu Alckmin foi eleito governador de São Paulo em 2002.

Com sua postura de estadista de merda, que agora quer levar para o Palácio do Planalto, o tucano saiu peitando o poder paralelo a três por dois, bradando que seu governo não negociava com bandido.

Bravatas que caíram por terra porque, o que mais o sucessor do Chuchu e sua turminha até agora fizeram foi exatamente o contrário do que ele preconizava.

E se houve acordo, este já foi por água abaixo, porque durante a madrugada já foram incendiados cinco ônibus e registrados três ataques contra forças de segurança na Grande SP e em Valinhos.

Mas o maior absurdo não está estampado na Folha, que prefere dar voz a um político cujo governo começa muito mal, com traços de extrema incompetência.

Os outros jornais arrombam as manchetes com a história de que um depoimento secreto de dois delegados do DEIC à CPI do Tráfico de Armas foi vendido por 200 reais a dois advogados que atuam em favor da facção crimimosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

E por intermédio destes advogados, as gravações teriam chegado ao comandante do PCC, Marcos Williams Camacho, o Marcola, que liderou a megarebelião ao ouvir dos policiais que presos de alta periculosidade seriam transferidos. Isso irritou o bandido, que deu ordem para a onda de crimes.

Agora a pergunta que não quer calar.

Dá pra confiar em mais alguém quando o assunto é polícia, bandidos e tráfico de drogas?

Existem policiais honestos? É claro que sim. Mas eles compôem uma parcela micro num universo macro de corrupção e vergonha que assola este país dia após dia.

E quanto ao sr. governador de São Paulo, como vovó já dizia, bundinha de pato refresca é na lagoa!

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Ai de nós... ai da música popular brasileira...

Olho agora uma notícia falando do Prêmio Multishow de Música e lamento pelo estado atual da música brasileira.

Na Era de Ouro dos Festivais, brotou talvez a nossa mais profícua e talentosa geração de cantores, cantoras e compositores em todos os tempos - excetuando-se os gênios Tom Jobim e João Gilberto, a saber: Chico Buarque, Jorge Ben, Gal Costa, Nara Leão, MPB-4, Caetano Veloso, Os Mutantes, Gilberto Gil, Tom Zé, Milton Nascimento, Paulinho da Viola, Antônio Adolfo, Tibério Gaspar, Ivan Lins, Aldyr Blanc, Gonzaguinha, Baden Powell, Paulo César Pinheiro, Martinho da Vila, Clara Nunes, Antônio Carlos e Jocafi, Raul Seixas, Fagner, Sérgio Sampaio, Sérgio Ricardo, Edu Lobo e muitos mais que a memória omitiu.

Pena que como tudo que é bom acaba, em 1972 a fonte secou e depois de uma ou outra nesga de revelações nos anos 70/80, onde surgiram por exemplo Djavan, a coisa não funcionou mais.

O rock brasileiro explodiu como uma bomba sonora mas, como tudo que é bom acaba, perdeu seu encanto com a morte dos ícones Cazuza e Renato Russo. E a perda do soul man Tim Maia foi e ainda é difícil de ser digerida para quem conviveu com o brilhantismo do síndico.

Enfim, dei muitas voltas até falar dos vencedores do prêmio do canal Multishow da Globosat.

As escolhas do público normalmente são duvidosas porque há muito tempo só toca coisa ruim em rádio, graças ao jabaculê que paga para que uma determinada faixa tenha execução maciça.

Por isso não foi difícil para Ana Carolina abocanhar os prêmios de melhor disco do ano (junto com Seu Jorge) e de melhor cantora, graças à intragável "É isso aí".

Mas não acabou: Marjorie Estiano ganhou o prêmio de revelação. Um absurdo levando-se em conta que entre os concorrentes estavam os ótimos grupos de rock Leela e Cachorro Grande, que há tempos vêm dando o sangue por um lugar ao sol na música. Marjorie é uma atriz mediana e cantora medíocre que, graças à sua participação em Malhação, virou estrela da noite pro dia. Também, alguém disse que ela cantava... e ela acreditou.

Outro absurdo: Rodrigo Amarante, do insuportável Los Hermanos, como instrumentista do ano! É.. para uma música que tem gente do brilhantismo de Jorge Benjor, Roberto Frejat, Bi Ribeiro e tantos outros, premiar o cantor e guitarrista do grupo carioca é muita falta de opção.

Mas o ponto mais baixo da noite foi, sem dúvida, a premiação de melhor música do ano: "Ai ai ai", da cabelo-de-vassoura Vanessa da Mata - outra que provavelmente acreditou nas palavras de alguém e resolveu investir na carreira de cantora. Desafinada, fraquíssima, e cantando uma música péssima... realmente ela não é do ramo.

Será que depois dessa premiação terei que viver só de lembranças?

Por isso dizem que estou ficando chato. É... pode ser.

São Pedro não dá trégua

São Pedro, ou melhor, St. Peter lá nos EUA, não dá trégua em Indianápolis.

Chove sem parar no templo sagrado do automobilismo americano e os treinos para a 90ª edição da Indy 500 seguem prejudicados dia após dia.



O pole day que definiria os 11 melhores do grid era no sábado... choveu.

O treino de domingo classificaria, desse modo, 22 pilotos... choveu de novo.

A última esperança é que no próximo sábado, dia 20, os pilotos entrem na pista para compor os 33 lugares no grid. No domingo, quem não se sentir satisfeito ou não andar no sábado, terá uma última chance - é o bump day.

Esta Indy 500 foi marcada por mais um esforço inaudito de Tony George e seus pares em conseguir o número de carros participantes. E deram sorte: havia 32 pilotos até a última segunda-feira, quando o Team Leader confirmou PJ Jones no segundo carro de sua equipe e Max Papis foi recrutado por Eddie Cheever, somando então 34 participantes e pelo menos seis carros com vagas em aberto.

Candidatos à desclassificação não faltam e o meu favorito é o canadense Marty Roth, famoso porque, em 2005, levou uma bandeira preta durante a prova por andar muito devagar! Imaginem só... ele virava entre 196 e 200 mph e mesmo assim foi desclassificado...

Seis brasileiros estão inscritos: além dos costumeiros nomes - Tony Kanaan, Hélio Castroneves, Vítor Meira e Felipe Giaffone, também estão presentes Aírton Daré (carro preto na foto abaixo), de volta após dois anos ausente e o novato Thiago Medeiros.



Nesta quarta-feira, os treinos recomeçaram e... adivinhem o que aconteceu?

É... choveu!

Olha o açodamento!!!!

É impressionante como querem, de qualquer jeito, colocar Bruno Senna na Fórmula 1 num futuro muito próximo - antes, de preferência, do que Nelson Ângelo Piquet.

Nem bem o sobrinho de Ayrton venceu suas duas primeiras corridas em território inglês, e o jornal alemão Bild - que é muito conhecido por seu sensacionalismo - arrombou as manchetes dizendo que a qualquer dia, a qualquer hora, Bruno terá uma vaga o esperando na Scuderia Toro Rosso.

E por que?

Simples: um dos sócios é Gerhard Berger, amigo e esparro de Ayrton Senna nos tempos de McLaren.

Mas duvido, duvido muito, que a escuderia do touro vermelho queira queimá-lo nos treinos extras de sexta-feira, sem que ele tenha a menor experiência prévia em testes de F-1. Na verdade, o trabalho de desenvolvimento feito pela equipe merece elogios, em que pese a falta de resultados do americano Scott Speed, em quem vêm sendo depositadas grandes esperanças.

Vitantonio Liuzzi é notoriamente rápido, guia com garra mas é uma 'vaca brava' e por isso ainda não somou pontos este ano.

Não acredito, portanto, na possibilidade de substituição nem dos titulares muito menos de Neel Jani. E ainda digo...

Olha o açodamento!!!!!

Não dá pra perder a piada...

Vejam só o tabuleiro da nova versão do War (imagem tirada do blog do amigo Victor Martins).


Essa, definitivamente, é da série... "Tem coisas que só o PSDB e o PFL fazem pra você."

Depois da casa arrombada...

Essa saiu no site Superig... leiam e achem graça...

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-governador de São Paulo e pré-candidato pelo PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, procurou nesta terça-feira dividir com a administração federal petista a responsabilidade pela onda de violência no Estado, mas evitou fazer críticas contundentes ao seu principal adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Você não consegue ter um sistema eficiente de segurança se não tiver o governo federal liderando esse processo, porque bandido não tem fronteira", disse Alckmin a jornalistas nesta terça-feira.


Em sua primeira manifestação pública após o dia de pânico que a capital paulista viveu na segunda-feira, o tucano evitou os ataques políticos, típicos em período eleitoral, e preferiu "não partidarizar". Ele defendeu sua gestão na área de segurança pelos seis anos em que governou São Paulo.

"A reação do crime organizado é do tamanho da eficiência da ação do governo estadual nos últimos anos, que colocou o dedo na ferida dos bandidos. (A rebelião) demonstra o desespero dos criminosos", disse.

O presidenciável afirmou que, se estivesse no comando de São Paulo, aceitaria a oferta de tropas federais feita por Lula para conter a onda de violência. Seu substituto no posto, o pefelista Cláudio Lembo, recusou a ajuda do governo federal por três vezes e garantiu, a despeito do saldo de mais de uma centena de mortos, que a situação estava "sob controle".

Fontes do Congresso avaliam que a situação em São Paulo deu à segurança pública um status mais importante na agenda eleitoral.

Se eleito presidente da República, Alckmin garantiu ter em seu programa de governo reformas estruturais na área de segurança pública, começando por aprimorar a legislação federal e rever o código penal brasileiro. A integração das polícias, promessa recorrente nas campanhas, também está na plataforma do tucano.

"São Paulo foi o Estado brasileiro que mais investiu no sistema penitenciário", defendeu Alckmin, em tom eleitoral.

Sei...

Típica conversa pra boi dormir.

Depois da casa arrombada é que este filho da puta vem se manifestar? E ainda por cima atacando o governo do Lula, que ofereceu ajuda a Claudio Lembo, E ESTE NÃO QUIS?

É de políticos como ele que o Brasil, definitivamente, não precisa.

terça-feira, 16 de maio de 2006

Normalidade?

Preparem-se porque este será um post sob o signo da indig(nação).

E poderia ser diferente depois de três dias de terror em São Paulo, a maior metrópole da América Latina?

Onde eu, confesso a vocês, todas as vezes em que estive lá, me senti mais seguro do que aqui no Rio de Janeiro?

A facção criminosa denominada PCC (Primeiro Comando da Capital) botou literalmente pra quebrar e mostrou o quanto estamos despreparados em todos os níveis.

Polícia? Incompetente... Políticos? Arrivistas e ridículos figurantes de um espetáculo deprimente.

Foram nada menos que 251 ataques dos terroristas (sim, isso tudo pode e DEVE ser chamado de ação terrorista), concentrados na Capital, que viveu dias e noites de terror como nunca aconteceu em 452 anos de história da cidade. Saldo da barbárie: 115 mortos (entre eles 32 policiais e 4 civis - pessoas inocentes, portanto) e outros 115 suspeitos presos.


Números que afrontam, que assombram, que indignam. Tanto quanto a postura escrota do governador de São Paulo, Claudio Lembo, que como convém a um oposicionista do PT, negou ajuda federal para controlar a situação, confiando na própria polícia do estado, que durante as primeiras 48 horas de terror levou uma sova dos terroristas.

Ora... não era nem questão do político supracitado sequer se manifestar! E muito menos da polícia conversar com bandido. Nos bons tempos, polícia conversava com bandido na base do tiro.

Bastava ao ministro da justiça, Dr. Márcio Thomaz Bastos, tomar a palavra. "A partir de agora, este assunto é de segurança nacional. O governo federal coloca o exército na rua e quem afrontar, leva bala." Era assim que tinha que ser, mas não foi.

E por que não foi? Ora... quem era o governador anterior? O Chuchu, candidato a presidente, adversário de Lula. O mesmo que, enquanto esteve no cargo, disse que não negociava com bandido. E que agora está mais calado do que múmia em sua tumba.

São Paulo parou, se horrorizou, se apalermou. Não houve aulas na segunda-feira, os ônibus não circularam, pessoas foram dispensadas mais cedo dos seus empregos, todo mundo rezando para nada acontecer diante dos seus olhos. Acredito que uma sensação de alívio tomou conta de todos quando chegaram em suas casas. "Estamos vivos."

Até quando?

Até quando o governo e a polícia vão se curvar diante do poder paralelo?

Sabiam que o PCC arrecada dinheiro para financiar campanha política? Para ter pelo menos dois deputados no Congresso Federal?

Hoje a cidade voltou à calma. Trânsito incrivelmente calmo. E um sol surpreendentemente radioso.

Até quando?

Bagdá, infelizmente, é aqui.

domingo, 14 de maio de 2006

OBRIGADO MÃE!

Mãe,

você não tem computador. Dificilmente vai ler essa mensagem - a menos que eu imprima para a sua leitura (se eu fizer isso, você pode chorar, né?).

Mas isso não tem importância.

Hoje, muita gente vai saber a real importância que você tem e sempre teve na minha vida.

São quase 35 anos de convivência plena. De amor, carinho, sorrisos, choro, beijos, abraços, derrotas e vitórias.

Quanta coisa já passamos juntos...

Como sofremos quando meu pai resolveu jogar a gente pro alto pra viver uma outra vida, com outra mulher, sem maiores explicações...

Até hoje não me conformo com isso. Mas sei que tomei a decisão certa. Nunca poderia deixar de te apoiar. E deveria fazer diferente?

Deveria trair a pessoa que me deu a vida? Que me alimentou do teu seio? Que me educou?

Que me fez ser o homem que hoje sou?

Você me ensinou a ser leal, a ser fiel a princípios, a ser amigo, companheiro, a encarar situações reais com os pés no chão... enfim, a viver a vida como ela é.

Pobres daqueles que tentam nos derrotar com suas palavras baixas, atitudes grosseiras, por vezes ridículas, querendo me jogar contra você, minha mãe.

Ninguém vai conseguir isso. Ninguém vai separar um do outro.

Soubemos, com fé em Deus e inabalável confiança, superar tudo isso para estarmos aqui.

Agradeço a ti, mãe, por tudo o que vivo. Por tudo o que tenho. E pelo que ainda terei.

Nesse dia tão especial, todo o meu carinho, que é imenso, imensurável, pra você.

TE AMO, MINHA MÃE!

Sem Medo da Verdade

Eu admiro muito as pessoas que não se furtam em dizer a verdade quando preciso.

Daí a minha surpresa com a entrevista do cantor Ney Matogrosso ao Almanaque de Cultura Popular que vim lendo no vôo de volta de Congonhas ao Santos Dumont, na tarde de sábado.

A gente se queixa por coisas tão pequenas e Ney tinha todos os motivos pra se rebelar contra tudo e todos, porque sofreu e sofre até hoje com o preconceito por ser homossexual.

Sair na porrada com o pai por causa disso não é pra qualquer um. Encarar a realidade de peito aberto, idem. Vencer na vida e se consagrar como um dos maiores artistas brasileiros, com 32 anos de carreira, melhor ainda.

O início de tudo veio na formação do grupo Secos e Molhados, uma lenda da música brasileira - principalmente pelo visual andrógino dos seus integrantes - os outros componentes eram João Ricardo e Gerson Conrad - e especialmente pela postura de palco de Ney Matogrosso. Tão sexual e tão ambivalente que agradava da velhinha às crianças, especialmente pelo sucesso "O Vira" (Vira vira vira homem... vira vira... vira vira lobisomem)

Afora a voz com o inconfundível falsete que se tornou sua marca registrada.

Mesmo assim, segundo o cantor, a imprensa descia o sarrafo. "O Jornal do Brasil dizia que eu era um travesti e que, portanto, não podia falar meu nome. E que conversa é essa de que tudo tem que ser igual? Sempre achei esse mundo hipócrita. Aliás, continuo achando", disse.

E isso tudo veio quando o grupo já era um sucesso e estourara em São Paulo pra depois ganhar o Brasil inteiro até o fim de sua efêmera existência, em 1974, quando já tinham entrado para a história ao vender 800 mil cópias de seu único disco - pau a pau com o álbum de Roberto Carlos. A gravadora, pasmem, era a minúscula Continental, enquanto o Rei gravava pela CBS, hoje Sony Music.

Aliás, vocês sabiam que o Kiss tem o visual inspirado nos Secos e Molhados?

O próprio Ney confirma a história quando numa turnê pelo México (o ano ele não soube precisar), ele e os integrantes do grupo foram procurados por um empresário americano que sugeriu uma guinada no repertório da banda - um som mais pesado, mais rock and roll. "Não quero acabar como Carmem Miranda", argumentou o cantor. Meses depois, surgiu o Kiss, com máscaras semelhantes e músicas pesadas como queria o tal empresário.

Ney largou o Secos e Molhados e depois de um primeiro disco massacrado pela crítica, lançou o álbum Bandido em 1976, cujo grande sucesso foi "Bandido Corazón", de autoria de Rita Lee. Desde então, buscando as mais diversas vertentes, Ney se transformou no camaleão de nossa música. Continuou abusando do rebolado, das calças abaixo da cintura, do torso nu, da maquiagem excessiva por muito tempo.

Mas hoje, de cara limpa, já passando dos 60 anos, continua camaleão. Seus últimos trabalhos de estúdio cantando Cartola e agora com a Parede de Pedro Luís, não deixam dúvidas de que Ney de Souza Pereira ainda tem muito a mostrar. E a falar também.

Cavalinhos à Toda

Que Ferrari que nada!

Em matéria de cavalinhos empinados, a Porsche tem um charme inconfundível.

Não sei bem explicar porque, mas ao mesmo tempo que acho os carros italianos muito bacanas, cada vez mais admiro a história da marca de Stuttgart.

Acho que isso tem muito a ver com o lendário filme 24 Horas de Le Mans, estrelado por Steve McQueen, que não por acaso "guiava" um dos Porsches da escuderia Gulf de John Wyer, que venciam naquela corrida fictícia as Ferrari 512 oficiais de fábrica.

Não custa nada lembrar que 1970, ano em que o filme foi produzido, marcou a primeira vitória da Porsche em Le Mans - porém, não com esta escuderia (me refiro à Gulf-John Wyer, claro). Os ganhadores foram Dick Attwood e Hans Hermann, num modelo 917 da equipe Salzburg, número 23. Naquela ocasião, dos sete carros que chegaram ao fim da maratona, cinco eram Porsche e os outros dois Ferrari.

Daí pra diante, seguiram-se mais de 2.000 vitórias em todos os cantos do planeta, em todo tipo de competição.

E desde o ano passado, temos por aqui a GT3 Cup Challenge, que estreou com 15 carros e hoje conta com um grid muito bacana, numa média de 20 a 22 inscritos.

No sábado, a convite do pessoal da importadora da Porsche no Brasil (obrigado Bob Keller e Dener Pires, pela atenção e pelo carinho), fui acompanhar in loco mais uma rodada dupla do campeonato. E acabei brindado pelos pilotos com duas corridas interessantes e repletas de acidentes - um deles grave, onde Totó Porto capotou a 180 km/h depois de atravessar um guard rail.

Como lembrança deste sábado veloz, posto duas fotos aqui. A primeira é do carro do atual campeão, Beto Posses. O Porsche a seguir é de Luiz Zattar, vice-campeão de 2005.


Posses foi o vencedor das duas provas do fim de semana.

Rei de Espanha

Cada vez mais me convenço de que Fernando Alonso vai bisar seu título mundial de Fórmula 1 neste ano de 2006.

A vitória neste domingo em Barcelona, diante de um público fantástico (e porque não dizer, fanático) de 131 mil espectadores - digno das provas do Mundial de Motovelocidade no país - é a prova inconteste de seu favoritismo e principalmente de muita maturidade.

As qualidades de Alonso são daquelas que brilham no escuro. Ron Dennis já sabe bem com quem vai lidar em 2007 e por isso, com bastante antecedência, deu um tiro certeiro contratando o asturiano.

Que mui provavelmente vai carregar consigo o número 1 que hoje ostenta em sua Renault nas flechas de prata da McLaren...

***

Outra certeza no que diz respeito ao automobilismo:

Nelson Ângelo Piquet e Lewis Hamilton são os grandes nomes da GP2, principal porta de entrada para a Fórmula 1.

O tão esperado duelo na etapa do sábado não aconteceu em razão da perda da volta mais rápida da classificação que deu a pole ao britânico e Piquet matou a tapa a oposição até, por um erro dele próprio, sofrer um drive through que arruinou o acachapante domínio da situação - o brasileiro tinha 40 segundos de vantagem sobre Hamilton, que veio se recuperando até chegar à briga pela vitória.

Só que o francês Alexandre Prémat, ora veja, companheiro de time de Hamilton, tocou-se com ele e este último rodou, chegando em segundo enquanto Piquet foi o quarto, a apenas onze segundos do vencedor.

Na corrida deste domingo (que sabe lá Deus como, consegui acompanhar, capotando de sono no trabalho), Piquet deu mostras de sua força com uma largada excepcional para terminar em segundo e assumir de novo a liderança isolada do campeonato com 39 pontos. A vitória foi sul-americana, graças ao venezuelano Ernesto Javier Viso - único além de Hamilton, que é o segundo no campeonato com 37 pontos - a vencer duas vezes neste ano.

Mônaco vêm aí, para a Fórmula 1 e a GP2. Teremos, com certeza, duas corridas sensacionais e por certo imprevisíveis.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

A arte de se esconder por pseudônimos

Raras são as profissões onde as pessoas se "escondem" usando pseudônimos - nomes falsos ou supostos, como bem define o dicionário Aurélio em sua versão eletrônica.

Nas artes isto é comum. Mas nos esportes não é uma prática rara, não.

Lembro de ter visto há algum tempo um vinil de um artista chamado L'Angelo Mysterioso, cujas composições eram feitas em parceria com Eric Clapton. O personagem em questão era George Harrison, que não podia assinar com seu nome verdadeiro um trabalho solo porque ainda era dos Beatles.

No Brasil, muitos cantores usaram desse expediente nos anos 70 para 'faturar um' enganando os fãs e se apresentando com letras e músicas em inglês. Foi assim que surgiram Mark Davis, Chrystian, Julian e Morris Albert - este sim um fenômeno (que vai merecer, com certeza, um tópico à parte).

Mark Davis, para quem não sabe, era o pseudônimo do popularesco Fábio Júnior.

No esporte, o automobilismo nos traz exemplos muito divertidos.

Em uma entrevista à revista Auto Esporte, em janeiro de 1981, quando abandonara a Fórmula 1, Emerson Fittipaldi foi questionado pelo repórter Marcus Zamponi - o brilhante Zampa - sobre quem foi o piloto mais grosso que ele vira guiando na categoria máxima.

O Rato não teve dúvidas. "Foi um tal de Gimax, que tentou classificar um Surtees no GP da Itália de 1978. Ele era muito engraçado porque tirava a balaclava e a peruca caía. Ele punha de volta e a peruca tornava a cair. Uma figura bizarra... fora o que guiava mal."

Aliás, os italianos eram pródigos em pilotos com pseudônimos. Lembro de alguns: Spartaco Dini, Pam, Pooky, Pal Joe, Tango, Gero e Frank McBoden. Haja criatividade!

Aqui no Brasil, confesso, conheço pouquíssimos, mas houve um piloto que entrou para o folclore do nosso automobilismo: o Volante 13.

Primeiro porque foi um dos raríssimos a correr com o famoso número do azar e com ele virar referência.

Segundo porque, além de guiar bem, seu carro era uma carretera DKW apelidada de Mickey Mouse porque o seu entre-eixos tinha apenas 2,10 m de comprimento contra 2,45 m do sedã normal. O carrinho era bom e eficiente em pistas de rua - mas não em Interlagos, com seus 8 km de extensão e curvas de raio muito longo.



O Volante 13, cujo nome vim descobrir recentemente (chamava-se Frodoaldo Arouca), conseguiu bons resultados, inclusive participando de duas edições das Mil Milhas Brasileiras. Em 1966, ganhou na classe Turismo até 1300cc dividindo um DKW com Walter Hahn. E no ano seguinte, com a carretera Mickey Mouse, conseguiu um excelente quinto lugar junto com Roberto dal Pont.

Note-se que em 67, a equipe de Luiz Antonio Greco fez a dobradinha com o Mark I, seguida por um Porsche 911 S do Team Palma, de Portugal, e por um Karmann-Ghia Porsche alinhado por uma dupla do Rio de Janeiro. Por si só, o resultado do Volante 13 na ocasião merece todo o nosso respeito.

Infelizmente Frodoaldo, ou melhor, o Volante 13, não está mais aqui há muito tempo. Morreu jovem, em 1969, vítima de um mal súbito que tirou das pistas e da vida um piloto que além de competente faz parte, até hoje, do folclore do automobilismo brasileiro.

terça-feira, 9 de maio de 2006

Puro Suco, Puro Futebol: o Carrossel Holandês

Falta exatamente um mês para o planeta respirar futebol.

Em 9 de junho, Alemanha e Costa Rica se enfrentarão em Munique na primeira das 64 partidas programadas para a Copa do Mundo de 2006.

Neste mesmo país, há 32 anos, uma seleção assombrou pela capacidade de jogar um futebol competitivo, forte, eficiente e sobretudo espetacular.

É claro, me refiro à Laranja Mecânica ou, para os mais desavisados, o Carrossel Holandês.


Toda uma geração de craques que explodiu no início dos anos 70 teve o seu embrião nas Eliminatórias para a Copa do México, em 1969. A Holanda foi mera figurante em seu grupo (que ainda tinha Bulgária, que foi pro Mundial, Luxemburgo e Polônia) e terminou em penúltimo - obviamente desclassificada.

Mas foi naquele ano que estrearam pela seleção jogadores de raro talento, como Rob Rensenbrink, Wim Suurbier, Wim Van Hanegem e um certo Johann Cruyff.



Então com 22 anos, o meia-atacante que foi levado por sua mãe para o Ajax para jogar futebol porque praticamente não andava, já era o cérebro de uma equipe que se consagrou pela objetividade e pelos inúmeros gols que fazia: o Ajax de Amsterdam, dirigido por Rinus Michels.

Tricampeões do Europeu de Clubes entre 1971 e 1973, eles deram seqüência à conquista do Feyenoord em 70, colocando a Holanda no mapa do futebol mundial.

Até àquela época, o país se orgulhava apenas de suas plantações de tulipas, de possuir um dos melhores circuitos do mundo - Van Drenthe, em Assen, considerado o templo da Motovelocidade, e por liberar o uso da maconha e do haxixe, além de um ambiente mais, digamos, arejado, com sex shops e tudo o mais.

Voltando ao que interessa, Michels reuniu a nata do futebol do país com a missão de recolocar a Holanda numa Copa do Mundo, o que não acontecia desde antes da II Guerra. Nas Eliminatórias européias, caíram no grupo 3 com a vizinha e eterna rival Bélgica. E com dois candidatos a sacos de pancada: Noruega e Islândia.

Dito e feito. A Bélgica de cara enfiou duas goleadas de 4 x 0 sobre os islandeses, desafiando o time de Michels a fazer melhor. E logo na estréia da seleção em 1º de novembro de 1972, uma sonora goleada por 9 x 0 contra a Noruega, que engrossaria o caldo em Oslo, perdendo apenas por 2 x 1.

Mas a Islândia colaborou: levou treze gols em dois jogos (8 x 0 no primeiro e 5 x 1 no segundo). A Holanda nem precisou vencer os belgas. Dois empates garantiram a tão sonhada vaga para a Copa graças ao saldo de gols: 22 contra 12 dos rivais, que terminaram as Eliminatórias sem sofrer um único gol.

No sorteio da Copa, em fins de 73, a Holanda caiu no Grupo 3, do bicampeão e cabeça-de-chave Uruguai, da Suécia, vice-campeã em 58 e da Bulgária, que na fase final da competição, jamais vencera uma partida.

E no que dependesse de Cruyff, Neeskens, Rep, Rensenbrink, Arie Haan e cia., continuariam em branco.

Vindos de trem, os torcedores holandeses invadiram e tomaram Hannover e Dortmund de assalto com suas camisas alaranjadas, seus cânticos de guerra divertidíssimos, centenas de litros de cerveja foram consumidos e muitos baseados foram acesos antes do primeiro jogo.

Para deleite da galera, a Holanda jogou o fino na estréia. E não foi só isso. Os dez jogadores de linha se movimentavam o campo inteiro, marcando, defendendo, correndo e atacando com uma disposição fora do normal. Era o que Michels chamava de "futebol total". Nenhum de seus jogadores tinha posição fixa. Versáteis ou polivalentes, estas são as melhores definições para os atletas.

Azar do Uruguai, que estreou com uma derrota por 2 x 0 na partida disputada em Hannover. Nem o talento do meia Pedro Rocha foi capaz de sobrepujar a intensa movimentação dos jogadores adversários em campo. O atacante Rep fez os dois tentos, um em cada tempo.

A Suécia, que tinha um bom time e com vários jogadores tarimbados em Copa pois estiveram em campo no México, quatro anos antes, deu trabalho e foi o único time que não sofreu gols da Holanda em todo o Mundial. Em contrapartida, a já eliminada Bulgária foi a primeira a sentir na pele a fome de bola do Carrossel.

Neeskens fez dois gols de pênalti no primeiro tempo. Rep e Krol ampliaram a vantagem e a Holanda ainda deu de bandeja um golzinho, contra, de Theo de Jong. O placar de 4 x 1 mostrou que eles não estavam ali pra brincadeira.

Na segunda fase, a Holanda teria uma pedreira: nada menos que o Brasil, tricampeão mundial, a Argentina, sempre uma adversária de respeito, e a Alemanha Oriental. E poderia ter sido pior porque a então DDR foi a primeira colocada do Grupo 1 mercê uma vitória por 1 x 0 diante dos anfitriões.

Em 26 de junho, no Parkstadion de Gelsenkirchen, a Holanda pegou a Argentina. Reza a lenda que Cruyff fez uma de suas maiores partidas com a camisa da seleção naquela ocasião. Ele abriu os trabalhos aos 10 minutos, com uma finta desconcertante no goleiro Carnevalli e mandando a bola para as redes portenhas.

Krol, provando que zagueiros também sabiam fazer gols, ampliou aos 25. No segundo tempo, uma chuva de filme de pirata alagou o campo. E quem disse que os holandeses se contentaram com o placar? Continuaram atacando sem parar, apesar das poças e da lama. Fizeram 3 x 0 com Rep e chegaram à goleada de novo com Cruyff, no último minuto.

Se a Holanda fora capaz de golear uma seleção do nível da Argentina, era bom ficar de olho no que aprontariam dali pra diante.

Quatro dias depois, a DDR não foi páreo para a Laranja Mecânica. Neeskens e Rensenbrink marcaram os gols que selaram a vitória holandesa. Com a vitória do Brasil sobre a Argentina por 2 x 1, as duas seleções que detinham a liderança com quatro pontos decidiram, em Dortmund, a passagem para a final.

O Brasil ainda tinha craques como Rivellino, Paulo César Lima, Jairzinho, Carpeggiani, Marinho Chagas e outros. Mas a campanha na Alemanha fora irregular, com dois empates sem gols, uma vitória sofridíssima sobre o Zaire e atuações de certo modo convincentes contra DDR e Argentina.

Mas o técnico Zagallo cometeu um erro ao subestimar a força de uma equipe que marcara, em cinco partidas, 12 gols, sofrendo apenas um - e contra!

Ousou fazer piada com o nome do craque Cruyff e disse que por causa do alaranjado do uniforme holandês, o meia-atacante poderia ser chamado de Crush - um popular refrigerante de laranja comercializado por aqui naquela época.

Deu no que deu...

Apesar de boas chances perdidas - Paulo César desperdiçou um gol incrível - a Holanda envolveu o Brasil, dominou as ações e não abriu o placar porque Leão mostrou ótimos reflexos num chute à queima-roupa de Cruyff no primeiro tempo. Ele só não evitou os gols de Neeskens, aos 5 do segundo tempo e do próprio Cruyff aos vinte.

Luiz Pereira perdeu a cabeça, agrediu Neeskens numa falta desclassificante, foi expulso e respondeu as provocações de centenas de torcedores mostrando três dedos em alusão ao tricampeonato do Brasil - que sucumbia diante da nova sensação do futebol.

Mas... uma velha história se repetiu.

Assim como o Brasil de 50 e a Hungria de 54, a Holanda capitulou na hora da decisão.

Até deu uma alegria fugaz na saída de bola. Dezessete toques envolvendo o time alemão e Cruyff foi derrubado por Schwarzenbeck na área. Pênalti, cobrado por Neeskens, abrindo o placar.

A Alemanha, como muitos outros países, tinha tarimba em Copas, jogadores rodadíssimos como Beckenbauer, Sepp Maier, Overath, Grabowski, Holzenbein e Gerd Müller - Der Bomber, para os seus fãs.

Artilheiro em 70 com dez gols, baixinho para a posição de atacante, porém troncudo, forte, atarracado, ele era um perigo e tanto para os holandeses. Sofreu o pênalti que Breitner cobrou com perfeição aos 25 minutos. E fez, num chute cruzado aos 43, o gol que virou o jogo e selou a sorte (ou melhor, o azar) dos holandeses naquela Copa.

Helmut Schön, o treinador alemão, não mexeu no time ao longo de 90 minutos e Michels, inutilmente, substituiu Rensenbrink e Rijsbergen, colocando Rene Van de Kerkhof e De Jong na esperança do empate que levaria o jogo à prorrogação.

Inútil, porém. A Alemanha repetia a façanha de vinte anos antes e derrotava, desta vez em casa, a seleção que jogou o futebol mais plástico, mais eficiente, mais objetivo, mais ofensivo, de todo aquele Mundial.

E que, com certeza, ficou na memória de todos os que gostam de futebol.

Envelhecida e sem Cruyff - que não jogou a Copa de 78 porque teria cobrado uma grana preta de direitos de imagem (algo inédito até então), embora a Federação tenha culpado a ditadura vigente pela ausência do craque, a Holanda ainda mostrou resquícios de sua força quatro anos depois na Argentina.


Chegou à decisão contra os donos da casa depois de uma campanha claudicante na primeira fase - vitória sobre o Irã com três gols de Rensenbrink, empate sem gols com o Peru e derrota para a Escócia - e de uma segunda fase impecável, goleando a Áustria, empatando com a Alemanha e vencendo a Itália, de virada, com dois petardos de Brandts e Haan do meio da rua.

Aquele time era treinado por Ernst Happel, austríaco, adepto mais da força do que da técnica. Mas havia talento e muitos bons jogadores naquela seleção que, por pouco, não calou o Monumental de Nuñez.

O jogo estava empatado em 1 x 1 (gols de Kempes para a Argentina aos 38 da primeira etapa e de Nanninga aos 37 do segundo tempo para os holandeses), quando Rensenbrink chutou uma bola na saída de Fillol aos 45 do segundo tempo e ela caprichosamente bateu na trave.

Os Deuses do Futebol não queriam ver a Laranja Mecânica campeã do mundo: na prorrogação, Kempes e Bertoni fulminaram Jongbloed e fizeram a festa dos argentinos numa das competições mais contestadas de todos os tempos.

Vermelho 27

Vermelho 27 é o nome de um clássico do boêmio Nelson Gonçalves que, evidentemente, falava de cassinos, roletas e congêneres.

Mas é uma expressão que cai - feito luva - num mito da Fórmula 1: Gilles Villeneuve.




O canadense que conquistou uma legião de fãs pelo planeta afora morreu há exatos 24 anos, no dia 8 de maio de 1982 - um sábado nebuloso como estava a segunda aqui no Rio de Janeiro.

Em grande parte de minhas recordações de criança quando das as primeiras provas de automobilismo que assisti, lá estava o canadense.

Como esquecer da sua comemoração empunhando a quadriculada de sua primeira vitória justamente diante de sua torcida - no circuito que hoje leva seu nome - em 1978?

Como esquecer das últimas voltas em Dijon Prenois e seu duelo épico com René Arnoux - e pelo segundo lugar! - ganho, claro, pelo piloto da Ferrari?

E a saída de pista em Zandvoort, onde voltou em três rodas, destruindo a suspensão do carro?

E as ultrapassagens por fora na difícil curva Ste. Devote em Mônaco, sobre Riccardo Patrese e René Arnoux - coisa que certamente aposentaria aquele bordão "chegar é uma coisa, passar é outra", de um conhecido narrador esportivo?

E o acidente em Imola, 1980, quando milagrosamente saiu vivo de um carro inteiramente destruído numa pancada a 280 km/h?



E as vitórias históricas em Mônaco e Jarama, no ano de 81, conquistadas com um carro nitidamente ruim?

Ah... e a épica corrida em Montreal, naquele mesmo ano, quando fez grande parte da corrida com o bico destruído e depois sem? E ainda chegando em terceiro!

Como esquecer a Ferrari 126C2, bela mas perigosa, estacionada a três metros de mim, apenas com "pneus de bicicleta", numa concessionária FIAT do Rio?

Não dá pra esquecer do sensacional GP do Brasil de 82, quando ele, Piquet e Rosberg deram uma Aula com A maiúsculo de pilotagem, por 29 voltas, até Villeneuve errar e bater?

E o canto do cisne, o grande embate com Pironi em San Marino?

Também não dá pra esquecer o vôo, a capotagem, a destruição, a morte...

Villeneuve sempre soube o quanto corria riscos nas pistas. A primeira lição que teve foi em 77, na sua terceira participação, quando bateu com Ronnie Peterson em Fuji e a Tyrrell do sueco capotou, matando duas pessoas.

Muitos outros incidentes viriam, espetáculos também. Inesquecíveis, inolvidáveis.

A passagem daquele canadense baixinho, de face tranqüila fora das pistas, mas um demônio rasgando o asfalto, foi curta demais para a Fórmula 1.

Mas eterna na mente de quem, como eu, ama o automobilismo.

A foto abaixo é a última que conseguiram tirar de Villeneuve com vida.



Chorei sua morte em 1982, com 10 pra 11 anos de idade, copiosamente. Eu e meu pai.

E não me arrependo disso.

A campanha continua!

Passei quatro dias sem atualizar o blog, mas hoje os petardos continuam.

E a campanha Desaparece, Garotinho! também.

O político, que soma nove dias de greve de fome, já perdeu quase sete quilinhos.

Que dietinha bacana, hein bebê chorão e bobão?

Mas desta vez vou mirar na militância peemedebista.

Os fanáticos - sim, fanáticos, porque ficar de vigília no prédio do diretório do partido para apoiar aquela figura da terra do chuvisco e da goiabada cascão é coisa pra fanático. Ou pra lunático, maluco, sei lá.

Eles foram protagonistas de um lamentável episódio envolvendo os debochados Silvio Santos e Repórter Vesgo, do Pânico na TV. Os dois vieram de São Paulo supostamente para falar com o político, mas o intuito, claro, era oferecer guloseimas - e entre elas, pedaços de pizza.

Os protestos eclodiram e um dos militantes, de barba grisalha e óculos, reagiu grosseiramente quando o Vesgo disse que eles estavam ali por um motivo sério.

"Desde quando você é sério, seu fdp!", bradou.

Vesgo e Silvio conseguiram sair a tempo, mas o cinegrafista foi coberto de porrada, a câmera e dois microfones foram quebrados.

Eles perderam a matéria. Mas não a piada.

Quem viu o fim do programa no último domingo com certeza morreu de rir quando um clone de Garotinho, em versão magérrima, entrou no palco da atração com uma garrafa de soro na veia.

Em tempo: o centro da cidade hoje estava caótico. E sabem por que?

Carreata de vans em solidariedade ao político. Nem preciso dizer quem disseminou essa praga na capital e em diversos municípios, minando o transporte coletivo.

E a campanha não pára...

DESAPARECE, GAROTINHO!

sexta-feira, 5 de maio de 2006

PRENDAM AS ORGANIZADAS!

Este é o post número 200 do meu blog.

Com certeza tinha tudo para ser sobre um assunto ameno, alegre e divertido, como a maioria dos tópicos são.

Mas não será.

Graças à fúria da torcida do Corinthians, que deu ontem à noite mais um espetáculo deprimente após a derrota merecida por 3 x 1 para o River Plate, na Taça Libertadores da América, que deixou o clube paulistano fora das quartas-de-final.

Fracassar nesta competição, aliás, virou rotina para o clube que mais investiu em contratações nos últimos anos. Torrou milhões de dólares com Carlitos Tevez, Mascherano, Carlos Alberto, Roger, Silvio Luiz e experimenta mais uma vez o gosto amargo da derrota.

O torcedor corinthiano prestou vestibular pra sofredor quando lhe foi impingido um tabu de 23 anos sem títulos, quebrado com um gol de Basílio contra a Ponte Preta, no Campeonato Paulista de 77. Desde então, a "Fiel Torcida" cresceu assustadoramente em quantidade. Mas não em 'qualidade'.

Explico: com o passar dos anos, o comportamento das chamadas Torcidas Organizadas se tornou cada vez mais animalesco. Em cada facção, com certeza existe alguém que já foi fichado pela polícia, que já se drogou ou praticou qualquer ato ilícito. Ninguém é santo ali - quer seja na Gaviões, Camisa 12, Coringão Chopp, Pavilhão Nove e demais torcidas.

Que, aliás, foram declaradas extintas pela promotoria pública de São Paulo, proibindo bandeiras e instrumentos - objetos que na hora da porrada viravam armas de defesa e especialmente de ataque.

O povo das Organizadas, que de burro não tem nada, fez de tudo para que elas não sumissem do mapa. Mudaram algumas de nome - a Mancha Verde, por exemplo, chegou a se chamar Mancha Alviverde - e fizeram até escolas de samba. Até o carnaval paulistano começa a ficar tumultuado diante da presença de torcidas de futebol na maior festa popular do país...

Voltando à esta quinta-feira, a torcida do Corinthians confiou que com sua força, o time alvinegro eliminaria o River depois de uma derrota por 3 x 2 semana passada, no Monumental de Nuñez. Começaram bem com um gol do artilheiro Nilmar, mas se desmantelaram com o gol contra de Dyego Coelho e porque o camisa 10 dos portenhos, Marcelo Gallardo, jogou muita bola, fez um gol e deu um passe para o terceiro.

Foi a senha para a balbúrdia. Insatisfeitos com a derrota, o vexame e a eliminação, torcedores invadiram o campo e outros entraram na porrada com a polícia, forçando o alambrado que dá para o portão principal do Estádio do Pacaembu. Foram ao todo dezoito feridos na briga - dez torcedores e oito policiais.

E eles não pararam por aí. Segundo relatos, depredaram diversas composições do metrô de São Paulo, num comportamento bárbaro e absolutamente deplorável.

A torcida do Corinthians criou um clima péssimo e as demais vão pagar a conta: por quatro meses, a Federação Paulista de Futebol está proibindo a presença das torcidas organizadas e de torcedores com camisas das mesmas nos estádios.

E o jogo do alvinegro contra o São Paulo, anteriormente previsto para o mesmo estádio, vai para São José do Rio Preto, no Teixeirão, a mais de 400 km da capital.

Eu acho o seguinte:

um - proibir por quatro meses as organizadas de entrar em estádios é pouco. Elas têm que ser banidas do futebol, sumir do mapa. Não é só em São Paulo não. É em todo o Brasil, Rio de Janeiro inclusive.

dois - o Corinthians tinha que pagar um preço muito caro por conta do vandalismo de sua torcida. Que tal, por exemplo, ser banido pela Conmebol da próxima edição da Libertadores da América, caso o clube se classifique no campo para a competição continental em 2007?

Torcida corinthiana, esse é o meu recado: É PRECISO SABER PERDER.

Ide... tarde!

Já era esperado.

Yuji Ide foi afastado da atual temporada de Fórmula 1.



O piloto japonês de 31 anos se notabilizou em quatro corridas por um caminhão de trapalhadas que já o fizeram entrar no folclore da categoria máxima.

Lento, atabalhoado, Ide teve contra si a falta de treinos preliminares e principalmente o péssimo carro da Super Aguri - o Arrows de 2002 - totalmente defasado em relação às outras dez máquinas que compõem o Mundial deste ano.

Mas suas mancadas já estavam deixando os pilotos de cabelos em pé. Christijan Albers que o diga, catapultado há duas semanas no GP de San Marino.

Agora pode se dizer que a equipe tem dois pilotos de verdade, pois Franck Montagny, de 28 anos, foi recrutado para o lugar de Ide no carro 23.

Defenestrado pela Renault (era piloto de testes até o ano passado), visual de roqueiro heavy metal, Montagny tem bom retrospecto em categorias menores. Foi campeão na World Series by Nissan em 2003 pela equipe Gabord Competición, além de disputar seis vezes as 24 Horas de Le Mans.

A diferença média de Ide para Takuma Sato, seu companheiro de equipe até aqui, nunca foi inferior a 3 segundos. Espera-se que Montagny pelo menos faça um confronto direto bem mais interessante.

Por sinal, a estréia dele marca o retorno dos pilotos franceses à Fórmula 1. Não havia ninguém da Terra da Bastilha no Mundial desde Olivier Panis.

Que coisa...

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Torneio Rio-Minas (é pra paulistada engolir essa...)

A partir desta quinta-feira, como uma "homenagem" aos que declaravam o futebol carioca morto e enterrado a ponto de um colunista (?) vaticinar, do alto de sua imbecilidade, que Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense cairiam - os quatro - para a Série B do Brasileirão em 2007, vamos chamar a Copa do Brasil de Torneio Rio-Minas.

E por que?

Ora... porque nas semifinais haverá três times do Rio - Fla, Flu e Vasco, mais o perigoso Ipatinga, vice-campeão mineiro e que só perdeu neste ano uma ínfima partida - justamente a decisão do Estadual contra o Cruzeiro.

Quem vai pegar este rabo de foguete é o Flamengo, que só enfrentou em seu caminho times de baixíssimo escalão - ASA de Arapiraca, ABC de Natal, Guarani e Atlético Mineiro, todos nas Séries B e C do Brasileiro.

O Ipatinga perdeu meio time, dizem. Saíram três pro próprio adversário de quarta-feira que vem, um zagueiro foi para o Grêmio e seu lateral-direito acaba de ir para o Santos, a última vítima da sensação do torneio.

Na outra chave, o Fluminense, classificado desde ontem, vai pegar o Vasco, mordido pelo fato de não poder jogar no último domingo em seu estádio o clássico do Campeonato Brasileiro que terminou em empate de 1 x 1. Mas não custa nada lembrar aos bacalhaus:

Em 2000, no único confronto entre as duas equipes na Copa do Brasil, deu Fluminense. Empate em um gol no Maracanã e outro em dois no campo de São Januário, com belíssimas atuações de Roger. Eliminamos o Vasco, mas caímos diante do Atlético Mineiro.

Enfim, voltando ao presente, o que eu quero dizer é o seguinte:

Trata-se de um esforço comovente do futebol carioca em demonstrar força, queira ou não a imprensa de São Paulo, que terá que engolir essa. E já se sabe: um time do Rio está assegurado na decisão - Vasco ou Fluminense.

Além do mais, enquanto eles prepotenciam a "força" do futebol paulista, puxamos pela memória e lembramos do seguinte:

Nos últimos cinco anos, qual foi o destino de Botafogo de Ribeirão Preto, Palmeiras, Portuguesa e Guarani?

A Série B, eu respondo.

E quantos cariocas caíram nesse período? Um só né?

Então tá...

Completei!

Hoje foi um dia legal.

Graças a uma dica de colegas de trabalho, achei no meio da rua - isso mesmo, no meio da rua - em frente ao mercado popular da Rua Uruguaiana, no Centro do Rio, as cinco figurinhas que faltavam pra eu completar o álbum da Copa do Mundo de 2006.

Confesso que não me lembro do último álbum que completei na minha vida - provavelmente foi o tal de ciências que o meu pai fez pra mim - lá por 1976, acho eu.

Além disto, comprei o jogo para PC da Copa do Mundo de 2006. E nesse tipo de jogo, eu gosto de "desafios".

A prova? Peguei a seleção da Austrália pra disputar a eliminatória mais baba de todas - a da Oceania. Em sete jogos, só empatei um. E na repescagem, "eliminei" o Equador com vitória por três a zero em Guayaquil.

"Meu" Grupo da Copa é o C, com França, Jamaica (é... o computador classificou a Jamaica) e Suécia. Não sei se os Aussies se classificarão, mas não faltará raça, vontade e amor à camisa... heheheheheheehehheeheheh

***

Enquanto voltava pra casa de metrô, no mesmo vagão que eu entrou um cidadão que mais parecia um pedinte. A cinco metros de distância de mim, senti o mau cheiro que ele exalava e que assustou TODO MUNDO que estava à sua volta.

Se o metrô já possui vagões exclusivos para as mulheres que se sentem "ofendidas" com supostos assédios masculinos, deveria haver outro para os fedorentos de plantão.

Desodorante neles!

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Desaparece, Garotinho!

Garotinho, o bebezão bobalhão, já emagreceu mais de 2,3 kg em decorrência de uma greve de fome.

Mas eu gostaria muito que o político infame ficasse como a imagem abaixo, postada no site Kibeloco.

Não só apóio, como gostaria que ele sumisse do mapa!

DESAPARECE, GAROTINHO!

segunda-feira, 1 de maio de 2006

O bebezão bobalhão

Leitores e leitoras do blog, sentiram a ausência de petardos ultimamente?

Pois aí vem um... e esse é bala de grosso calibre.

Como não poderia deixar de ser, a bola da vez é um político: Anthony Garotinho, dantesco governador do Rio de Janeiro há alguns anos, pré-candidato do PMDB à presidência (de novo) e marido da atual governadora, Rosinha Matheus.

Fazendo jus ao apelido e se comportando tal qual um menino muito mimado, de quem lhe tiram o doce sem fazer alarde, Garotinho iniciou ontem, vejam vocês, uma greve de fome!

O protesto desvairado dele acontece porque a revista Veja, que depois de algumas semanas resolveu dar uma trégua na porradaria imposta ao governo Lula e ao PT, coloca o político fluminense como sua capa, acusando irregularidades na prestação de contas de sua campanha eleitoral, quando ele se desincompatibilizou do Governo do Estado em 2002 para se candidatar e perder a eleição para presidente.

Além de problemas citados na reportagem quanto à doadores de campanha, principalmente empresários que são diretores de Organizações Não-Governamentais e receberam a bagatela de R$ 112 milhões do próprio Governo do Estado, há irregularidades com fornecedores.

Sentindo-se atingido na carne e ciente de que estas denúncias podem tirá-lo do páreo para a corrida presidencial, Garotinho agora se presta a um papel que considero patético.

Patético porque ele enquanto político merece o epiteto. Evangélico, mistura a religião com a política e pregando "Deus e a Família", arrebanhou votos para ser primeiro prefeito de Campos e depois governador do Estado, numa administração caótica.

Quando saiu para concorrer à presidência, deixou o governo nas mãos de Benedita da Silva, que mesmo com toda campanha contra, cumpriu seu dever com correção e lançou-se como candidata do PT contra a mulher de Garotinho que, graças aos votos dos boçais eleitores evangélicos e de regiões mais pobres, chegou ao governo.

Governo este que é outro desastre. E do qual a população do Rio de Janeiro não sentirá nenhuma falta quando terminar. Afora as propagandas mentirosas (cadê as 10 mil obras?), promessas de campanha nunca cumpridas como a da refinaria que nunca saiu afundam ainda mais a credibilidade da família "Garotinho".

O grevista choraminga acusando a revista Veja de "mentir, caluniar e confundir a opinião pública a poucos dias de sua candidatura à presidência."

Claro, encontrou espaço também para bater em quem nem tem culpa nessa história, como as Organizações Globo (bem ao estilo de Leonel Brizola), os banqueiros e o presidente Lula, taxando-o de "covarde".

De uma coisa eu sei: nacionalmente, o estilo populista de Garotinho está superado.

Infelizmente, no Rio de Janeiro, que politicamente está uma grande porcaria, com CEM de prefeito e Rosinha como governadora, o povo ainda se ilude com falsas promessas.

Como ele consegue ser forte politicamente dentro do PMDB? Taí uma pergunta que vai ficar sem resposta...

Mas pelo visto, o 'gugu-dadá' do campista não será suficiente a fazê-lo se candidatar de novo ao posto mais alto do Executivo.

Menos um na corrida eleitoral... ótimo para a reeleição do Lula.