segunda-feira, 27 de fevereiro de 2006

O incêndio galático

No mundo do futebol, é normal técnicos serem demitidos quando os times que dirigem fracassam.

A aventura européia de Vanderlei Luxemburgo durou pouco e todo mundo achava que, com um manager novo, o espanhol López Caro, a equipe merengue voltaria aos trilhos.

Mas, que nada... já dizia o bom e velho Jorge Benjor.

O Real foi surrado impiedosamente na semifinal da Copa do Rei pelo Zaragoza, deve ser eliminado da Liga dos Campeões pelo Arsenal, da Inglaterra, e no Campeonato Espanhol se encontra a anos-luz do líder Barcelona.

Para complicar, na última rodada, o time de Madrid perdeu para o modesto Mallorca, numa rodada onde o Barça levou vantagem em razão do empate do Valência com o não menos modesto Getafe.

E eis que, nesta segunda-feira, vem a bomba: o presidente do clube, Florentino Pérez, acaba de renunciar em "caráter irreversível".

Sabidamente, o dirigente é o responsável direto pela má fase do Real. Contrata mal (o que são Sergio Ramos, Diogo, Gravesen e Woodgate?) e vende pior ainda (Samuel, Geremi, Figo, Owen, Morientes, sem chance, foram buscar lugar ao sol em outros clubes). Afora que não conseguiu abafar o disse-me-disse entre a choradeira de Ronaldinho e o comportamento mimado do atacante Raúl.

O Real gaba-se de ser o clube mais rico do planeta, mas o tiro sai pela culatra. É o mais marqueteiro, e provavelmente hoje um dos maiores motivos de chacota do futebol europeu.

Fernando Martín, homem de confiança de Florentino Pérez, assume temporariamente o cargo, com a difícil missão de apagar mais um incêndio numa temporada desastrosa para o Real Madrid.

domingo, 26 de fevereiro de 2006

Resistência a toda prova

Aproveitando o pique e a ocasião, vou continuar falando de automobilismo.

Noto neste ano de 2006 um crescimento notável nos certames de Endurance pelo mundo afora.

Além da tradicional temporada da American Le Mans Series, coerentemente disputada nos EUA, México e Canadá, desde 2004 temos a Le Mans Endurance Series, que neste ano simplesmente se chamará Le Mans Series. E a partir deste ano, haverá o Japan Le Mans Challenge, com três etapas e que provavelmente classificará o campeão de cada categoria disputada para as 24 Horas de Le Mans.

A prova francesa, que existe desde 1923, é o píncaro da glória para qualquer escuderia. Correr pela lendária pista de 13 km e pisar fundo na reta Les Hunaudiéres é privilégio de poucos. E para Le Mans, já existem 38 carros pré-inscritos, de um total de 50 possíveis. Um brasileiro já está pelo menos garantido no grid. É Thomas Erdos, radicado na Inglaterra há quase vinte anos, e que vai correr com um MG Lola com motor AER, na classe LMP2 para protótipos com mínimo de 2000 cilindradas com turbocompressor e máximo de 3400 cilindradas com aspiração normal.


Nos EUA, a American Le Mans Series dá a largada para mais uma temporada no próximo dia 18, com a disputa das 12 Horas de Sebring. Por enquanto, são trinta e sete carros inscritos. Destaque para o fenomenal Audi R10 com motor turbodiesel V12 de 5500 cilindradas, que fará sua estréia oficial nas pistas. Outro concorrente digno de nota é o Porsche RS Spyder (na foto abaixo), que marca a volta dos cavalinhos de Stuttgart às competições de protótipos. Autêntico puro-sangue, o Porsche está nas mãos da equipe Penske Motorsports, na classe LMP2, onde é franco favorito.




Três pilotos brasileiros vão correr na abertura do campeonato, ambos mineiros. Raphael Matos aceitou o convite da pequena B-K Motorsports e vai correr num Courage-Mazda C65 em Sebring ao lado de dois americanos - Guy Cosmo e Jamie Bach. E Bruno Junqueira vai participar da prova com um Panoz da classe GT2 na companhia de Tom Milner e Gunnar Jeannette. Com toda sua experiência, Bruno vai contribuir e muito para o bom resultado do carro americano. O último confirmado foi Jaime Melo Júnior, paranaense de Cascavel, que na semana passada foi confirmado como piloto da Ferrari 430GT da equipe Risi Competizione.

Em abril, será a vez da Le Mans Series começar. E pelo menos um mês e meio antes do ronco dos motores, os organizadores mostram que não estão pra brincadeira. Já divulgaram a lista fixa de participantes, com incríveis 48 inscrições - recorde em três temporadas do certame.

As novidades vêm de todos os lados. Da França, o novo Courage LC70, que virá equipado do motor Mugen Honda. Na Inglaterra, a Creation Autosportif reprojetou o antigo chassis DBA e o transformou no CA06S-H, que vai correr com o novo motor Judd de 5000 cilindradas, que é dez quilos mais leve que seu antecessor.

Também do Reino Unido, surge o novo protótipo Radical SR9, concebido para a classe LMP2. Três deles estarão na pista em Istambul. Esse carro, projetado por Peter Elleray, vem para competir contra Pilbeam, MG Lola e Courage. Briga de cachorro grande!

A categoria GT1, se não é muito numerosa, será competitiva com a presença de três Aston Martin DBR9, dois Saleen, três Corvettes (um deles o novíssimo C6-R) e três Ferrari 550. E na divisão menor, a GT2, uma farra de construtores - tem os confiáveis Porsches, passando pelo Spyker Spyder, os TVR Tuscan, os Panoz e a novíssima Ferrari F430GT.

Esse ano promete, não promete?

Dor no coração

Hoje, neste domingo de carnaval, Matt Kenseth venceu em Fontana a segunda prova da Nascar. E tem muita gente me perguntando, no Orkut, por e-mail ou no MSN.

"Quando é que a Nascar volta ao Sportv?"

Eu gostaria que voltasse imediatamente.

Mas não sei se isso vai ser possível, porque o Speed Channel, disponível apenas na base digital da NET, está transmitindo desde Daytona o campeonato de 2006.

São transmissões à americana: ou seja, com inúmeros intervalos comerciais. E uma dupla de narrador / comentarista que está longe de ser a ideal. O narrador é Sérgio Lago, que pelo sotaque, percebe-se, é carioca. Mas ele cisma em fazer os "ohhhhhh!" de seus coleguinhas americanos, o que é no mínimo muito esquisito. E Roberto Figueroa, ex-ESPN Internacional, é o comentarista. Não sei se é a melhor escolha, porque na outra emissora, ele fazia boxe e beisebol.

A Nascar é uma categoria complexa do automobilismo mundial, com nuances de pontuação e regulamento que precisam ser estudadas e conhecidas. Não vejo, por enquanto, essa preocupação na dupla do Speed.

Nos últimos três anos, eu e Sergio Maurício tivemos o prazer de narrar diversas provas da Nascar no Sportv e o máximo que posso dizer, vendo e ouvindo pérolas como a da última semana, quando Sérgio Lago falou "500 Milhas de Indianápolis" pelo menos três vezes nas 10 voltas finais - inclusive na chegada! - é que estou com saudade de tudo isso.

Saudade de chamar o Jeremy Mayfield de Jeremias, o Carl Edwards de Carlos Eduardo dos Santos, o Mark Martin de Raposa Felpuda, os irmãos Busch de irmãos Metralha...

É... doi o coração.

sábado, 25 de fevereiro de 2006

O carro que um dia levantou vôo

Desde 2000 tenho o prazer supremo de redescobrir uma grande paixão: miniaturas.

Quer seja de carro ou moto.

Tenho pelo menos 200 modelos diferentes das marcas Hot Wheels, Matchbox, Maisto e Majorette. E algumas motos - cinco pequenas e duas grandes - uma delas eu mesmo montei: é a Yamaha M1 com que Valentino Rossi arrasa nas pistas pelo mundo.

Mas tem um carro, que eu também montei, pelo qual tenho grande predileção (foto abaixo).



Essa é uma réplica do modelo CLK GTR Le Mans da Mercedes Benz.

A marca da estrela de três pontas inscreveu este bólido na clássica prova francesa de 1999. Entre seus pilotos, estavam Mark Webber, Bernd Schneider, Peter Dumbreck, Pedro Lamy e outros.

Embora tenham feito mais de 5000 km de testes antes de Le Mans sem enfrentar nenhum problema mecânico ou aerodinâmico, os carros tiveram um comportamento completamente diferente na França.

Sem nenhum aviso prévio, dois deles voaram (isso mesmo, voaram) e se despedaçaram feito papel no fim do famoso retão Mulsanne, onde os carros alcançam mais de 340 km/h de velocidade. Um dos "voadores" foi Mark Webber, nos treinos. E o susto maior foi de Peter Dumbreck, em plena corrida. Ele vinha no vácuo do Toyota GTP quando pegou um colchão de ar e o Mercedes decolou, se espatifando contra as árvores para ficar em pedacinhos.

Louve-se a segurança que manteve vivos tanto Webber quanto Dumbreck. Mas o acidente pôs ponto final à corrida da equipe alemã, que desde então nunca mais correu as 24 Horas de Le Mans.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

O novo desafio de Alexandre Barros

Como um grande apaixonado por esportes a motor, lamentei muito a saída de Alexandre Barros do Mundial de Motovelocidade.

Aos 35 anos, tido e havido como o mais experiente da tropa no ano passado, o piloto infelizmente não conseguiu um lugar condizente com seu currículo. A MotoGP fechou as portas para veteranos como ele e Max Biaggi e, enquanto este ficou a pé (por enquanto), Alex conseguiu encontrar motivação para continuar competitivo.

A fórmula da juventude para o piloto é o Mundial de Superbikes, onde competem motos derivadas de modelos de série. A máquina de Barros é a Honda CBR1000RR (foto abaixo).



Ele assinou contrato para ser o piloto do Team Klaffi, chefiado pelo antigo piloto de side-cars Klaus Klaffenbock. A princípio, a equipe teria dois pilotos, mas o segundo - o alemão Max Neukirchner, que correra ano passado - foi dispensado para que a escuderia desse prioridade a Barros.

A negociação se arrastou por um longo tempo e isso impossibilitou a Alexandre conhecer melhor seu equipamento. Em dois dias, 500 km de testes, muito pouco para se avaliar a competitividade de uma máquina.

Por isso, não me surpreendi quando, no primeiro treino oficial, ele foi apenas o sexto colocado, atrás de Troy Bayliss (que corria com ele na Camel Honda, na MotoGP), Régis Laconi, Troy Corser (atual campeão), Chris Walker e Sebastién Gimbert. Todos, diga-se, com experiência prévia nestas motos.

Melhor para Barros é que ele foi o único piloto Honda no top ten. O bicampeão James Toseland, contratado a peso de ouro para ser o número um da marca da asa dourada, foi apenas o 19º colocado.

Agora é torcer por um bom desempenho do brasileiro no segundo treino e na Superpole, que define as quatro primeiras filas do grid. E toda a sorte do mundo pra ele em 2006!

Pra não deixar de perder

Se há uma banda detestável entre todas as que conheço, este grupo chama-se Oasis.

Tenho asco dos irmãos Liam e Noel Gallagher. Especialmente pela postura babaca, pelo comportamento com a imprensa e, mais do que tudo, por se acharem tão brilhantes quanto os Beatles.

Ora, é uma heresia sem tamanho comparar os Fab Four com um bando de desgrenhados bêbados, que posam de "salvação" do rock com suas letras chatérrimas, um vocal ridículo e músicas tediosas, com raras e honrosas exceções.

Louve-se aqui o fato dos irmãos Gallagher terem feito "What's The Story? (Morning Glory)", uma das poucas músicas que realmente gosto - afora que são torcedores do Manchester City, que por si só já depõe um pouco a favor deles.

A carreira do grupo nunca decolou e a culpa disso, em parte, é dos altos e baixos da vida dos irmãos Gallagher fora dos palcos. Eles trocam de mulher como quem troca de roupa, com uma regularidade impressionante. Mas continuam populares - em que pese a baixa venda mundial do álbum "Don't believe the truth" (em torno de 2 milhões de discos).

Esta é a terceira vinda do Oasis ao Brasil. Eles estiveram em 1998 (só tocaram em São Paulo) e há cinco anos, quando foram uma das atrações do Rock In Rio. Tal como na primeira vez, agora os ingleses só vêm para São Paulo e para um show cujos ingressos custam R$ 120 e R$ 250.

E ainda bem que eles só tocarão por lá, porque se viessem ao Rio, era o tipo de espetáculo digno de não se deixar de perder. Pelo menos pra mim.

A padaria diferente

Essa saiu no New York Times.

E se você que gosta de cachorros achava que já tinha visto de tudo quando o assunto é o melhor amigo do homem, leia só o texto abaixo.

Há algumas semanas os proprietários da Chocolate Room, lar da trufa de framboesa apimentada de US$ 40 a libra (o equivalente a 454 gramas), fizeram uma visita à padaria que havia acabado de abrir do outro lado da rua, em frente a trattoria que vende pizzas polvilhadas com folhas de ouro de verdade.

Eles elogiaram, com certa inveja, os fornos Blodgett por trás do balcão. E nem tanto por inveja responderam. “Eles disseram ‘Não usem esses fornos porque eles são fornos de circulação de calor e nossos bolinhos sofrem influência dos ventos quentes’”, disse Naomi Josepher, uma das chocolatiers. Ela ficou perplexa. “Eu disse, ‘Seus bolinhos tem uma aparência muito melhor que os nossos. E, de qualquer forma, vocês estão servindo cachorros e nós servimos pessoas.’”

Bem, sim. Mas e daí?

É verdade. A padaria Buttercup's Paw-tisserie, alega ser a primeira padaria canina em toda a cidade a fazer esse tipo de produto na região. Tome isso, SoHo. E P.S.: os bolinhos, conhecidos nesse caso como pupcakes (um trocadilho entre palavra em inglês para bolinhos, cupcakes, e para filhote, puppy), não são nem um pouco desajeitados. Eles são na verdade miniaturas perfeitas, com uma pata delicadamente impressa em iogurte branco na crosta superior dourada.

Eles também são deliciosos. Para humanos. E deveriam ser, considerando os ingredientes naturais usados na fabricação. “O que usamos é mais saudável do que o que comemos”, disse Betty Wong detrás do balcão, enquanto seu sócio e cunhado, Scott Wong, preparava uma nova bandeja de biscoitos de fígado e erva sem trigo.

No sábado, Buttercup, uma cocker spaniel em um vestidinho de crochet japonês cor de rosa, testou os produtos, enfiando o fuço entre as trufas de coco crocante (um roubo de US$ 1.50 cada) e entre os brownies de queijo e fígado (75 centavos cada) e os biscoitos de salmão com algas e pasta de anchova (US$ 6.95 a dúzia).

Um pequeno franjinha chamado Kipper entrou na loja, seguindo sua dona, Elizabeth Zenteno, 6, e a mãe de Elizabeth, Amanda. “Olha essas trufas e tudo mais?” perguntou Zenteno. “É nojento. Nós queremos dois bolinhos.” Zenteno, 30, gerente operacional do Coro Jovem do Brooklin, era fã do humilde mercado de peixes que ficava no local, mas tudo passa.

“A primeira vez que passei por aqui achei um exagero, mas ela gosta de comprar coisas para o cachorro”, disse apontando para a mãe. Os bolinhos (US$1.50 cada) eram para Kipper e seu irmão dividirem na festa de aniversário do pai de Elizabeth, que por sua vez ganhará apenas um bolo de supermercado.

A padaria ameaça se tornar famosa neste distrito cheio de cachorros. No domingo, Annie Daniel, estilista de moda que veio aqui com seu Pita, um yorkshire terrier, vestido em uma jaqueta de pele falsa, disse que logo irá começar a produzir alta costura para animais de estimação na confecção do seu marido, que fica na Terceira Avenida. A linha se chamará Ruff Love. “Se eu tivesse que compará-la a qualquer coisa, seria com a Delia’s para adolescentes ou a Pacific Sunwear para garotos”, disse Daniel, 20. Seu marido, Elliot Daniel, espera que o gosto de Pita por carneiro, menta e espinafre ajude a pagar as contas. “Quando vimos esse lugar”, ele diz, “pensamos ‘Perfeito, nossos primeiros clientes’”.

É frescura pra cachorro nenhum botar defeito, né não?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

O expresso de Bono e a fã saidinha

É impressionante como certas coisas mudam a vida das pessoas.

A fã saidinha do primeiro dia do show do U2 no Morumbi vai desfrutar, pelo menos por alguns dias, de uma popularidade inacreditável.

A dancinha em "Misterious Ways" e os carinhos no Bono Vox durante "With Or Without You" foram a senha para que a bancária Katilce Miranda Almeida (foto abaixo), de Volta Redonda, interior do Estado do Rio de Janeiro, ousasse pedir ao líder do grupo um selinho, no que imediatamente foi correspondida.



O beijinho despertou um misto de inveja, ira e cobiça em muita gente, com certeza. E a moça já está, acredite quem quiser (e isso no momento em que escrevo), com TRINTA E UM PERFIS DIFERENTES no Orkut. Muitos deles, com certeza, foram feitos por outras pessoas se passando por ela. Mas o que é o dela, dela mesma, já tem mais de 734 mil recados! Não acreditam? Vejam só aqui.

Afora que já foram criadas no mesmo Orkut mais de quarenta comunidades diferentes "homenageando" Katilce, entre elas as inacreditáveis "Katilce, Namoradinha do Bono" e "Eu vi a Katilce beijar o Bono".

E se o marido (ou namorado, sei lá) dela não se importa com o assédio, é bom começar a pensar diferente. Sabem qual é o apelido dele na internet?

Corno Vox!

Pano rápido...

***
A epopéia de Bono e sua turma no Brasil ainda está longe de terminar. Ele, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen Jr. e trupe já estão a caminho de Salvador.

O anfitrião do grupo será o Ministro Gilberto Gil e sua esposa, Flora. O grupo vai se esbaldar na folia de Momo no camarote Expresso 2222.

E só depois do carnaval é que eles vão voltar a pensar em trabalho, fazendo shows no Chile e na Argentina.

Ruim pra chuchu

Eu não gosto de políticos "engomadinhos".

Depois de Fernando Collor, achei que o Brasil estaria livre deles na presidência.

O outro Fernando, o Henrique Cardoso, não era engomado. Mas com sua mulatice envernizada, fez um governo mediano no primeiro mandato e péssimo no segundo.

Com todos os seus defeitos e com toda a pressão da oposição contra a corrupção, Lula caminha célere rumo à reeleição.

A tucanada não se entende entre o Mr. Burns José Motoserra e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin, para definir seu candidato. Quem quer que seja, perderá nos dois turnos para o atual presidente.

E Alckmin resolveu entrar de vez na campanha, inclusive passando por uma situação ridícula. O político tem o apelido de Picolé de Chuchu, dado pelo ótimo colunista José Simão, por ser apático e insosso como o legume.

Ele é realmente um político apático e a comparação não podia ser mais feliz.

Mas, como todo arrivista, já está usando o chuchu como mote de campanha.

"No meu governo, o Brasil vai ter emprego pra chuchu", disse.

O pior foi a patética aparição do governador no programa "Todo Seu", do cantor Ronnie Von na TV Gazeta. Alckmin experimentou... acredite quem quiser... picolé de chuchu.

Cá pra nós... deve ser bem ruim, igualzinho ao Brasil tendo como presidente Geraldo Alckmin.

Tem que ralar, São Paulo!

O São Paulo achou que iria lutar pelo título mundial de clubes da FIFA pela via mais fácil.

Achou, eu disse bem. Achou.

A entidade máxima do futebol mundial já retirara do Brasil o privilégio de defender seu título de 2002 na Alemanha sem precisar disputar Eliminatórias. Mas a seleção classificou-se brilhantemente e está na disputa pelo hexa.

O mesmo não dá pra se dizer do São Paulo.

O tricolor paulista vai disputar a Taça Libertadores da América porque foi o campeão de 2005 e para chegar ao Mundial do Japão, onde derrotou Al-Ittihad e Liverpool, terá que vencer de novo a competição continental.

A tarefa é difícil? Nem tanto. Na primeira fase o São Paulo joga no Grupo 1 contra Caracas (VEN), Cienciano (PER) e Chivas Guadalajara (MEX). De todos esses, o time venezuelano é o mais baba. O Cienciano é perigoso porque joga em Cuzco, a 3.400 metros acima do nível do mar. E a equipe do Chivas eliminou o Colo-Colo, tradicional participante da Libertadores.

Pelo time que tem, o tricolor pode passar de fase numa boa e se classificar pelas oitavas. Mas se deixar a soberba tomar conta, adeus Tóquio.

Barril de pólvora

Por que será que tem gente que adora ver um circo pegar fogo?

No Corinthians parece que pela guerra de egos entre o presidente Alberto Dualib e o iraniano Kia Joorabchian, da MSI, a coisa parece que vai explodir de vez.

O cerne da questão tem nome e sobrenome: Marcelinho Carioca, o craque-problema de pés 35 e meio, já veterano e que sempre jurou "amor eterno" ao clube e à Fiel torcida.

O mesmo Marcelinho, execrado no Parque São Jorge depois de brigas que racharam o elenco. E por sinal, o maior desafeto do jogador, o meia Ricardinho, está jogando no Corinthians.

A história do segundo retorno do jogador ao clube é nebulosa. Pois não envolve a MSI na negociação e sim uma dívida monstro que o Corinthians possui com o atacante Luizão, hoje no Flamengo.

Parece que a soma chega a R$ 9 milhões e, para saldar a dívida, parte da negociação será entregue ao centroavante do rubro-negro carioca. Uma eqüação estranhíssima, culpa da incapacidade de Dualib em administrar a ciumeira que ele e seus pares têm em relação a Kia Joorabchian. O dirigente, que quer partir para mais um mandato como presidente, pretende derrubar o iraniano, que evidentemente não aprova a volta de Marcelinho.

Curiosamente os dois estão em Londres, capital da Inglaterra. Imaginem só se eles se cruzarem por lá... será que um vai jogar ao outro no Rio Tâmisa?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2006

Nada podia ser pior

Cheguei pra trabalhar há pouco e ao abrir o sistema de correios, me deparo com a notícia de que Paulo Campos é o novo técnico do Fluminense.

Inacreditável não? Depois de tentarem Tite e Nelsinho Baptista - lamentavelmente parece que Oswaldo de Oliveira sequer foi cotado, a diretoria prefere optar por um ex-auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid, que atualmente trabalhava no Vila Nova, de Goiás.

Campos é um treinador de currículo modesto e isso me perturba muito, porque o contrato dele foi assinado até o fim do ano. No ano retrasado, ele chegou a ser demitido e voltou ao comando do Paraná Clube para ajudar o tricolor de Curitiba a escapar do rebaixamento. Conseguiu. Em 2005, trabalhou no Paysandu antes de ir para a Espanha e foi mal-sucedido no clube de Belém.

Não sei não, mas isso tem cheiro de mais um tremendo bola-fora da diretoria do Fluminense. O mês de fevereiro está terminando e o que me preocupa muito é que não há um time titular definido - não existe tampouco padrão de jogo. Estar em campo para disputar a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro só com a camisa, achando que a tradição ganha jogo, não vai adiantar.

Tomara que eu queime minha língua e que Paulo Campos faça um bom trabalho nas Laranjeiras. Mas, por enquanto, nada poderia ser pior do que essa notícia de que a diretoria fica devendo mais um nome de peso para comandar a equipe.

O lindo dia chegou

Eu estou a pelo menos 450 km de São Paulo.

Mas esta noite, eu me senti no Morumbi, vendo de pertinho o U2 tocar e cantar para uma fenomenal e vibrante multidão de 75 mil pessoas.

Comentei hoje cedo com duas colegas de trabalho que o show deles seria disparado muito superior ao dos Rolling Stones. Por mais que os dinossauros levassem 1,2 milhão de espectadores à Praia de Copacabana - num show muito competente, diga-se de passagem - o U2 carrega consigo uma carga emocional tão grande, mas tão grande, que faz ir às lágrimas qualquer coração de pedra.



Não que o meu seja. Sou um manteiga derretida por excelência. Ao cantar "Sometimes You Can't Make It On Your Own", em homenagem ao pai, Bono levou este que vos escreve às lágrimas. Lendo a tradução da música em seus primeiros versos, parecia a encarnação de tudo, mas tudo mesmo, o que vivi com o meu pai nos últimos 20 anos antes de sua morte.

Também me emocionei com "I Still Haven't Found What I'm Looking For", uma das mais marcantes canções do grupo. E com o final, na messiânica "40".

Sem contar os momentos magníficos como nos clássicos "New Year's Day", "Sunday Bloody Sunday", "Bullet The Blue Sky", "Misterious Ways" e tantas outras. Só senti falta de "I Will Follow" e "Walk On". Mas será que mais alguém além de mim se deu conta disso?

O U2 é um grupo ímpar. Jamais perderam a dignidade em 28 anos de estrada - embora, aqui e ali, derrapassem em busca de novos caminhos, como no contestado disco "Pop". The Edge é um guitarrista fantástico. Trocou de instrumentos pelo menos quinze vezes, revezando com diversos modelos - Gibson Les Paul, Fender Stratocaster e a raríssima Rickenbacker. Adam Clayton e Larry Mullen fazem uma "cozinha" discreta e sempre competente.

E o que dizer de Bono? O show do Morumbi mostrou todas as facetas do cantor. Líder, sedutor, carismático, condutor das multidões, símbolo de luta pelas minorias, Paul Hewson já está entronizado como um dos maiores da música e do rock and roll em todos os tempos.

E quando ele e seus colegas perguntam como em "Sunday Bloody Sunday", por quanto tempo terão que cantar esta canção... a gente tem a resposta na ponta da língua: para sempre.

PS.: até vou relevar o fato de, como no sábado, o show do U2 ser transmitido com um delay considerável e com intervalos comerciais. Nem vou falar de novo que a presença do Zeca Camargo seria dispensável. Mas depois de duas horas de delírio, não dá pra encontrar senões num dia histórico. Um lindo dia...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Missionários do rock

Depois das pedras rolarem por Copacabana, é a vez do U2 aportar por terras brazucas.

O desastre da apresentação de 1998 no Rio de Janeiro ainda deve ecoar fundo nos ouvidos da banda e do empresário Paul McGuinness. Na ocasião, a cidade entrou em colapso por causa do show e muita gente com ingresso na mão chegou na hora do "boa noite" de Bono e seus comandados.

Pocket show pra TV Globo e segunda versão de clipe para "Walk On", ambos produzidos em 2000, não foram suficientes para diminuir a tristeza dos cariocas, que desta vez ficaram de fora da festa.

Quem for do Rio e também de outros estados, terá que se deslocar ao Morumbi, em São Paulo. Seria um show apenas, nesta segunda-feira (e isso lá é dia de se fazer show de rock?). Mas a procura por ingressos foi imensa e uma apresentação extra acontecerá na terça.

O grande xis da questão é o preço do ingresso. O Brasil é um país pobre. E o organizador, ou o promotor, quem quer que seja, não pode se dar ao luxo de cobrar R$ 200 pela entrada mais barata! Tem gente que nem ganha isso trabalhando 30 dias ao mês...

Enfim, não adianta chiar. Quando você vê uma situação em que todos os ingressos já estão vendidos (os do segundo show se esgotaram em três dias), dá muito o que pensar.

Mas Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. nada têm a ver com isso. O que eles querem, como fazem desde 1978, é fazer rock and roll de primeira qualidade - salvo o disco "Pop", provavelmente o pior do grupo em toda a sua história e do qual nenhuma faixa está sendo tocada na atual turnê.

Desde o início da carreira, provavelmente o U2 é o grupo mais presente na vida de todas as pessoas na faixa etária entre 30 e 40 anos. Foi essa geração que acompanhou o surgimento e o auge da banda nos anos 80.

É incontestável que Bono seja um líder nato. E diferentemente da maioria dos seus pares, o cantor irlandês não se furta de dar opinião - para tudo. Engajado, político, Paul Hewson é uma das figuras mais conhecidas do planeta. Até já o indicaram para o Prêmio Nobel da Paz. E estando no Brasil, ele não podia deixar de fazer uma visitinha ao presidente Lula, a quem conheceu ano passado durante o Fórum Social de Davos, na Suíça.

O grupo chegou no início da manhã a São Paulo e imediatamente Bono se preparou para ir a Brasília. "Estou ansioso para conhecer a cidade. É a realização de um sonho", exagerou. Na capital da república, o irlandês sentiu-se em casa. Não é à toa que ele diz que os brasileiros são 'irlandeses que sabem dançar'.


Sempre amável, simpático, solícito, com óculos escuros e o indefectível chapéu de cowboy, Bono causou alvoroço ao chegar à Granja do Torto, onde era esperado pelo presidente e pela imprensa, além dos fãs que se amontoaram na porta da residência oficial. Durante duas horas, o cantor e Lula conversaram sobre programas alternativos de desenvolvimento de combustíveis e causas sociais.

A exemplo do que fez Lenny Kravitz, que doou uma guitarra ao programa social Fome Zero, que no leilão arrecadou R$ 322 mil, Bono prometeu ao presidente que todas as guitarras usadas por ele e The Edge durante o show também serão doadas.

Então esperem mais durante o show de logo mais no Morumbi. O festival de afagos dos missionários do rock no povo brasileiro parece não ter fim.

sábado, 18 de fevereiro de 2006

A celebração pré-gravada dos dinossauros do rock

O que dizer de um show que é assistido por mais de 1 milhão de pessoas na Praia de Copacabana, incluindo privilegiados espectadores / moradores de prédios em frente ao mar e a galera que ancorou seus barcos na água?

Simplesmente uma palavra define tudo: inigualável. E vou deixar pra lá as inúmeras falhas de organização que podiam macular o espetáculo.

Eu sei, você sabe, todo mundo sabe, que a emoção de assistir in loco é diferente de quando você assiste no conforto de sua casa - principalmente hoje, quando a Globo resolveu "transmitir ao vivo" o show dos Rolling Stones. E destaco o "transmitir ao vivo" porque de ao vivo mesmo não teve nada.

O show começou de fato às 21h45 e na telinha as pedras só rolaram a partir de 22h15, com a dispensável participação de Zeca Camargo como âncora. A meia hora de defasagem deu à Globo inclusive o conforto de pagar a transmissão do evento com três intervalos comerciais - coisa que ela nunca fez nos outros shows dos Stones transmitidos pela TV em 1995 e 1998.

Eu sou bom observador das coisas pois, quando não apareceu o globinho colorido na marca d'água da emissora, que fica no canto baixo do lado direito de quem vê a televisão, logo percebi que o show não era ao vivo. Era pré-gravado.



Mas enfim, isso não retirou nada da emoção da terceira e possivelmente última vinda dos Rolling Stones ao Brasil. Eles começaram atacando com cavalos de batalha como "Jumpin' Jack Flash", "It's Only Rock And Roll (But I Like It)", "You Got Me Knocking" e "Tumblin' Dice", passando pelas baladas ("Wild Horses") até uma quilométrica versão de "Midnight Rambler".

Na seqüência, veio a única música que não é de autoria de Jagger e Richards, "Night Time Is The Right Time", uma homenagem ao pianista Ray Charles. Aí o Bocão, que já não é nenhum menino, foi dar uma rápida descansada na voz. Hora e vez de Keith Richards assumir, com sua Gibson Les Paul em punho, os vocais de duas músicas - "This Place Is Empty" e "Happy" - esta última cantada surpreendentemente bem por ele.

"Miss You", clássico stoniano dos anos 70, marcou o início da segunda metade do show, com direito a palco móvel que transportou a banda e mais o pianista Chuck Leavell para mais perto da calorosa e imensa platéia. No pequeno palco, eles arrebentaram com "Honky Tonk Women".

E daí pra diante, só clássicos... "Simpathy For The Devil", "Start Me Up", "Brown Sugar" e o bis com "You're Always Get What You Want" e a sempre eterna "Satisfaction". E Jagger com a energia de sempre, rebolando, requebrando, soltando aqui e ali uma e outra palavra em português (pelo menos não aprendeu coisas chulas como Madonna) e ainda terminou o show com uma camiseta daquelas típicas de turista escrito Brasil em cima da bandeira e Rio de Janeiro embaixo.

Glória eterna a Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts, pedras remanescentes da primeira formação, aos quais se juntaram o competentíssimo Ron Wood, o baixista Darrell Jones e músicos de apoio de primeiríssima linha, como Chuck Leavell e o saxofonista Bobby Keys, que gravou com eles em 1971 no lendário disco Sticky Fingers.

Ivo não vai ver mais a uva

Clube grande vive de resultado. Isso é lugar-comum no futebol em qualquer parte do mundo.

Mas no Brasil a cobrança por eles é impressionante.

O Fluminense fez seis jogos no Estadual. Venceu os dois primeiros, contra times fracos, goleando.

Iludiu sua torcida, que desde então não viu mais o time ganhar de ninguém. Foram dois empates contra Americano e Flamengo e duas derrotas, para Cabofriense e Madureira.

A paciência da torcida com o técnico Ivo Wortmann se esgotou depois do placar de 2 x 1 favorável ao tricolor do subúrbio.

Ouvi o jogo pelo rádio e, pelas palavras de locutor, comentarista e repórteres, o Madura deu um banho de bola no Fluminense quando, pela qualidade do time das Laranjeiras, deveria ser o contrário.

Acredito claramente que há jogadores ali interessados em não trabalhar com o treinador gaúcho. Tem gente ali fazendo um tremendo corpo mole para que, com as derrotas, o treinador caia. Mas os jogadores não percebem que, perdendo pontos importantíssimos, a chance de título diminui.

Podem anotar: a casa do Ivo já caiu. E antes que o Fluminense seja prematuramente eliminado do Estadual e da Copa do Brasil, a diretoria já deveria pensar em um novo treinador.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

O fim de mais um factóide

A verdade não tardaria a aparecer. E CEM perdeu mais uma oportunidade de ficar calado. Como Romário disse de Pelé, o alcaide carioca de boca fechada é um poeta.

Etapa belga não será substituída, diz Mosley
Warm Up
17/02/2006 - 13:31

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta sexta-feira (18) que não pretender substituir o GP da Bélgica por uma etapa em outro circuito. A prova na tradicional pista de Spa-Francorchamps foi cancelada pela entidade há duas semanas, mas pode voltar ao calendário da Fórmula 1 no próximo ano.

"Spa-Francorchamps pode voltar ao calendário em 2007. Acredito que todos percebem que precisamos tê-la no calendário", disse Max Mosley, presidente da FIA, aos jornalistas.

A declaração de Mosley acaba com qualquer possibilidade do Rio de Janeiro receber a prova neste ano, como pretendia o prefeito da cidade.

Órfãos

O ouvinte de rádio FM que gosta de ouvir um bom rock and roll está ficando cada vez mais órfão no Rio de Janeiro.

Saiu hoje uma nota na coluna Gente Boa, no Segundo Caderno de O Globo, avisando que uma lenda do rádio carioca tem hora e data marcada para terminar.

Em 4 de março, um sábado, a Rádio Cidade estará definitivamente extinta do dial. A única rádio que tocava rock na Cidade Maravilhosa - ainda que muita coisa sequer seja do meu agrado - vai dar lugar à Oi FM, que como o próprio nome diz, é ligada à operadora de telefonia celular. A programação? Ora... aos moldes de Paradisos da vida.

Não sei o que esse pessoal tem na cabeça quando se jogam histórias como essa da Cidade no lixo. A primeira emissora que passou por esse processo foi a Eldopop, que tinha nos anos 70 uma programação refinadíssima, DJ's como o lendário Big Boy e música de primeira. Como ela pertencia ao Sistema Globo de Rádio e a empresa precisava de algo mais, digamos, popularesco (leia-se audiência, ibope), a Eldopop morreu e entrou em seu lugar a infame 98 FM - que existe até hoje.

A própria Cidade inovou na comunicação com o ouvinte, desde quando foi inaugurada, em 1978. Com apresentadores que marcaram uma geração (Romílson Luiz, Elládio Sandoval, Fernando Mansur, entre outros), a emissora foi a número um no coração de muitos jovens até surgir, em Niterói, por iniciativa de Luiz Fernando Mello e Samuel Wainer Filho, a Fluminense FM.

Apelidada "A Maldita", a rádio foi o auxílio luxuoso para o rock brasileiro decolar e explodir entre 1981 e 1984. Diversas fitas demo eram mandadas para a emissora e lá ouviu-se pela primeira vez Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Plebe Rude, Capital Inicial e muitos outros, afora a fina flor do rock estrangeiro.

Outro diferencial eram as apresentadoras. Isso mesmo: só mulher locutava na Flu. Entre elas, as lendárias Adriana Riemer, Mônika Venerábile, Selma Vieira, Mylena Ciribelli e Liliane Yusim.

A Flu chegou a morrer em 1994 para dar lugar à Joven Pan FM, que depois mudaria no dial para o lugar da rádio Imprensa. Mas "A Maldita" ressurgiu, dando um sopro de vida ao rock na Freqüência Modulada. Sopro que, infelizmente, durou muito pouco. A programação ficou cada vez mais mequetrefe e hoje a Flu é mais uma emissora da rede Bandnews.

Nós, cariocas, não podemos ficar órfãos de boa música, do bom e velho rock and roll. Seria pedir demais à Kiss FM, ótima rádio rock de São Paulo, que um dia ela venha pro Rio?

Tomara que sim.

Cara Estranho

Não consigo gostar do grupo carioca Los Hermanos.

E estou sendo sincero. Jamais consegui ouvir uma música inteira deles, nem a pegajosa "Anna Júlia", por melhor que seja ou que os fãs queiram que o grupo seja. E ao comprar a revista BIZZ deste mês, deparei-me com uma entrevista do jornalista Pedro Só com os "pensantes" do grupo - Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante.

Logo na abertura, noto uma certa empolgação. Dizer que Los Hermanos são a banda brasileira número um do momento é exagerar demais na dose.

Durante a entrevista, além do ramerrão básico para explicar antigas influências, falar de um modo mais simpático que Smiths é foda e tudo o mais, Camelo se sai com essa: "Rock agressivo é uma idéia velha".

Sei...

Acho engraçado que ele venha com essa idéia pré-concebida de que agressividade não faz parte do meio musical. Desde que o mundo é mundo, é assim. E pelo que eu saiba, ser agressivo não é levar ao pé da letra a palavra e descer a porrada, como o Chorão fez no Camelo.

Exemplos: Jim Morrison era um frontman como poucos que o rock conheceu. Mas tinha lapsos de agressividade. Foi preso em New Haven por desacato à autoridade e em Miami, incitou a platéia a subir no palco e tocar em seu membro. Uma confusão monstro se formou e em razão desta e de outras balbúrdias, os Doors sequer foram cogitados a tocar em Woodstock.

Os grupos de punk rock sempre usaram e abusaram de agressividade. Nas letras, na postura de palco, nos figurinos e na própria música, tocada com fúria, com rapidez, com a urgência que os anos 70 precisavam. Desde então, pagamos todos tributo a bandas como Ramones, The Clash, Sex Pistols, Dead Kennedys e muitas outras.

Eu acho - veja bem, eu acho, não quero ser o dono da verdade - que o Marcelo Camelo pôe seu grupo em contraponto a tudo isso porque o som deles é diferente (não quer dizer que seja bom) e porque ele hoje parece querer assumir uma condição de Chico Buarque de Hollanda do Século XXI.

Aliás, uma comparação covarde para o Camelo, óbvio. Chico é único, inigualável, brilhante, inteligentíssimo, um gentleman. Fez e continua fazendo canções maravilhosas. Pode não ter uma voz de porte, mas vejam só o naipe de cantores (as) que o gravaram: Bethânia, Gal, Gil, Elis, Ivan Lins, Toquinho, MPB-4, Milton... só fera.

Camelo está começando, é verdade. Não sei se é brilhante ou inteligente, mas tem um jeito desgrenhado que não me agrada. Faz músicas encomendadas para Maria Rita, filha de Elis, que ainda busca identidade como cantora. Pelo menos ele admite que se sente inseguro como compositor.

No fim das contas, me vem sempre à mente uma coisa: o "Cara Estranho" de uma das canções do grupo não seria o próprio Marcelo Camelo?

Jorge Mendonça (1954 - 2006)

É triste ver um jogador de futebol que fez parte de sua infância morrer.

Triste é saber também que a morte veio aos 51 anos de idade, de infarto fulminante, conseqüência cruel dos anos de álcool, farras e indisciplina.

Foi o que aconteceu com o meio-campo Jorge Mendonça, um grande e polêmico jogador do nosso futebol.

Nascido em Silva Jardim, pequeno município do interior do Rio de Janeiro, ele despontou em 1972, quando subiu para os profissionais do Bangu, hoje na Segunda Divisão do estado. Foi para outro clube de camisa listrada em branco e vermelho - o Náutico, de Pernambuco. Não jogou muito bem por lá mas, em fins de 75, chegava ao Parque Antártica, contratado pelo Palmeiras.

Trazido para ser o sucessor de Leivinha, Jorge Mendonça entrou para a história do clube ao marcar, contra o XV de Piracicaba, o gol que deu o título paulista de 1976 - o último antes do histórico jejum de dezessete anos do alviverde.

Seu bom futebol quase lhe proporcionou o título brasileiro de 78, mas o Palmeiras, nocauteado por uma bobeira do goleiro Leão, permitiu ao Guarani vencer o primeiro jogo da decisão no Morumbi como também a final em Campinas. Mas o ano não seria de todo ruim: ele foi convocado por Cláudio Coutinho para a Copa do Mundo da Argentina.

Nos amistosos de preparação, marcou seus dois únicos gols em onze jogos com a camisa canarinho, contra o Atlético de Madrid e o Al Ahly, da Arábia Saudita. Inscrito com o número 19 no Mundial, Mendonça teve diversas chances no time de Coutinho, principalmente porque o técnico não quis levar Sócrates e porque Zico também se machucou durante a competição.

Virou folclore, por exemplo, o aquecimento demorado do meio-campista na primeira partida da fase semifinal contra o Peru. Depois, ele seria titular nos três jogos restantes do Brasil, contra Argentina e Polônia e na decisão do 3º lugar contra a Itália. Do jogo contra a Polônia, ele se lembrava bem. "Chutei duas ou três bolas na trave e Roberto levou todos os louros porque pegava os rebotes", disse. No jogo que encerrou a participação do Brasil como campeão moral da Copa, é ele quem ajeita a bola com o peito antes do chute forte de Dirceu contra a meta de Dino Zoff.

Em 79, o meia estava em grande fase. Telê Santana acabara de chegar ao Palmeiras vindo do Grêmio e Jorge Mendonça, jogando o fino. Formando dupla com Escurinho, ex-Internacional, enchia os olhos do técnico. "Ele é tecnicamente perfeito", disse o mestre sobre o jogador.

Mas as relações entre Telê e Jorge Mendonça ruíram por causa do álcool. Em Manaus, o jogador fugiu da concentração e o técnico o esperou pacientemente até altas horas da madrugada. Bêbado, o meia retribuiu com um "olá, chefe" à fisionomia sisuda de Telê, que não admitia indisciplina. Mendonça foi dormir sem saber que sua fase no Palmeiras chegava ao fim.

E ele tinha argumentos suficentes para duvidar do contrário. O Palmeiras eliminou o Flamengo do Brasileiro de 79 com uma sonora goleada por 4 x 1 diante de 113 mil torcedores e Jorge Mendonça marcou um dos gols. Mas a subseqüente eliminação contra o Inter de Porto Alegre fez a casa cair. Nem os prêmios concedidos pela revista Placar apagaram a má fama que ele tinha diante de Telê, que o chamou de "mau profissional".

Em fevereiro de 80, transferiu-se para o Vasco. Foram quatro meses de um retumbante fracasso. O time cruzmaltino perdeu a decisão do Estadual para o Fluminense e o meia jamais se firmou em São Januário. Como resultado, ainda naquele mesmo ano, transferiu-se para o Guarani de Campinas.



No Bugre, Jorge Mendonça arrebentou. Em 1981, no Campeonato Paulista, foi o artilheiro do time e do campeonato com 38 gols - marca inferior apenas às conseguidas por Pelé. Ao longo do ano, anotaria ainda mais vinte, fechando a temporada como o goleador número um do Brasil.

Mas ele não dispensava uma polêmica pois, quando o Guarani faturou a Taça de Prata naquele mesmo ano, disse que a torcida não deveria comemorar o título, pois não contribuíra em nada durante a campanha do time.

A dupla Careca-Jorge Mendonça continuou avassaladora em 82. O Guarani fez um Campeonato Brasileiro quase perfeito, marcou 63 gols em vinte partidas e até hoje tem a melhor média de gols de um clube na história da competição. Mas havia o Flamengo, campeão da Copa Toyota em 81 pelo caminho. E o Bugre caiu na semifinal.

Tamanho banho de bola de Jorge Mendonça pelos gramados país afora não sensibilizou Telê Santana, que o deixou de fora da Copa da Espanha, em 82. Amargurado, nunca mais foi o mesmo no futebol.

Forçou a transferência para a rival Ponte Preta onde, se não jogou o fino da bola, pelo menos foi um jogador muito respeitado. Encerrou melancolicamente a carreira depois de apagadas passagens por Cruzeiro, Rio Branco (ES), Colorado (PR) e Paulista de Jundiaí.

Sem saber administrar o bom dinheiro que ganhou em clubes de grande porte, Jorge Mendonça continuou na bebedeira. Gastou tudo e ficou sem um tostão. A miséria lhe bateu a porta a ponto de ser reconhecido vagando como mendigo nas ruas de Campinas. O radialista e apresentador de TV Milton Neves liderou uma campanha em prol de Jorge Mendonça, que tentou reconstruir a vida como coordenador do Projeto Bugrinho, a escolinha de futebol do Guarani para crianças carentes, em Campinas.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2006

Piada de salão

Na última semana, acredito que eu e todos que gostam e amam automobilismo, ficaram estarrecidos com a cara-de-pau de CEM em pleitear a vaga do GP da Bélgica, cancelado por falta de infra-estrutura, para o Rio de Janeiro - cujo autódromo está sob ameaça de destruição face o Pan de 2007.

Ainda bem que há gente que trabalha com o esporte e que também não achou nenhuma graça em mais um factóide ridículo do alcaide carioca. O colega Flávio Gomes soltou mais um petardo em suas colunas sempre publicadas às quintas-feiras no site Grande Prêmio.

Você pode ver o que o jornalista escreve, clicando aqui.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Indigna Nação

Infelizmente não é sempre que a justiça cumpre o papel que dela se espera.

Nesta quarta-feira o Brasil tomou conhecimento de que o comandante do Massacre do Carandiru, quando 111 presos morreram após rebelião no Pavilhão Nove da Penitenciária paulistana foi... absolvido.

Isso mesmo...

O coronel da PM e, pasmem, deputado estadual Ubiratan Guimarães, anteriormente condenado a 632 anos de cadeia, foi "premiado" com a liberdade depois que o júri o absolveu por 20 votos a dois. Em 2001, o militar fora punido pelo 2º Tribunal do Júri.

Responsável direto por pelo menos 102 mortes, o coronel tentou se defender.

"Nunca dei ordem para matar ninguém. A tropa aprende a se defender. Caso a polícia tivesse entrando com espírito de matar, o número de mortos teria sido bem maior do que foi", afirmou.

Desta vez, a defesa do réu sustentou a versão de que a ordem para invadir o Carandiru foi "respaldada por autoridades superiores ao coronel".

À decisão cabe recurso e a promotoria de justiça do Estado de São Paulo vai entrar com um pedido para nova decisão. Até lá, o coronel Ubiratan continuará solto, como um cidadão comum.

Cá pra nós... por mais que os 111 mortos fossem em esmagadora maioria bandidos com toda a espécie de crimes cometidos, que direito a polícia tinha em cometer tamanha barbárie?

Até quando vamos ver crimes como este passarem impunes diante dos nossos olhos?

Stones em Copa: por que pode dar errado?

Eu não preciso me dilacerar todo por causa de um show dos Rolling Stones.

Afinal, quando eles vieram tocar aqui pela primeira vez, em 1995, eu fui no Maracanã e é um espetáculo que nunca mais sairá da minha memória.

Você, quando ler este tópico, há de pensar que estou sendo um pouco ranzinza na minha convicção. Não é verdade. Quanto mais grupos de rock do naipe dos Stones vierem ao Brasil, melhor. E é uma honra que o Rio de Janeiro esteja incluído na última turnê do grupo que já está na estrada há 42 anos.

O problema dos Stones tocarem no Rio é o lugar: a Praia de Copacabana. E todo o esquema que está sendo montado para o próximo sábado.

Esquema que tem tudo para ser um fracasso. Os trens do metrô com certeza vão superlotar e as composições não vão atender a demanda de pessoas, uma vez que depois das três da tarde (isso mesmo!!!) todos os acessos ao bairro serão fechados.

Tá... mas peraí... e quem não curte rock? E quem nem quer saber das pedras rolando em Copacabana? Há que se pensar nessa porção de pessoas que, se é bem menor que o 1,5 milhão de espectadores calculado para assistir ao show, tem outras coisas pra fazer - inclusive trabalhar.

O efetivo de policiais para tamanha multidão é ridículo. Serão menos de 3 mil, entre civis e militares, para tentar conter furtos, arrastões, consumo de drogas e outros baratos. E para complicar ainda mais as coisas, a PM anunciou que no palco B - montado no mesmo esquema do show realizado em 1998 na Praça da Apoteose - banda e público ficarão separados por apenas quatro metros de distância.



Na primeira hipótese, os fãs veriam os Stones a mais de 100 metros de seu campo visual, o que deixaria o espetáculo "frio" e inviável para qualquer artista. Em depoimento ao jornal O Globo, o vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, diz que Mick Jagger tem que fazer o papel de "maestro das multidões".

- Ele precisa estar perto do público. Bandas como Stones e U2 começaram a fazer shows em arenas para chegar mais perto do público. A idéia de colocar um palco menor no meio da platéia ou aquele coração do U2 que o público ficava no meio é sempre o de diminuir a distância entre palco e platéia. É curioso que no Brasil se faça o contrário. Só vai ter gente de verdade muito longe porque VIP eu não sei o que é - afirma ele, que não vai ao show porque não foi convidado.

Aliás, pra que privilegiarem tanto os VIPs? Há necessidade de os aboletar em dois espaços distintos, um de cada lado do palco?

Podem escrever aí... o que mais vai existir de irritante no domingo e na segunda serão pseudonotinhas e pseudoreportagens sobre artistas que foram lá ver Rolling Stones como se fosse o primeiro show de suas vidas.

O Saco de Gatos vai parar por aqui antes que ele encha de tanta mediocridade...

Elenco Completo

A menos de um mês para o início do campeonato de 2006, a Fórmula 1 finalmente apresenta seu elenco de pilotos completo.

A Super Aguri, novata na categoria, confirmou que Takuma Sato e o estreante Yuji Ide serão os titulares da equipe que correrá as primeiras provas com o chassi Arrows A23 de 2002 rebatizado de SA05, com motores Honda e pneus Bridgestone.

Ide, 31 anos de idade, foi vice-campeão da Fórmula Nippon, a mais veloz categoria de monopostos do oriente, no ano passado. Ele disputava a vaga com Sakon Yamamoto, mas este declinou da possibilidade ao aceitar competir no campeonato de Super GT.

Na próxima semana, a Super Aguri entra na pista pela primeira vez para testes de pré-temporada, no circuito da Catalunha, em Barcelona.

Agora a numeração para 2006 está preenchida

1. Fernando Alonso (Renault)
2. Giancarlo Fisichella
3. Kimi Raikkonen (McLaren)
4. Juan Pablo Montoya
5. Michael Schumacher (Ferrari)
6. Felipe Massa
7. Ralf Schumacher (Toyota)
8. Jarno Trulli
9. Mark Webber (Williams)
10. Nico Rosberg
11. Rubens Barrichello (Honda)
12. Jenson Button
14. David Coulthard (Red Bull)
15. Christian Klien
16. Nick Heidfeld (BMW Sauber)
17. Jacques Villeneuve
18. Christijan Albers (Midland F1)
19. Tiago Monteiro
20. Vitantonio Liuzzi (Scuderia Toro Rosso)
21. Scott Speed
22. Takuma Sato (Super Aguri)
23. Yuji Ide

Portanto, entre os 22 competidores teremos: um espanhol, três italianos, um finlandês, um colombiano, quatro alemães, dois brasileiros, um australiano, dois britânicos, um austríaco, um canadense, um holandês, um português, um norte-americano e dois japoneses. Nada menos que catorze países nos cockpits dos carros mais velozes do mundo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Desafinaram o ronco da cuíca

Certa vez, nos idos dos anos 60, Vinícius de Moraes estava no famoso bar Baíuca, reduto da boemia paulistana para ouvir Johnny Alf e seu repertório de bossa nova e sambas-canção. Furioso com uma mesa que não o deixava ouvir o pianista, o poetinha vociferou:

"São Paulo é o túmulo do samba."

Em parte, o imortal Vinícius tem razão. E os paulistas e paulistanos hão de me desculpar, mas quanto ao Carnaval e às Escolas de Samba, o Rio ainda é imbatível.

Mas, duas semanas antes do desfile oficial, a Liga Independente de Escolas de Samba de São Paulo resolveu botar lenha na fogueira. E esse incêndio promete não ter fim.

A Gaviões da Fiel foi excluída do desfile principal. Ou seja, a escola ligada à maior torcida organizada do Corinthians (logo qual...) não vai poder marcar pontos. Ela estava amparada por uma liminar da 33ª Vara de Justiça de São Paulo para poder desfilar.

O que já se sabia de antemão desde o resultado do ano passado é que tanto a Gaviões quanto a Mancha Verde, agremiação surgida da maior torcida organizada do Palmeiras, não poderiam desfilar no Grupo Especial e pontuar, sob a alegação de que haveria o desmembramento em um grupo das "Escolas Esportivas" - que pode aumentar porque as torcidas Dragões da Real, do São Paulo e Camisa 12, também do Corinthians, estão no Grupo de Acesso disputando vaga na elite do samba paulistano.

Se São Paulo é o "túmulo do samba", então se preparem para ver os mortos deixarem suas tumbas para ver no que é que isso vai dar...

Um exercício de gatomestrice

Não costumo ser pessimista quando o assunto é Copa do Mundo e seleção brasileira.

Exceto quando Sebastião Lazaroni inventou no futebol brasileiro o 3-5-2 com líbero e ao colocar em campo um time muito diferente daquele que atropelou Paraguai, Argentina e Uruguai na Copa América, nunca deixei de torcer para o nosso país.

Mas a pouco mais de cinco meses da Copa da Alemanha, o torcedor mais esclarecido tem que ficar preocupado.

O técnico Carlos Alberto Parreira, como todos que militam numa das mais difíceis profissões do planeta, tem suas idiossincrasias. Ele apostou na continuidade do trabalho desenvolvido por Scolari na Copa da Japéia e pouco mexe no time. Com o vastíssimo manancial de talentos que nosso futebol dispõe, é até uma heresia que novos jogadores não sejam aproveitados.

Por isso vejo com desconfiança que Parreira acredita em alguns nomes que, na minha modesta opinião, podem trazer problemas para o Brasil em sua campanha rumo ao hexa.

Começando pelo gol, onde Dida roubou a posição de Marcos. O arqueiro do Milan é frio, gelado como um iceberg. Tem ótimos reflexos, pega pênaltis como poucos, mas demonstra deficiências em saídas de bola pelo alto - o que no jogo aéreo é fatal. E anda falhando muito na Itália. Outro ponto que pesa contra Dida é seu comportamento arredio - ele não atende à imprensa e quando o faz, fala num português incompreensível.

Cafu é outro nome unânime para Parreira, mas próximo dos 36 anos, já não é nenhum garoto para a posição de lateral-direito. No Milan, deixou de ser titular absoluto porque Carlo Ancelotti prefere escalar uma zaga torta, com Maldini, Stam e Kaladze, estes dois últimos se revezando pelo flanco direito. Na próxima quinta-feira, ele será operado do joelho. Será que não custaria nada a Parreira apostar um pouquinho mais em Cicinho para a sucessão de Cafu?

Um caso estranhíssimo é o do zagueiro Lúcio. Como pode ele ser tão venerado no futebol alemão? O jogador do Bayern de Munique já cometeu diversos erros crassos com a camisa amarelinha - e um deles poderia nos custar a desclassificação em 2002 não fossem Rivaldo e o genial Ronaldinho Gaúcho. Tosco, esquisito até, Lúcio nunca me inspirou confiança - aliás, tanto ele como qualquer outro dos seus companheiros de zaga. Tem tanto jogador bom que o Parreira não convoca...

O próximo da lista? Esse é fácil: Roberto Carlos, claro, o maior burocrata do futebol mundial da atualidade. Nenhuma objetividade, nenhum ataque, só passes laterais e para trás. Aos 33 anos, pode ser outro calcanhar de aquiles da defesa brasileira na Copa da Alemanha.

Emerson... esse também é impossível de entender o porquê de ser titular da seleção. E pensar que ele começou como camisa 10 do Grêmio, como meia de ligação, objetivo, de passes precisos e boa visão de jogo. Transformou-se num brucutu, num jogador meia-boca, mas objeto de desejo de Fábio Capello, que o levou da Roma para a Juventus quando se transferiu para treinar o time de Turim. Com Juninho Pernambucano jogando na posição ou trocando com Zé Roberto, o Brasil não perderia em marcação. Ganharia no passe, na qualidade do jogo, na objetividade. E Juninho é um grande craque que não merece ser reserva nem de Emerson, nem de Zé Roberto.

Por fim, Ronaldo. Tido como intocável por Parreira, não sei se ele se encontra num bom momento capaz de fazê-lo tão insubstituível assim. Além do mais, não sei se um esquema com dois atacantes de força e explosão (ele e Adriano) jogando juntos daria certo. Se eu tivesse condição de indicar dois atacantes para a seleção hoje, eles seriam Fred e Adriano.

Aliás, meu time titular hoje seria: Rogério Ceni, Cicinho, Alex, Luisão e Gustavo Nery; Zé Roberto, Juninho Pernambucano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Fred e Adriano.

Lula lá, outra vez?

Eu sou eleitor do PT desde 1989, quando tirei meu título de eleitor.

Por tabela, também sou um eleitor de Lula desde que ele se candidatou à presidência da república.

E pelo que vejo, já tenho em quem votar em 3 de outubro de 2006.

O momento é favorável para que o presidente comece a pensar em reeleição - em que pese, e muito, os escândalos de corrupção que abalaram as estruturas do Palácio do Planalto. Mas, como eu já disse em tópicos anteriores, qual governo não teve situações semelhantes?

É sabido que o plano de governo de Lula também tem falhas, como o projeto "Fome Zero", sem dúvida o maior fracasso de sua administração. De 10 milhões de empregos prometidos, vieram apenas quatro milhões. Mas a política econômica, incrivelmente, é o ponto mais alto desses três anos do PT como situação.

Os outros partidos batem inapelavelmente no PT, como que impondo a ele um castigo acumulado pelos quase 20 anos em que a oposição descia a lenha em tucanos, pefelistas, na turma do centrão e outras siglas menos votadas.

E já que os adversários não chegam a consenso quando o assunto é sucessão presidencial, Lula aproveita para pôr a cabecinha fora d'água e respirar. Hoje, se houvesse eleição, ele não precisaria transmitir o cargo para nenhum outro político.

Duvidam? Em pesquisa da CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira em São Paulo, o presidente venceria José Motoserra no segundo turno - num dejá vu do que aconteceu em 2002. Lula teria 47,6% das intenções de voto - exatos dez pontos percentuais acima do adversário.

O que isto significa? Que as grosseiras e inoportunas acusações de FHC contra o PT e o governo Lula podem ferir de morte a candidatura de qualquer um dos tucanos, quer seja Motoserra, quer seja Geraldo Alckmin.

E agora, será que Lula vai se animar a concorrer à reeleição?

Meu voto ele já tem, com certeza.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Podem parar o mundo pra eu descer, por favor?

Ah não!

Outra vez essa conversa fiada?

Rio oficializa pedido para sediar prova de F-1
13/02/2006 - 18:00

O Rio de Janeiro oficializou nesta segunda-feira (13) a intenção de substituir o GP da Bélgica no calendário a Fórmula 1 em 2006. A hipótese foi levantada na semana passada pelo prefeito da cidade, César Maia.
A fim de homologar o pedido, Ruy Cezar – secretário especial dos jogos Pan-americanos – esteve em São Paulo para entregar a Tamas Rohonyi , promotor do GP do Brasil, uma carta que será enviada à Formula One Management (FOM).
A empresa, gerenciada por Bernie Ecclestone, é a responsável pelos direitos comerciais da categoria. Caso aprove o pedido, a FOM deve repassar o documento à FIA. O projeto será submetido à avaliação do Conselho da entidade e, se novamente aprovado, o inspetor Charlie Whiting fará uma visita oficial na cidade, a fim de vistoriar o circuito.
O objetivo de realizar um segundo GP no Brasil, contudo, esbarra em diversas questões. Uma delas, logística: a data de 17 de setembro, prevista para a etapa belga, significaria que todo o aparato das equipes teria de ser deslocado do Autódromo de Monza – Itália – para o Rio de Janeiro em um período inferior a uma semana.
Há também que se ressaltar o fato de o autódromo não receber a Fórmula 1 desde 1989, o que no caso específico de Jacarepaguá denota uma defasagem quanto às especificações de áreas de boxes e da torre de cronometragem. O trecho de entrada dos boxes, em tese, também precisaria ser modificado.
Não bastassem as questões de infra-estrutura, Jacarepaguá é palco atualmente de obras visando aos jogos Pan-Americanos de 2007 – o que teoricamente inviabilizaria a realização de um evento do porte de Fórmula 1.Conforme apurou o Grande Prêmio, a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) – opositora da prefeitura do Rio com relação às obras do Pan – já se dispôs a ajudar de forma técnica e esportiva na empreitada carioca.A entidade, caso contatada pela prefeitura, realizaria uma vistoria no autódromo com o intuito de antecipar as possíveis exigências de uma eventual inspeção da FIA.
Cabe aqui a pergunta que não quer calar:
Até quando essa farsa vai continuar?
O nível de devaneios e de loucuras do prefeito CEM é ilimitado. Ele não é 22. Ele é 22 ao cubo.
O saco de gatos se enche, mais uma vez, em protesto!

Para sempre Maluco Beleza

Muito já foi dito e ainda será escrito sobre Raul Seixas.

O baiano mais abusado do rock and roll brasileiro deixou órfãos milhares de fãs e um legado inesquecível.

E pensar que no Nordeste quase ninguém sabia o que era aquilo que aquele magrelo topetudo tanto gostava. A ponto de fundar em Salvador um fã-clube do rei do rock Elvis Presley e tentar sobreviver na carreira artística como crooner de uma banda chamada Raulzito e os Panteras.

Nessa época de sucesso remoto, Raul e seu grupo gravaram um disco pela Odeon, que resultou em nada. Entre descrente e decepcionado, o baiano voltou a Salvador e logo veio para o Rio de Janeiro, trabalhar como produtor de discos de artistas como Jerry Adriani, Renato e Seus Blue Caps e o Trio Ternura na CBS.

Em 1970, gravou com a participação de Sérgio Sampaio, tão magro e abusado quanto ele, o álbum "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta: Sessão das Dez". Gastou muito mais do que o previsto no orçamento de produção. Perdeu o emprego na CBS. E foi nessa mesma época que surgiu Paulo Coelho (ele mesmo, o mago) no caminho de Raul Seixas.

Paulo fazia uma revista hippie underground chamada 2001 e um de seus artigos (todos escritos por ele, com pseudônimos) chamou a atenção de Raul, que um belo dia o convidou para escrever uma letra. Sem experiência no assunto, Paulo Coelho voltou com o que o Maluco Beleza descreveria como um "bestialógico hippie e absurdo". E combinaram de fazer, juntos, letra e música.

O que se viu a partir daí foi o nascimento de Raul Seixas como o rei do rock and roll brasileiro dos anos 70.

Na última edição do já decadente Festival Internacional da Canção, em 1972, eis que o Maracanãzinho é surpreendido quando o baiano canta "Let Me Sing, Let Me Sing", uma mistura explosiva de rock and roll com baião. O povo delira e canta, vendo o magrelo topetudo rebolar como Elvis Presley.

Let me sing, let me sing
Let me sing my rock and roll
Let me sing, let me sing
Let me sing my blues and go
Tenho quarenta e oito quilo certo
Quarenta e oito quilo de baião
Não vou cantar como a cigarra canta
Pois desse meu canto eu não me abro mão
Ele também inscreveu e classificou outra música - "Eu sou eu, Nicuri é o Diabo". E a participação de Raul no FIC foi um espanto. De repente, todo mundo queria saber de onde vinha aquele talento todo, aquela força toda. André Midani, sempre ele, não pensou. Ofereceu-lhe um contrato e ele foi integrar a "seleção nacional da música" na Philips. Para experimentar, dois compactos: o primeiro com "Let Me Sing, Let Me Sing" e o segundo com "Ouro de Tolo".

A música estourou no país inteiro e Raul caiu no gosto popular. Fez uma apresentação memorável no Phono 73 no Anhembi, pintando pela primeira vez no próprio corpo o símbolo da Sociedade Alternativa. Gravou o disco "Krig-Ha Bandolo" e rapidamente se transformou num campeão de vendagens.

Mas a Philips não fazia idéia do que Raul e Paulo Coelho tinham em mente. Eles queriam fazer da Sociedade Alternativa algo além do símbolo que o roqueiro pintara em si mesmo com tinta vermelha. O problema é que a Sociedade Alternativa era totalmente anarquista e baseada na doutrina satanista de Aleister Crowley.

Chegaram a pensar em construir em Minas Gerais a comunidade alternativa Cidade das Estrelas. O movimento foi porém considerado subversivo pelo governo militar. Raul, Paulo e suas respectivas esposas foram "convidados a se retirar" do Brasil e foram morar nos EUA.

Voltaram ao país em meados de 1974 e abriram o leque para o mistiscismo oriental. Sob a égide do Bhaghawad-Gitâ, lançaram "Gita", com a faixa-título puxando o disco de maior repercussão na carreira do roqueiro. Raul virou figurinha fácil no Fantástico, da Rede Globo, e uma das músicas do álbum entrou na trilha sonora da novela "O Rebu".



Cada vez mais empapuçado de drogas (maconha, cocaína, ácido e outros baratos), Raul foi convidado e aceitou participar do festival Hollywood Rock, produzido por Nelson Motta e que aconteceu no verão de janeiro de 75 no campo do Botafogo, em General Severiano. Com uma banda excepcional formada por Fredera (guitarra), Gustavo Schroeter (bateria) e Arnaldo Brandão (baixo), Raulzito arrebentou no encerramento do festival e levou a platéia à loucura quando ao final de "Sociedade Alternativa", pegou um papiro e, em alto e bom som, iniciou um discurso sobre as leis anarquistas.

A lei do forte
Essa é a nossa lei
E a alegria do mundo
Faze o que tu queres, que há de ser tudo da lei
Faze isso e nenhum outro dira não
Pois não existe Deus se nao o homem
Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei
Da maneira que ele quer viver
De trabalhar como quiser e quando quiser
De brincar como quiser
Todo homem tem direito de descansar como quiser
De morrer como quiser
O homem tem direito de amar como ele quiser
De beber o que ele quiser
De viver aonde quiser
De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes
Porque o planeta é dele, o planeta é nosso
O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser
De desenhar de pintar de cantar de compor o que ele quiser
Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser
O homem tem o direito de amar como ele quiser
Tomai vossa sede de amor, como quiseres e com quem quiseres
Ha de ser tudo da lei
E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos
O amor é a lei, mas amor sob vontade
Os escravos servirão
Loucura não? Em pleno governo Médici, terror comendo solto, e Raul solta esse petardo - ainda mais num show de rock? E coincidentemente, a partir daí sua carreira entra em fase irregular.
Nesse mesmo ano ele lançou "Novo Aeon", que ele confessou anos mais tarde ser o seu disco predileto. Tinha realmente faixas muito boas como "Rock do Diabo" e "Tente Outra Vez", mas alguma coisa já faltava. Depois de mais um álbum - "Há 10 Mil Anos Atrás", brigou com Paulo Coelho, que foi fazer letras para Rita Lee.
Com um novo parceiro - Cláudio Roberto - lançou mais um bom disco, "O Dia em que a Terra Parou". Mas as gravadoras passaram a boicotá-lo e ele ressurgiria com a música "Carimbador Maluco" (Plunct Plact Zuumm), do especial infantil homônimo exibido pela Rede Globo. Mas as drogas e o álcool o punham cada vez mais à nocaute.
Seus últimos hits foram "Cowboy Fora da Lei" e "Pastor João e a Igreja Invisível", este último com Marcelo Nova, que tinha em Raul sua referência-mor no rock and roll e com quem compunha em parceria no disco "A Panela do Diabo".
Lamentavelmente, aos 44 anos, num final à Elvis Presley, Raul Seixas faleceu de complicações ligadas ao álcool. E como acontece com todo artista que desperta curiosidade nos fãs mais jovens, o baiano continua cultuado. O "Baú do Raul" segue revirado em busca de novas canções que o tempo não apaga. E o magro abusado continuará sempre sendo essa "Metamorfose Ambulante". Com opinião sempre formada sobre tudo. Inclusive o infinito.
"Já me borrei de tanto rir ouvindo
O infinito sendo explicado
Se sendo é um verbo
Prefiro ficar sendo calado"
(Raulzito)

Por onde anda?


Você sabe quem são os dois amantes aí da foto?

Um não é difícil: é Marlon Brando, o galã de Hollywood que teve uma carreira fulgurante marcada por aparições arrebatadoras como em "O Poderoso Chefão" e em "Apocalypse Now!" e uma vida tumultuada fora da telona, morto em 2004 aos 80 anos de idade.

Já a menina, alguém se lembra dela?

Ela é Maria Schneider, atriz francesa que protagonizou com Brando um clássico do cinema erótico em todos os tempos - "O Último Tango em Paris", dirigido por Bernardo Bertolucci.

Aos 20 anos de idade, ela foi escolhida para o papel de Jeanne, uma moça parisiense que, ao procurar um apartamento, conhece Paul, um empresário americano de meia-idade que quer esquecer o suicídio da mulher.

Os dois sequer revelam suas identidades um para o outro, e iniciam um tórrido caso de amor. E numa época onde o liberalismo sexual fora violentamente reprimido por ditaduras e toda a sorte de vilanias, o filme choca o mundo inteiro e chega a sofrer censura em diversos países - claro, incluindo o Brasil.

Por dois motivos. O primeiro porque tanto a atriz quanto sua personagem eram ninfetas e Marlon Brando, já prestes a completar 50 anos de idade, por mais galâ que fosse, já mereceria as alcunhas de Papa-Anjo ou Tio Sukita, isto se elas existissem naquele tempo.

Segundo porque as cenas de sexo reproduzem situações nunca vistas e com as quais certamente muitos casais, amantes ou namorados jamais haviam sonhado se deparar. Alguém aqui pensou na famosa cena com a manteiga?

O certo é que nesse carrossel de erotismo, os dois personagens ainda carregavam muita culpa em seus ombros. Paul tinha recordações terríveis do suicídio da esposa, e a jovem Jeanne estava, ora vejam, noiva de um cineasta.

Os críticos dizem que o filme se sustenta pela presença de Marlon Brando. E a própria Maria Schneider deu munição para isso porque a partir de "O Último Tango em Paris", sua carreira despontou para o anonimato.

Desde então, o único filme razoável onde a atriz atuou foi "Profissão: Repórter", no longínquo ano de 1975. Aos 53 anos de idade, Maria Schneider continua desempenhando a profissão, agora em produções da televisão francesa.

Que maldade! - parte II

Todo mundo sabe que os finlandeses são chegados numa boa manguaça.

Para espantar o frio latente, tome álcool.

A vodka é paixão nacional por lá, tanto quanto o automobilismo.

Os finlandeses são ótimos no Rali e na Fórmula 1 sempre tiveram bons pilotos.

A bola da vez é Heikki Kovalainen, test-driver da Renault. E enquanto ele não chega ao posto de piloto titular, a imprensa persegue implacavelmente o compatriota Kimi Raikkonen.

O vice-campeão de 2005 é um bom bebedor - dizem, aliás, mais do que o bicampeão mundial Mika Hakkinen e do que Mika Salo - este pego alcoolizado em Londres, há dezesseis anos, chegou a perder sua licença de piloto.

Eu não vejo nada demais em beber uma cervejinha, desde que com responsabilidade.

Mas que quem faz a fama leva a culpa, ah isso leva... olha só a charge que saiu no ótimo Blog do Capelli.

Não podia perder essa chance...

Não escondo de ninguém: não gosto do Flamengo.

Como todo tricolor que se preza, é o clube por quem mais tenho asco. Nesse "ranking", o segundo colocado hoje é o Corinthians, depois o Vasco, única e exclusivamente por causa do Eurico Miranda.

Por que odiar o Flamengo? Porque é inverídica a história de que eles tenham surgido do Fluminense. Ora, eles eram um grêmio de regatas quando rebeldes saídos da sede do tricolor migraram para as hostes flamengas. Isso em 1911. O Flamengo existia desde 1895. Logo, filho feio não tem pai.

Outra: a camisa é horrorosa. Uma combinação de cores que remete a um frango de macumba, um despacho na encruzilhada. Piora quando milhares usam a mesma peça de roupa. É uma coisa sem graça, sem expressão nenhuma.

Nas Laranjeiras não: abusamos das variações cromáticas. Temos o manto sagrado tricolor, o branco, o grená e também uma camisa laranja, nunca aprovada pelo Estatuto do Fluminense, mas confeccionada em razão do centenário do glorioso clube de Álvaro Chaves e que vendeu como água.

Bom, voltando ao Flamengo, o que eu queria dizer é o seguinte: eles foram fazer uma mini-excursão ao Uruguai na última semana e o saldo foi o de sempre. Dois jogos, duas derrotas, para o Peñarol e o Nacional.

Ora, todo mundo sabe que o futebol uruguaio de ponta se resume aos seus jogadores que, atraídos pelos euros e dólares, deixam o país cisplatino em busca de fama e fortuna. A pindaíba é tão grande que o atual campeão do Uruguai é um clube do interior - o Rocha FC.

E o Flamengo, que se diz uma força acima do bem e do mal, não consegue administrar sequer as crises internas que já começam a rondar seu elenco, que já não é lá essas coisas em termos de qualidade.

Após a derrota de sábado para o Nacional, ficou evidente que o grupo está rachado em dois. No primeiro, está a patota do ex-corinthiano Renato que, vamos e venhamos, não passa de um jogador mediano. Do outro, os traidores que saíram do Fluminense, Diego "Dumbo" Souza à frente, com Toró e Juan completando a tropa.

Era nítido que mais cedo ou mais tarde rolaria uma ciumeira. Os traidores recebiam em dia nas Laranjeiras e provavelmente têm os mesmos privilégios na Gávea. A "turma do Renato" achou que eles não jogaram com o empenho suficiente em Montevidéu e partiram para a porrada. O dirigente Kléber Leite afirma que todos os envolvidos no deprimente episódio serão punidos.

Agora, quanta diferença para o Fluminense. Renato Gaúcho, quando veio para o tricolor em 95, nunca foi saudado com epítetos relativos à sua passagem pelo rival. Pelo contrário, sempre teve nosso carinho e terá gratidão eterna por dar-nos um título em pleno ano de centenário do Flamengo.

domingo, 12 de fevereiro de 2006

O sexto elemento

Quem assiste o programa humorístico Pânico na TV sabe que a turma que faz as sátiras nas reportagens externas apela um pouco para a grossura - que o digam Rodrigo Scarpa, o Repórter Vesgo e Wellington Muniz, o "Ceará", que faz uma ótima imitação de Silvio Santos.

Scarpa já sofreu na pele as conseqüências por ser tão abusado. Fez até Victor Fasano ter um acesso de macheza e não escapou também de uns pescoções do cantor Netinho de Paula, alvo contumaz de piadas do programa.

Tem gente que os ignora, como Luiza Thomé e Luana Piovani. Gente que os detesta, como Carolina Dieckmann. E tem quem os adore, como Suzana Vieira, Sílvio Luiz (cuja participação na matéria da semana passada foi o ponto alto do programa) e... Daniella Cicarelli.

Sim! A modelo e apresentadora da MTV, que tem um jeito de ser palhaça, levou numa boa a brincadeira das Sandálias da Humildade, que ela calçou no ano passado depois de uma longa espera do Repórter Vesgo e de "Silvio" no Sumaré, bairro onde fica a emissora.

Naquele dia, uma revelação que poucos sabiam - talvez a própria Daniella, o Ronaldinho e alguns amigos. A modelo teria uma anomalia no pé direito chamada polidactilia - seis dedos em vez de cinco. O dedo anômalo surgiu entre o dedão e o segundo dedo do pé.



Mas ninguém acreditou e o que se comentou nos dias seguintes é que a produção do Pânico na TV teria feito uma montagem para fazer mais uma brincadeira com Cicarelli. E, vejam só, os principais sites de notícias de TV compraram a história como se fora gozação.

Após conseguir calçar as polêmicas "Sandálias da Humildade" nos pés de Daniella Cicarelli, o programa Pânico deste domingo fez uma brincadeira e afirmou que a bela teria seis dedos no pé direito, mostrando imagens editadas.
(Site Terra - 6 de março de 2005)
Pois bem. Praticamente um ano depois, a turma do Pânico na TV aproveitou a chance para mostrar que não tinha nada de brincadeira naquilo.
De prontidão na porta de um restaurante onde um conhecido cabeleireiro comemorava seu aniversário, Vesgo, "Silvio" e "Faustão" logo partiram para cima de Cicarelli, que confirmou: "Sim, eu tenho polidactilia". E desta vez todo mundo que assistiu ao programa viu que não se tratava de montagem. A bela Cicarelli tem sim seis dedos no pé direito.
É... não era possível que a RedeTV! tivesse um equipamento capaz de produzir um efeito especial tão bom. Ou vocês achavam mesmo que era tudo mentira?

Vergonha!

A gente sempre ouve dizer, faz tempo, que o dinheiro não traz felicidade.

Mas que no futebol ele ajuda certos times a conquistar títulos, ah isso ajuda.

Na Itália infelizmente tem sido assim. Em especial para um time de preto e branco, chamado Juventus de Turim.

Antigamente, quando tinham craques do naipe de Antonio Cabrini, Michel Platini e Zbigniew Boniek, que a rapaziada de menos de 25 anos com certeza não conheceu, a Juventus não era um time tão suspeito assim. Ganhava seus títulos nos anos 80 no campo, jogando bola e dando espetáculo.

Mas de uns anos pra cá, precisaram e continuam precisando de muita apelação.

Lembro de um jogo escandaloso contra o pequeno Empoli, no Estádio Delle Alpi, quando o gol do time adversário foi surrupiado num erro crasso da arbitragem. Tento este que custou ao Empoli, acreditem, o rebaixamento para a Série B.

Não é de hoje então que os árbitros sejam condescendentes com o time que tem ligações estreitas com a FIAT e com o jornal Gazzetta dello Sport, o mais influente do ramo esportivo na Itália. A família Agnelli, que comanda a empresa automobilística, também estendeu seus tentáculos à Juve. Ora, com o dinheiro que eles têm, é fácil comprar árbitros e conseqüentemente, ganhar títulos.



Neste domingo, o Juventus viajou a Milão para enfrentar a Internazionale. E o que se viu desde logo foi um time preocupado só em dar porrada, mas ao mesmo tempo indiferente porque o árbitro, o Sr. Paparesta, não admoestaria os agressores. Quando pegaram firme com o argentino Verón a ponto de tirarem-no do jogo, pensei comigo mesmo... "esse árbitro está comprado."

Não dar amarelo ao agressor do meio-campista interista foi um dos muitos erros do árbitro. Ele anulou indevidamente um gol de falta do brasileiro Adriano e inventou uma falta que não houve (TODO MUNDO viu que Nedved simulou) no gol de Del Piero que deu a vitória por 2 x 1 à Juventus. Vitória esta que, infelizmente, afasta a Inter do sonho já distante do título.

Mas que não se ponha toda a culpa da derrota aos erros do árbitro em mais uma derrota do time de Milão neste campeonato. O presidente Massimo Moratti errou, desde o início do ano, em confiar o comando da Inter a um técnico fraquíssimo como Roberto Mancini, que não dá um padrão de jogo e muito menos escala um time confiável.

Quando faz alterações, é da pior forma: hoje ele tirou Adriano, sempre decisivo, para pôr o uruguaio Recoba. Um minuto depois, a Juve fez o gol da vitória - e parte da culpa pode ser imputada ao goleirinho Júlio César, que ficou lendo jornal e assistiu a bola passar em direção à meta interista.

Enfim, o que acontece é o seguinte. Enquanto esse poder paralelo mandar na Itália, a Juventus sempre será campeã do Calcio.

Corrida Maluca - um grande barato

Vai ter muita gente achando graça ou então me taxando de ridículo.

Eu tenho 34 anos, graças a Deus aparento menos fisionomicamente e sou uma eterna criança, daqueles que se amarra em desenhos animados até hoje.

Afinal, foram eles que fizeram parte da minha infância e não posso desprezá-los, em especial os mais antigos. E um dos meus prediletos, disparado, é Corrida Maluca, que ganhou para deleite dos seus fãs uma edição especial completa com todos os desenhos produzidos no distantíssimo ano de 1968, aquele mesmo que não terminou.

Produção (mais uma!) dos estúdios Hanna & Barbera, o desenho é sensacional porque não só tem a competição como mote mas também pelas situações hilárias criadas pelos roteiristas - especialmente envolvendo o vilão Dick Vigarista e seu fiel esparro, o cão Muttley.

Dick tem nitidamente o melhor carro de todo o desenho - a Máquina do Mal - mas sempre tenta vencer pela via errada, com golpes baixíssimos. E quando vence, como aconteceu num dos episódios, a falcatrua é logo descoberta. Ele também perdeu corridas a metros da linha de chegada quando um gorila caiu sobre seu carro, quando Muttley arrancou o motor e também (que canastrão!) quando posou para uma foto! Por isso e muito mais, Dick é o personagem favorito dos fãs do desenho.

Há outros carros e personagens ali que são hilários, como os Irmãos Rocha, Medonho e Medinho em seu Cupê Maldito, a coquete Penélope Charmosa, Tio Tomás e seu urso Chorão, medroso como ele só, a Quadrilha de Morte, Peter Perfeito, sempre metido a galã e Rufus, o lenhador.

O folclore em torno de um desenho que só teve 34 episódios é tão grande que ficava no ar a pergunta: quem são os maiores vencedores dos "Grandes Prêmios" da Corrida Maluca?

São quatro personagens, todos com quatro triunfos: Penélope Charmosa, Peter Perfeito, Tio Tomás e Chorão e a Quadrilha da Morte. Todos os outros, exceto Dick Vigarista, que nunca venceu, ganharam três corridas cada.

Mas, incrivelmente, os melhores resultados são justamente do carro de pedra número um.

Isso mesmo! Cascalho e Granito, os Irmãos Rocha, são os melhores de todo o desenho... vejam vocês.

E para aqueles que, como eu, ficaram órfãos da Corrida Maluca, a Hanna & Barbera ainda faria nascer dois desenhos aproveitando alguns personagens - Máquinas Voadoras, com Dick Vigarista e Muttley participando de um esquadrão aéreo (?!!?) para capturar o pombo Duddle, e Os Apuros de Penélope, com a Quadrilha da Morte fazendo o papel de protetora da mocinha contra as vilanias de Tião Gavião (Silvestre Soluço) e seus capangas, os Irmãos Bacalhau.

Ah... eu era feliz nessa época. E sabia!

O dia em que Gil e Jorge tiraram Clapton da roda

Andei meio nocauteado por um resfriado brabo, que me deixou de cama e com febre ontem o dia inteiro. Mas, recuperado, vamos voltar a postar histórias, novidades, causos e tudo o mais.

Hoje vou contar aqui o que tivemos na música brasileira lá por 1975, se não me engano.

Nessa época, Robert Stigwood, todo-poderoso da gravadora RSO Records, associada à Philips, que distribuía os discos de Eric Clapton no Brasil, trouxe o próprio EC para conhecer o país, de férias.

Casualmente, Stigwood perguntou ao presidente da companhia no Brasil, o francês André Midani, se ele não gostaria de fazer uma reunião de músicos brasileiros com Clapton. Irrequieto e abusado como sempre, Midani topou. O encontro seria na casa dele, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Clapton chegou e lá estavam, à sua espera, Caetano Veloso, Rita Lee, Erasmo Carlos, Jorge Ben, Gilberto Gil e muitos outros. Todo mundo foi buscar seus violões em casa, já que EC estava com o dele em punho. Armando Pittigliani, um dos assessores de Midani, buscou uma tumbadora e aí fez-se a roda.

Até Cat Stevens, quando ainda não era um chato xiita, e que também estava de férias, apareceu na jam session.

A coisa foi esquentando... Cat Stevens foi o primeiro a sair da roda. Rita Lee o seguiu e Caetano foi o próximo.

Madrugada alta, e ficaram Clapton, Gil e Jorge, arrasando num encontro inesquecível quanto inacreditável. Porém, EC não agüentou o tranco. "Para mim não dá mais", disse.

Ficaram só Gil e Jorge. E dizem que, quem presenciou os dois tocando, foi um dos momentos únicos da MPB.

O queixo de André Midani caiu com toda aquela demonstração de musicalidade, com toda aquela audácia e, muito provavelmente, porque Eric Clapton não conseguiu acompanhar naquela noite a força de seus artistas.

Puxou Pittigliani pelo braço e falou: "Amanhã tem que entrar em estúdio."

E lá foram Jorge Ben e Gilberto Gil para o estúdio da Philips tentar reproduzir tudo aquilo feito de maneira tão espontânea na casa de André Midani. E embora a gravação tenha sido maravilhosa, não chegou nem a metade do que acontecera na noite anterior.

Mas vale a pena buscar principalmente na internet as pérolas que fizeram deste um dos maiores encontros da música brasileira, em qualquer época.

Mistério?

Estava tudo certo hoje para o anúncio oficial da dupla de pilotos da mais nova equipe da F-1, a Super Aguri.

Porém (tem sempre um porém) a confirmação não aconteceu. Se bem que Sakon Yamamoto, candidato à segunda vaga, acaba de assegurar presença no campeonato de Super GT do Japão, o que invalidaria sua participação na categoria máxima.

Isto posto, Aguri Suzuki deve contratar Yuji Ide para fazer companhia a Takuma Sato, praticamente certo como o piloto número um do time, que ainda não inaugurou seu site oficial na internet.

sábado, 11 de fevereiro de 2006

Novo Vizoo

Que belo carro hein?

Esse é o novo layout da McLaren para a temporada 2006 da Fórmula 1.

O modelo MP4-21 andou com a cor tradicional da escuderia fundada em 1966 por Bruce McLaren - o laranja - ao longo da pré-temporada.

E como o previsto, graças à associação da equipe com a Diageo, detentora da marca de uísque Johnnie Walker, o visual do carro sofreria mudanças. Mas não se esperava tanto.

Além do prata e do preto, tradicionais da Mercedes e do patrocinador, a McLaren traz detalhes em branco e vermelho no bólido - uma alusão à nova parceria, com a empresa de telefonia Vodafone, que entra em vigor no ano que vem.

"Uau! Que carro bonito", espantou-se o colombiano Juan Pablo Montoya.

Se for tão veloz quanto já é bonito visualmente, o MP4-21 estará na linha de frente da F-1 este ano.

***

Em contrapartida à McLaren, a Scuderia Toro Rosso, constituída nos escombros da Minardi, lançou esta semana seu carro - o STR01.

À primeira vista, ele é muito semelhante ao projeto da Red Bull para o ano passado - o RB1, que usou o mesmíssimo motor Cosworth V-10 que este ano estará nos carros da STR, com limitação de giros.

Segundo especialistas, há pouquíssimas diferenças realmente visíveis, entre elas a entrada de ar e a cobertura do motor.

Em conjunto com a apresentação e o primeiro shakedown realizado pelo italiano Vitantonio Liuzzi, a Toro Rosso anunciou a venda de 50% de suas ações ao austríaco Gerhard Berger, que agora passa a ser diretor da equipe.

Oração para o Carnaval - Deus esteja conosco

O isopor é meu pastor
A cerveja não me faltará
Cerveja gelada que estais no bar,
Aguardando a sexta-feira chegar.
Venha a nós o copo cheio.
Seja feita a nossa farra,
Assim na sexta como no sábado.
O mé nosso de cada dia nos dai hoje,
Perdoai as nossas bebedeiras, Assim como nós perdoamos
A quem não tenha bebido.
E não nos deixei cair no refrigerante
E livrai-nos da água
Bebum!

SBT ganha o reforço de Carlos Nascimento

Notícia surpreendente no meio televisivo e jornalístico.

Carlos Nascimento deixa o Jornal da Band, do qual era âncora e editor-chefe e vai para o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), de Silvio Santos.

Descontente com a falta de estrutura da emissora sediada no Morumbi, em São Paulo - o jornal não tinha correspondentes internacionais, ele optou pelo rompimento do contrato. Seu substituto será Ricardo Boechat, que participa do telejornal há dois anos, na redação do Rio de Janeiro.

Carlos Nascimento não dividirá a bancada do SBT Brasil com Ana Paula Padrão, apresentadora que Silvio Santos tirou da Globo ano passado, rasgando dinheiro. A idéia é que a emissora tenha mais um noticiário, este vespertino, e que contaria com a apresentação de Nascimento - tido pelos antigos colegas globais como um craque nas narrações ao vivo.

Bom... o que se pode dizer é o seguinte. Perde feio a Band, porque trata-se de um profissional excepcional e ganha o SBT por tê-lo nos seus quadros. E se essa for mesma a idéia de Silvio Santos em produzir um jornal ao meio-dia, o SPTV passaria a ter um fortíssimo concorrente pela audiência.