sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Borracha fresca

A Bridgestone já divulgou que tipos de compostos estarão à disposição das equipes da Fórmula 1 nas nove primeiras provas do ano.

O fabricante japonês confirmou que haverá testes em abril com pneus slicks e que não está descartado o retorno deles em 2009, substituindo os grooved tires (pneus frisados) usados desde 1998.

Vejam que tipos de pneus serão usados em cada um dos circuitos:

Austrália / Melbourne
médio e macio

Malásia / Sepang
duro e médio

Bahrein / Sakhir
médio e macio

Espanha / Barcelona
duro e médio

Turquia / Istambul
duro e médio

Mônaco / Monte Carlo
macio e supermacio

Canadá / Montreal
macio e supermacio

França / Magny-Cours
médio e macio

Grã-Bretanha / Silverstone
duro e médio

Aonde vai parar?

Enquanto o WTCC começa a temporada com razoáveis 21 inscritos - e seriam vinte e dois se a N. Technology tivesse trazido o Honda Accord de James Thompson, o panorama não é dos melhores nas competições nacionais escaladas para as preliminares do Mundial de Turismo.

O Brasileiro de Marcas tem cinco destas representadas em Curitiba: Volkswagen, Ford, Fiat, Chevrolet e Renault. É sabido que não existe nenhum apoio oficial de fábrica - não sei informar se ao menos há aos pilotos e equipes um desconto em peças.

Mas o total de pilotos inscritos é desolador: são apenas 10 - quatro com VW Gol, dois com Chevrolet Corsa, dois com Ford Fiesta, um com Fiat Palio e outro com Renault Clio.

Fiasco maior é a Fórmula Brasil, surgida dos escombros da Fórmula Renault. Há apenas quatro (isso mesmo!) equipes presentes, sete carros e seis pilotos. Ano passado, em Campo Grande, na primeira tentativa da CBA e da Interlagos Eventos, que promove tanto o Marcas quanto a Fórmula Brasil, havia cinco carros. Que baixaram para dois (!!!) em Vitória.

Aonde vai parar o automobilismo brasileiro?

Com a palavra, a CBA, os promotores e as equipes. Pela ordem.

WTCC na área

Começa domingo o WTCC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo, com a rodada dupla realizada em Curitiba. É a terceira vez que o Brasil sedia a competição e a segunda como sede da abertura da temporada.

São onze rodadas duplas até o encerramento da temporada em Macau, na China. E o homem a ser batido é o britânico Andy Priaulx, dono de três títulos em seqüência - um no ETCC e dois no WTCC. ETCC é a sigla para European Touring Car Championship - o certame europeu que deu origem ao campeonato mundial.

O brasileiro Augusto Farfus, quarto colocado em 2007, parte em busca do título inédito novamente como piloto oficial da BMW-Schnitzer. Ele e outros vinte pilotos vão brigar pela vitória nas duas corridas que o Sportv 2 transmite a partir de 13 horas (primeira etapa) e 16 horas (segunda) de domingo.

Eu estarei nos comentários do WTCC, junto com Daniel Pereira na narração. E conto com a audiência de vocês todos.

Como preliminares, o Mundial de Turismo terá o Brasileiro de Marcas e a Fórmula Brasil, a antiga F-Renault. Aliás, aguardo fotos - não só do WTCC como também do Marcas e da F-Brasil, para postar no blog.

Os inscritos do WTCC em Curitiba são os seguintes:

1. Andy Priaulx / BMW Team UK - Bart Mampaey Racing
BMW 320si

2. Augusto Farfus / BMW Team Germany - Schnitzer
BMW 320si

3. Jorg Müller / BMW Team Germany - Schnitzer
BMW 320si

4. Alex Zanardi / BMW Team Italy-Spain - ROAL
BMW 320si

5. Felix Porteiro / BMW Team Italy-Spain - ROAL
BMW 320si

6. Nicola Larini / Chevrolet Racing - RML
Chevrolet Lacetti

7. Robert Huff / Chevrolet Racing - RML
Chevrolet Lacetti

8. Alain Menu / Chevrolet Racing - RML
Chevrolet Lacetti

9. Jordi Gené / Seat Sport
Seat Léon TDI

10. Rickard Rydell / Seat Sport
Seat Léon TDI

11. Gabriele Tarquini / Seat Sport
Seat Léon TDI

12. Yvan Müller / Seat Sport
Seat Léon TDI

13. Ibrahim Okyay / Borusan Otomotiv Motorsport (*)
BMW 320si

16. Olivier Tielemans / Wiechers Sport (*)
BMW 320si

18. Tiago Monteiro / Seat Sport
Seat Léon TDI

20. Tom Coronel / Sunred
Seat Léon TFSI

23. Pierre-Yves Corthals / Exagon Engineering (*)
Seat Léon TFSI

26. Stefano d'Aste / Proteam Motorsport (*)
BMW 320si

31. Sergio Hernandez / Proteam Motorsport (*)
BMW 320si

42. Franz Engstler / Liqui Moly Team Engstler (*)
BMW 320si

43. Andrey Romanov / Liqui Moly Team Engstler (*)
BMW 320si

(*) pilotos independentes, sem vínculo com equipes de fábrica

Na lona



A fusão entre ChampCar e IRL foi sem dúvida interessante no sentido de centralizar as atenções da mídia em apenas um campeonato de monopostos. Mas algumas equipes da categoria que disputava seus campeonatos com os Panoz Cosworth DP01 têm acusado o golpe. E uma delas foi literalmente à lona.

A Forsythe Racing, associada ao empresário Dan Pettit, vai encerrar suas atividades na categoria, concentrando-se somente na Atlantic Series. Pesaram contra a ausência de patrocínios, especialmente quando a Player's retirou seu apoio em razão da restrição de publicidade tabaqueira. E Gerald Forsythe, o proprietário, não pôde mais financiar sozinho a equipe com a ajuda da Indeck, empresa de sua propriedade.

Fechadas as portas da equipe, o canadense Paul Tracy, que tinha contrato para correr em 2008, está liberado para negociar sua participação na temporada da Fórmula Indy. Possivelmente ele será companheiro de equipe de Darren Manning, na equipe de A. J. Foyt.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Discos que já ouvi antes de morrer (VI) - Are you experienced / 1967


A fulgurante carreira de Jimi Hendrix no comando do Experience e depois da Band of Gypsys teve um ponto de partida que é considerado simplesmente brilhante na história da música e especialmente do rock and roll: o disco Are you experienced, com produção de Chas Chandler, ex-baixista dos Animals e que apresentou ao guitarrista os excelentes Noel Redding (baixo) e Mitch Mitchell (bateria).

Hendrix tivera uma carreira pouco expressiva nos EUA até conseguir destaque como músico de apoio de Little Richard. Saído de Seattle, onde nasceu, foi parar na Inglaterra levado por Chandler e com o auxílio deste, montou o Experience com os dois músicos supracitados.

Canhoto, o guitarrista tocava uma Fender Stratocaster como nunca mais se viu. Simplesmente ele não invertia as cordas, como fez Paul McCartney nos Beatles: Jimi tocava tal como um destro e com um domínio monumental do instrumento. Suas explosivas performances no palco, os improvisos de fazer cair o queixo de nomes consagrados como Eric Clapton e a capacidade tremenda de explorar os sons como ninguém o tornaram A referência musical do rock e do blues na segunda metade dos anos 60.

Para surpresa nenhuma, o disco de estréia de Jimi Hendrix e seu Experience é considerado um dos dez melhores "de estréia" do rock em todos os tempos. A qualidade das canções salta aos ouvidos de saída, com "Fire" e "Manic depression". "Red House" é a primeira viagem blueseira de Jimi no álbum, alternando com rocks psicodélicos tais como "Love or confusion" e "Third stone from the sun". A excepcional "Fire", com o famoso refrão let Jimi take over, seria anos mais tarde regravada por dezenas de grupos ou artistas que consideram o músico de Seattle uma tremenda referência.

A versão em CD, lançada 30 anos depois do disco original, continha outras quatro faixas de igual qualidade e excepcionais performances de Hendrix: o clássico "Purple haze" - que fez até defunto levantar da sepultura quando foi tocada em Woodstock; a excepcional "Hey Joe", clássico instantâneo do guitarrista, mas escrita por Billy Roberts; a suingada "Stone Free"; e a balada "The wind cries Mary".

Sem nenhuma faixa que pode ser considerada tapa-buraco, Are you experienced é um disco incrível, calcado na melhor tradição do rock, do blues e da psicodelia. Quarenta e um anos depois de lançado, soa novo em folha - tal como na época em que Jimi Hendrix deixou de ser um mero coadjuvante da música para brilhar intensamente ao lado dos que tinha como ídolos.

E que se tornaram, obviamente, seus fãs.


Ficha técnica de Are you experienced
Selo: Reprise / MCA
Produção: Chas Chandler
Gravado na Inglaterra entre 26 de outubro de 1966 a 3 de abril de 1967
Tempo total do disco: 40'07"

Músicas (*):

1. Foxy lady (Hendrix)
2. Manic depression (Hendrix)
3. Red house (Hendrix)
4. Can you see me (Hendrix)
5. Love or confusion (Hendrix)
6. I don't live today (Hendrix)
7. May this be love (Hendrix)
8. Fire (Hendrix)
9. Third stone from the sun (Hendrix)
10. Remember (Hendrix)
11. Are you experienced (Hendrix)

(*) A versão em CD lançada 30 anos depois incluiu as seguintes faixas:

12. Hey Joe (Billy Roberts)
13. Stone Free (Hendrix)
14. Purple Haze (Hendrix)
15. 51st Anniversary (Hendrix)
16. The wind cries Mary (Hendrix)
17. Highway Chile (Hendrix)

Buddy Miles

Abro a caixa de e-mails do blog e deparo com um link para a notícia que reproduzo abaixo:


Morreu na noite da última terça-feira (26) o baterista Buddy Miles, que fez parte da lendária Band of Gypsys, do guitarrista Jimi Hendrix. Ele tinha 60 anos e sofria de problemas cardíacos, informou seu assessor.

Miles, que nasceu em Omaha (Nebraska) já tocava no conjunto de jazz de seu pai aos 11 anos. Segundo seu site, ele tocou em grupos como The Delfonics e The Ink Spots e acompanhou a lenda do soul Wilson Pickett. O baterista tocou no clássico disco "Electric Ladyland" e se juntou logo depois à Band of Gypsys, que ainda contava com o baixista Billy Cox.

Ele tocou com Stevie Wonder, Muddy Waters, Barry White, David Bowie, George Clinton, Santana e Bootsy Collins.

Craig Balderston, um músico de Omaha, disse que costumava tocar com Miles durante os anos 90. "Ele era um fantástico baterista e também um fantástico cantor", disse.

Após a morte de Hendrix, Miles retomou com sucesso o Buddy Miles Express, graças sobretudo ao disco "Them Changes", que se manteve nas paradas durante 74 semanas.

Em 1972, Miles gravou um disco ao vivo no Havaí com Carlos Santana, que se tornou um grande sucesso de vendas. Posteriormente, colaborou com nomes como Stevie Wonder, David Bowie e Bootsy Collins.


O músico passou um período na prisão no final da década de 70 e início de 80, por acusações relacionadas a drogas, mas voltou à música em 1986, com o grupo California Raisins.
Em 1994, voltou a trabalhar com Santana e criou uma nova versão da Buddy Miles Express. Durante os últimos anos de sua vida, Miles se dedicou a manter vivo o espírito de Hendrix, através de atos promocionais e participações em tributos em sua memória.

No momento de sua morte, trabalhava em três projetos musicais e estava envolvido em atividades destinadas a arrecadar dinheiro para as vítimas de furacões nos EUA.

Porsche, 40 anos

Recebi um e-mail do camarada Pandini lembrando que em 1968, o ano que não terminou, a Porsche começava sua história de importações no Brasil, com o modelo 912E - um 911 com outra sigla e o "E" no fim - corruptela para "exportação".

Quarenta anos depois, a gama atual de modelos, do 911 ao Cayman S, continua sendo o sonho de consumo dos apaixonados por automóveis bem-construídos, resistentes, possantes e sobretudo confiáveis.

Não é à toa que no automobilismo a marca de Stuttgart é sempre associada às corridas de longa duração. Tem sido assim há décadas e mesmo com o melindre do ACO diante da negativa da Penske - pelo segundo ano consecutivo - em levar o protótipo Porsche RS Spyder para as 24 Horas de Le Mans, os cinco carros inscritos para 2008: dois outros protótipos de equipes européias e três 997 GT3 RSR - vão chamar muito a atenção. Especialmente se os GT2 derem um pau nas oito Ferrari F430 inscritas neste ano.

Mas houve uma categoria onde a Porsche experimentou um misto de sucessos e fracassos: a Fórmula 1.

Nos anos 60, a marca alemã entrou no campeonato com o modelo 804 de 1,5 litro e com ele ganhou algumas corridas, saindo da categoria antes do Mundial de 1964. Quase 20 anos depois, Hans Mezger desenhou o motor V-6 que com a griffe Techniques d'Avant Garde (TAG) ganhou tudo com a McLaren entre 1984 e 1986. Três títulos mundiais de pilotos - um para Lauda e dois para Prost - e outros dois para a equipe de Ron Dennis.

O fracasso, entretanto, deu-se em 1991. Aproveitando a estabilidade do regulamento, a montadora projetou e construiu o motor denominado "3512" - 3,5 litros e 12 cilindros em V, tal como Ferrari e Lamborghini. Com ângulo de 80º, o motor equiparia os Footwork de Michele Alboreto e Alex Caffi.

O motor Porsche 3512: última tentativa do cavalinho de Stuttgart na F-1



Mas ficou claro que por mais que esse motor tivesse o nome Porsche, não havia potência suficiente para que fosse competitivo e o peso excessivo prejudicou o desempenho do modelo FA12. Depois do GP do México, o projeto foi abortado e a Footwork apelou para o bom e velho Ford Cosworth V-8 para completar aquele ano, sem marcar qualquer ponto.

Surpresa revelada


O segredo mais bem guardado da pré-temporada da American Le Mans Series já está na área. A ECO Racing revelou as primeiras fotos do Radical R10 com o qual Ben Collins / Simon Wright / Harri Toivonen vão disputar as 12 Horas de Sebring daqui a duas semanas.

À primeira vista, o carro é bem semelhante ao Radical SR9 da classe LMP2. Mas só à primeira vista mesmo, pois debaixo do capô vai roncar um motor AER dotado de tecnologia biodiesel já implementada num antigo chassis Lola B98/10 que, se me lembro bem, treinou e classificou nas 24 Horas de Le Mans com um motor VW-Caterpillar de 4,9 litros turbodiesel. Não por acaso, o responsável do projeto é o mesmo: Ian Dawson.

O motor AER dotado do novo combustível ecológico trabalhou 40 horas em banco de prova sem que houvesse qualquer tipo de quebra e este é um possível trunfo da neófita equipe, além da experiência dos pilotos, que já disputaram diversas provas longas nos últimos anos.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Diga xis!



A foto acima é da série "coisas que jurávamos nunca mais presenciar".

Mas aconteceu. São Tony George e Kevin Kalkhoven apertando as mãos e confirmando a união entre IRL e ChampCar.

Espera-se, para o bem do automobilismo estadunidense de monoposto, que depois da cizânia entre o moço da esquerda e o pessoal da antiga CART, só levou "nabo" da Nascar.

Losers

O que têm em comum Jose Froilán Gonzalez, Ronnie Peterson, Jacky Ickx, Stirling Moss, Gilles Villeneuve e Rubens Barrichello?

Simples: seis pilotos sobre os quais recai a cruel sombra do vice. No jargão do automobilismo, são os principais expoentes daquele que Nelson Piquet chama de "o primeiro perdedor".

Eles são alvo de uma excepcional análise de Eduardo Correa, autor do não menos excepcional livro "Fórmula 1: pela glória e pela pátria", editado pela Editora Globo, e colunista do ótimo site GP Total - que foi onde conheci melhor os escritos do camarada Pandini e o que certamente ajudou a estreitar a amizade.

O Saco de Gatos agora tem um link direto para a página do GP Total, onde não só você pode ler as crônicas do Edu, como também as colunas da Alessandra Alves, do Panda, do Ico, do Roberto Agresti, do "Tite" (Geraldo Simões) e também de Ricardo Divila, Ernesto Rodrigues e do solerte Ivan Capelli.

LINDO!



Quem quiser, que discorde.

Mas que esse Murciélago da equipe InterProgress Bank Spartak, ou melhor, da Reiter Engineering, que vai correr na Le Mans Series 2008, é lindo toda vida.
O carro será um dos cinco LMGT1 da categoria e dois dos pilotos já são conhecidos: o holandês Peter Kox, que guia muito e o russo (oh... que dúvida!) Roman Rusinov.

GP2 completa

Os 26 pilotos da GP2 em 2008 já estão confirmados. A última vaga ficou com Diego Nunes, jovem revelação brasileira que competiu ano passado na Fórmula 3000 Européia. Ele vai correr na David Price Racing (DPR), tendo como companheiro de escuderia o belga Michael Herck, cujo pai comprou parte das ações do time.

A lista completa de inscritos, com os números já definidos, é esta:

1. Karun Chandhok (Índia) - iSport International
2. Bruno Senna (Brasil) - iSport International
3. Luca Filippi (Itália) - ART Grand Prix
4. Romain Grosjean (França) - ART Grand Prix
5. Vitaly Petrov (Rússia) - Campos Grand Prix
6. Ben Hanley (Grã-Bretanha) - Campos Grand Prix
7. Christian Bakkerud (Dinamarca) - Super Nova International
8. Álvaro Parente (Portugal) - Super Nova International
9. Jerôme d'Ambrosio (Bélgica) - DAMS
10. Kamui Kobayashi (Japão) - DAMS
11. Javier Villa (Espanha) - Racing Engineering
12. Giorgio Pantano (Itália) - Racing Engineering
14. Sébastien Buemi (Suíça) - Arden International
15. Yelmer Buurman (Holanda) - Arden International
16. Davide Valsecchi (Itália) - Durango
17. Alberto Valério (Brasil) - Durango
18. Adrián Valles (Espanha) - FMS International
19. Andy Soucek (Espanha) - FMS International
20. Mike Conway (Grã-Bretanha) - Trident Racing
21. Ho Pin Tung (China) - Trident Racing
22. Andreas Züber (Áustria) - Piquet Sports by GP Racing
23. Pastor Maldonado (Venezuela) - Piquet Sports by GP Racing
24. Michael Herck (Bélgica) - DPR
25. Diego Nunes (Brasil) - DPR
26. Paolo Maria Nocera (Itália) - BCN Competición
27. Milos Pavlovic (Sérvia) - BCN Competición

O pior para Ron Dennis

Tenho pena do Ron Dennis. Bem-feito pro Ron Dennis.

Tenho pena porque o casamento do cara acabou. Foram 22 anos de união com a estadunidense Lisa. Este blog nunca pretendeu ser um repositório de fofocas, mas comento isso com a autoridade de quem viu os pais (os meus, claro) se separarem depois de 17 anos de casamento e acho que três ou quatro de namoro. Qualquer coisa neste sentido não é benéfica para ninguém. Pra quem se separa e especialmente para os filhos. É deprimente, desgastante, é cruel.

E não tenho pena do Ron Dennis pelo seguinte: o jornal Marca veiculou ontem que a Mercedes-Benz, detentora da maioria do controle acionário da McLaren, "pediu a cabeça" do britânico.

O motivo? Ora... todo mundo sabe: o escândalo de espionagem que jogou o nome da equipe na lama e levou a Mercedes junto. Por causa daquilo, a McLaren perdeu os pontos no Mundial de Construtores (e conseqüentemente o título) e, pior, nenhum de seus dois pilotos foi campeão, primazia que coube a Kimi Räikkönen, da Ferrari.

A Mercedes, que aplica 200 milhões de euros na equipe, ficou "enojada" (zangada, em espanhol) com o episódio. E os alemães, liderados por Norbert Haug, começaram a costurar nos bastidores a saída de Ron. Também não foi digerida a contratação do finlandês Heikki Kövalainen: os alemães queriam um piloto da casa e as opções eram, pela ordem, Nico Rosberg, Sebastian Vettel e Adrian Sutil.

O cargo de diretor-geral deverá passar às mãos de Martin Whitmarsh e o anúncio deve ser feito dias antes do GP da Austrália. Se isto acontecer, é um infeliz canto do cisne para Ron Dennis no automobilismo. Ele começou como mecânico-chefe na Brabham, magrinho e com muito mais cabelo, trabalhando nos BT24 de Jochen Rindt e Jack Brabham. Ele ficou na equipe até o início dos anos 70, quando montou em sociedade com Neil Trundle a Rondel, para disputar provas de Fórmula 2.

Em 1976, montou a Project Four Racing, uma espécie de "time B" da BMW na F-2. Por ela, correram os brasileiros Ingo Hoffmann e Chico Serra. Com esta equipe, ele tentou chegar à F-1, já dispondo do generoso aporte da Marlboro como patrocinadora, uma vez que Andrea de Cesaris, filho do maior distribuidor Phillip Morris na Europa, era seu piloto. E a própria empresa tratou de resolver as coisas: ajudou Ron a comprar a McLaren, em situação pré-falimentar e que vinha muito mal das pernas no fim da temporada de 1980.

Daí pra diante, o resto é história: a McLaren foi a primeira equipe a investir na tecnologia do chassi em fibra de carbono, Ron Dennis tirou Niki Lauda da aposentadoria e o austríaco ainda foi campeão mundial, montou a dupla de pilotos mais competitiva e mais controversa da história do automobilismo, ganhou dezenas de corridas, muitos títulos, o respeito dos outros chefes de equipe mas... como tudo um dia tem seu fim, o ciclo de 26 anos do dirigente na categoria máxima parece estar se encerrando.

Podem apostar: tem quem esteja feliz com a notícia. Exceto, claro, Lewis Hamilton.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

ALMS: sai a lista para a primeira prova do campeonato

A American Le Mans Series divulgou hoje a primeira parcial de inscritos para a 56ª edição das 12 Horas de Sebring, corrida que abre o campeonato de 2008 no próximo dia 15 de março. Por enquanto, são 33 carros inscritos - dezesseis protótipos e dezessete GTs.

Entre as surpresas, um Radical movido a Biodiesel na categoria LMP1 e a excelente diversidade de marcas na classe LMGT2: Dodge, Porsche, Ferrari, Panoz, Ford, Aston Martin e Corvette. A LMGT1 continua magrinha, magrinha e a LMP2 é uma atração à parte com o duelo entre Porsche e Acura (Honda), coadjuvado por um Lola Mazda e um Zytek.

Mas sabe-se que a briga pela vitória ficará mesmo entre Audi e Peugeot. A prova de Sebring será uma avant premiére do que as duas tradicionais marcas farão ao longo do ano, especialmente em território europeu - na LMS e nas 24 Horas de Le Mans, onde cada uma terá três carros na pista de Sarthe.

Vamos aos primeiros inscritos para as 12 Horas de Sebring:

LMP1

1. Allan McNish / Dindo Capello / Tom Kristensen
Audi Sport North America - Audi R10 TDi

2. Marco Werner / Lucas Luhr / Mike Rockenfeller
Audi Sport North America - Audi R10 TDi

10. Ben Collins / Harri Toivonen / Simon Wright
Eco Racing D1 Oils - Radical R10 AER ECO

12. Bryan Willman / Chris McMurry / Tony Burgess
Autocon Motorsports - Creation CA07-002 Judd

37. Jon Field / Clint Field / Richard Berry
Intersport Racing - Lola B06/10 AER

07. Nicolas Minassian / Stéphane Sarrazin / Pedro Lamy
Team Peugeot Total - Peugeot 908 HDi FAP


LMP2

6. Sascha Maassen / Ryan Briscoe / Patrick Long
Penske Motorsports - Porsche RS Spyder

7. Timo Bernhard / Romain Dumas / Emmanuel Collard
Penske Motorsports - Porsche RS Spyder

8. Ben Devlin / James Bach / Raphael Matos
B-K Motorsports - Lola B07/46 AER Mazda

9. David Brabham / Scott Sharp / Stefan Johansson
Patron Highcroft Racing - Acura ARX01-B

15. Adrián Fernandez / Luis Diaz
Lowe's Fernandez Racing - Acura ARX01-B

16. Guy Smith / Chris Dyson
Dyson Racing - Porsche RS Spyder

20. Marino Franchitti / Butch Leitzinger / Andy Lally
Dyson Racing - Porsche RS Spyder

26. Bryan Herta / Christian Fittipaldi / Tony Kanaan
Andretti-Green Racing - Acura ARX01-B

27. Fredy Lienhard / Didier Theys / Jan Lammers
Horag Racing - Porsche RS Spyder

32. Juan Barazi / Michael Vergers
Barazi-Epsilon - Zytek 07S/2


LMGT1

3. Ron Fellows / Jan Magnussen / Johnny O'Connell
Corvette Racing - Corvette C6-R

4. Max Papis / Olivier Beretta / Oliver Gavin
Corvette Racing - Corvette C6-R

08. Chapman Ducote / Terry Borcheller / Antonio Garcia
Bell Motorsports - Aston Martin DBR9


LMGT2

5. Üwe Alzen / TBA / TBA
Vici Racing - Porsche 997 GT3 RSR

11. Joel Feinberg / Chris Hall
Primetime Racing Group - Dodge Viper Competition Coupé

21. Joey Hand / Tom Milner / Tom Sutherland
Panoz Team PTG - Panoz Esperante GTLM

28. Lou Gigliotti / Doug Peterson / Marc Goossens
LG Motorsports - Chevrolet Riley Corvette C6 GT2

40. David Robertson / Andrea Robertson / David Murry
Robertson Racing - Doran Ford GT-R MKVII

44. Darren Law / Seth Neiman / Alex Davison
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

45. Jörg Bergmeister / Wolf Henzler / Marc Lieb
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

46. Johannes van Overbeek / Patrick Pilet / Richard Lietz
Flying Lizard Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

48. Gunnar Jeannette / Ralf Kelleners / Johnny Mowlem
Corsa Motorsports - Ferrari F430

61. Tracy Krohn / Nic Jönsson / Eric van de Poele
Risi Competizione / Krohn Racing - Ferrari F430

62. Jaime Melo Jr. / Mika Salo / Gianmaria Bruni
Risi Competizione - Ferrari F430

71. Dominik Farnbacher / Dirk Müller / Rob Bell
Tafel Racing - Ferrari F430

73. Allan Simonsen / Pierre Ehret / Jim Tafel
Tafel Racing - Ferrari F430

77. Miro Konopka / Mauro Casadei / TBA
Autoracing Club Bratislava - Porsche 997 GT3 RSR

87. Dirk Werner / Marc Basseng
Farnbacher-Loles Motorsports - Porsche 997 GT3 RSR

007. Paul Drayson / Tim Sudgen / Jonathan Cocker
Drayson-Barwell - Aston Martin DBR9S

O nabo matinal da Ferrari

Ontem, Lewis Hamilton fechou o primeiro dia da última bateria de testes da F-1 em Barcelona em primeiro. Mas os dias mudam e os tempos melhoram. Hoje pela manhã, sem o mau tempo que assolou a Catalunha, Kimi Räikkönen deu as cartas com a Ferrari número 1.

O atual campeão virou a melhor de suas 29 voltas em 1'21"722, meio segundo mais rápido que Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que vai consolidando a Williams como postulante à vaga de "terceira força" numa briga que promete ser muito interessante contra Renault e BMW Sauber.

A manhã teve algumas surpresas: Jenson Button andou bem com o Honda e foi o quinto. Vitantonio Liuzzi, da Force India, ficou em sétimo. Possivelmente os dois andaram com os carros bem vazios de gasolina, para impressionar.

Os três brasileiros da temporada 2008 andaram hoje. Felipe Massa foi o sexto, Rubens Barrichello o oitavo e Nelson Ângelo Piquet, o décimo-quarto entre 18 pilotos que marcaram tempo. O bicampeão Fernando Alonso foi o nono. Outra novidade foi Sebastian Vettel colaborando com a Red Bull. O piloto alemão substituiu David Coulthard e fez o 13º tempo.

Tempos da manhã:

1. Räikkönen / Ferrari - 1'21"722 (29)
2. Hamilton / McLaren Mercedes - 1'22"232 (21)
3. Rosberg / Williams Toyota - 1'22"309 (22)
4. Kubica / BMW Sauber - 1'22"625 (30)
5. Button / Honda - 1'22"659 (28)
6. Massa / Ferrari - 1'22"909 (24)
7. Liuzzi / Force India Ferrari - 1'23"116 (34)
8. Barrichello / Honda - 1'23"159 (30)
9. Alonso / Renault - 1'23"208 (34)
10. Kövalainen / McLaren Mercedes - 1'23"240 (13)
11. Fisichella / Force India Ferrari - 1'23"347 (35)
12. Trulli / Toyota - 1'23"348 (28)
13. Vettel / RBR Renault - 1'23"438 (57)
14. Piquet / Renault - 1'23"467 (33)
15. Bourdais / STR Ferrari - 1'23"836 (47)
16. Nakajima / Williams Toyota - 1'23"860 (51)
17. Heidfeld / BMW Sauber - 1'23"944 (20)
18. Glock / Toyota - 1'24"277 (34)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Nascar: Fontana dos Santos!

Desta vez não assisti porque estou no trabalho e não tenho TVU Player. Mas pelo Racecast acompanhei grande parte da Auto Club 500, a 2a. etapa da Nascar em Fontana, na Califórnia. E num início de campeonato surpreendente, onde a Dodge fez dobradinha em Daytona, agora foi a vez da Ford dar o ar da graça. Cortesia de Carl Edwards "dos Santos", que comemorou a vitória ao estilo de sempre, dando saltos mortais vindo da capota de seu Fusion.


A prova de Fontana deveria ter acontecido ontem, mas a chuva não deixou. A organização, precavida, deu bandeira vermelha após a chuva que começou a cair no circuito e que já provocara um acidente com quatro carros, onde Casey Mears capotou e foi colhido pelo estreante Sam Hornish Júnior. Reed Sorenson e Dale Earnhardt Jr. pegaram as sobras do acidente e também perderam suas chances na corrida.

Tudo fazia crer que Chevrolet e Toyota, que dividiam o favoritismo, teriam seus principais pilotos no Victory Lane, mas não foi isso que se viu. Com o #99 simplesmente perfeito nas últimas 100 voltas, Edwards arrancou para a vitória, deixando o bicampeão Jimmie Johnson a 4"335 de diferença. Jeff Gordon foi o terceiro colocado, seguido por Kyle Busch e Matt Kenseth.

Sem vencer, o piloto do Toyota #18 da JGR é o líder do campeonato, somando 335 pontos contra 329 de Ryan Newman e 316 do terceiro colocado, Tony Stewart.



O resultado da Auto Club 500:

1. Carl Edwards / Ford Fusion - Roush-Fenway Racing
2. Jimmie Johnson / Chevrolet Impala - Hendrick Motorsports
3. Jeff Gordon / Chevrolet Impala - Hendrick Motorsports
4. Kyle Busch / Toyota Camry - Joe Gibbs Racing
5. Matt Kenseth / Ford Fusion - Roush-Fenway Racing
6. Martin Truex Jr./ Chevrolet Impala - DEI
7. Tony Stewart / Toyota Camry - Joe Gibbs Racing
8. Kevin Harvick / Chevrolet Impala - Richard Childress Racing
9. Kasey Kahne / Dodge Charger - Gillet-Evernham Motorsports
10. Ryan Newman / Dodge Charger - Penske Motorsports

Hermanos en FIA GT por supuesto...



A equipe Advanced Engineering, braço da AF Corse - bicampeã da classe GT2 no FIA GT e onde Jaime Melo foi campeão de pilotos ano retrasado - colhe os frutos da entrada da Argentina no calendário do campeonato deste ano.

A categoria fará a prova de encerramento do campeonato deste ano no novo circuito que está sendo construído em San Luis, batizado Potrero de los Funés.

O dono da AF Corse e por conseguinte da Advanced Engineering, Amato Ferrari, anunciou hoje que sua sub-equipe será 100% composta de hermanos, por supuesto.

Os pilotos escolhidos para o campeonato são Matías Russo, de 22 anos, com uma passagem-relâmpago pela Fórmula 3 sul-americana e Luis Perez Companc, experiente em provas de rali com passagem no WRC, o Mundial da categoria. Luis é irmão de Pablo Perez Companc, que ano passado sofreu um violentíssimo acidente na abertura do campeonato da Indy Pro Series em Homestead.

Déja vu

O último período de treinos coletivos da Fórmula 1 para a temporada 2008 começou hoje em Barcelona, na Espanha.

Tirando a Super Aguri, em petição de miséria e lutando para sobreviver em razão de gravíssimos problemas financeiros, as dez equipes restantes andaram hoje na Catalunha.

E a primazia do melhor tempo da manhã coube a... Fernando Alonso.

Sim... o piloto da Renault, o bicampeão mundial, foi o mais rápido batendo ninguém menos que Michael Schumacher, por 0s166. O alemão, é bom que se diga, está substituindo Felipe Massa, que recebeu um "descanso" da Ferrari.

Provando que o carro novo é mesmo bem-nascido, a Williams voltou a andar bem na Espanha. Nico Rosberg foi o terceiro colocado, adiante de Lewis Hamilton e Kimi Räikkönen.

A BMW Sauber não foi além de sexto com Heidfeld e Coulthard, com o RBR Renault, ficou em oitavo, na frente de Rubens Barrichello, num dos melhores desempenhos da Honda numa pré-temporada até então pífia da montadora japonesa.

Um alento para ele e Wurz, o piloto de testes: ficaram na frente da Toyota, da STR e da Force India.

Sinal de melhorias no ar?

A conferir.

Tempos da manhã:

1. Alonso / Renault - 1'31"583 (21 voltas)
2. Schumacher / Ferrari - 1'31"749 (16)
3. Rosberg / Williams Toyota - 1'31"858 (23)
4. Hamilton / McLaren Mercedes - 1'31"935 (25)
5. Räikkönen / Ferrari - 1'31"944 (10)
6. Heidfeld / BMW Sauber - 1'32"030 (9)
7. Kövalainen / McLaren Mercedes - 1'32"533 (18)
8. Coulthard / RBR Renault - 1'32"675 (20)
9. Barrichello / Honda - 1'33"015 (27)
10. Nakajima / Williams Toyota - 1'33"271 (15)
11. Wurz / Honda - 1'33"317 (20)
12. Glock / Toyota - 1'33"403 (21)
13. Vettel / STR Ferrari - 1'33"670 (28)
14. Piquet / Renault - 1'33"737 (21)
15. Webber / RBR Renault - 1'34"288 (15)
16. Sutil / Force India Ferrari - 1'34"808 (14)
17. Liuzzi / Force India Ferrari - 1'37"148 (11)
18. Kobayshi / Toyota - sem tempo

Clip da semana - "Show me the way"

Taí um cara que sempre fez um rock bastante honesto sem ser piegas: Peter Frampton.

O britânico, hoje com 57 anos, já tem mais de quatro décadas de palco nas costas. E dezenas de sucessos.

Seu disco mais conhecido é o ótimo Frampton Comes Alive!, de 1976, quando ele estava em grande forma. Nele, despontaram as versões ao vivo de hits como "Baby, I love your way", uma das baladas que mais gosto.

E de "Show me the way", o outro clássico de Frampton, que aparece aqui neste vídeo bem recente do artista.

A introdução é de arrepiar. Até hoje.

De volta ao batente

Acabou a moleza. Já estava na hora. E é agora que o ano de 2008 vai começar pra mim. As férias terminam e a partir de agora entro com o pé fundo no trabalho. Espero contar com a força dos leitores, dos amigos e que eu tenha saúde pra poder continuar compartilhando experiências e informações com vocês.

Boa semana a todos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Paul Frère




Morreu ontem aos 91 anos o belga Paul Frère. Piloto e depois jornalista, ele se tornou uma lenda do automobilismo belga e também das 24 Horas de Le Mans, corrida que disputou oito vezes, vencendo a edição de 1960 em companhia do compatriota Olivier Gendebien, com uma Ferrari TR60.

Na Fórmula 1, ele disputou onze GPs com HWM, Simca-Gordini e Ferrari. Com um carro da escuderia italiana, Frère chegou em segundo em Spa-Francorchamps, no seu melhor resultado - coincidentemente em sua última participação - na categoria máxima.

Depois que abandonou as pistas e tornou-se um ativo integrante de coberturas automobilísticas, especialmente das 24 Horas de Le Mans e Spa-Francorchamps, Frère ainda sentiu o gostinho da alta velocidade na pista francesa. Há cinco anos, ele foi convidado a dar uma volta no Audi R8 da equipe Audi Sport UK. E não fez feio. Virou uma volta em pouco mais de quatro minutos e no retão Mulsanne, chegou fácil aos 300 km/h.

Tudo isso aos 86 anos de idade!

Do baú: a exclusiva de Piquet a Reginaldo Leme em Indianápolis

Na última semana, o Grande Prêmio publicou uma excepcional entrevista de Bruno Vicaria com Reginaldo Leme, em duas partes: uma na quarta e outra na sexta.

Li e reli esse momento histórico do jornalismo esportivo. Afinal de contas, se eu hoje estou no métier, um dos culpados é o Regi, a quem tenho como um mestre, um craque.

Só de Fórmula 1 são 35 anos de cobertura. De esportes, um pouco mais - se não me engano, quatro décadas. E além do excepcional caráter, da correção como profissional e do carinho com que fui recebido por ele quando comecei na Globo há 10 anos, lembro de diversas de suas matérias e entrevistas.

Uma delas finalmente está no Youtube: é a exclusiva que Nelson Piquet concedeu pra ele em Indianápolis, após o pavoroso acidente que deixou o tricampeão mundial vários meses com graves fraturas nas pernas.

A entrevista do Regi ao Vicaria me concedeu saber uma história que não conhecia: a crise nas transmissões da F-1 com a saída do Galvão Bueno para a Rede OM foi tão grande que estudou-se a possibilidade do Regi sair do circuito automobilístico e fazer o Pré-Olímpico de Basquete em Portland (EUA), a primeira competição oficial do Dream Team que ganhou os Jogos de Barcelona.

E aí veio a porrada do Nelson nos treinos de Indianápolis e a surpresa: um telefonema de Piquet, intermediado por Carlos Cintra Mauro, o Lua, que disse: "todo mundo quer entrevistar o Nelson, mas ele quer você."

O evento, como é sabido de todos, era da Bandeirantes e a direção da Globo não se opôs. Foram oito minutos e meio de um material histórico. Uma entrevista onde vimos Nelson Piquet como poucas vezes tivemos oportunidade. Tudo graças a Reginaldo Leme, que graças a ela voltou às transmissões de F-1. Das quais nunca deveria ter saído.


Ficou ruço pro Russo

Renato Russo - o outro, não o da Legião Urbana de um vídeo mais abaixo - soltou os cachorros para cima dos pilotos da Stock Car. Deu a cara para bater, dizendo que há uso de substâncias ilícitas como drogas e álcool antes das corridas. Depois desdisse e ficou, como disse o Flávio Gomes, com jeito de "bundão".

Ora... se o sujeito não é homem o suficiente para sustentar os argumentos que o fizeram dar uma declaração que estremeceu os alicerces da principal categoria do automobilismo nacional, que não a faça. Porque depois pega muito mal dizer uma coisa e depois desmentir de forma deslavada, dizendo que "estava generalizando".

Muito bem: é sabido que álcool e drogas não combinam com direção. Haja visto os casos de acidentes em decorrência do excesso de álcool e o uso de cocaína e outros psicotrópicos. Um piloto em sã consciência jamais "enxugaria" uma garrafa do bom scotch antes de disputar uma corrida. Os reflexos ficam alterados e um acidente seria iminente. O profissional, aquele que tem consciência dos riscos inerentes a qualquer corrida, JAMAIS cometeria um absurdo destes.

Eu e o camarada Pandini chegamos à conclusão que qualquer atitude neste sentido torna a pilotagem impossível. E também recordamos que os casos notórios de doping por substâncias ilícitas aconteceram semamas antes dos pilotos serem punidos: foi o caso de Tomas Enge, que perdeu o título da Fórmula 3000 para Sébastien Bourdais em 2002 por uso de maconha; e o do italiano Luca Moro, cujo antidoping deu positivo numa prova do FIA GT porque em sua urina foram encontrados traços de cocaína. É claro que Enge deu o seu tapinha numa festa qualquer e o transalpino cheirou sua carreira em algum outro lugar por aí.

Eu, você que me lê neste momento, nós todos, sabemos que as drogas lícitas ou não fazem parte do cotidiano. Pilotos como Alessandro Nannini e James Hunt foram notórios fumantes. O mesmo Hunt jamais deixou de tomar seus pifões, assim como o atual campeão mundial Kimi Räikkönen. E perguntem a qualquer um da Ferrari se o finlandês já treinou ou apareceu em Maranello alcoolizado... creio que ele tem responsabilidade de sobra para não fazer isso.

Voltando ao patropi, acho o seguinte: o Russo errou? Errou sim, e feio. Mas também estão erradas a Vicar e a CBA, respectivamente promotora do campeonato e a entidade que gere o esporte a motor no Brasil.

A Vicar tem sua parcela de culpa porque, enquanto organizadora da Stock Car, um evento que tem mais de 100 pilotos em suas diferentes categorias e que enche autódromos, JAMAIS promoveu qualquer ação no sentido de evitar supostos dopings autódromos afora. Afinal, diante da conhecida omissão da CBA, era de se esperar que Carlos Col e seus comandados tomassem uma atitude neste sentido.

Agora, após a casa arrombada é que todo mundo fala nisto? Em antidoping? Em exigir do Russo uma retratação pública? Até porque ele não foi o único que deu declarações "polêmicas" do gênero. A imprensa já amplificou e lembrou - muito bem - que houve mais um piloto que disse a mesma coisa (ou algo parecido) numa revista de grande circulação nacional. E cuja qual o presidente da CBA não se dá ao trabalho de ler.

Mas alguém próximo a Paulo Scaglione deveria ter lido e dito. Afinal, a entrevista em questão já foi dada faz quase um ano.

O problema é que quem deu a cara a tapa foi o Renato Russo, um piloto tido como "polêmico" desde os tempos de juventude no kart.

É... ficou ruço pro Russo.

Pior para o automobilismo brasileiro, já tão desmoralizado pela falta de categorias de base, de autódromos decentes e dirigentes que honrem o esporte.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Juntas, de novo

Este 22 de fevereiro marca, 12 anos depois da cizânia envolvendo o USAC, Tony George e a então CART, a volta de uma única categoria de monoposto nos Estados Unidos. ChampCar e IRL, enfim, estão juntas, de novo.

Um curto comunicado emitido em nome de Kevin Kalkhoven e Tony George, os dirigentes máximos de ambas as categorias, confirmou a decisão, assinada ontem em Chicago.

De todo modo, é uma decisão onde o automobilismo sai ganhando. Afinal, é melhor ter uma boa categoria, com equipes grandes como Penske, Ganassi, Andretti-Green, Rahal-Letterman e Newman-Haas-Lanigan juntas do que separadas em duas competições capengas e que vinham "tomando nabo" da Nascar.

A ChampCar, coitada, já vinha se arrastando em situação pré-falimentar e nem a troca dos chassis Lola pelo Panoz surtiu algum efeito. O pior foi ver o desperdício de talento de Sébastien Bourdais, que pelo menos deixou os EUA com quatro títulos no bolso antes de ir para a Fórmula 1.

Sai ganhando também as 500 Milhas de Indianápolis, pois o evento mais tradicional do mundo em circuitos ovais vinha também sofrendo com a parca adesão das equipes à corrida e constantemente Tony George se socorria do expediente de injetar dinheiro em times menores para completar o grid com os 33 carros regulamentares. Não foi à toa por exemplo que vimos casos como o de Roberto Moreno, que alinhou neste ano com um Panoz de 2003!

Uma coletiva de imprensa será realizada em breve. Nela, serão anunciados os detalhes desta operação e o que muda a partir da união dos dois campeonatos. Certo é que a categoria terá mais corridas em mistos e Long Beach deve, de saída, integrar o calendário.

Discos que já ouvi antes de morrer (V) - The Doors / 1967




Nada como quebrar a seqüência dos Beatles nesta série com um senhor disco. E não se trata de um álbum de rock and roll para iniciados.

Eu mesmo tardei a ouvir The Doors - até porque não era um dos grupos prediletos do meu pai. Foi lá por 1990, 1991, quando o filme dirigido por Oliver Stone estourou nas bilheterias com Val Kilmer possuído e incorporando Jim Morrison literalmente, numa excelente atuação do ator hoje sumido da telona. Pois bem: comprei o vinil da trilha sonora e ouvi de uma mulher na loja o seguinte comentário:

"Bastou sair o filme e lá vai alguém comprar a trilha sonora."

Ora... não se pode conhecer um grupo de outra forma, quando se lança um filme a respeito dele. E fiquei chapado (no sentido amplo da palavra) com o que ouvi, de "Break on Through" a "The End".

A história dos Doors é bastante singular. O grupo surgiu propriamente em 1965, quando Jim Morrison era apenas um estudante do curso de cinema da UCLA e tinha Ray Manzarek como colega de classe. Jim era poeta, tinha cadernos e resmas cheias de versos e Ray, seis anos mais velho, achou que aquilo podia dar pé com música. Na praia de Venice Beach, veio o estalo: após recitar "Moonlight drive" - que entraria no disco Strange Days, feito no fim de 1967, para Manzarek, este finalmente achou que a melhor saída para abandonar a faculdade era entrar de cabeça na música.

Jim já tinha um nome para o grupo, que quase se chamou Dyonisio, evocando Baco. The Doors foi um nome que ele sempre associou ao livro de Aldous Huxley, "The Doors of Perception". Na época, ele já tinha viajado algumas vezes de ácido.

Isto posto, os dois chegaram a Robbie Krieger, guitarrista com origem de música latina, especialmente o flamenco espanhol; e também a John Densmore, baterista e percussionista cuja maior influência era o jazz. Os ensaios começaram e a química logo começou a existir, entre as letras densas de Morrison e os instrumentais bem-sacados do grupo.

Pra começar, eles tiveram que resolver um problema: sem conseguir qualquer baixista para tocar com o grupo, coube a Manzarek reproduzir as linhas de baixo num Fender Bass Keyboard que ele tinha. E com a outra mão, ele "pilotava" o teclado que virou marca registrada dos Doors e que chegou a ser chamado por alguns idiotas como órgão de churrascaria.

Eles faziam concorridíssimos shows em Los Angeles e num deles, no Whisky A Go-Go, no começo de 1966, Morrison quase pôs tudo a perder pois, bêbado, fez uma encenação em "The End" que desagradou profundamente o proprietário da boate - que os demitiu. Mas nessa mesma noite, a sorte estava ao lado deles, pois Jac Holzman, presidente da Elektra Records, assistia ao show e consigo estava Paul A. Rotchilid, que ficou surpreso e maravilhado com o que viu.

"Vocês são Bertold Brecht, cabaré e rock and roll", teria dito o produtor ao grupo, oferecendo a eles um contrato, que foi rapidamente assinado para a produção do primeiro LP.

E ele tinha razão. A linguagem quase teatral de Morrison no palco cativava os espectadores e, isto posto, poderia levar a banda a vôos ainda mais altos - se a personalidade autodestrutiva do vocalista não pusesse tudo a perder, como foi o que de fato aconteceu pelos anos seguintes.

O disco abre com a poderosa "Break on Through", descrita por John Densmore em seu livro Riders on the storm como uma bossa nova acelerada. De fato, a levada inicial remete ao estilo musical brasileiro celebrado nos EUA como uma grande novidade. "Tom Jobim foi uma enorme influência nesta faixa", confessou o baterista.

O estilo sombrio das letras de Morrison se faz presente em faixas como "The Crystal Ship", passando por "End of the night" até terminar com o epílogo sensacional de "The End", à época um épico do rock and roll.

Eles não se furtam em flertar com diferentes estilos musicais, fazendo rock-cabaré com "Alabama Song" (não por acaso uma composição de Bertold Brecht e Kurt Weil) e blues de raiz como "Back Door Man", de Willie James Dixon e Chester Burnett.

Mas a música que é entre todas as 11 faixas do disco de estréia, a mais marcante, é "Light My Fire". Escrita por Robbie Krieger, a canção foi a mais reinterpretada da história da banda, uma grande ode ao desejo sexual e que criou polêmica quando a banda foi participar do Ed Sullivan Show, na CBS, em 1967.

Um produtor entrou no camarim com a ordem expressa para Jim Morrison não cantar o trecho "girl you couldn't get much higher", porque achavam que isto remetia a viagens de ácido - o que de repente podia ser verdade. "Sugeriram" uma adaptação da letra e o grupo "aceitou". Mas quando foram cantar a música, ao vivo, em rede nacional, não mexeram numa linha da letra.

Ao fim do pocket show, o produtor invadiu o camarim em altos brados. "Seus filhos da puta! Vocês não cantam nunca mais no Ed Sullivan Show!"

No que Jim, com a ironia que lhe era peculiar, rebateu na medalhinha. "Você é mesmo um bosta. Já cantamos no Ed Sullivan Show. Por que haveremos de voltar?"

De fato, The Doors não precisariam mais de programas de televisão para mostrar que eram grandes. Afinal, a imprensa estadunidense já os colocava no mesmo patamar dos Beatles e dos Rolling Stones no olimpo do rock. Mas lamentavelmente daí pra diante, faltou uma coisa essencial a Jim Morrison:

Juízo.

Ficha técnica de The Doors
Selo: Elektra
Produção: Paul A. Rotchild
Gravado em Los Angeles em agosto de 1966
Tempo total das faixas: 43'25"

Músicas:

1. Break on Through (To the other side) (The Doors)
2. Soul Kitchen (The Doors)
3. The Crystal Ship (The Doors)
4. Twentieth Century Fox (The Doors)
5. Alabama Song (Whisky Bar) (Brecht-Weil)
6. Light My Fire (The Doors)
7. Back Door Man (Dixon-Burnett)
8. I Looked At You (The Doors)
9. End of The Night (The Doors)
10. Take As It Comes (The Doors)
11. The End (The Doors)

Carsughi na área

É... a responsabilidade aumenta a cada dia. Ricardo Divila apareceu por aqui e tem contribuido bastante com o blog. Agora foi a vez de Claudio Carsughi, provavelmente motivado por uma resposta que eu dei no blog do Flavinho Gomes, me atrevendo a corrigi-lo sobre ninguém menos que Juan Manuel Fangio.

Na minha ótica, na entrevista que ele concedeu aos meninos do Grande Prêmio - e que foi ótima, por sinal - eu interpretei mal uma frase dele e dei uma conotação talvez errada ao que ele dissera sobre o penta do argentino em 1957, quando com uma Maserati 250F ele derrotou a Ferrari, com Mike Hawthorn e Peter Collins em Nürburgring, numa corrida até hoje considerada "épica". Achei que ele tinha falado que naquele campeonato, o Fangio tinha corrido com dois carros distintos.

E rapidamente o mestre tratou de enviar um e-mail esclarecendo:

Caro Amigo,

não me leve a mal, buracos na memória acontecem com qualquer um, sobretudo na minha idade. Mas esse não foi : em 1954 Fangio começou o campeonato correndo de Maserati e depois passou para a Mercedes. Assim a 17 de janeiro de 1954 Fangio, com sua Maserati, disputou e venceu o GP da Argentina, apos ter largado na primeira fila, com o terceiro tempo, atrás das Ferrari de Farina e Froilan Gonzalez (na época largavam na primeira fila os autores dos 4 melhores tempos).
Sucessivamente, a 20 de junho de 1954, no GP da Bélgica Fangio foi pole-position, venceu a corrida e ainda marcou a volta mais rápida, sempre com sua Maserati.
Foi somente a 4 de julho,no GP da França, em Reims, que Fangio estreou na Mercedes,fazendo a pole e vencendo a corrida.

Com um abraço
Claudio Carsughi



Invasão russa

Avisem ao Flavinho Gomes!

A Lada finalmente vai estrear no Mundial de Turismo, o WTCC, em 2008.

A equipe Russian Bears Motorsport, que ano passado andou com BMW 320 i e três pilotos do país, sem muito destaque, vai alinhar dois Lada 110, homologados pela FIA.

Os pilotos serão Viktor Shapovalov, de 43 anos, que conhece bem a marca pois correu com um Lada no Campeonato Russo de Turismo - que aliás eu nem sabia que existia, e o holandês Jaap Van Lagen, egresso da World Series e que foi campeão do European Mégane Trophy ano retrasado.

A equipe e os carros russos não vão para o Brasil e tampouco para a segunda rodada dupla do campeonato, no México. A estréia vai acontecer na terceira etapa em Valência.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Clip da semana - "Quase sem querer"

Mais uma da série "quem sabe faz ao vivo": Legião Urbana no Perdidos na Noite. Era a época do disco Dois, o mais vendido na trajetória da banda brasiliense, se não me engano com 800 mil cópias entre LPs (eu tive), cassetes e CDs.

Surgida dos escombros do Aborto Elétrico e pegando o rastrilho da Plebe e do Capital Inicial, que tentaram a sorte primeiro no eixo Rio-São Paulo, a Legião teve diversas formações com Renato Russo primeiro no baixo, Paraná e Ico Ouro Preto nas guitarras. Até a chegada de Renato Rocha, que foi o baixista do grupo até Quatro Estações em 1989, quando o mesmo foi simplesmente ejetado da Legião por puro desinteresse e falta de profissionalismo. Reza a lenda que ele queria mais e mais dinheiro pra aumentar sua coleção de carros e motocicletas - chegou a ter oito, importadas, é claro.

O programa do Faustão na época estava na Bandeirantes e a Legião era a atração do especial de Natal. O grupo mandou bem os seus diversos hits e Renato fecha a apresentação com "Quase sem querer" e uma mensagem que se era otimista na época, imaginem hoje...

Xandinho de FIA GT... Le Mans? Talvez...

Acabo de ver no site Planetlemans a confirmação das duplas de pilotos da Vitaphone Racing para o FIA GT 2008: num carro, o patrão Michael Bartels em companhia de Andrea Bertolini. Noutro, uma dupla que fala praticamente o mesmo idioma: o português Miguel Ramos e o brasileiro Xandinho Negrão - que surpreendentemente abdica dos monopostos para dar prosseguimento à sua carreira no exterior.

Eles vão pilotar um bólido de respeito: o polêmico Maserati MC12 GT1 de 12 cilindros e 600 HP de potência, que os organizadores de Le Mans insistem em dizer que está fora do regulamento. Afinal, o carro é tão baixo que lembra mais um GTP do que um GT1. Enfim...

Xandinho fez testes esporádicos pela Rocketsports, equipe do quase-falido campeonato da ChampCar (que deve se fundir hoje com a IRL) e talvez percebendo que aquilo lá poderia lhe dar dores de cabeça, optou pela permanência na Europa.

O campeonato FIA GT contempla 10 provas, incluindo as 24 Horas de Spa na Bélgica e uma prova na Argentina, prevista para o novo circuito de Potrero de Los Funés, em San Luis. Mas a Vitaphone Racing também está inscrita para as 24 Horas de Le Mans... só que com um Aston Martin DBR9, de acordo com a lista oficial divulgada ontem pelo ACO.

Alguém arrisca dizer que provavelmente veremos o Xandinho fazendo companhia a Ricardo Zonta, Jaime Melo Jr., Mário Haberfeld e Thomas Erdos em Le Mans 2008?

O fim da IROC

Foram 30 anos de tira-teimas históricos entre pilotos de monoposto, turismo e mesmo de Sprint Cars. Ao fim de 2006, com a saída do patrocinador principal, o futuro da IROC passou a ser seriamente questionado. E como não houve o campeonato ano passado, mais ainda.

Agora, o fim é definitivo. Todos - absolutamente todos - os equipamentos, incluindo peças, motores e 15 carros, vão a leilão nos dias 7 e 8 de março. Aos interessados, é bom dar uma olhada no site oficial da categoria.

O evento IROC foi criado em 1973, com quatro provas experimentais, tendo Mark Donohue como seu primeiro campeão oficial no ano seguinte. Era uma época onde diversos pilotos de F-1 tinham tempo e prazer para se defrontar com os pilotos da Nascar e da USAC. Não raro os estadunidenses viam Patrick Depailler, Jacky Ickx, Ronnie Peterson, Jody Scheckter, Clay Regazzoni, Niki Lauda e Emerson Fittipaldi em confronto contra gente do naipe de Bobby Unser, A. J. Foyt, Mario Andretti, Cale Yarborough, Bill Elliott e por aí afora.

As provas deixaram de ser disputadas entre 1981 e 1983, mas voltaram com força total em 84. E desde 89 até o ano retrasado, quando Tony Stewart venceu o último campeonato da IROC, só deu piloto da Nascar no topo. Também pudera: as provas passaram a ser disputadas apenas em circuitos ovais.

Dos 131 pilotos que disputaram pelo menos uma corrida, três representaram o Brasil: Emerson Fittipaldi, Hélio Castroneves e Felipe Giaffone. E foi o Ratão quem deu ao país a única vitória na IROC.

Fittipaldi levanta a roda de um Camaro Z28 em Cleveland / 1984: a IROC deixará saudades...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Notável crescimento



Recebi e-mail da assessoria da SRO Latin America, através dos competentíssimos Rodolpho Siqueira e Caio Moraes: a GT3 não está pra brincadeira em sua segunda temporada, não.

A organização já contabiliza 23 reservas de inscrição para dezenove equipes diferentes. Três pilotos com passagem pela Fórmula 1 estão confirmados e pode haver um quarto, que ao que tudo indica será Ingo Hoffmann. O tricampeão mundial Nelson Piquet traz um Ford GT-R preparado pela Matech, enquanto Roberto Moreno segue na categoria correndo com Ferrari e de novo em dupla com Carlos Crespo. A surpresa é a volta de Ricardo Rosset, após quase uma década fora do automobilismo, correndo em dupla com Walter Salles noutro Ford.

Outra novidade é a presença de uma equipe portuguesa, como já me antecipara uma fonte próxima ao evento. A Simonelson Motorsport vai alinhar dois Aston Martin DB9SR (modelo igual ao da foto acima) e pelo menos um deles já tem os pilotos definidos: serão Mário Silva (desconfio que seja aliás aquele mesmo que andou de Stock Car em 1982) e José Nelson Graça.

Alguns nomes estão em aberto e muitas confirmações estão por vir até a etapa inaugural dia 20 de abril em Curitiba. Certo é que duas marcas já tiveram sua cota de seis carros atingida: Ferrari e Dodge. A Ford mal chegou ao Brasil e já tem cinco.

A lista provisória de inscritos contempla as seguintes equipes e pilotos:

2 Action Power - Lamborghini Gallardo
Alceu Feldmann / Thiago Marques

3 CRT Brasil - Ferrari F430
Rafael Derani / Cláudio Ricci

4 Old Boys Racing Team - Ford GT-R
Nelson Piquet / Eduardo Souza Ramos

5 Konrad Motorsports / WB - Porsche 997 GT3 S
Antonio Hermann / Valdeno Brito

6 WB Motorsport - Porsche 997 GT3 S
pilotos a definir

7 Boni Sports - Lamborghini Gallardo
Paulo Bonifácio / a definir

8 Hot Car - Dodge Viper Competition Coupé
Leonardo Burti / Elias Nascimento Jr.

9 A. Mattheis Motorsport - Ford GT-R
Xandy Negrão / Andreas Mattheis

10 Scuderia Occhi - Dodge Viper Competition Coupé
Abramo Mazzocchi / Ramon Matias
19 Via Italia - Ferrari F430
Chico Longo / Daniel Serra
20 Full Time Racing - Dodge Viper Competition Coupé
Wagner Ebrahim / Fábio Ebrahim

21 Full Time Racing - Dodge Viper Competition Coupé
pilotos a definir

23 Equipe Grecco - Ferrari F430
Renato Cattalini / a definir

27 Casagrande Racing - Dodge Viper Competition Coupé
Fábio Casagrande / a definir

30 Tigueis Super Stock - Ferrari F430
Roberto Pupo Moreno / Carlos Crespo

37 Camacho Racing - Ford GT-R
Otávio Mesquita / a definir

47 Camacho Racing - Ford GT-R
José Manoel Camacho / a definir

58 Simonelson Motorsport - Aston Martin DB9SR
Mário Silva / José Nelson Graça

59 Simonelson Motorsport - Aston Martin DB9SR
pilotos a definir

69 W2 Racing - Ford GT-R
Walter Salles / Ricardo Rosset

70 CRT Brasil - Ferrari F430
Walter Derani / Giuliano Losacco

77 equipe a definir - Ferrari F430
Sérgio Laganá / a definir

99 WA Mattheis - Dodge Viper Competition Coupé
pilotos a definir

Adiós, El Comandante



O que já era mais ou menos esperado, aconteceu nesta terça-feira, 19 de fevereiro.

A partir desta data, mais uma página da história é virada: Fidel Castro renunciou ao cargo de presidente de Cuba. Foram 46 anos de poder exercido por um dos homens mais emblemáticos da política em todos os tempos, inimigo mortal dos EUA e "camarada" de presidentes de países comunistas, socialistas, do Lula e do Hugo Chávez.

Com a saúde abalada pelo que parece ser um tumor no intestino, ele agora passa os plenos poderes que tinha ao irmão, Raúl Castro, que já era há mais de um ano o presidente interino do país.

Tido como "único mito vivo da humanidade" pelo presidente Lula, Fidel teve como mérito melhorar a qualidade de vida de uma nação incrustada no arquipélago caribenho, mas pecou por cercear a democracia a partir do momento da derrubada de Fulgencio Baptista - que fora uma ditadura repressiva e extremamente corrupta.

Potência esportiva conhecidíssima no olimpismo, Cuba possui números bastante interessantes que atestam seu desenvolvimento. Segundo a ONU, em 2003, a mortalidade infantil de Cuba era de 6,2 habitantes para cada 1000 (no Brasil, o índice era de 28,6 por 1000). Dados da Unesco em 2002 relatavam que 98% das residências cubanas possuíam instalações sanitárias adequadas (contra 75% das brasileiras).

Em 2006, Cuba obteve a 50ª colocação no ranking de IDH, situada entre os países de alto desenvolvimento humano (o Brasil é o 69º). A mesma pesquisa colocava o índice de analfabetismo cubano em 0,02% da população (no Brasil, a taxa era de 13,7%).

A CIA, central de inteligência americana, que organiza o "World Fact Book", um levantamento anual de dados sobre os países do mundo, estimava em 1,9% o desemprego em Cuba. No Brasil, segundo a mesma fonte, o índice era de 9,6% no ano passado. Ainda de acordo com o "World Fact Book", a expectativa de vida ao nascer na ilha era de 77,41 anos -contra uma esperança de 71,9 anos no Brasil.

Num trecho de sua carta-renúncia, Fidel reitera que não voltará ao poder. E cita o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer: "é preciso ser conseqüente até o final".

"Não me despeço de vocês. Desejo apenas lutar como um soldado das idéias. Continuarei a escrever sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será mais uma arma do arsenal com o qual se poderá contar. Talvez minha voz seja ouvida. Serei cuidadoso".
(Fidel Castro)

ACO descarta equipe brasileira e divulga lista para Le Mans 2008

Eu torci. Acredito que muita gente também. Mas o Automóvel Clube do Oeste não se sensibilizou com o pedido de inscrição da Dener Motorsport e não a incluiu na lista dos 55 carros que vão disputar as 24 Horas de Le Mans neste ano. Sequer entre os oito carros reservas, tampouco.

A equipe brasileira não é a única a ver navios - se é que isto serve de consolo - outros 24 carros não puderam ser aceitos pela organização, que limita a lista a 63 inscritos - incluindo os stand by, claro.

Entre os 55 com acesso imediato aos treinos livres de junho, despontam 20 protótipos LMP1 e outros doze da classe LMP2. Os Grã-Turismos são 23 - dez LMGT1 e treze LMGT2. Dos oito reservas, três são protótipos LMP1 e cinco GTs - dois LMGT1 e três LMGT2.

As novidades são a presença de três equipes japonesas na classe LMP1 - a Dome, com seu novo protótipo S102 Coupé, a Tokaï University com um Courage YGK e a Terramos. Também debutam em Le Mans a Autocon dos EUA e a Epsilon-Euskadi, também com um projeto próprio de LMP1 fechado.

Na LMP2, onde foram confirmadas as equipes dos brasileiros Thomas Erdos e Mario Haberfeld, aparecem como novidades o Porsche RS Spyder - serão dois, inscritos pelo Team Essex e pela Van Merksteijn, da Holanda - e a equipe Trading Performance com um segundo Zytek.

A LMGT1, com menos concorrentes que no ano passado, embora tenha tido 22 pedidos de inscrição, volta a ter o duelo entre Corvette e Aston Martin, com quatro carros para cada marca. O quarto Aston Martin, para surpresa geral, foi inscrito pelo Team Vitaphone de Michael Bartels, já que o Maserati MC12 com o qual ganhou o convite pelo título do FIA GT é considerado inelegível pelo ACO.

E na LMGT2, espanta o baixo número de Porsches. São apenas três, das equipes IMSA Performance, Flying Lizard e Team Felbermayr-Proton, que vão lutar contra um esquadrão de oito Ferrari F430 (um deles deve ter Jaime Melo Júnior ao volante) e os dois Spyker C8 oficiais de fábrica.

Entre os reservas, despontam um Pescarolo, um Creation, um Epsilon Euskadi, um Spyker, dois Porsches, um Lamborghini e um Saleen.

Eis a lista completa dos competidores:

LMP1

1 AUDI SPORT NORTH AMERICA
DEU
MICHELIN
AUDI R10 5499T

2 AUDI SPORT NORTH AMERICA
DEU
MICHELIN
AUDI R10 5499T

3 AUDI SPORT TEAM JOEST
DEU
MICHELIN
AUDI R10 5499T

5 TEAM MATMUT ORECA
FRA
MICHELIN
COURAGE-ORECA JUDD 5496A

6 TEAM MATMUT ORECA
FRA
MICHELIN
COURAGE-ORECA JUDD 5496A

7 TEAM PEUGEOT TOTAL
FRA
MICHELIN
PEUGEOT 908 5500T

8 TEAM PEUGEOT TOTAL
FRA
MICHELIN
PEUGEOT 908 5500T

9 PEUGEOT SPORT TOTAL
FRA
MICHELIN
PEUGEOT 908 5500T

10 CHAROUZ RACING SYSTEM
CZE
MICHELIN
LOLA ASTON MARTIN 5993A

11 DOME RACING TEAM
JPN
MICHELIN
DOME JUDD S102 5496A

12 CHAROUZ RACING SYSTEM
CZE
MICHELIN
LOLA JUDD 5496A

14 CREATION AUTOSPORTIF LTD
GBR
DUNLOP
CREATION AIM CA07 5496A

16 PESCAROLO SPORT
FRA
MICHELIN
PESCAROLO JUDD 5496A

17 PESCAROLO SPORT
FRA
MICHELIN
PESCAROLO JUDD 5496A

18 ROLLCENTRE RACING
GBR
DUNLOP
PESCAROLO JUDD 5496A

19 CHAMBERLAIN - SYNERGY MOTORSPORT
GBR
DUNLOP
LOLA AER B06 - 10 3997T

20 EPSILON EUSKADI
ESP
MICHELIN
EPSILON EUSKADI JUDD 5496A

22 TOKAI UNIVERSITY - YGK POWER
JPN
YOKOHAMA
COURAGE-ORECA YGK 3998T

23 AUTOCON
USA
DUNLOP
CREATION JUDD 5000A

24 TERRAMOS
JPN
MICHELIN
COURAGE MUGEN 3997A

LMP2

25 RML
GBR
MICHELIN
LOLA MG B05 - 40 1995T

26 TEAM BRUICHLADDICH RADICAL
GBR
DUNLOP
RADICAL AER SR9 1995T

30 RACING BOX SRL
ITA
DUNLOP
LUCCHINI JUDD 3395A

31 TEAM ESSEX
DNK
MICHELIN
PORSCHE RS SPYDER 3396A

32 BARAZI EPSILON
FRA
MICHELIN
ZYTEK 07S 3396A

33 SPEEDY RACING TEAM SEBAH
CHE
LOLA JUDD 3394A

34 VAN MERKSTEIJN MOTORSPORT
NLD
MICHELIN
PORSCHE RS SPYDER 3396A

35 SAULNIER RACING
FRA
MICHELIN
PESCAROLO JUDD 3395A

40 QUIFEL - ASM TEAM
PRT
DUNLOP
LOLA AER B05 - 40 1995T

41 TRADING PERFORMANCE
CHE
MICHELIN
ZYTEK 07S 3396A

44 KRUSE SCHILLER MOTORSPORT
DEU
DUNLOP
LOLA MAZDA 1997T

45 EMBASSY RACING
GBR
MICHELIN
EMBASSY ZYTEK 3396A

LMGT1

007 ASTON MARTIN RACING
GBR
MICHELIN
ASTON MARTIN DBR9 5993A

009 ASTON MARTIN RACING
GBR
MICHELIN
ASTON MARTIN DBR9 5993A

50 LARBRE COMPETITION
FRA
MICHELIN
SALEEN S7R 6997A

53 VITAPHONE RACING TEAM
DEU
MICHELIN
ASTON MARTIN DBR9 5993 A

55 INTERPROGRESSBANK SPARTAK RACING
RUS
MICHELIN
LAMBORGHINI MURCIELAGO 5988A

59 TEAM MODENA
GBR
MICHELIN
ASTON MARTIN DBR9 5993A

63 CORVETTE RACING
USA
MICHELIN
CORVETTE C6.R 6993A

64 CORVETTE RACING
USA
MICHELIN
CORVETTE C6.R 6993A

72 LUC ALPHAND AVENTURES
FRA
MICHELIN
CORVETTE C6.R 6993A

73 LUC ALPHAND AVENTURES
FRA
MICHELIN
CORVETTE C6.R 6993A

LMGT2

76 IMSA PERFORMANCE MATMUT
FRA
MICHELIN
PORSCHE 911 GT3 RSR (997) 3795A

77 TEAM FELBERMAYR-PROTON
DEU
MICHELIN
PORSCHE 911 GT3 RSR (997) 3795A

78 AF CORSE SRL
ITA
MICHELIN
FERRARI F 430 GT 3996A

80 FLYING LIZARD MOTORSPORTS
USA
MICHELIN
PORSCHE 911 GT3 RSR (997) 3795A

81 TAFEL RACING
USA
MICHELIN
FERRARI F 430 GT 3996A

82 RISI COMPETIZIONE
USA
MICHELIN
FERRARI F 430 GT 3996A

83 RISI COMPETIZIONE
USA
MICHELIN
FERRARI F 430 GT 3996A

85 SPYKER SQUADRON b.v.
NLD
MICHELIN
SPYKER C8 LAVIOLETTE 4000A

90 FARNBACHER RACING
DEU
FERRARI F 430 GT 3996A

94 SPEEDY RACING TEAM
CHE
MICHELIN
SPYKER C8 LAVIOLETTE 4000A

96 VIRGO MOTORSPORT
GBR
DUNLOP
FERRARI F 430 GT 3996A

97 BMS SCUDERIA ITALIA SPA
ITA
PIRELLI
FERRARI F 430 GT 3996A

99 JMB RACING
MCO
MICHELIN
FERRARI F 430 GT 3996A

CARROS-RESERVA EM ORDEM DE SUBSTITUIÇÃO DE ACORDO COM O ACO

LM P1 R1
4 SAULNIER RACING
FRA
MICHELIN
PESCAROLO JUDD 5496A

LM GT1 R2
56 INTERPROGRESSBANK SPARTAK RACING
RUS
MICHELIN
LAMBORGHINI MURCIELAGO 5988A

LM P1 R3
21 EPSILON EUSKADI
ESP
MICHELIN
EPSILON EUSKADI JUDD 5496A

LM GT2 R4
75 IMSA PERFORMANCE MATMUT
FRA
MICHELIN
PORSCHE 911 GT3 RSR (997) 3795A

LM P1 R5
15 CREATION AUTOSPORTIF LTD
GBR
DUNLOP
CREATION AIM CA07 5496A

LM GT2 R6
86 SPYKER SQUADRON b.v.
NLD
MICHELIN
SPYKER C8 LAVIOLETTE 4000A

LM GT2 R7
88 TEAM FELBERMAYR-PROTON
DEU
MICHELIN
PORSCHE 911 GT3 RSR (997) 3795A

LM GT1 R8
51 LARBRE COMPETITION
FRA
MICHELIN
SALEEN S7R 6997A

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Fórmula Palito

Ricardo Divila contribui mais uma vez para este blog mandando um e-mail muito interessante. É sobre um Fórmula 1 feito somente com palitos de fósforo!

A idéia foi de Michael Arndt que, durante seis anos, montou com 956 mil palitos de fósforo e 1686 tubos de cola, uma réplica absolutamente perfeita da McLaren MP4/14 de F-1, ao custo de aproximadamente 6 mil euros.

O carro é capaz de ocupar toda a extensão da cozinha da casa do inventor, o que não deve agradar muito a esposa. A funcionalidade do McLaren de fósforos é tamanha que ele pode ser dividido em 45 partes para facilitar o transporte e assim ser exposto nos encontros de construtores com palitos de fósforo.

Sensacional!

Sem tempero brasileiro

A TC2000 argentina, que teve algumas provas exibidas ano passado pelo Sportv, não terá a presença de Cacá Bueno em 2008. Não se sabe se a coincidência de quatro datas no calendário foi o fator preponderante, mas certo é que o bicampeão da Stock Car Brasil não renovou contrato com a equipe Petrobras-Honda, dirigida por Miguel Alisi. Em seu lugar, correrá o jovem Leonel Pernía, uma das boas revelações da temporada passada.

Outra grande novidade é a passagem de Matías Rossi da Chevrolet para a Renault. O piloto agora vai trabalhar na equipe gerenciada por Edgardo Fernández e que tem como engenheiro-chefe o conhecidíssimo Guillermo Kissling. Outro Guillermo, o Ortelli, será o piloto do carro número 2.

Quem não regressa para o campeonato 2008, que inicia em três semanas, é Gabriel Furlán. Aos 43 anos de idade, o experiente piloto tricampeão da F-3 sulamericana terá seu lugar ocupado por Mariano Werner, irmão mais novo de Gabriel Werner - que também andou na categoria continental de monopostos.


As equipes e pilotos inscritos para 2008 são estas:


Renault LO Jack Team / Renault Mégane
#1 Matías Rossi e #2 Guillermo Ortellli

Ford-YPF-Berta / Ford Focus
#3 Martín Basso e #4 Gabriel Ponce de León

Chevrolet Elaion / Chevrolet Astra
#5 Cristian Ledesma e #6 Ricardo "Caíto" Risatti

Honda Racing Lubrax / Honda Civic
#8 Leonel Pernía e #37 Jose María "Pechito" Lopez

Honda Racing Petrobras / Honda Civic
#9 Juan Manuel "Pato" Silva e #10 Carlos Okulovich

Toyota Team Argentina / Toyota Corolla
#11 Norberto Fontana e #12 Mariano Werner

DP-1 Team / Ford Focus
#13 Luis José di Palma e #14 Leandro Carducci

Bainotti Dowen Pagio / Honda Civic
#15 Franco Coscia e #16 Mariano González Cono

DTA Power Tools / Chevrolet Astra
#17 Fabián Yannantuoni e #18 Agustín Canapino

Fineschi Racing / Honda Civic
#19 Santiago Ventana e #20 Damián Fineschi

LP Racing / Honda Civic
#21 Rafael Moro

JM Motorsport / VW Bora
#23 Rúben Salerno e #24 Gustavo der Ohanessian

Latyn Motorsport / Chrysler Neon
#25 Maximiliano Merlino

Lanús Motorsport / Honda Civic
#27 Daniel Belli

BAR Competición / Honda Civic
#29 José Luis Raponi

Malta Advanced Racing Team / Honda Civic
#31 Carlos Banfi

Chevrolet-Elaion / Chevrolet Astra
#33 Marcelo Bugliotti

DTA Power Tools / Chevrolet Astra
#34 "Rex"

JM Motorsport / VW Bora
#35 Gerardo Martín

Bainotti Dowen Pagio/ Honda Civic
#41 Bernardo Llaver

1-2 da Penske na abertura da Nascar!




Acabei de acompanhar via TVU Player na FOX, com os ótimos Larry McReynolds, Mike Joy e Darrell Waltrip a quinqüagésima edição das 500 Milhas de Daytona. E num final absolutamente sensacional, a Penske venceu em dobradinha a clássica prova que abriu a temporada 2008 da Nascar, a Sprint Cup Series.

Após um hiato de oitenta e duas corridas - quase três anos - deu Rocket Man na cabeça: Ryan Newman, com o Dodge #12 da equipe de Roger Penske, foi muito ajudado pelo trabalho de equipe de Kurt Busch, que num bump'n'go sensacional botou Newman na liderança. E louve-se a sensacional participação do campeão da Nascar em 2004: Busch largou em último e chegou em segundo - será que o Reginaldo Leme, que chamou a categoria de "chata" na sua coluna recente no Grande Prêmio, está sabendo do resultado?

Enfim... a Dodge conseguiu um ótimo resultado na abertura do campeonato, com seis Charger entre os dez primeiros. Mas quem de fato brilhou foi a Toyota: com um carro fortíssimo, a montadora nipônica mostrou que a primeira vitória na Sprint Cup não vai demorar a acontecer. O fim de semana de competições, até este domingo, só teve vitórias da marca oriental, pois Todd Bodine ganhou na Truck e Tony Stewart faturou a Nationwide Series, a antiga Busch.

Stewart chegou em terceiro e Kyle Busch, o piloto que mais voltas liderou ao longo da Daytona 500, foi o quarto. A JGR já desponta como a melhor equipe Toyota na Nascar, pois material humano não lhes falta e pilotos bons, idem.

Para Chevy e Ford sobraram posições medianas. A Chevrolet marcou presença no Top 10 apenas com Dale Earnhardt Júnior, nono colocado após uma estratégia errada da Hendrick. Mesmo assim, seu resultado foi infinitamente superior ao de Jimmie Johnson e Jeff Gordon. O pole position não foi além de 27o. e Gordon abandonou. A marca do oval com sede em Detroit fez apenas um décimo posto, com Greg Biffle.

Esta foi a última Daytona 500 de Dale Jarrett, que chegou em décimo-sexto. A próxima prova da Nascar é a California 500 em Fontana, onde Matt Kenseth defende a vitória obtida no ano passado.

Os 10 primeiros da 50a. Daytona 500:

1. Ryan Newman / Penske Racing - Dodge Charger
2. Kurt Busch / Penske Racing - Dodge Charger
3. Tony Stewart / Joe Gibbs Racing - Toyota Camry
4. Kyle Busch / Joe Gibbs Racing - Toyota Camry
5. Reed Sorenson / Chip Ganassi Racing - Dodge Charger
6. Elliott Sadler / Gillett-Evernham Motorsports - Dodge Charger
7. Kasey Kahne / Gillett-Evernham Motorsports - Dodge Charger
8. Robby Gordon / Robby Gordon Motorsports - Dodge Charger
9. Dale Earnhardt Jr. / Hendrick Motorsports - Chevrolet Impala SS
10. Greg Biffle / Roush-Fenway Racing - Ford Fusion

Passaram-se 10 anos... e nada mudou

Há uma década atrás, se minha memória não falha, eu estava assistindo a transmissão do Grupo de Acesso A do carnaval carioca, na madrugada de sábado para domingo. O dia era 22 de fevereiro. O locutor Paulo Stein anunciara que um prédio localizado na Barra da Tijuca sofrera um desmoronamento: era o Palace 2.

A tragédia abalou o Rio de Janeiro e o país em plena época em que grande parte das pessoas explode em júbilo e alegria. Foram 44 apartamentos abaixo, centenas de pessoas ficaram desabrigadas, houve vários mortos e feridos. A construtora responsável pelo empreendimento era a Sersan, do mineiro Sérgio Naya - que tinha um mandato de deputado, posteriormente cassado.

Dele hoje nada se fala. Provavelmente, com a (in) Justiça que reina neste país, está foragido e / ou esperando responder o processo - se é que existe algum - em liberdade.

Mas uma década depois, ainda há pessoas sofrendo as conseqüências daquele dia fatídico.

A matéria transcrita abaixo foi retirada do Yahoo com informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Há dez anos os argentinos Osvaldo e Cecília Benevides não comemoram Natal, réveillon ou aniversários. Vivem num quarto do Hotel Atlântico Sul, zona oeste do Rio, desde que parte do Palace 2 desmoronou, em 22 de fevereiro de 1998, soterrando o filho mais velho, Leonel, todos os equipamentos de trabalho de Osvaldo, técnico em informática, e o apartamento que o casal levou 20 anos para comprar e onde a família morava havia menos de um ano.

Naquela madrugada, sábado de carnaval, o coronel do Corpo de Bombeiros Marco Aurélio Silva desceu ao 2º subsolo, após um tremor acordá-lo. Encontrou um pilar estourado, ferros à mostra. Subiu do 1º ao 17º andar arrombando portas, que emperraram com o abalo. Foi avisado que um técnico da Defesa Civil o aguardava. Quando chegou ao térreo, uma coluna com 44 apartamentos veio abaixo. "Por 40 minutos, não sabia se meus filhos estavam vivos ou não." Descobriu que tinham sobrevivido. Em 2005, combatia incêndio no condomínio Novo Leblon, quando teve uma crise de pânico. "Toda aquela fumaça, e eu pensava que o prédio ia desabar. Tive de me controlar. Hoje me trato com homeopatia", diz Silva, que ficou conhecido como o herói do Palace.

O professor de Física Afonso Ferrario, de 60 anos, e a mulher, Denise Ferrario, sobreviveram a um tornado em Miami, naquele carnaval de 98. Quando voltaram, descobriram que não tinham mais casa. Alugaram apartamento, para onde se mudaram com os filhos. Para equipá-lo, ex-alunos de Ferrario fizeram uma "lista de casamento". "A casa caiu, mas o lar não", era o lema deles.

Denise passou meses revirando escombros, tentando recuperar objetos. A memória familiar foi refeita por parentes e amigos, que entregaram fotos. Mas as idas e vindas do processo na Justiça, a condenação e posterior absolvição do empresário Sérgio Naya, dono da construtora do Palace, "minaram as defesas de Denise", nas palavras de Ferrario. Em agosto passado, contraiu pneumonia, que evoluiu para infecção generalizada. Morreu, aos 51 anos, depois de 105 dias em coma. "Ela se desencantou. Perdeu a crença no País", diz Afonso.

Benevides, Ferrario e Silva são exemplos de sobreviventes do desabamento do Palace, que deixou 8 mortos e 352 famílias desabrigadas - inclusive as do bloco 1. A maioria espera indenizações.

Aqueles que integram a Associação de Vítimas do Palace 2 receberam cerca de 15% do que têm direito. Benevides, que não faz parte do grupo, nada recebeu. "As pessoas não estão agüentando esperar. Nos últimos meses, sete ex-moradores morreram", diz a presidente da associação, Rauliete Barbosa Guedes. Bens de Naya, como hotéis, terrenos e apartamentos, foram leiloados. Mas a Fazenda Nacional e o Banco do Brasil têm entrado com recursos, pedindo o dinheiro para saldar dívidas de Naya. A associação mudou a estratégia e passou a arrematar bens de Naya, abatendo da dívida que ele tem com os ex-moradores. A intenção é negociar os imóveis. Ainda não conseguiu.

A venda do terreno do Palace 2, por exemplo, foi embargada pelos moradores do Palace 1, que querem usar o espaço como área de lazer. "Fizeram uma churrasqueira tosca ali. É inacreditável que queiram fazer de área de lazer o lugar em que minha filha ficou soterrada", revolta-se a médica Bárbara Leão Martins, que perdeu a filha Luiza, de 12 anos.

Quando o prédio caiu, 52 famílias mudaram-se para o Hotel Atlântico Sul. Hoje, ainda há 16 quartos do hotel reservados para ex-moradores do Palace 2. Segundo funcionários, só oito estão ocupados. "Tem gente que refez sua vida, chega aqui de Audi, mas não devolve a chave do quarto. Usa o hotel para veraneio. Tem um que faz o quarto de depósito. Esquecem que somos uma empresa", reclama o gerente Mário Mattos. Segundo ele, Naya não paga diárias há seis anos, e as dívidas ultrapassam R$ 4 milhões.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Clipes da semana - "Jeremy", em dose tripla!

Sobrevivente fiel da geração grunge, o Pearl Jam é um dos poucos grupos de rock da atualidade que consigo gostar e ouvir. Eles se mantêm na ativa com a personalidade intacta, graças ao espírito líder do seu vocalista e eventual guitarrista, Eddie Vedder.

Quando o grupo surgiu, ele tinha como integrantes além do próprio Vedder, os guitarristas Stone Gossard e Mike McCready, além do baixista Jeff Ament e do baterista Dave Abruzzese - único membro original que foi "chutado" da banda. Daí foram experimentados diferentes nomes no grupo, entre eles Jack Irons, ex-Red Hot Chili Peppers, até vir Matt Cameron, oriundo do extinto Soundgarden em 1998.

O Pearl Jam surgiu dos escombros do grupo Mother Love Bone, onde Ament e Gossard tocavam. E seu primeiro disco, o ultraelogiado Ten, abriu as portas do mainstream ao grupo, que de 91 pra cá vendeu 60 milhões de discos no mundo inteiro - isso com oito álbuns de estúdio afora os CDs "piratas" lançados por ocasião dos shows da turnê do disco Binaural - que fizeram inúmero sucesso.

No álbum de estréia, vieram na esteira do trabalho, inúmeros sucessos catapultados pelos clipes exibidos na MTV. E um deles foi tão polêmico que teve de ser cortado: o da música Jeremy, uma das melhores do disco.

Hoje, você pode ver três versões diferentes de "Jeremy" em vídeo clipe. A censurada (aliás, quero que alguém me diga o porquê disso), a cortada e uma outra, alternativa, só com o grupo.

Curtam!





Vida curta

Bomba na Nascar. A informação foi passada pra mim há pouco pelo amigo Nishan, sempre alerta aos fatos.

Pra bom entendedor do inglês, meia palavra basta.


Skinner and Benson take over #27 ride...for now UPDATE:

Jacques Villeneuve's career in the Sprint Cup Series is on hold. Villeneuve will be replaced next week at California, likely by Mike Skinner, unless a sponsor can be found for the Bill Davis Racing car over the next 24 hours. Mike Brown, the general manager at BDR, said there are no other plans to use Villeneuve until a sponsor is found.

Ou seja: por hora, a carreira do canadense campeão mundial de Fórmula 1 na Nascar está momentaneamente encerrada.

Arriscaria eu um palpite: pra lá, ele não volta mais.

Pede pra ganhar!

É ouro!

"Tropa de Elite" vence a disputa do Festival de Cinema de Berlim e ganha o prêmio Urso de Ouro. Justo, justíssimo.

O contestado filme dirigido por José Padilha, que não recebeu legendas na sua exibição, dividindo a platéia entre muitas vaias e muitos aplausos, agora aparece como um possível candidato à disputa de estatuetas do Oscar na premiação de 2009.

Eu explico: neste ano, a comissão selecionadora da Embrafilme fez o favor de excluir "Tropa..." para colocar "O ano em que meus pais saíram de férias" na disputa. O filme de Cao Hamburger sequer chegou na lista final - que aliás não tem nenhum da América do Sul.

E como "Tropa de Elite" ainda será distribuído no mercado internacional pela Miramax de Harvey Weinstein e deve ir para os EUA a partir de abril, as chances do filme emplacar algumas indicações tais como "Cidade de Deus" - que não concorreu à estatueta de filme estrangeiro, mas foi indicado a quatro categorias, incluindo melhor diretor para Fernando Meirelles.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Discos que já ouvi antes de morrer (IV) - Revolver / 1966




"Nós gravamos esse disco para os Stones", teria dito Paul McCartney na época do surgimento de Revolver.

Verdade ou não, certo é que os Beatles deram mais um enorme passo à frente para atingir a maturidade enquanto grupo e especialmente quanto a suas composições.

Além disso, em 1966, quando sai o álbum, eles decidem não sair mais em turnê alguma, não fazem parte de qualquer filme e é aí que acontecem dois divisores na história da banda: projetos paralelos não são descartados... e John Lennon se encontra pela primeira vez com Yoko Ono.

Tirante isto, o grupo teve mais tempo para criar, ensaiar, inventar e reinventar. Foram dois meses produzindo as 14 músicas do álbum - que jamais cantariam ao vivo, pois no período de pré-produção eles ainda faziam apresentações diante de platéias monumentais. O último show da banda aconteceu em San Francisco (EUA), no Candlestick Park, em 29 de agosto daquele ano - exatamente o mês em que Revolver fora lançado não só nos States como no Reino Unido.

Certo é que a evolução musical provada no álbum anterior, Rubber Soul, se faz muito mais presente num disco que cogitou-se inclusive chamar de Abracadabra, Magic Circles e Beatles On Safari.

Revolver foi de fato a melhor escolha (de nome, claro) e o disco abre com "Taxman" - pela primeira vez, uma música de George Harrison começava um álbum dos Fab Four. Suprema ironia: o destaque absoluto é o baixo funkeado de Paul McCartney, que também faz o solo de transição entre as estrofes da primeira e segunda partes. A música é sobre impostos e taxas - que levavam enormes somas do dinheiro que os quatro ganhavam.

"Eleanor Rigby" é mais um brilhante momento de Paul McCartney enquanto compositor e George Martin contribui com um fantástico arranjo de cordas que torna a canção ainda mais bela do que normalmente seria. "I'm only sleeping" é a primeira letra viajandona de John Lennon. Uma grande sacada desta faixa é que o solo de guitarra foi gravado em cima da fita ao contrário e quando esta é colocada no sentido normal, a melodia fica de trás pra frente.

Harrison não parou em "Taxman". Ele ofereceu também "Love you to", uma ode à cultura oriental, com George tocando cítara e um músico indiano fazendo a percussão na tabla. Nesta época, mergulhado no misticismo, o guitarrista influenciaria todos os seus colegas a conhecerem o guru Maharishi - aliás, morto recentemente.

Paul volta com "Here, there and everywhere", outra ótima balada de sua trajetória beatle. A canção antecede a divertidíssima "Yellow submarine", que faz ressuscitar os vocais de Ringo Starr, esquecidos desde o segundo disco. Aliás, ninguém mais apropriado para cantar "Yellow submarine" do que o narigudo baterista. A música seria o título do filme-desenho lançado alguns anos depois.

John Lennon volta a fazer das suas em "She said, she said". Inspirada numa frase de Peter Fonda após uma viagem de ácido, a música é uma experiência do compositor em brincar com os compassos, saindo de 4/4 para 3/4 - algo que ele ainda faria em alguns outros sucessos do grupo.

"Good day sunshine" é uma música pra cima de Paul, que canta e toca piano. E para quem mora na Inglaterra, nada mais oportuno do que cumprimentar o sol - de raras aparições naquele país. A brilhante e misteriosa "And your bird can sing" antecede outra famosa e lindíssima música de Paul McCartney, "For no one", com arranjo de George Martin, onde o baixista toca ainda piano e craviola.

"Doctor Robert" é uma menção a um médico que receitava pílulas a seus pacientes - uma metáfora sobre drogas, logicamente, e mais uma composição de John Lennon. A música seguinte é "I want to tell you", a terceira de Harrison, que a executa sempre em fá com acorde E - e Paul no baixo e no piano. O acorde E em fá seria imitado por John Lennon numa lendária faixa do Abbey Road - "I want you - she's so heavy".

O disco fecha com chave de ouro em mais uma inspirada melodia de Paul McCartney pontuada por um naipe de metais à Motown. É "Got to get you into my life", cujo baixo foi levado à era Disco pelo grupo Earth, Wind & Fire. E a última faixa é a emblemática (porque inspirada no livro tibetano dos mortos) "Tomorrow never knows", uma colagem de barulhos e efeitos pontuada pela bateria marcante de Ringo e o vocal de John Lennon, alterado num speaker Leslie para produzir o efeito que ele queria.

Inspiração para dezenas de grupos daí pra diante, Revolver é apenas o aperitivo para o que viria depois: o espetacular e nunca igualado Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band.

Mas isso já é papo pra outra resenha.

Ficha Técnica de Revolver:

Selo: Parlophone / EMI
Produção: George Martin
Gravado na Inglaterra entre abril e junho de 1966
Tempo total do disco: 34'58"

Músicas:

1. Taxman (Harrison)
2. Eleanor Rigby (Lennon-McCartney)
3. I'm only sleeping (Lennon-McCartney)
4. Love you to (Harrison)
5. Here, there and everywhere (Lennon-McCartney)
6. Yellow Submarine (Lennon-McCartney)
7. She said, she said (Lennon-McCartney)
8. Good day sunshine (Lennon-McCartney)
9. And your bird can sing (Lennon-McCartney)
10. For no one (Lennon-McCartney)
11. Dr. Robert (Lennon-McCartney)
12. I want to tell you (Harrison)
13. Got to get you into my life (Lennon-McCartney)
14. Tomorrow never knows (Lennon-McCartney)