terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

INXS: a volta com um fôlego novo

Muito mais do que ser a banda de três irmãos australianos de sobrenome esquisito - Farriss, o INXS foi por vinte anos exatos a plataforma para o brilhantismo e o carisma do vocalista Michael Hutchence. Comparado a Jim Morrison por sua presença de palco e, dizem, pela sua beleza, ele recusou o papel do próprio em "The Doors", de Oliver Stone.

A alegação é que ele detestava o que chamava de órgão de cantor de churrascaria (se essa expressão também existe na Austrália é uma novidade) do tecladista Ray Manzarek, no que frontalmente discordo. Manzarek foi e é ainda hoje, um dos maiores em sua especialidade.

Mas isso não vem ao caso.
Voltemos ao INXS, que detonou nos anos 80 e 90, com hits arrebenta-pista como "Suicide Blonde" e "New Sensation", afora clássicos como "Mistify", "By My Side", "Disappear" e outros. Estranhamente, num belo dia de 1997, Michael Hutchence deu um fim à própria vida e como muita gente ligava a sua existência de artista à banda, muito se falou sobre o fim do INXS.

De fato, a julgar pelo que veio nos cinco anos seguintes, o grupo teve uma trajetória errática e nada menos que três vocalistas diferentes, que eles chamam apropriadamente no
site de "convidados". Entre eles, Terence Trent d'Arby, aquele mesmo de "Wishing Well". Quem tem mais de 30 anos sabe do que estou falando.

Mas o jogo virou e pra melhor recentemente. O INXS abriu a chance para novos vocalistas através de um reality show (que praga!) chamado Rock Star: INXS e o agraciado foi o obscuro J. D. Fortune (foto abaixo), canadense da Nova Escócia, com 32 anos de idade.

Agora, chega às lojas o novo trabalho do grupo, intitulado "Switch" (Troca, em português), no que parece ser uma tentativa de desvirtuar o que o INXS fez com Hutchence para a atual fase com seu novo vocalista.

E o disco é uma boa surpresa, a começar pelo próprio Fortune, que canta à vontade. Vi um pedaço do vídeo de "Pretty Vegas" e gostei bastante. E os Farriss Brothers continuam afiados como sempre.

Bom saber que o tempo passa e essa galera que já cruzou o "cabo da boa esperança", como muitos outros grupos que conhecemos, continua fazendo muito boa música.


Nenhum comentário: