Aldemir Martins: mais um pro andar de cima

Ultimamente, o andar de cima vem recebendo muita gente boa, de todos os ramos.

Neste domingo, chegou mais outro integrante da turma: o artista plástico Aldemir Martins, falecido em São Paulo aos 83 anos de idade.

Lembro que quando eu tinha meus onze ou doze anos, a Kibon lançou uma coleção de latas de sorvete com desenhos de artistas brasileiros e o trabalho deste cearense nascido no sertão do Cariri em 1922 me chamou muito a atenção.

Eu ficava imaginando o quão seria trabalhoso realizar aqueles trabalhos com cangaceiros, flores, rendeiras, frutas, animais e outros motivos. Para mim, que nunca soube desenhar nem uma árvore, tudo relacionado à artes plásticas e prosaicos trabalhos manuais sempre foi muito difícil.

Aldemir não tinha esse trabalho todo. Ele fazia muito mais: dava vida à cada forma abstrata de suas ilustrações, desenhos e pinturas.

Seu trabalho foi mundialmente reconhecido e laureado. Em 1956, ganhou o prêmio de melhor desenho na Bienal de Veneza, na Itália. Um ano antes, ganhara empatado com Carybé, o prêmio de melhor desenhista na Bienal de Artes de São Paulo.

Agora a "inspiração" das obras de Aldemir no plano superior virão dos santos, dos anjos e dos antigos colegas de ofício como Cândido Portinari, que com certeza ele irá encontrar.