terça-feira, 11 de março de 2008

O "ôme"

Há três anos, nas suas chamadas de jogos do Campeonato Brasileiro, o Sportv lançou mão de uma música hilária que tinha um verso assim:

A mo fio do jeito que suncê tá
Sô o ôme é que pode te ajudá
Eu estou ensinando isso a suncê
Mas suncê num tem sido muito bão
Tem sido mau fio, mau marido
Inda puxa saco de patrão
Fez candonga de cumpanheiro seu
Ele botô feitiço em suncê
Agora só o ôme à meia-noite
É que seu caso pode resorvê


Lógico que eu fui buscar o nome do cantor dessa preciosidade e não foi difícil saber quem era: Noriel Vilela, carioca e, para meu espanto, antigo integrante do famoso grupo de samba Cantores de Ébano, surgido nos anos 50. Com sua voz marcante de baixo profundo e dicção perfeita, ele gravou um ótimo álbum de sambalanço temperado com um pé na África e principalmente na umbanda.


Eis o ôme saiu em 1968 pelo selo Odeon, trazendo doze faixas - cinco delas com letra de Edenal Rodrigues e de Avarese - que naquela década concorreu diversas vezes aos concursos de samba-enredo no Rio de Janeiro. Além da hilária "Só o ôme", Noriel também fez sucesso com "16 Toneladas", uma versão para o clássico "Sixteen Tons", country-folk datado dos anos 40. O grupo paulista Funk Como Le Gusta regravou a versão - inclusive tentando reproduzir a voz grave inconfundível de Noriel Vilela.

Antes que alguém me pergunte, pouco depois de gravar seu álbum-solo, o cantor morreu em decorrência de complicações hepáticas. Há quem diga que ele tinha especial predileção pelo "marafo" citado na letra de "Só o ôme".

E já que Noriel é a bola da vez no Saco de Gatos, eis as músicas pra vocês ouvirem. Divirtam-se.



Um comentário:

Anônimo disse...

Esse álbum é "fucking great! :-)

Sambalanço de alta qualidade!

E "Je Suis La Maria" é muito boa, eu acho!

Abraços,
Tatu.