quinta-feira, 17 de maio de 2007

A vida com novos olhos

Lembro bem de um dia, quando eu e minha mãe voltávamos do Centro da cidade, quando ela me perguntou se eu reconhecia à distância uma pessoa que estava na porta do nosso prédio. Imediatamente falei um nome e ela disse:

-Ih menino, você errou feio. Tá precisando de óculos!

Aos 11 anos, sem dúvida era uma das piores coisas que podiam acontecer. E o exame constatou o que era óbvio: astigmatismo e miopia. Ou seja: uma ligeira deficiência visual para enxergar de longe e de perto.

Confesso que odiei a minha situação e de ser chamado de "quatro olhos" e "cegueta" - quando somos pré-adolescentes, não gostamos de qualquer coisa que nos chamem e óbvio que eu não era exceção. O primeiro óculos foi devidamente destruído em menos de dois anos e a armação seguinte foi daquelas de aro grosso, de "tartaruga".

Detestei ainda mais ser míope. O conjunto da obra não era harmonioso e, mesmo não me achando feio, nenhuma menina queria sair comigo e isso me deixava chateado, claro. Parte da culpa também ficava por conta dos papos de automobilismo, mas a minha sorte é que tenho uma cabeça ampla para discernir as coisas e buscar novos horizontes, novos assuntos.

Os interesses em música, cinema, cultura, foram aumentando com o tempo. Na época do antigo "Científico", o 2º grau, já me achava menos idiota para a vida e não ligava mais para meus óculos horrorosos.

Mas a ficha caiu de novo quando fui estagiar na Globo, há uns nove anos e uma repórter (Monika Leitão), hoje produtora do Esporte Espetacular, me sugeriu pelo menos voltar a usar lentes - ou trocar por uma armação mais, digamos, leve.

Foi o que fiz. Alternava as lentes com uma armação mais bacana, mas ainda longe do ideal. Para variar, não me entendi com as lentes de contato e nunca mais as usei. Em 2004, acho, descobri que já estava com 3,5 graus de miopia e aí parti para uma armação beeem mais leve e simpática.

E passei a ver a vida com novos olhos. A achar que óculos é um negócio interessante - desde que sejam bem-feitos e com um visual mais clean.

Hoje fui buscar a nova armação e estou me sentindo ótimo. Não enxergo arranhões, pontinhos estranhos, aquelas coisinhas chatas que às vezes embaçam a vista. Sinto-me ótimo. E mais uma vez vejo a vida com novos olhos, pensando no quanto passa rápido a porra do tempo: no fim do ano, completo Jubileu de Prata como "quatro olhos".

E acho graça disso tudo.

2 comentários:

Anônimo disse...

É Rodrigo, tambem sou um do "clube do óculos" desde tenra idade !

Ainda bem, que para nos confortar na adolescência, tinhamos o nosso hino "óculos" do Paralamas ! hehehe

Engraçado é que já cheguei a ter uns 4 graus de miopia, quando tinha 18 anos, mas acho que foi só para não entrar no exército hehehe

Depois disso meu grau foi diminuindo , diminuindo e hoje estou só com 2 graus, por coincidência tambem fui buscar o meu novo "companheiro" há poucos dias atrás, depois de muito rodar pela cidade a procura da armação que caísse mais no meu estilo fui comprar em uma ótica aí perto da sua "terra" no Largo do Machado.

abs míopes hehehe

Filipe W

Gustavo Castro disse...

Mas o Rodrigo fica elegante até com óculos. E eu que estou na adolêscencia, e amo automobilismo, não sofro do problema de conseguir garotas por falar muito de automobilismo, pois tenho uma mente bem aberta, e falo de qualquer assunto, mas o meu problema com as garotas é pelo meu problema de peso, que está uns 15 kg acima do normal.