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quinta-feira, 3 de maio de 2007
Semana Gilles - adendo parte 3
Deixei para falar do ano de 1978, o primeiro completo de Gilles Villeneuve na Ferrari, num adendo ao post "parte 3", com as excelentes fotos da porrada no Japão entre o canadense e Ronnie Peterson.
Agora, vamos em frente. Naquele ano, a Ferrari passava a usar os pneus franceses Michelin e logo na segunda corrida do ano, Carlos Reutemann conquistou a primeira vitória da história do fabricante, num calorento GP do Brasil em Jacarepaguá.
Gilles começou com um modesto oitavo na Argentina e bateu no Rio. Na África do Sul, desistiu em razão de um vazamento de óleo e quando todos pensavam que o canadense não ia demonstrar poder de recuperação, eis que ele faz o 2º melhor tempo nas ruas de Long Beach no GP dos EUA-Oeste. Lidera a prova com autoridade até encontrar o suíço Clay Regazzoni, 12º colocado com um Shadow, após 38 voltas. Gilles precipita-se, bate no retardatário e perde uma corrida praticamente ganha.
Após mais um insucesso, desta vez em Mônaco, Gilles marca os primeiros pontos com um quarto lugar em Zolder, na Bélgica (que ironia do destino...). Nas demais corridas até o fim do ano, abandona apenas duas vezes - em Brands Hatch, com falha na transmissão e em Watkins Glen, por quebra de motor.
No dilúvio de Zeltweg, chega ao primeiro pódio da carreira - é terceiro, atrás de Peterson e Patrick Depailler. Em Monza, na trágica corrida marcada pelo grave acidente do sueco da Lotus, Villeneuve e Mario Andretti queimam a largada em 1 minuto e são penalizados: de segundo, cai para sétimo.
Mas o dia 8 de outubro reservava um capítulo especial na curta carreira do baixinho e franzino piloto: era o dia do GP do Canadá, disputado em Montreal, na região de Québec, onde o piloto nascera.
Villeneuve largou em terceiro, atrás de Jean-Pierre Jarier (Lotus) e Jody Scheckter (Wolf), e ao lado de John Watson (Brabham) na segunda fila. Caiu para quarto, surpreendido pela excelente largada de Alan Jones, que logo foi para segundo. Mas o australiano da Williams perdeu a posição para Jody Scheckter e na 19ª volta foi superado pelo canadense.
Seis voltas depois, Gilles ultrapassou o Wolf WR5 de Scheckter e foi para segundo. Por lá ficou até a 49ª volta, quando a transmissão do Lotus de Jarier deixou o francês na mão. O canadense herdou a liderança e venceu a última corrida da temporada, com 13s372 de vantagem sobre Scheckter - que passaria a ser companheiro de equipe de Villeneuve em 79, na Ferrari. Carlos Reutemann completou o pódio.
No fim da corrida, sem caber em si de tamanha felicidade, Villeneuve não deu uma volta só de consagração: completou duas - e na segunda delas, desfilou para delírio do público com a bandeira quadriculada em preto e branco numa das mãos.
O canadense fechou o ano em nono lugar no Mundial de Pilotos com 17 pontos - empatado com, acredite quem quiser, Emerson Fittipaldi, que guiava o Copersucar F5A, somando dois pódios e 93 voltas na liderança. Nada mau para quem fazia seu primeiro ano completo na F-1.
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