Tirar o som da televisão não ajudou. Pela primeira vez em 29 anos vendo Fórmula 1, assisti uma corrida com a narração da transmissão da Globo / CBN, com Oscar Ulysses, Celso Itiberê e Lívio Oricchio - que estava em Mônaco. A corrida foi uma chatice, prateada como a McLaren do vencedor e líder do campeonato Fernando Alonso.
Sábias as palavras de Nelson Piquet, que odiava a pista, nunca venceu lá e disse que correr em Mônaco é como dar voltas de motocicleta na sala de estar. A corrida não teve graça nenhuma e Alonso liderou o "siga o chefe" desde o apagar das luzes vermelhas. Lewis Hamilton chegou até a encostar no bicampeão mundial e imagino que Ron Dennis, preocupado, pode ter dado o seguinte recado:
- Se os dois baterem na disputa de posição, você está demitido.
Hamilton, que não é bobo, segue na sua toada. Cinco corridas, cinco pódios, quatro segundos lugares e a co-liderança do Mundial de Pilotos com 38 pontos. Nada mau mesmo para um piloto que, a partir da segunda metade do ano, vai ser cobrado freneticamente (aliás, dizem que já está) para conquistar vitórias. E parece que nada o abala.
Felipe Massa fez o possível. Largou e chegou em terceiro, assim como Giancarlo Fisichella. A BMW de novo pôs seus dois pilotos nos pontos, com Kubica chegando de novo na frente de Nick Heidfeld. A novidade foi Wurz chegando em sétimo com a Williams, bem à frente de Nico Rosberg. E Kimi Raikkönen, que bateu bestamente no segundo nocaute do treino de ontem, foi de décimo-sexto para oitavo, apostando na estratégia de uma parada apenas.
De resto, uma corrida modorrenta, com apenas três abandonos - um por quebra e dois por acidente, no mesmo lugar - subida do Cassino.
A Fórmula 1 merece sem dúvida muito mais emoção num ano que, sem Schumacher, segue marcado pelo mais absoluto equilíbrio entre os primeiros colocados.
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Por motivos nobres - e óbvios, é claro - não vi a GP2 ontem. Sei apenas que Hugo Chávez está feliz porque seu pupilo Pastor Maldonado venceu de ponta a ponta a 5ª etapa do campeonato. Como previsto, Lucas di Grassi foi o melhor brasileiro, chegando em quinto. O campeonato faz uma pausa de um mês e volta em julho com a rodada dupla da França.
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Pra terminar: bola fora da matéria encomendada a Cláudio Nogueira, em O Globo, para a página principal e a página 2 do Caderno Ela, destinado ao público feminino. Nela, o jornalista chama Nanica (ops... é Danica!) Patrick, Milka Duno e Sarah Fisher de pioneiras, por correrem juntas hoje as 500 Milhas de Indianápolis.
Pioneiras só se forem correndo juntas, o que aliás já aconteceu na etapa do Kansas da IRL, porque antes delas três já houve duas outras mulheres correndo a Indy 500: Janet Guthrie, nos anos 70 e mais recentemente Lyn St. James, ambas estadunidenses.
Pisada de bola feia, que merece um puxãozinho de orelha. Logo você, Cláudio Nogueira?
4 comentários:
Prova muito chata mesmo... ...Nenhum piloto teve coragem de, ao menos, tentar uma ultapassagem.
Nada mais a declarar.
Se houvesse um "Manual de Corridas Burocráticas para a Fórmula Um", o GP de Mônaco deste anos seria seu capítulo principal.A muito custo, consegui assistir até o final.
é... eu dormi e só acordei na hora do pódio.Me lembrei da época em que era impossível dormir num GP de Mônaco, tempos do Senna, Piquet, Gugelmim, etc. lsmn
Pioneiras porque, pela primeira vez na história das 500 Milhas de Indianápolis - e não das outras provas da IRL - 3 mulheres correram juntas. Abraços.
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