segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Tales from Ricky Bobby

Confesso que até agora não entendi uma coisa: se o Brasil é um país onde o povo respira carros e automobilismo, por que é que o filme "Talladega Nights: The Ballad of Ricky Bobby" não entrou em circuito?

Com tanta porcaria entrando em cartaz, vide "Eu os declaro marido e... Larry!", definitivamente a pergunta fica no ar - e pior de tudo, sem resposta.

Afinal, filmes com Will Ferrell não devem dar bilheteria... pelo menos é o que pensam os distribuidores por aqui.

O ator estadunidense de 40 anos, cria (mais uma!) do humorístico Saturday Night Live, que revelou Eddie Murphy, Chevy Chase, Steve Martin, Jim e James Belushi, entre outros, vai se especializando em bons filmes temáticos e risíveis, como "Anchorman - The Legend of Ron Burgundy", que também não passou em circuito e que vi num vôo de volta de Milão para o Brasil em 2005.

Enfim, sobre "Talladega Nights", que ganhou aqui o título de "A Toda Velocidade", trata-se de uma fábula bem-costurada envolvendo o próprio Ricky Bobby, o 'amigo-do-peito-e-depois-da-onça' Cal Naughton Jr. (interpretado por J. C. Reilly) e o francês Jean Girard (Sacha Baron Cohen), um piloto de Fórmula 1, extremamente viadoso e afetado, que vai para a Nascar com o fito exclusivo de derrotar o então imbatível Ricky Bobby.

Como em todo bom filme de Will Ferrell, há situações que beiram a grossura, mas o enredo é bem-amarrado, as corridas foram bem retratadas e fotografadas, em que pese certas situações inverossímeis - e só vendo o filme para poder saber quais são. O que é legal é ver pela segunda vez em menos de 20 anos, uma produção com carros da Nascar - a primeira foi "Dias de Trovão", que beira mais o dramalhão, sem esquecer da carga emocional trazida pelas corridas da Stock Car americana.

São atitudes como estas que fazem a Nascar ter uma popularidade cada vez maior em relação a qualquer categoria ianque. Seus pilotos não são ídolos de pano ou de papel. São seres humanos, como eu ou você que está lendo este post e o blog.

E mesmo que "Talladega Nights" tenha lá seus exageros, como colocar a água mineral Perrier como patrocinadora de um carro da Nascar, fica no ar a pergunta que não quer calar:

Um filme como o lendário "Grand Prix" de John Frankenheimer teria como ser produzido nos dias de hoje?

Bem... parte da resposta cabe a Sylvester Stallone, que passou anos tentando fazer um filme de F-1 e nos brindou com o terrível "Driven", sem dúvida o pior filme sobre automobilismo que já se viu.

3 comentários:

Gustavo Castro disse...

Eu aluguei a pouco tempo esse filme do Ricky Bobby. Apesar de alguns exageros, foi um excelente filme. E aquele francês, viado? Hilário.

L-A. Pandini disse...

"Driven" tem um rival brasileiro à altura: "Os Campeões", de 1981. Tem mérito de produção bem cuidada dos carros de corrida e de registrar algumas corridas nacionais da época, mas é ruim de doer.

E acredite: existe outro filme estadunidense sobre o mundo da CART que consegue ser ainda mais risível que "Driven". Não sei o nome (vi um pedaço anos atrás), mas era horrível. É da época em que os carros da Galles eram patrocinados pela Kraco. Uma coisa lamentável: as carenagens preparadas para compor cenários tinham pinturas idênticas às dos carros de verdade, mas os nomes eram trocados: "Kraco" virava "Kraeo", "STP" virava "STR" (nada a ver com Scuderia Toro Rosso...) e assim por diante.

E as imagens "on-board"? Absolutamente artificiais. As mais ridículas eram as que mostravam trocas de câmbio: era uma alavanca de carro de rua, com bola de madeira e indicação de posição das marchas! Hilariante.

Anônimo disse...

Acho que este filme passou no circuito aqui no Brasil sim . Lembro dele annciado no cinemark aqui em sp, com o título a toda velocidade , só não fui assistir( pois sou fanático por filmes de corrida)pq baixei ele num site de torrents uns 3 meses antes dele aparecer no Br.
Assisti a muitos filmes de corrida, e os melhores para mim foram Grand Prix ( F-1 década de 60 com aquela música maravilhosa) 24 horas de Le Mans ( esporte protóti´po da decada de 70 com o Steve Mc Queen) e Dias de Trovão ( com o Tom Cruise retratando a Nascar dos anos 80).
Um filme que ainda não encntrei foi o do Al pacino , que ele corria com o carro do Pace de 76/77 o nome do filme é Bobby Deerfield , mas tenho vontade de assistir.
Outros filmes sobre corridas que não estão no meu podio heehehe mas que vale a pena dar uma olhadinha são 500 Milhas ( winner) com o Paul Newman, Roberto Carlos a 300 km/h ( vale pelos protótipos brasileiros) e um que é muito legal mas não lembro o nmome sobre a Nascar na década de 70 com Burt reinolds.
um abraço