quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Muy amigo!

Eu, que tenho meus trinta e muitos anos de idade, lembro de um personagem de Jô Soares no inesquecível humorístico Planeta dos Homens, da Rede Globo, cujo bordão marcou época. O tipo em questão era um argentino, chamado Gardelón, que dizia o seguinte:

"Muy amigo... muy amigo..."

Sinceramente desconheço que Ron Dennis seja um poliglota e saiba falar espanhol. Certo é que o diretor-chefe da McLaren, a partir de hoje, vai tratar Alonso como Gardelón fazia com seus interlocutores. O asturiano é o muy amigo na história do "Stepneygate" pois, como informou o Dr. Paulo Enéas Scaglione, presidente da CBA, em participação ao vivo no Arena Sportv, quem tinha posse das informações e dos tais e-mails que a FIA disse ter recebido era ninguém menos que o bicampeão mundial.

Alonso colaborou e desta forma, abriu o leque para que seu compatriota Pedro de la Rosa e o líder do campeonato Lewis Hamilton - que foi de última hora à reunião do Conselho Mundial em Paris, escapassem de uma punição como preconizava o artigo 105 do Código Esportivo Internacional. Os três se salvaram pela chamada "delação premiada", fornecendo as informações que comprovavam o envolvimento de Nigel Stepney e Mike Coughlan no mais rumoroso escândalo de espionagem da história do esporte.

É agora que veremos o espanhol mais focado do que nunca em ser tricampeão. A imagem do piloto, arranhada pelo episóido, precisa de um bálsamo depois de um ano tão conturbado. E poderia existir melhor forma de Alonso dar adeusinho à McLaren ganhando mais um Mundial em seqüência e assinando com outra equipe?

Muy amigo... muy amigo...

4 comentários:

Anônimo disse...

É vero... mas, agora que o mundial de construtores foi para o saco, que vantagem representa para a Mclaren ver o carro do Alonso aguentar até o fim das corridas? De repente, por uma "infelicidade", quebra uma rebimboca em Spa, uma correia dentada na China, e o título fica com o "mocinho" Lewis. E para o Alondo? Um "vaya con Diós" para a Renault.

Eric Luis Carvalho disse...

Pelo clima acho que era claro que ela faria isso, com certeza se estivesse liderando o campeonato com folgas e sem o Lewis ele até esconderia informações, não que esteja defendendo o que fez a Mclaren mas enfim pelo menos o campeonato de pilotos contina legal. Mesmo tendo convicção de que se beneficiaram não conseguiria ver um titulo do Felipe e comemora-lo sabendo que teria sido de tal forma.Uma pena pro esporte.
Parabéns pela cobertura!
abraço!

Bem legal aqui, favoritado, volto sempre =D!

Carlos Garcia disse...

Muy amigo à parte...

"Não entendi" porquê Lewis não foi punido...

Se ele não colaborou com nada então não delatou ninguém... se não fez isso não se enquadra em "delação premiada"...

Pq não foi punido?

Acho que é porquê a justiça não é cega, né?

Rodrigo Mattar disse...

Companheiro Garcia, acho que dá pra entender... a FIA se esquivou de punir o Hamilton porque sabe que se fizesse isso a opinião pública mundial cairia de pau nela e porque ela precisa tê-lo na disputa pelo título de pilotos.
Como bom "causídico", o MM compõs a coisa da melhor forma, tanto que para a Ferrari a punição é 'justa'. Mas para muitos, branda demais.