Se hoje a Fórmula 1 suscita tanta discussão - uns deixando muito mais a emoção à frente da razão - muito deste mérito pertence a um piloto que entrou para a história do automobilismo:
Emerson Fittipaldi.
Há três décadas e meia, num domingo 10 de setembro, o país assistia ao vivo a façanha de um jovem de 25 anos, que chegou na Europa três anos antes, com pouquíssimas libras no bolso e um talento e vontade inexcedíveis. Talento que em menos de um ano o conduziu à F-1 como terceiro piloto da Lotus. Vontade que contagiou Colin Chapman a ponto deste lhe oferecer a vaga de primeiro piloto quando Jochen Rindt morreu em Monza.
E quem não tinha televisão, pôde ouvir a emocionada narração de Wilson Fittipaldi pela Jovem Pan, celebrando a conquista inédita de um brasileiro - e melhor ainda - filho do lendário radialista, que não se conteve e jogou o microfone para outro decano, Orlando Duarte, fazer suas considerações acerca do título.
Quem também esteve lá foi Reginaldo Leme, pé-quente em sua estréia pelo Estado de S. Paulo na cobertura de sua primeira corrida oficial - já que ele fora para a Rothmans 5.000, uma prova extracampeonato em Brands Hatch, que Emerson também venceu. E conhecendo o Regi como eu conheço, sei que ele guarda lembranças deste dia com imenso carinho.
Ontem, o Esporte Espetacular saiu do ramerrão e exibiu uma ótima entrevista - pautada pelo competentíssimo José Emílio Aguiar - com Wilson Fittipaldi, o "Barão".
O escalado para a matéria? Léo Batista, outra lenda viva da televisão e do jornalismo esportivo, que acompanhou de perto as primeiras transmissões da Globo na F-1, antes de Júlio de Lamare e Antônio Carlos Scavone assumirem o comando.
Emerson abriu o caminho e todos os outros pagaram - e ainda pagam - tributo por tudo o que ele fez. Campeão aos 25 anos, bicampeão aos 27, piloto e construtor aos 29, campeão de Indianápolis e da ChampCar aos 42, bicampeão das 500 Milhas aos 46, um patrimônio vivo do automobilismo brasileiro, uma lenda, um mito, um gênio.
Muito já foi dito sobre ele. E ainda teremos muito a dizer.
Porque Emerson está para o nosso automobilismo como Pelé para o futebol.
Dois gênios de quem vamos falar e lembrar para todo o sempre.
4 comentários:
Rodrigo,
Esta foi a primeira prova válida pelo campeonato transmitida ao vivo para o Rio. Eu vi, graças a Deus em Preto e Branco; e a transmissão foi pelo Canal 13, TV Rio.
Pela minha pouca idade, não vi o Emerson Fittipaldi. Mas a imagem que tenho dele, é da maneira qie ele venceu a Champ Car. Indo por fora da linha branca para fazer a ultrapassagem, que tal artifício, foi proibido anos depois. Grande Emerson. Mas apesar da história de primeira equipe 100% brasileira, ele deveria ficar mais alguns anos na Mclaren, e ter aceitado a proposta dp Comendattore, para guiar na Ferrari.Tenho certeza de que ele ganharia, no mínimo, mais um título, como bem disse o Barão.
Só ele merece ser chamado de heróico pela contribuição ao automobilismo. Vide o que ele fez pelo automobilismo brasileiro e pelo monoposto norte-americano.
Emerson abriu o caminho e abriu lindamente.
Estreou em Julho de 1970 e, em Setembro de 1972, era o primeiro brasileiro camepão do mundo.
Emerson só fez as temporadas de 71, 72, 73, 74 e 75, pois em 976 foi para sua própria equipe. O balanço é altamente positivo e a inacreditável vitória de James Hunt, em 1976, coma McLaren que o Emerson acertou, prova que ele seria tri em 1976, se não fosse para a equipe Fittipaldi.
A narração do "barão", pela JovemPan, é épica: o pai narrando o filho ser o primeiro brasileiro campeão do mundo de F1 foi o máximo. Além de ficar histérico de alegria (muito justamente), Wilson Fittipaldi pai abandonou a cabine, deixando a narração por conta de Domingos Piedade, para ir cumprimentar o Emerso, num momento maravilhoso, de imporviso e emoção.
A Lotus preta, da John Player Special é mítica e ficou mítica nas mão de Emerson.
Parabéns ao Emerson e obrigado por abrir o caminho do que virou a paixão de nós brasileiros, nas décadas seguintes.
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