sexta-feira, 13 de julho de 2007

Sexta-feira, 13 - Os Sete Anões

Sintomático que nas proximidades de uma sexta-feira 13 tenha estourado a bomba: a Justiça Federal pede a prisão de Kia Joorabchian, Boris Berezovsky e de mais um agregado da MSI - o misterioso conglomerado que prometeu mundos e fundos ao Corinthians.

Mas não é só isso: foram indiciados, também, dirigentes ligados ao clube na co-gestão - o presidente Alberto Dualib, o vice Nesi Cury, Renato Duprat e Paulo Angioni, hoje no Vasco.

Todos denunciados por lavagem de dinheiro, fraudes e um possível esquema de suborno que salvou o Corinthians do iminente rebaixamento para a Série B no ano passado.

Tem mais? Claro que tem... o clube foi notificado pela Corte suíça a pagar a bagatela de R$ 21 milhões de multa ao Olympique de Lyon, por conta da polêmica permanência de Nilmar no alvinegro de Parque São Jorge.

Uma sucessão de más notícias que na verdade começaram quando a parceria instalou-se no início de 2005, prometendo durar uma década, pra fazer do Corinthians o maior clube do Brasil. Vieram os gringos Sebá, Tevez, Mascherano, o treinador Daniel Passarella, os cariocas Roger e Carlos Alberto, o exilado Marcelo Mattos - então no Japão, Gustavo Nery e um punhado de outros bons jogadores.

A conquista aconteceu, mas a pedra no sapato do Corinthians - a Libertadores - tratou de pôr as coisas nos seus devidos lugares. O sonho virou pesadelo tão rápido quanto começou e o que se viu no segundo semestre foi um clube dilapidado política e emocionalmente. Leão, que assumiu o comando do time em campo, detonou os argentinos, brigou com Carlos Alberto e a equipe virou de ponta-cabeça. Saíram os craques comprados a peso de ouro e entrou a meninada do chamado "Terrão" - agora aproveitada quase na íntegra por Paulo César Carpeggiani.

E ainda mais agora, pois Roger foi anunciado como o novo jogador do Flamengo!

Quanto a isto, não sei se choro ou se rio... mas enfim, o que eu quero dizer é o seguinte. Ou melhor, o que eu quero perguntar é o seguinte:

Até quando o Corinthians, com toda sua grandiosidade de história e sobretudo de torcida, vai continuar sendo um clube mal-administrado e gerenciado de tal forma que as organizadas influenciam sobremaneira nas decisões políticas?

Como os homens que acabaram com o clube são seis ou sete, me permiti falar dos sete anões em vez dos quarenta ladrões de Ali Babá.

Mas, pensando assim, a fome de poder desses caras faz cada um valer por cinco.

Haja!

Um comentário:

Gustavo Castro disse...

E há de se lembrar que o título brasileiro de 2005 é pra lá de contestável... E quem entende de futebol desde o começo já dizia que essa parceria não daria certo, tá aí a prova.