Na última sexta-feira, depois de dois dias de stress puro no trabalho, resolvi dar uma desanuviada. Eu precisava... e muito. Cheguei em casa, parei pra respirar um pouco e saí. Fui pro Centro da Cidade.
Tentei me desfazer de um relógio Giraud-Perregaux que eu ganhei certa feita, mas o funcionário de uma joalheria me informou que não havia hipótese de negociação pois tratava-se de uma cópia e meus planos de conseguir um $$$ em cima dele vieram por água abaixo.
Isto posto, fui pra uma conhecida livraria na Rua do Ouvidor, que não vende só livros, mas também DVDs, CDs, DVD-ROMs, artigos de escritório, revistas e et cetera. Como já sou cliente fiel de lá, fui às compras pensando no tradicional descontinho.
Recomendado por um amigo, eu queria comprar o livro "Eu não sou cachorro, não", de Paulo César Araújo, o mesmo que criou celeuma com Roberto Carlos, homenageado com uma belíssima biografia. Como não o encontrei, fui direto a uma campeã de vendas: a biografia da cantora Maysa, falecida há 30 anos e escrita por Lira Neto.
Não satisfeito, achei e peguei outro livro que eu queria - "A História Sexual da MPB", um calhamaço de autoria de Rodrigo Faour que, a julgar pelo texto da orelha e os comentários elogiosíssimos, vale muito a pena ser lido.
E arrematei descendo à seção de esportes, onde despretensiosamente procurei algo de bom. E achei: "O Berro Impresso das Manchetes", uma sensacional coletânea das crônicas do eterno Nelson Rodrigues quando escreveu de 1955 a 1959 para a revista Manchete Esportiva - uma espécie de Placar dos anos dourados.
Confesso que gosto de saborear cada livro que compro. Leio e releio muitos deles à exaustão, uma, cinco, dez vezes até. Mas tem aqueles que são apreciados a golfadas. Foi o caso da biografia que Lira Neto fez de Maysa.
O livro Só Numa Multidão de Amores é daqueles que provoca essa instantânea reação em quem o lê. É simplesmente arrebatador, com riqueza de detalhes sobre a vida, as dores e os amores de uma cantora que abandonou um sobrenome crivado de poder para brilhar nos palcos e incendiar corações com seu jeito sensual e olhos verdes que o poeta Manuel Bandeira bem definiu como "dois oceanos não-pacíficos".
Ou seja: a obra de Lira Neto é daquelas para ler, reler, re-reler e guardar na memória.
Um comentário:
Dna. Maysa Matarazzo... Figuraça.
Foi grande amiga de mamãe. Tenho uma foto dela ao lado de mamãe no "Pier" de Ipanema, com a pimpolha aqui no colo, de biquini fofo de pano e picolé 2 cores na mão... rssss
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