segunda-feira, 16 de julho de 2007

Em parafuso

A Honda é uma equipe sem rumo. Nesta segunda-feira, foi anunciada a saída de Gil de Ferran do posto de diretor esportivo, que ele ocupava desde 2005.

Naquela época, a equipe enfrentava problemas de confiabilidade, ainda sob a égide da British American Racing (BAR). Houve o escândalo da desclassificação no GP de San Marino, quando os carros correram com o peso mínimo abaixo do limite estipulado pelo regulamento - episódio que custou à escuderia uma suspensão de duas corridas. Depois aconteceu a recuperação que levou a escuderia ao sexto lugar no Mundial de Construtores.

Ano passado, com Rubens Barrichello e Jenson Button formando a dupla e já com a Honda inteiramente no comando, as coisas melhoraram - mas não muito. Só no segundo semestre a equipe evoluiu e Button conquistou a vitória no GP da Hungria. As performances do britânico foram geralmente melhores que as de Barrichello e os japoneses fecharam o ano com um desempenho ainda melhor que em 2005 - quarto lugar.

Mas na atual temporada, o desencontro é total. Em nove provas disputadas, um solitário ponto - a Super Aguri, time B dos japoneses, soma quatro. O modelo RA107 é deficiente e considerado um dos piores carros do ano. E ainda é alvo de constante chacota por causa da pintura imitando o planeta terra. Dizem que é o "Eca-Honda", que o carro sofre com o aquecimento global, e por aí vai...

Para piorar, consta que Nick Fry seja o vértice do rumoroso caso do "Stepney-Coughlangate" onde o engenheiro da McLaren teria recebido um dossiê de 780 páginas sobre a parte técnica da Ferrari.

O certo é que, sem comando, a Honda não vai a nenhum lugar. Fry afastou Geoff Willis, o projetista-chefe (que depois pediu demissão) e o substituiu pelo inexpressivo Shuhei Nakamoto. Vários nomes têm sido chamados para ingressar o corpo técnico da escuderia com sede em Brackley, entre eles Loic Bigois (ex-Williams) e Jörg Zander (ex-BMW). Mas se esquecem que sem um homem com um mínimo de experiência e vivência no meio automobilístico, não irão a nenhum lugar.

Gil era esse homem, sem dúvida. O problema é que ele esteve sempre no cargo certo, mas no momento e na equipe errados.

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