sexta-feira, 20 de julho de 2007

MÓR-REU!

Melhor do que qualquer medalha de ouro que o Brasil ganhou no Pan 2007!

Antonio Carlos Magalhães, ACM ou Toninho Malvadeza, foi desta para pior!

Com certeza não dá pra dizer o contrário, pois quem tem o mínimo de consciência política sabe do quanto esta pessoa foi nociva para o país e principalmente para a Bahia, desde 1954, quando começou como deputado estadual.

Ele ocupou todos os cargos que lhe foram possíveis nas esferas municipal, estadual e federal - incluindo a presidência da república como interino, além de ocupar o Ministério das Comunicações no governo Sarney. Aliás, algo questionável, pois ACM - que começou como jornalista, tinha um conglomerado de jornal, rádio e TV, esta última retransmissora da Globo na Bahia.

Diversas vezes eleito senador, exercia a liderança entre seus pares e conterrâneos com punho de ferro, fazendo crescer o "Carlismo" como tentáculos de polvo. No entanto, sua vida pessoal sofreu dois enormes abalos: o suicídio da filha mais nova e o infarto fulminante de LEM, considerado seu sucessor.

ACM continuou aprontando onde lhe convinha e em 2001, envolveu-se junto com o atual governador do DF, José Roberto Arruda, no rumoroso escândalo da fraude do painel de votação do senado. Orgulhoso, renunciou para não ser cassado por oito anos e ficar inelegível.

Reelegeu-se em 2003 para oito anos de mandato, mas o "Carlismo" sofreu dois rudes golpes: Lídice da Matta (PPS) foi eleita prefeita de Salvador. E seu aliado político Paulo Souto foi derrotado, ainda no primeiro turno das eleições para governador, pelo petista Jacques Wagner.

Desde março, ACM vinha com a saúde bastante abalada, com problemas gastrointestinais e cardíacos. E hoje, 20 de julho, aos 79 anos, o político baiano sai da vida e entra - lamentavelmente - para a história.

Os aliados o reverenciam. Os inimigos não deixam transparecer a alegria e fazem média, como convém nessas situações. Parte da Bahia chora e muitos outros com certeza comemoram.

Mas é bom tomar cuidado. Como uma metástase, a tradição do "Carlismo" continua.

Com ACM Neto.

5 comentários:

Survivor disse...

Hoje é o Dia da Liberdade na Bahia!
É verdade que a terra se divide: caravanas irão de todos os lugares para um velório que, imagino, durará dias, com a cobertura ao vivo e a cores da filiada local da Globo, de sua propriedade; outros, já estão nos bares em festa!
Só fico aqui pensando que, se com Luiz Eduardo, cidade, aeroporto, avenida, escola, hospital....tudo mudou de nome, talvez o estado agora mude!
Controvérsias à parte, acho que só com algum distanciamento histórico será possível avaliar o seu papel, na história local e na nacional.
Ele era um sujeito polêmico, mas de posições muito definidas. Ele era amigo dos amigos e inimigo dos inimigos. Não havia meio termo.
Lembro de uma história sobre ele na época da ditadura militar.
Ele foi no enterro de um político da oposição e no outro dia foi atropelado por um general que acintosamente perguntou a ele se tinha realmente ido ao enterro.
Ele respondeu: Sim, fui no enterro dele e vou também no seu!
Eu gosto de saber quem são os amigos e quem são os inimigos. Hoje vejo que tem muito vira- casacas e gente que muda de opinião com muda de roupa.

Um aparte: Essa semana foi bem produtiva... Morreram três políticos! Afffff, mainha...

Anônimo disse...

O falecido jornalista Hélio Fernandes, irmão do celebrado Millôr Fernandes, puxou alguns meses de xilindró em Fernando de Noronha ( e isso lá é castigo, prisão em Noronha?)lá por 1967, por escrever um artigo sobre a morte por acidente aéreo do Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, ex-presidente da República. Acho que se chamava "Os Ditadores também Morrem" ou algo no gênero. Caso tivesse um espaço na mídia, escreveria hoje (tempos muito mais liberais e democráticos)algo como "Os Canalhas também Morrem", parafraseando o grande articulista.

Ivan Valério disse...

A essa altura, o diabo já deve ter feito pedido de asilo politico no céu...
A morte de ACM deve ser comemorada com um grande carnaval!!!

Carlos Garcia disse...

Pois é... o Malvadinho continua por aí... e essas pessoas quando sentem um duro golpe como esse costumam voltar mais fortes...

Como diz aquele apresentador de TV: "A morte aumenta o talento das pessoas". Espero que isso não seja usado em prol do "Carlismo" daqui pra frente, pois, se por um lado eu não desejo à ninguém a morte, eu também não desejo que voltemos a ser reféns de coisas como as que aconteceram em todos esses anos.

E talvez essa tenha sido a única forma dele ser tirado de ação!!!

Unknown disse...

O Brasil saiu ganhando nessa, realmente é melhor do que uma medalha de ouro ou quebra de recorde. Só espero que o ACM Nato não seja tão nocivo para o país, como foi o avô.