O portuga tinha razão

Alguém lembra do que Tiago Monteiro disse a respeito de Christijan Albers quando de sua presença no Brasil para acompanhar o WTCC em Curitiba? Abaixo reproduzo parte da entrevista feita pelo confrade Victor Martins para o site Grande Prêmio.

TM - A pior relação eu acho que foi com o [Christijan] Albers. É uma pessoa muito complicada e muito difícil de se conviver".

GP – O comentário geral é de que ele é muito mascarado...

TM – É (risos). Muito difícil.

GP – O Albers chegou a queimar você na equipe?

(Tiago responde com aceno efusivo positivo com a cabeça).

GP – Muitas vezes?

TM – Que eu saiba algumas. Há muitas que eu não sei (risos). Mas pior que isso são as coisas que ele faz na pista.

A má impressão que o recém-demitido piloto deixou no português não é só privilégio de Monteiro. Jos Verstappen, compatriota de Albers, compartilha de opiniões parecidas e mete o dedo na ferida em sua coluna num jornal holandês, o "De Telegraaf", de grande circulação por lá.

Sobre ele (Albers): “Que ninguém esteja à espera de compaixão hipócrita da minha parte, o Albers cavou a sua própria sepultura. Como é que ele agora pode vir dizer que foi apanhado de surpresa quando mesmo antes do princípio da temporada já sabia perfeitamente que um dos seus maiores patrocinadores não iria/poderia cumprir as suas obrigações???”

Sobre o seu futuro: “Não creio que ele volte mais à F1: Com base nas prestações dos últimos meses, só se for ainda com mais dinheiro”.

Sobre o seu impacto nos fãs de automobilismo: “O Albers nunca recolheu a simpatia dos verdadeiros fãs do automobilismo. Encontro-me regularmente nas pistas de kart, onde se encontram os grandes fãs, e raramente ouvi uma palavra simpática sobre o Albers. Não é que isto me admire porque na verdade o melhor que o Albers sabe fazer é falar alto…”.

Acerca do inicio do campeonato: “Já agora que estamos a falar do princípio do campeonato… se bem me recordo, o Albers falou em alto e bom tom que não teria que pagar pelo lugar na Spyker e que, pelo contrário, iria ser piloto pago. Bem… agora provou-se o contrário e por ironia do destino foi mesmo isto que acabou por o ‘matar’!"

Sobre a Spyker: “Espero sinceramente que a Spyker consiga sobreviver. A equipa está com grandes problemas financeiros e necessita urgentemente de uma injeção de capital. Uma coisa é certa, este campeonato é para esquecer e para o ano, se tudo correr bem, é começar de novo. A Spyker é uma boa marca e o Michiel Mol é boa pessoa, merece”.

E convenhamos, ninguém mais avalizado do que "Jos The Boss" para comentar sobre a situação de Albers e da Spyker. E é uma pena, por conseguinte, que o piloto que hoje tem 35 anos de idade esteja sem nenhuma oportunidade para mostrar sua velocidade natural - em conseqüência da escolha de Flavio Briatore em escalá-lo como titular quando J. J. Lehto se lesionou em 1994, "queimando" o holandês que depois não se firmaria na Simtek, Arrows (duas vezes), Tyrrell, Stewart e Minardi.