quinta-feira, 19 de julho de 2007

Falcatruas e incertezas

Escândalos não são novidade na Fórmula 1 e todo mundo que acompanha automobilismo sabe disso.

Alguns são acobertados, outros não.

Em 82, Brabham e Williams corriam com os carros abaixo do peso mínimo de 580 kg, exigidos pelo regulamento da época, e nas laterais dos chassis, havia tanques de água que eram enchidos ao fim de cada corrida, justamente para que não fossem desclassificados. A falcatrua foi descoberta e tanto Nelson Piquet quanto Keke Rosberg foram excluídos do GP do Brasil. A crise resvalou na categoria como um todo e os times britânicos - exceto a Tyrrell - boicotaram a corrida de San Marino, que correu o risco de não ter o quorum mínimo de carros exigido na época - que era de 12.

Um ano depois, os franceses da Renault levantaram suspeitas - nunca confirmadas - que a Brabham foi beneficiada no fim do ano, graças ao desenvolvimento de um combustível exclusivo desenvolvido pela Wintershall em colaboração com a BMW, com materiais usados para a propulsão de foguetes. O fato é que a equipe inglesa realmente fez muito mais pontos que Renault e Ferrari nas provas finais, mas não é levado em consideração que Nelson Piquet foi competentíssimo em sua tarefa e os pilotos das escuderias rivais cometeram erros cruciais.

Em 84, outro vexame: a Tyrrell, uma das únicas equipes que começara aquele campeonato usando o vetusto motor Ford Cosworth DFY, remando contra a maré da tecnologia dos turbocomprimidos, foi excluída sumariamente do campeonato, sob a alegação de que seus carros tinham um tanque suplementar com água. Foi descoberto também que o conjunto pesava nada menos que 80 kg a menos que o peso mínimo regulamentar e os pontos de Martin Brundle e Stefan Bellof foram cassados. No ano seguinte, Ken Tyrrell e sua trupe estavam de volta.

Agora, vivemos o rumor do que chamam de "Stepneygate". Eu gosto de ampliar e batizei a confusão de "Stepney-Coughlangate", uma vez que não é só o antigo chefe de mecânicos da Ferrari que tem culpa no cartório. O projetista chefe da McLaren, que teve acesso ao dossiê, também.

Depois da casa arrombada, começam a pulular notícias sobre uma possível exclusão da McLaren do campeonato deste ano - o que Ron Dennis veementemente rechaça. O jornal "As" garante que há uma cláusula no contrato de Fernando Alonso que permite a ruptura do acordo do bicampeão mundial com a escuderia inglesa se sua imagem for arranhada pela má conduta do time inglês. E na próxima quinta-feira, se a McLaren for mesmo punida na reunião do Conselho Mundial da FIA, pode ser que o asturiano esteja livrinho no mercado.

E para piorar as coisas, soube-se hoje que o "número 2" da McLaren, Martin Whitmarsh e o engenheiro Paddy Lowe, tido como o mago da recuperação da escuderia de Woking e do MP4-22, foram afastados de suas funções.

Sei não... mas está me cheirando a vitória da Ferrari no domingo. Isto se não chover, porque aí arrisco uma zebra sem tamanho: a primeira bandeira quadriculada para a BMW.

Será?

4 comentários:

Unknown disse...

Meu palpite para Domingo em Nürburgring: terceira vitória consecutiva do Räikkönen.

Anônimo disse...

Eu ñ entendi a fraucatua da Tyrrel, como q funcionava esse tal tanque suplementar e como q a tyrrel disfarçava esses 80-KG a menos?

Felipe Maciel disse...

Se chover pode dar até Rubinho, mas ainda assim continuaria apostando no quarteto da frente. Acho que nenhum piloto diferentes destes 4 vencem até o final do ano.

Sobre o Stepney-Coughlangate, até poucos dias atrás eu duvidava que a McLaren pudesse ser punida. Hoje já não duvido de mais nada.

Anônimo disse...

Não acho falcatrua procurar brechas nos regulamentos e tentar burla-los. Regulamentos foram feitos pra serem burlados. Se não fosse assim não seriam necessários. Agora não acho que os casos citados sejam comparáveis ao atual. Burlar regulamento é uma coisa, roubar projetos é outra...