terça-feira, 3 de julho de 2007

Como (não) fazer marketing


Os pioneiros: Bernard Dudot, François Castaing, o "Laboratoire Roulant EE01" e Jabouille celebrando no pódio em Dijon, 1979


No próximo domingo, acontece o GP da Inglaterra em Silverstone. Há praticamente trinta anos, no dia 16 de julho, a Renault estreava na Fórmula 1, dando um salto considerado ousado: em seu monoposto, o RS01, funcionava um motor turbo V-6, exaustivamente testado num "Laboratoire Roulant" que era uma trapizonga sem tamanho.

O incessante trabalho de François Castaing, Jean Sage, Bernard Dudot, Gérard Larrousse e Jean-Pierre Jabouille foi posto à prova na primeira aparição do carro, que por deferência de Bernie Ecclestone, não precisou passar pela pré-classificação - e havia 40 inscritos na ocasião, para 26 vagas. O RS01 classificou-se em 21º no grid de largada e abandonou por quebra de motor, não sem antes receber uma alfinetada básica do mago Colin Chapman, fundador da Lotus.

"Não temo esse motor turbo. Ele não ronca... pipoca!"

Ironicamente, alguns anos depois a Renault se tornava cliente da Lotus, quando a montadora francesa já acumulava vitórias e um caminhão de pole positions, com alguns dos carros e pilotos mais rápidos dos anos 80. Eles se retiraram no fim de 85, voltaram em 1989 fornecendo motores para a Williams, se retiraram novamente no término do campeonato de 1997 e três anos depois regressavam, comprando a Benetton.

A Renault hoje tem dois títulos mundiais de construtores - o que não chegou a conquistar na chamada "Era Turbo" - e ajudou Fernando Alonso a se tornar o mais jovem bicampeão da história.

A foto abaixo traz o modelo atual da Régie, o R27, com uma pintura alusiva ao jubileu de 30 anos da Renault na F-1, ao lado do RS01 pilotado por Jabouille na estréia da marca.



E quando muitos já pensavam em ver os carros de Fisichella e Kovalainen com estas cores no próximo domingo, a Renault já anunciou que manterá a pintura normal, ou seja: aquele mix horroroso de amarelo, branco e laranja.

Definitivamente, um exemplo de como não fazer marketing positivo e não homenagear a própria existência e pioneirismo da Renault na tecnologia dos turbos.

6 comentários:

Alessandra Alves disse...

pois é, rodrigo, eu comentei sobre isso ontem, durante a gravação da rádio gp, no grande prêmio. que coisa mais sem graça! veja a diferença: a yamaha deu para valentino rossi uma moto pintada nas cores da bandeira italiana, para a disputa do gp da holanda, sábado passado. tudo fazia parte das comemorações pelo cinquentenário do cinque cento, da fiat, patrocinadora da equipe yamaha na moto gp.

e a renault, com uma tremenda chance dessa de aparecer mais do que em todo o resto da temporada, tira o pirulito da boca das crianças... opa, não deixa o albers ler essa história de pirulito senão ele já sai correndo com a mangueira arrastando. opa! epa!

Anônimo disse...

Puxa que balde de água fria !!!!!

logo quando vi a notícia, pensei que eles haveriam de correr com essa pintura, mas o carro com essa pintura será somente um modelo estático.

o problema está nesta parte "empresarial" da f1 que é um saco, e se levam a sério demais, é só ver que o pessoal da motogp troca de pintura, vide yamaha ano passado nos Gp dos EUA, é pelo que sei não houve nenhuma celeuma, nem ataques de pelanca dos outros patrocinadores.

Filipe W

Blog F1 Grand Prix disse...

Ficou muito mais bonito. Pena que não troquem pintura no G.P. da Inglaterra. Podiam fazer isso só por uma corrida, como a Yamaha fez em Laguna Seca ano passado ou retrasado se não me engano.

Rodrigo Mattar disse...

A Yamaha fez isso em 2005. Ano passado, correu com as cores da Camel e o motor da moto do Rossi fundiu.

Anônimo disse...

Com certeza o pratrocinador laranja não deixou, mas é aquele negocio,deve ter faltado jogo de cintura de ambas as partes.Por exemplo:
A Renault poderia dar em troca ,uma ou duas corridas com o carro todo em laranja, ficaria melhor e o patrocinador agradeceria.E nós também!

Jonny'O

Anônimo disse...

Bernad Dudot, O mago das Matras....