quinta-feira, 7 de junho de 2007

Sofrimento II - habemus título!

Mal me sento no sofá de casa e faz-se a luz.

Adriano Magrão dá um passe magistral, milimétrico e Roger, com a experiência e categoria que Deus lhe deu, abriu as portas do título para o Fluminense, matando no peito e chutando de pé direito sem defesa para Wilson.

E a partir daí, foram 87 minutos de sufoco e sofrimento.

Aliás, se não houvesse sofrimento, não seria um título do Fluminense Football Club.

A maioria das nossas glórias foi assim. Com goleadas por 1 x 0, com timinhos e - também - com o uniforme branco que marcou conquistas como os Estaduais de 69, 71, 73, 80 e 83.

Afinal, de que nos bastou ter esquadrões gloriosos como a Máquina de 75/76 e o que ganhamos? Dois títulos estaduais. Para as seleções que tínhamos - do goleiro ao ponta-esquerda, sem dúvida foi muito pouco.

Louve-se a raça, a garra do Fluminense, que calou a torcida do Figueirense - que enquanto time apequenou-se. Jogaram melhor no Maracanã do que no próprio campo. Insistiram no 3-6-1 da semana passada e Mário Sérgio, ao perceber que escalara mal, tirou dois jogadores ainda no primeiro tempo.

Sem nenhum efeito, porque o Figueira foi inoperante no ataque e, embora criasse chances, elas foram rechaçadas pelo goleiro Fernando Henrique, em boa atuação. A zaga tricolor foi impecável, com Thiago Silva simplesmente perfeito e Roger, o herói do título inédito, fazendo valer seus mais de 15 anos de carreira.

Há que se dizer que os rivais - que engrandeceram e muito a Copa do Brasil que vai chegar a Álvaro Chaves dentro em pouco - cometeram outro pecado mortal: subestimaram a força do Fluminense. Já se consideravam campeões de véspera. Pôsteres com a foto posada do Figueira emolduravam as paredes de diversos estabelecimentos em Florianópolis. Os "entendidos" como o Bacon Boy Neto sacramentavam que o alvinegro seria campeão. Esqueceram que do outro lado havia um clube "tantas vezes campeão".

O Fluminense merece este título e muitos outros. A torcida merece e pode comemorar. Até há um mês e meio atrás, ninguém apostaria um dólar furado no elenco que lá está. Mas Renato Portaluppi chegou e tudo mudou. O time tem uma cara nova. É limitado, porém guerreiro. E compensa suas limitações da forma que a torcida mais quer: com vitórias e, melhor ainda, com um título.

Glória a Renato Gaúcho, o guerreiro de tantas batalhas e vitórias. Entra para a história tal como Telê Santana. Campeão como jogador vestindo o manto tricolor, campeão como técnico comandando o Fluminense.

Saudações tricolores! Rumo à Libertadores!

***

Em tempo: a quarta-feira foi toda tricolor, já que na Vila Belmiro o "Imortal" Grêmio conseguiu a vaga para a decisão da Libertadores 2007 contra o vencedor de Cúcuta x Boca Juniors. No sufoco, perderam para o Santos de virada por 3 x 1.

E tem mais uma coincidência.

Roger, um antigo gremista, fez o gol do Fluminense.

Diego Souza, um antigo tricolor carioca, fez o gol do Grêmio.

2 comentários:

Capelli disse...

Rodrigo, parabéns pelo título.

Saudações de um co-irmão, tricolor gaúcho.


Abraço,

Capelli

Anônimo disse...

Foi um titulo com o jeito do Flu... E o que mais me orgulha é que onde faltou técnica sobrou raça... Que o Figueirense e outros lembrem, que essa camisa tricolor tem alma, nossa historia e feita de titulos na adversidade, na raça...