quarta-feira, 27 de junho de 2007

O samba do crioulo doido, by Max Mosley

A FIA de Max Mosley é mais nociva para o automobilismo que na época de Jean-Marie Balestre.

Se nos tempos do histriônico francês, muitos condenaram a entidade por esvaziar o Mundial de Rali e promover a morte lenta do Mundial de Grupo C - com uma forcinha de Bernie Ecclestone, agora a coisa vai de mal a pior.

Começou a circular hoje um rumor de que a partir de 2011, a Fórmula 1 muda - de novo - o seu regulamento, numa virada que é tida como a mais radical de toda a sua história. Tudo em nome de uma pretensa diminuição de custos, visando cinco "premissas": eficiência dos motores, arrasto aerodinâmico, recuperação de energia, combustível e ultrapassagens.

O formato é draconiano: a F-1 do início da próxima década teria motores turbo como nos anos 80, mas com os propulsores limitados a 4 cilindros e cilindrada cúbica oscilando entre 1,3 e 1,5 litro - sem limite de giro. A potência seria diminuída através de uma taxa máxima de transferência de energia, impondo restrições ao ciclo dos motores.

E tem mais: que tal um carro com 50% a menos de downforce? Se o atual já é uma tragédia com aquelas asas traseiras menores e grudadas no eixo traseiro, dando chance zero de ultrapassagem, o que a FIA pretende? Procissões?

Os especialistas também enchem a boca para falar de quilowatts e quilojoules, mas se esquecem do essencial.

O público não vai compreender o porquê de mais uma troca de regulamento. E se a Fórmula 1 é tida como o maior laboratório que já existiu para a indústria dos carros de passeio, porque unificar componentes como assoalhos e congêneres?

E será que as montadoras vão querer investir mais dinheiro na execução de um programa turbo, como a Renault fez nos anos 70, deflagrando uma onda de investimentos que pôs por alguns anos a Fórmula 1 em risco?

Os idiotas da FIA não enxergam que a solução para uma F-1 menos monótona e muito mais competitiva está no seguinte: uso de pneus slicks, freios com menos carbono em sua composição, câmbio seqüencial com powershift - de acionamento por alavanca, preferencialmente, e o fim do controle de tração.

E carros com melhor eficiência aerodinâmica, sem aqueles horrorosos penduricalhos que os enfeiam cada dia mais.

2 comentários:

Gustavo Castro disse...

COncordo contigo Rodrigo, mais uma mudança de carros não seria bom pras montadoras nem pra categoria. E as mudanças que o Rodrigp sugeriu são as mais coerentes.

Blog F1 Grand Prix disse...

Por que não jogam logo pregos em quem estiver liderando a corrida com mais de dez segundos de vantagem? Isto que estão fazendo é circo, não é esporte. Ainda bem que as idéias de Max Mosley têm de passar pela aprovação das equipes. Tomara que os chefes de equipe tenham bom-senso, tirando Flavio Briaore, é claro. Desse, nada podemos esperar...