Mal me sento no sofá de casa e faz-se a luz.
Adriano Magrão dá um passe magistral, milimétrico e Roger, com a experiência e categoria que Deus lhe deu, abriu as portas do título para o Fluminense, matando no peito e chutando de pé direito sem defesa para Wilson.
E a partir daí, foram 87 minutos de sufoco e sofrimento.
Aliás, se não houvesse sofrimento, não seria um título do Fluminense Football Club.
A maioria das nossas glórias foi assim. Com goleadas por 1 x 0, com timinhos e - também - com o uniforme branco que marcou conquistas como os Estaduais de 69, 71, 73, 80 e 83.
Afinal, de que nos bastou ter esquadrões gloriosos como a Máquina de 75/76 e o que ganhamos? Dois títulos estaduais. Para as seleções que tínhamos - do goleiro ao ponta-esquerda, sem dúvida foi muito pouco.
Louve-se a raça, a garra do Fluminense, que calou a torcida do Figueirense - que enquanto time apequenou-se. Jogaram melhor no Maracanã do que no próprio campo. Insistiram no 3-6-1 da semana passada e Mário Sérgio, ao perceber que escalara mal, tirou dois jogadores ainda no primeiro tempo.
Sem nenhum efeito, porque o Figueira foi inoperante no ataque e, embora criasse chances, elas foram rechaçadas pelo goleiro Fernando Henrique, em boa atuação. A zaga tricolor foi impecável, com Thiago Silva simplesmente perfeito e Roger, o herói do título inédito, fazendo valer seus mais de 15 anos de carreira.
Há que se dizer que os rivais - que engrandeceram e muito a Copa do Brasil que vai chegar a Álvaro Chaves dentro em pouco - cometeram outro pecado mortal: subestimaram a força do Fluminense. Já se consideravam campeões de véspera. Pôsteres com a foto posada do Figueira emolduravam as paredes de diversos estabelecimentos em Florianópolis. Os "entendidos" como o Bacon Boy Neto sacramentavam que o alvinegro seria campeão. Esqueceram que do outro lado havia um clube "tantas vezes campeão".
O Fluminense merece este título e muitos outros. A torcida merece e pode comemorar. Até há um mês e meio atrás, ninguém apostaria um dólar furado no elenco que lá está. Mas Renato Portaluppi chegou e tudo mudou. O time tem uma cara nova. É limitado, porém guerreiro. E compensa suas limitações da forma que a torcida mais quer: com vitórias e, melhor ainda, com um título.
Glória a Renato Gaúcho, o guerreiro de tantas batalhas e vitórias. Entra para a história tal como Telê Santana. Campeão como jogador vestindo o manto tricolor, campeão como técnico comandando o Fluminense.
Saudações tricolores! Rumo à Libertadores!
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Em tempo: a quarta-feira foi toda tricolor, já que na Vila Belmiro o "Imortal" Grêmio conseguiu a vaga para a decisão da Libertadores 2007 contra o vencedor de Cúcuta x Boca Juniors. No sufoco, perderam para o Santos de virada por 3 x 1.
E tem mais uma coincidência.
Roger, um antigo gremista, fez o gol do Fluminense.
Diego Souza, um antigo tricolor carioca, fez o gol do Grêmio.
2 comentários:
Rodrigo, parabéns pelo título.
Saudações de um co-irmão, tricolor gaúcho.
Abraço,
Capelli
Foi um titulo com o jeito do Flu... E o que mais me orgulha é que onde faltou técnica sobrou raça... Que o Figueirense e outros lembrem, que essa camisa tricolor tem alma, nossa historia e feita de titulos na adversidade, na raça...
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