segunda-feira, 18 de junho de 2007

Somos tão jovens

Hamilton: quem sabe, o mais jovem campeão de todos os tempos


Há vinte e um anos, Renato Russo enchia os rádios e aparelhos de som com sua voz grave, entoando Tempo Perdido, que terminava com uma frase enigmática para todas as gerações.

"Somos tão jovens".

Pois bem: hoje na Fórmula 1, diversos pilotos parecem querer entoar em seus idiomas a frase da marcante canção da Legião Urbana. A começar pelo líder do campeonato, Lewis Hamilton.

Aos 22 anos, o fenômeno britânico desponta como o nome a ser batido assim que a temporada européia começar em 1º de julho no GP da França.

Somando 58 pontos, dez à frente do bicampeão Fernando Alonso, o piloto da McLaren quebra diversos recordes: primeiro, o básico, de que um negro nunca venceu na categoria máxima; segundo, o de sete pódios consecutivos, coisa que nenhum estreante conseguiu. E pode quebrar um terceiro, que seria o mais histórico de todos: ganhar um campeonato em seu primeiro ano, suplantando ainda o próprio companheiro Alonso como o mais jovem campeão da história da F-1.



Outra situação que dá muito a pensar: a estréia, aos 19 anos de idade, do alemão Sebastian Vettel (foto acima). Forjado na excelente escola alemã pós-Schumacher, vice-campeão europeu de F-3 ano passado e atual líder da World Series, Vettel já tinha mostrado muita velocidade nos treinos de sexta - quando as equipes podiam usar o terceiro carro - no ano passado, pela BMW. E não fez nenhuma besteira em sua primeira corrida, substituindo Robert Kubica - acidentado em Montreal. Marcou um ponto e se tornou o mais jovem piloto da história a conseguir esse feito.

Vejam bem: o líder do mundial tem 22 anos. O mais novo estreante da F-1, 19. Alguém acreditaria que isso fosse possível há 30 anos atrás?

Vamos voltar no tempo, só para dar alguns exemplos. Nosso primeiro campeão, Emerson Fittipaldi, estreou com 23 anos, no GP da Inglaterra de 1970. Nelson Piquet correu pela primeira vez oito anos mais tarde, com Ensign. Tinha de 25 para 26 anos. Ayrton Senna fez sua estréia em 1984, com 24 anos completos. E só vou usar os três brasileiros campeões para ilustrar as diferenças entre ontem e hoje.

E não é só isso. O piloto hoje chega à F-1 tão bem-preparado quanto antigamente, embora bem mais jovem. Hamilton tem a imensa vantagem de ser apadrinhado por Ron Dennis desde o tempo do kart. Vettel, além da simpatia da BMW, é piloto apoiado por Dietrich Mateschitz, leia-se Red Bull. A diferença entre o tempo de Emerson, Piquet e Senna é que os pilotos não se preocupavam em chegar jovens na categoria máxima. Faziam o percurso inteiro, queimando uma ou outra etapa - Piquet e Senna por exemplo passaram da F-3 direto para a F-1.

Uma coisa é certa: os tempos hoje são outros e os pilotos, cada vez mais jovens, sentem menos pressão.

E brilham intensamente, como Lewis Hamilton, o líder até aqui inconteste do campeonato.

3 comentários:

Anônimo disse...

Esse Hamilton parece chefão de jogo de f1 de vídeo-game, que ganha todas as corridas e chega como novato.
Já o Vettel sem capacete é praticamente o novo dumbos da F1, graças ao orelhão.
Me desculpe a falta de inspiração Mattar, mulher faz coisa que deixa o cara mais burro do que já é... no meu caso.

Felipe Maciel disse...

A tendência é mesmo esta: neste e nos próximos ano devem aparecer pilotos batendo recordes do tipo "o mais novo piloto a...".

O Alonso se tornou o mais novo a vencer uma campeoanto tantos anos depois de Fittipaldi, e agora aparece essa cambada pra lhe tirar o gostinho em pouquíssimo tempo.

Gustavo Castro disse...

Poxa, apesar de não ter vivido na época do Legião Urbana, mas é uma das bandas que eu mais gosto. E essa música, Tempo Perdido, é uma das 3 melhores do Renato Russo. E quanto ao Hamilton, nós conversavamos domingo, e desse jeito que a temporada caminha, esse inglezinho vai parar sendo campeão. E como você disse no post, os pilotos atualmente chegam bem mais jovens na fórmula 1, e bem mais maduros.