... tinha capas como esta aqui de cima, celebrando Nelson Piquet como "o brasileiro voador" e oferecendo ao leitor um perfil bem-construído sem ser piegas e mostrando um pouco daquele piloto que surgia para preencher o vácuo deixado por Emerson Fittipaldi após seu bicampeonato mundial e a fracassada aventura com a Copersucar.
A revista revelava que Nelson, aos 29 anos de idade, ganhava 1 milhão de cruzeiros / mês, leiloando espaços publicitários no macacão e capacete (vide a foto acima, com adesivos da Gledson, Brastemp e da cerveja Caracu). Ele tinha também um contrato com a Citizen para promover a marca de relógios e já campeão, assinou outro com a Golden Cross.
Mesmo sendo para muitos a antítese do garoto-propaganda por sua personalidade polêmica, o temperamento tido como "difícil e agressivo" e vítima de gozações de seus detratores por ter uma voz esquisita - como se Emerson e Senna não falassem pelo nariz... - ele continuou enveredando pelos comerciais da vida, vendendo aparelhos eletrodomésticos da Faet (onde deu os primeiros passos como empresário) e depois os produtos da Grendene - a propósito, Grendhas e Melissinhas são a praia da Gisele Bündchen e da Ivete Sangalo.
O mesmo rapaz que na época não tinha salário top, segundo a revista, serviu de faz-tudo nos boxes de Brasília em 1974, quando a F-1 fez uma corrida extracampeonato na capital federal. Lá, ele levou os mecânicos para os puteiros de Brasília, serviu sanduíches e poliu as rodas dos Brabhams de Wilsinho Fittipaldi e do argentino Carlos Reutemann, que sete anos depois não se esquecia - ainda - da presença daquele rapazola sujo e esmulambado, querendo travar contato com a única coisa que os unia naquela ocasião: o automobilismo.
"Perdi o campeonato para o garoto que limpou um dia as rodas do meu carro."
Hoje, a Veja é um pastiche de si mesma. E graças a ela, é bem possível que a jornalista Mônica Veloso consiga um contrato para posar nua, na revista Playboy, da mesma editora que a publica.
6 comentários:
A Veja nem qualquer das revistas semanais dá a devida atenção aos esportes, embora nelas haja um grande espaço para assuntos como fofocas de celebridade. Uma pena. A última reportagem a respeito da Fórmula 1, se não estou enganado, foi em meados de 2001, quando a Veja botou terrorismo sobre a suposta possibilidade de divisão na categoria. Todos sabemos como essa história terminou. Desde então, vez por outra degradam a imagem do Barrichello ou colocam notas do tipo "VENCEU: O campeonato de Fórmula 1, Fernando Alonso." Parecem que essas revistas têm vergonha de falar do esporte atualmente.
Realmente, este publicação semanal não dá uma notícia decente faz tempo... Faz um jornalismo medíocre, sem apurar os dois lados do fato. E acho legal ver uma empresa da minha cidade ( A Brastemp, que é daqui de Joinville-SC) aparecendo no capacete do nosso tricampeão mundial.
Nélson Piquet Soto Maior, ídolo de todos aqueles que amam o automobilismo, autor da mais bela ultrapassagem que eu vi (Hungria-1986), piloto fantástico, e um cara autêntico e sincero.
Rodrigo, em 2007 será completado 30 anos do tricampeonato do Nélson, conseguido a fórcepes por todos os problemas internos da Williams naquele ano. Infelizmente, receio, não teremos nem um especial, nem uma reportagem para relembrarmos o título.
Coisas de um país (medíocre) chamado Brasil, que conseguiu a imbecilidade de se dividir entre "piquesistas" e "sennistas". Haja paciência!
Abraço.
da Editora dos Civita parece que só se salva a Playboy em termos de reportagens com alguma qualidade.
A PLACAR hoje em dia é um lixo, principalmente após a saída de Juca Kfoury. A revista é lambe-botas da CBF e praticamente excluiu o Norte-Nordeste de sua revista. Além disso faz vista cega pra corrupção que vem sendo comandada pela cartolagem do futebol.
A VEJA também virou um lixo com a saída de alguns ilustres jornalistas, dentre os quais destacava-se o Mino Carta. Trocar Mino Carta por Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo tem a mesma proporção de trocar uma caixa de bombons Ferreiro Rocher por um penico cheio de m!!!!
Quem se lembra do Gabriel Rochet da antiga Motoshow,seus textos eram divinos.
Hoje em dia esta tudo meio nivelado por baixo,francamente não sei se é uma restrição editorial ou o nivel esta fraco mesmo.
Em compensação a internet abriu uma fonte inesgotavel de informação ,tanto no presente quanto no passado.
Jonny'O
Este contrato com a Golden Cross foi a causa da briga entre Piquet e Senna. O Armando Botelho, então empresário do Senna, foi lá oferecer seu garoto, pela metade do salário do Piquet. A Golden recusou a oferta, o Piquet soube e deu no que deu....
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