Hoje, 15 de junho, seria o dia em que o piloto italiano Riccardo Paletti completaria 49 anos de idade.
O mais atento leitor há de se perguntar: e daí? É que no último dia 13, atingiu-se duas décadas e meia de seu falecimento - que guarda muitas semelhanças com o de Roland Ratzenberger.
Especialmente porque o austríaco, falecido em 30 de abril de 1994, fez parte do mórbido fim de semana de Imola onde o tricampeão Ayrton Senna também perdeu a vida. E Paletti desapareceu no mesmo ano - 1982 - assim como outro mito das pistas: Gilles Villeneuve.
Tal como o austríaco da Simtek, Paletti teve carreira curtíssima na F-1. Ratzenberger disputou apenas o GP do Pacífico, em Aida. O italiano, que era segundo piloto da Osella, classificou-se para a largada em três corridas. A primeira foi o esvaziado GP de San Marino em Imola, sem a presença das equipes inglesas - exceto a Tyrrell. Décimo-terceiro no grid entre 14 pilotos, Paletti completou sete voltas apenas, desistindo com a suspensão de seu carro quebrada.
Em Detroit, na primeira corrida disputada na capital do automóvel, o italiano fez o 23º tempo e se classificou para a largada - mas bateu entre a abertura do boxe e o alinhamento - e por isso não correu.
E veio então o GP do Canadá, oitava etapa do campeonato de 1982. Paletti conseguiu de novo o 23º lugar, à frente de Eliseo Salazar, Geoff Lees e Brian Henton, deixando de fora Manfred Winkelhock, Emilio de Villota e o brasileiro Chico Serra - que brigou de forma estúpida com Raul Boesel no primeiro treino oficial, na véspera.
O italiano tentou fazer tudo certo na largada, observando os giros do motor para trocar as marchas no tempo certo. Antes da luz verde acender, o pole position Didier Pironi levantou os braços e acenou avisando que seu carro não se movia. Mesmo assim, a largada foi autorizada e a Ferrari ficou parada. Paletti prestou atenção demais no painel e quando percebeu que a traseira do bólido crescia à sua frente, foi tarde demais: ele acertou em cheio a Ferrari de Pironi que, desgovernada, causou uma carambola com o March de Boesel e o Theodore de Geoff Lees.
Paletti não se movia dentro do Osella e os fiscais de pista tentaram os primeiros socorros. Em 30 segundos, o pior aconteceu: algum líquido inflamável (óleo ou possivelmente gasolina) atingiu as partes quentes do carro e o fogo imediatamente começou, com o piloto ainda dentro do cockpit.
Os fiscais se desesperaram, Didier Pironi também e ninguém conseguia retirar o italiano a tempo de evitar o pior. Depois de 20 minutos, Paletti foi transportado para um hospital em Montreal, já em estado muito grave. Ele morreria horas mais tarde, não pelo fogo que consumiu o Osella, mas sim em razão da hemorragia interna decorrente do forte impacto do seu peito com o painel do carro.
Dois dias antes de completar 24 anos, a efêmera carreira do italiano chegava ao fim - e justamente numa ocasião festiva. Afinal, sua família estava lá no circuito de Montreal pronta para comemorar com ele o seu aniversário. E por um acaso do destino, saíram do Canadá sob o manto preto do luto.
E como o show não podia parar, uma hora e meia depois do acidente a prova recomeçou sem o Theodore de Lees (a equipe não tinha carro-reserva) e os dois Osella. Didier Pironi partiu de novo na pole, mas quem venceu foi Nelson Piquet - exatamente uma semana depois de não se classificar em Detroit, dando à BMW também seu primeiro triunfo na Fórmula 1.
5 comentários:
Vi o acidente, domingo passado na tv... imagem triste....
uma morte das mais estupidas da f1.
vou volocar seu blog lá no meu, que também é de f1!
Também publiquei uma homenagem ao Paletti, mas no dia 13 de junho, quando ele morreu. Quem quiser conferir, é só clicar aqui.
Na verdade, o Paletti não morreu somente pelo impacto contra o painel do carro e sim porque o volante e a coluna de direção ficaram praticamente cravados em seu peito. Por isso a dificuldade em tirá-lo do cockpit.
O que deixou a situação ainda mais desesperadora foi o fato de a mãe dele ter invadido a pista durante o socorro.
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