terça-feira, 17 de abril de 2007

Os F-1 que nunca correram - XVI

Voltamos com todo o gás na série dos carros de Fórmula 1 que nunca correram em nenhum grande prêmio.

O décimo-sexto da listagem é de uma das muitas equipes que passaram pela categoria e cujo nome era formado por uma sigla.

Automobiles Gonfaronaises Sportifes - AGS

Fundada por Henri Julien em 1969, a AGS se especializou na construção artesanal de modelos de Fórmula 3 e Fórmula Renault antes do grande salto - a F-2 européia.

Em 1980, Richard Dallest surpreendeu a todos ao conquistar duas vitórias com o JH17 dotado de motor BMW, algo que não acontecia desde a época dos Martini e Elf-Renault. Até 84, quando a categoria foi extinta, a AGS foi participante regular do campeonato e no ano seguinte, com a criação da Fórmula 3000, Henri Julien botou um carro na pista, primeiro com Philippe Streiff e depois com Dallest.

Em 1986, o Jolly Club entrou na Fórmula 1 associado à AGS, inscrevendo o JH21C modificado com motor Motori Moderni V-6 Turbo para Ivan Capelli correr nos GPs da Itália e Portugal, abandonando ambas as provas.

No ano seguinte, com a mudança do regulamento que voltou a permitir os motores de aspiração normal, a AGS comprou unidades do Ford Cosworth e construiu em sua oficina o insólito JH22, montado sobre o chassi do Renault RE40 de 1983, com assoalho de madeira compensada. Pascal Fabre, medíocre piloto francês, não conseguiu nada além de fazer quilometragem e largar entre os últimos. Ou em último.

Para o GP do Japão, chamaram Roberto Moreno. E o brasileiro, mercê a desclassificação de Ayrton Senna na Austrália, chegou em sexto e marcou o primeiro ponto da história da equipe.

Moreno seria naturalmente o titular em 1988 mas, sem qualquer patrocínio, deu lugar a Streiff, que ficaria tetraplégico após um acidente grave na curva do Cheirinho em Jacarepaguá, num teste de pneus.

Depois disso, tudo o que a AGS conseguiu foi mais um sexto lugar, com Gabriele Tarquini no GP do México de 1989. A partir daí, começou a lenta agonia da escuderia. O catastrófico JH24, que só correu no Brasil com Yannick Dalmas, deu lugar ao JH25, que melhorou um pouquinho a situação da equipe - que mesmo assim colecionou sete desclassificações com os dois carros ao longo do ano.

O carro voltou em 1991 na versão B, revisada, participando de três provas com Gabriele Tarquini e, mesmo com a situação financeira precária, a AGS lançou seu último carro, aquele que nunca correu.


Aqui acima, vemos o modelo JH27, com Gabriele Tarquini tentando inutilmente a classificação para o GP da Itália, onde o carro estreou. O carro era muito ruim e foi impossível conseguir um lugar entre os 26 do grid. Tarquini perdeu a paciência e se demitiu da AGS, trocando com Olivier Grouillard na Fondmetal.


O francês nem chegou a esquentar o lugar, pois no GP da Espanha a AGS fez sua última aparição na Fórmula 1. O segundo piloto da equipe, Fabrizio Barbazza, foi junto com o único carro inscrito para o GP do Japão, mas na véspera do primeiro treino foi decretada a falência do time e a AGS fechou melancolicamente suas portas, com um retrospecto de 47 corridas disputadas e apenas dois pontos somados.

7 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns Mattar pelo otimo texto.
A AGS foi mais uma equipe que nunca deixou o status de pequena ,nunca teve uma chance através de algum patrocinador de mostrar do que seria capaz ,como muitas outras se aventuraram na F1.
Mas teve um episodio no minimo interessante, foi quando tentaram em algum teste ,colocar um motor W12 da MGN no chassi JH22 ,parece que este motor teria o mesmo fim do Life W12 e nunca foi adiante.
O MGN foi contruido por Guy Nègre e depois dessa tentativa o motor foi colocado no esportivo Norma M6 ,quem souber mais alguma coisa que conte mais!

Jonny'O

Carlos Garcia disse...

Tá faltando a últimas das "Lola", risos... aquela da Credicard!!

Abração!!!

Anônimo disse...

Pelo menos a pintura é mais bonita que, por exemplo dos atuais Renaults da F1

Anônimo disse...

História bem lembrada Jonny´O,

o Guy Négre é um cara meio professor Pardal, sempre inventando "moda" ! hehehe


Atualmente ele tem uma firma chamada MDI que desenvolve veículos com um motor a ar comprimido !

www.motormdi.com

Os carros pessoalmente acho os horríveis, mas se o motor cumprir o que promete, mesmo que não seja tudo aquilo se apregoa, já é um grande avanço contra a poluição pois a unica coisa resultante do escapamento é ar gelado, que serve inclusive para o prorio sistema de ar condicionado do carro, pois não há combustão, pelo que pude entender o motor "chupa" ar atmosférico o comprimi a a 20 bar e em seguida injeta o ar dos tanques, armazenados a 300 bar, sendo assim ocorre uma expansão que movimenta o pistão.

bem se o negócio é sério ou não, não sei, mas é interessante.

Quem não vai gostar disso são as petroleiras, é melhor o Guy Negré ficar de olho aberto ! hehehe


abs

Filipe W

Anônimo disse...

Opa , esqueci de dizer no meu post anterior, que parece que ele se associou recentemente com a Tata para pesquisa e desenvolvimento desse motor dfe ar comprimido.

abs

Filipe W

Anônimo disse...

Caraca, desculpa gente !

Hoje eu tô fazendo tudo parcelado !

Deve ser o famoso problema de junta !

junta tudo e joga fora ! hehehe

olha um link do Youtube falando do carro a ar comprimido, mas com direito ao AGS JH22 com motor w12.


http://www.youtube.com/watch?
v=QmqpGZv0YT4&mode=related&search=

abs

Filipe W

ps: espero não ter esquecido de mais nada ! hehehe

Rodrigo Mattar disse...

Garcia, meu velho, veja o post "Os F-1 que nunca correram - XV", que é sobre o Lola-MasterCard e não Lola-Credicard.
Abraço!