Abro o e-mail ontem e me deparo com um convite com o qual já esperava: terça-feira (jurava que era na segunda...), Reginaldo Leme vai festejar os 15 anos de criação do fantástico Anuário AutoMotor, uma referência dentro do nosso combalido automobilismo. Tenho todos os exemplares de 1993 pra cá e atesto sem medo de errar - poucas publicações do gênero são tão boas quanto a editada por aqui.
Tem mais: em 2007, ele completa 35 anos de cobertura praticamente initerrupta de Fórmula 1, primeiro como repórter do Estado de S. Paulo e depois como comentarista e repórter bissexto da Rede Globo.
Eu só lembro do Reginaldo na telinha. Em 1981, no primeiro ano do título do Nelson Piquet, ele dividia as transmissões com Luciano do Valle e pra mim foi um ano inesquecível. Acredito que pro Regi também tenha sido, mesmo com todo o temperamento explosivo do nosso novo campeão naquela época, avesso à entrevistas como provado no grito primal que ele deu depois da corrida de Las Vegas.
No bicampeonato, dois anos depois, lembro que o Nelson abriu o coração numa entrevista ótima depois da corrida e confessou pro microfone da Globo: "Me sinto nas nuvens. É como se não fosse humano."
Regi também viu o tri do Piquet em 87 e todas as três conquistas do Senna. É um privilegiado dentro do nosso automobilismo. E nos últimos anos, mostra um entusiasmo cada vez mais crescente com a expansão da Stock Car, em cujas transmissões têm participado ativamente - até porque a Globo restringiu nos últimos anos as viagens de narrador e comentarista para o exterior, nas transmissões da F-1.
Acho que ele jamais imaginou que ao chegar na Europa para fazer sua primeira cobertura internacional - a prova extracampeonato Rothmans 5000, um vale-tudo em Brands Hatch que teve vitória do Emerson Fittipaldi (que duas semanas depois disso seria campeão mundial em Monza) - ele iria alcançar o respeito e o carinho de quem é apaixonado pelo esporte, como eu sou e muita gente o é.
Em 1981, eu era um moleque de dez anos de idade, que colecionava sonhos e miniaturas, e fazia da cama um "autódromo" onde só o Piquet vencia e era campeão, que já gostava de Fórmula 1 de forma alucinada. E que um dia pensou em estar onde o Regi já estava naquele ano.
Nunca desisti dos meus sonhos e hoje continuo, aos 35 anos, colecionando minhas miniaturas - mas com muito mais carinho, é claro. E tive sorte e uma boa dose de competência para, em quatro anos na casa onde trabalho, estar onde estou. Muito dessa paixão, conhecimento e desprendimento se deve à admiração e o carinho que eu tenho por esse puta profissional chamado Reginaldo Leme.
Lamentavelmente, não vou poder ir até São Paulo e compartilhar com ele essa alegria pessoal e profissional que é um marco em sua vida.
Mas posso afirmar algo que já deixei no fim de um e-mail com um carinhoso pedido de desculpas pela ausência da próxima terça:
REGI, VOCÊ É O CARA!
6 comentários:
Reginaldo Leme é o cara, assim como Rodrigo Mattar, Nelson Piquet e Valentino Rossi... ...Mas cada um é o "cara" no que faz ou fez!!!
É, realmente o Reginaldo Leme é o cara. Comentar a f1 a 35 anos não é pra qualquer um. E o ROdrigo Mattar vai ser seu sucessor, quando o regi se aposentar.
Um abraço
Rodrigo, não há como discordar de você. O Reginaldo tem uma linda história nas coberturas de F-1 no Brasil.
É uma pena que nesse ano, com o favoritismo da Ferrari, o número de "entendidos" de F-1 aumentará consideravelmente. Teremos que aguentar ufanismos, e o deletério Brasil-sil-sil. E, se a luta se restringir a Alonso e Massa, veremos o espanhol ser transformado em "inimigo da nação", assim como foi com Prost e, recentemente, com Schumacher. O enorme talento de Alonso será esquecido.
O Reginaldo, durante todos esses anos, foi a reserva de sensatez e lucidez, tão carente em um país medíocre como o nosso. Ainda mais quando são poucos os jornalistas especializados e que, nem sempre, têm espaço suficiente para argumentações mais sóbrias.
Felizmente, você tem seguido a mesma linha profissional do Reginaldo. Quem realmente gosta de corridas, independente de ter brasileiros vencendo, agradece. Pode ter certeza.
Abraço.
Sou um enorme fã do Reginaldo Leme, o cara escreve e comenta com muito sentimento e quase fiz faculdade de jornalismo por causa dele. Rodrigo Mattar e o Sérgio Maurício estão seguindo os passos do colega de profissão e amigo. Tenho muita vontade de um dia conhecer essa rapaziada!!!
PS: Uma menção honrosa ao grande Lito Cavalcante q tb é o cara!!!!
Não é na segunda... É terça-feira! Dia 6!
Esse é super gente boa. Palavra de um amigo meu que teve a sorte de trabalhar com ele em Sampa.
Wallace Michel
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