sexta-feira, 30 de março de 2007

52 neles!!!!!

Em pé: Píndaro, Jair, Édson, Bigode, Castilho e Pinheiro. Agachados: Telê, Orlando Pingo de Ouro, Marinho, Didi e Quincas. Este time do Fluminense de 1952 é campeão mundial interclubes. E ponto final.

A imprensa paulistana festeja berrando manchetes pelos quatro cantos: o Palmeiras é o novo campeão mundial interclubes de futebol. O leitor me perguntaria: como? onde? por que?

Como? Bem... o alviverde ganhou a Copa Rio, torneio internacional realizado no Rio e em São Paulo - apesar do nome - e organizado pelo jornalista Mario Filho, do Jornal dos Sports. Naquele ano, os times convidados foram oito.

Do Brasil, o Vasco (campeão carioca de 1950) e o Palmeiras (campeão paulista de 1950 e do Rio-SP de 1951).

De Portugal, o Sporting de Lisboa (campeão da temporada 1950/1951).

O Áustria de Viena, campeão do seu país na temporada 1949/50, também veio.

Do país então campeão mundial de futebol, o Uruguai, veio o Nacional.

A Juventus de Turim, campeã italiana de 1949/1950, aceitou o convite. A lista foi completada pelo Estrela Vermelha, da então Iugoslávia e o Olympique Marseille, campeão francês. Os times foram divididos em duas chaves - uma no Rio, com jogos no Maracanã e outra em São Paulo, com partidas realizadas no Pacaembu.

No grupo do Rio, o Vasco atropelou Sporting e Áustria de Viena com duas goleadas pelo mesmo placar - 5 x 1, vencendo também o Nacional por 2 x 1. O Áustria, que goleou o Sporting e venceu o Nacional, ficou com a segunda vaga nas semifinais.

Em São Paulo, a Juve venceu todos os seus três jogos na chave preliminar. Olympique e Estrela Vermelha foram derrotados, ambos, por 3 x 2. E o Palmeiras sucumbiu por 4 x 0 diante da Vecchia Signora. Como o Palmeiras venceu os outros dois times do grupo, deu Juve em primeiro, Palmeiras em segundo.

Nas semifinais, deu Palmeiras x Vasco e Juventus x Áustria de Viena. A Juve classificou-se às finais com um empate em 3 x 3 e uma vitória por 3 x 1. Já o Palmeiras fez o suficiente para eliminar o Vasco, com um 2 x 1 no primeiro jogo e um empate sem gols no segundo.

No onze alviverde, despontavam no ataque os ótimos Jair Rosa Pinto e Rodrigues. Foram eles os artífices do título e da vingança palestrina sobre o time de Turim, derrotado pelo placar mínimo no primeiro jogo da final, em São Paulo. No Maracanã, bastou o Palmeiras conseguir o empate e o 2 x 2 foi suficiente para o título da Copa Rio.

Pois bem: houve no ano de 1952, uma segunda edição do mesmo torneio, que teria dez times em vez de oito. Só que o Racing de Avellaneda (Argentina) e a Juventus, vice-campeã de 1951, alegaram problemas em seus elencos e não compareceram. Desse modo, houve outra vez a divisão em duas chaves de quatro, de novo com sedes no Maracanã e no Pacaembu.

O grupo carioca teve o Fluminense (campeão carioca de 1951), o Peñarol (então campeão uruguaio), o Grasshopper da Suíça e, novamente, o Sporting de Lisboa. No grupo de São Paulo despontavam Corinthians, Libertad do Paraguai, Saarbrücken de Bonn (Alemanha) e outra vez o Áustria de Viena.

O Flu se classificou para as semifinais com duas vitórias sobre Grasshopper e Peñarol e um empate contra o Sporting. Os uruguaios passaram como segundos colocados do grupo. Em Sampa, deu Corinthians com duas suvacadas sobre Libertad e Saarbrücken e um apertado 2 x 1 no Áustria de Viena, que ficou em segundo.

Nas semifinais, o Corinthians teve uma tarefa mais fácil. Venceu o Peñarol na primeira partida por 2 x 1 e só entrou em campo na segunda para ir à final. Os uruguaios não compareceram, perdendo por W.O.

O Flu, treinado por Zezé Moreira e que carregava a mística do "timinho" que goleava por 1 x 0, desencantou contra o Áustria de Viena. Vitória de goleada por 1 x 0 no primeiro jogo e uma sapecada por 5 x 2 no segundo, provocando a final brasileira contra o Corinthians.

Os dois jogos foram no Rio, a 30 de julho e 2 de agosto. Na primeira partida, com atuação magistral de Telê, Didi e Orlando Pingo de Ouro, o Flu bateu o Timão por 2 x 0. Bastou o empate no segundo jogo para que o tricolor das Laranjeiras chegasse ao título de campeão da II Copa Rio.

Agora eu me pergunto: se o Palmeiras conseguiu da FIFA o reconhecimento de seu título, por que é que a entidade não dá ao Fluminense o mesmo status, considerando que a competição é exatamente a mesma?

Acho uma graça nisso, porque só ouço falar que fulano de tal e sicrano de tal são campeões do mundo. Mas em um jogo só? Em campo neutro? É justo? Eu não acho. E por isso eu digo: O FLUMINENSE É CAMPEÃO MUNDIAL SIM.

Como são o Palmeiras, o Santos, o Corinthians, o São Paulo e o Internacional.

Flamengo e Grêmio (e até o São Paulo dos títulos de 92/93) que me perdoem, mas Mundial em jogo único é dose pra mamute!

6 comentários:

Anônimo disse...

Rodrigo,

Já tem data marcada: 21/07/07, com presença do Sr. Jean Marie Havelange.

Saudações Tricolores!!

Anônimo disse...

Só falta oficializar. E por que até hoje a “brilhante” diretoria do tricolor carioca não foi atrás do reconhecimento oficial como fez o Palmeiras? Tão esperando o que?

Wallace Michel

Anônimo disse...

O direito não atende os preguiçosos. Se não for atrás...

Rodrigo Mattar disse...

Wallace, o "discurso" do presidente Roberto Horrorcades aos meios de comunicação é de que o clube está empenhado nisto há mais de 20 anos, mas basta ver o "empenho" né? O Palmeiras tomou isso como uma bandeira muito depois, foi à luta e ganhou. Não basta ter só o Havelange como padrinho. Concordo com você e com o anônimo: tem que correr atrás e oficializar esta porra.

Anônimo disse...

Isso explica o porque do Tricolor mesmo tendo estrutura, categoria de base, bala na agulha para contratar não tem um desempenho condizente ao que ele poderia apresentar. Falta um chefe.

Se o Fogão tivesse metade disso nas mãos do Bebeto...

Wallace Michel

Anônimo disse...

SE TIVESSEMOS UMA DIRETORIA A ALTURA DO FLU TERIAM OFICILIAZADO OS DOIS DE UMA VEZ... MAIS TEMOS UMA DIRETORIA COM VELOCIDADE PAQUIDERMICA, QUE ATRASA MAIS DO QUE ADIANTA...