Imaginem a seguinte situação: dois eternos rivais há coisa de 96 anos, se encontram no Maracanã. Um, com a cabeça mais na Libertadores do que na Taça Rio. O outro, precisando vencer desesperadamente para seguir com chance de classificação à semifinal - ou seja: com um longo e penoso caminho pela frente.
Esse era o panorama do Fla x Flu da última quinta-feira. O clássico eterno do futebol mundial não empolgou o torcedor - tanto que eram pouco mais de 11 mil pagantes nas arquibancadas do Mário Filho. Não é o menor público da história do jogo, mas sem dúvida foi decepcionante.
Como também a atuação do Fluminense no primeiro tempo. Precisando vencer, o tricolor foi o tempo todo encurralado pelo rubro-negro da Gávea. E foi premiado pela covardia: aos 29 minutos, jogada de Roni e gol do bonde chamado Souza (perdão, Tennessee Williams) - o primeiro dele com os pés, desde que assumiu o posto de centroavante.
Na volta do intervalo, depois de uma chamada dos mais experientes como Luiz Alberto, Fabinho e o goleiro Fernando Henrique, o Flu voltou "ligado na tomada" e depois de boa jogada do ótimo lateral Carlinhos, Cícero empatou o jogo.
E o Flu cometeu o velho erro de sempre: recuou de novo. Trouxe o Flamengo para seu campo e permitiu chances claras ao rival. Para surpresa de muitos, ao contrário de outros jogos, FH esteve seguro, eficiente e muito bem em diversas intervenções, constituindo-se na grande figura da noite.
Por cansaço ou contusões, Joel Santana tirou do time Carlinhos, David e o apagadíssimo Soares, que foi omisso o clássico inteiro. Entraram André Moritz, Thiago Neves e Lenny - e o Flu melhorou um pouco. Mas nenhum deles quase fez o segundo gol, um oferecimento do horroroso zagueiro Irineu, que Alex Dias chutou para fora - com a baliza totalmente escancarada.
Mas como não há mal que sempre dure, o mesmo Alex, aos 48 minutos do segundo tempo, deu um passe magistral para o "carrasco" Cícero, que com um sem-pulo de primeira mandou de uma só vez a bola e o goleiro Bruno pro fundo das redes.
Gol! O gol da virada, da vitória, da redenção momentânea de um time que até agora não disse ao que veio. Mas que... diabos! Ganhou um Fla-Flu.
E ganhar um Fla-Flu de virada é que nem ter o MasterCard. Não tem preço.
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Em 35 anos de vida, lembro de diversos jogadores que foram decisivos em Fla-Flu. Manfrini, ídolo de toda uma geração, foi um dos primeiros. Depois, o "carrasco eterno" Assis, que nos deu dois títulos em 83 e 84 e ficou para sempre na memória tricolor.
Ézio, com seu faro de gol, adorava balançar as redes flamengas - fez mais de 15 gols contra o rival. Também Agnight e, pasmem, Tuta, deixaram a sua marca várias vezes.
Agora é a vez de Cícero entrar para a história do clássico.
Será que pintou o novo "carrasco"?
A conferir no Brasileirão.
6 comentários:
Rodrigo, Vou voltar a mesma tecla que bati este ano: O Cícero joga naquela posição eo C. Alberto de meia de ligação.
Saudações tricolores!!
Parabéns Mattar, pelo menos seu time ganhou um classico, já o meu tá indo pro brejo...
Coitado do Leão!
Jonny'O
Jonny O,
o nosso já foi pro brejo. A coisa tá muito feia.
Qto ao Flu, parabéns!!! Ganhar um clássico é muito bom. Perdemos todos esse ano!!!
Mas, lembre-se do que falei no começo do campeonato....essa galera que saiu do Timão p/ o Flu, não salva um.
Ou muito mascarado, ou muito grosso.
Não quero ser chato não! Mas de que adianta ganhar o classico se na final quem vai estar é o Flamengo. e depois no brasileiro ficam todos os cariocas em posições do meio da tabela ou lutando pra não cair...De qualquer forma é sempre bom ganhar do Flamengo.
Seu texto é ótimo.Parabens pelo blog.
Ron Groo
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será muito bem vindo um texto de qualidade como o seu.
Cabe a lembrança, Piki:
Rafael Moura não entra nem como opção no segundo tempo.
E o time só venceu quando Carlos Alberto não jogou.
De todo modo, sua afirmação do começo do ano tem feito muito sentido.
Bater no Flamengo sempre é uma alegria...
Saudações alvi-negras (SFC)
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