Hoje resolvi compartilhar mais uma das histórias engraçadas pelas quais já passei.
O ano? 2000 ou 2001, não lembro bem. Mas o conteúdo da história nunca mais sai da memória.
Um repórter da Globo fazia na ocasião uma matéria sobre a esdrúxula numeração dos uniformes dos jogadores em época de Campeonato Brasileiro. Lembro que o Roger jogava com a camisa 21 no Fluminense. Magno Alves era o 31 e assim caminhava a humanidade.
Isto posto, o mesmo repórter lembrou que a Argentina, nas Copas de 74, 78, 82 e 86, resolveu adotar a numeração de 1 a 22 por ordem alfabética do sobrenome de seus atletas. E aí arrematei: "Em 1978, o número 1 era Norberto Alonso, craque do River Plate. Sua convocação fechou as portas para Maradona, então com 17 anos, jogar aquela Copa."
Com um misto de admiração e ironia, ele questionou: "Você tem certeza disso?"
Nisto, ele foi contar para alguns colegas de redação e João Pedro Paes Leme, do alto de seu um metro e noventa e tal de altura, entrou na redação tentando botar pilha. "O número 1 da Argentina em 78 era o Ardilles".
Sustentei que era Beto Alonso e ele continuou com sua convicção, provocando. "Cai o mito".
O sangue subiu e eu fiz uma proposta indecente. "Aposto 500 reais contigo como estou certo de que o número 1 da Argentina na Copa de 1978 era Norberto Alonso e não Oswaldo Ardilles."
"Feito", respondeu João Pedro, sem saber que já tinha perdido a aposta.
Além da minha certeza inequívoca, Mário Jorge Guimarães, raposa velha do jornalismo e que cobrira aquela Copa, segredou no meu ouvido. "Você acertou. O número 1 em 78 era Alonso."
Quando o repórter fechou a matéria e me mostrou a edição onde Ardilles aparecia como camisa 1 eu falei. "Bem, isso é em 1982, na Copa da Espanha. Aí não há como discordar. Mas em 78 ele foi inscrito com o número 2."
Uma rápida consulta ao site da Fifa resolveu a questão e os 22 da Argentina em sua Copa eram os seguintes:
Alonso (1), Ardiles (2), Baley (3), Bertoni (4), Fillol (5), Gallego (6), L. Galván (7), R. Galván (8), Houseman (9), Kempes (10), Killer (11), Larrosa (12), Lavolpe (13), Luque (14), Olguín (15), Ortiz (16), Oviedo (17), Pagnanini (18), Passarella (19), Tarantini (20), Valencia (21) e Villa (22)
Com tantas fontes e a minha ótima memória a meu favor, ganhei a aposta. Com cara de quem não tinha mais o que dizer, o João Pedro reconheceu a derrota e, para evitar a suprema humilhação, pagou os 500 em doses homeopáticas. Dez prestações suaves de 50 reais cada uma, toda vez que voltava das viagens para cobrir a Fórmula 1 e sob intensa gozação dos outros colegas de redação.
Santa camisa 1, Norberto Alonso!
3 comentários:
E turco (desculpa libanês) quase não gosta de ganhar um dinheiro fácil... O Paes Leme não devia saber da sua memória de elefante. Ehheheheh um grande abraço!!!
Wallace Michel
Fue exactamente así, también para nosotros en Argentina fue extraño ver a nuestros jugadores con sus números por orden alfabético. Esto se utilizó solamente en los mundiales del '78 y '82, mientras el técnico era Menotti.
Com essa memória vc deveria fazer mais apostas deste tipo.
Bom, mas acho que a fama já se espalhou e ninguém iria aceitar...hahaha
Bjs.
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