Fui, de novo, a São Paulo. Não foi uma viagem de quase uma semana, como quando das Mil Milhas. Uma noite só bastou e já estou de volta ao Rio, que hoje tem uma terça-feira nublada e carrancuda como a cidade distante 50 minutos de nós - de avião.
Decidi de última hora que iria não só prestigiar o Capacete de Ouro, da revista Racing, de cujo colégio eleitoral participei para escolher os melhores pilotos em trocentas categorias. Mas que atenderia a um convite do amigo Norberto Bianchin para o lançamento do livro José Carlos Pace - A busca de um sonho.
Foi tudo na correria. Uma muda de roupa numa bolsa, a mochila com notebook, revistas e documentos, e o terno a tiracolo e lá fui eu pro Santos Dumont. Comprei a passagem e me mandei. No vôo de ida, fui no meio, entre duas mulheres. A da minha direita, quando a aeronave já se aproximava de Congonhas para pousar, perguntou candidamente se poderia ir ao banheiro. Como era procedimento de descida, argumentei que ela não deveria ir. Pra que... ela disse "estou me sentindo mal" e, ato contínuo, pegou o prosaico saquinho que tem no revisteiro das poltronas e chamou o Raul.
Disgusting!
Chegando em Congonhas, outro drama: onde passar a noite? Sem reserva nenhuma de hotel, não tive dúvidas: atravessei a passarela em frente ao aeroporto e rumei pro Íbis que fica do outro lado da rua, numa esquina adiante. Dei sorte: tinha quarto de sobra e lá fui eu pra outra sessão-correria... banho, barba, terno, gravata, perfume... e o Chaves rolando na pequena TV do confortável quarto.
Peguei um táxi e fui pra Pinheiros, pra festa do lançamento do livro do Moco. Achei que chegaria tarde demais. Mas que nada... lá estavam os camaradas Pandini e Saloma... e a fina flor da velha guarda do automobilismo brasileiro: Luiz Pereira Bueno, Luiz Evandro "Águia", Dante de Camilo, Maneco Combacau, Pedro Victor de Lamare, Jan Balder, Bird Clemente, Marinho César de Camargo Filho, Ludovino Perez (que me cumprimentou de forma surpreendente), além de outros nem tão velhos assim, como Almir Donato, que em breve será alvo de postagens neste blog.
Entre goles de Prosecco, canapés e outros acepipes, papos a mil sobre a figura de José Carlos Pace, automobilismo "das antigas" e de hoje. Siderado por estar em torno de tanta gente boa, acho que mais observei do que disse qualquer coisa. Logo eu, um tagarela por natureza...
Deu 10 da noite, a festa estava ótima e não queríamos ir embora. Mas tinha o Capacete para ir, e lá fui eu na carona do Panda.
Não perdemos rigorosamente nada. A cerimônia começou atrasada e foi chata, arrastada, com a dispensável apresentação de Otávio Ceschi e Valéria Zoppello - que aliás provocou o seguinte comentário do Panda.
"Ela parece aquelas alunas fazendo trabalho de faculdade com aquelas fichas servindo de roteiro. Espontaneidade zero."
Sábias palavras.
E para piorar, ou não, a enésima tentativa do Otávio Mesquita em parecer um entertainer - o que ele não é. Ou melhor... ele acha que é. Mas só ele.
Outro destaque negativo da premiação foi a "presença" do elemento chamado não compareceu. Dezenas de indicados não foram ao palco. Na premiação da categoria Top, só Tony Kanaan foi ao palco porque Hélio Castroneves dança - literalmente - num programa de TV estadunidense e Bruno Junqueira negocia sua permanência na ChampCar para 2008. Menos mal que o piloto da Andretti Green levou o prêmio máximo - sem escapar no entanto das obviedades.
Um dos pontos constrangedores foi a categoria Endurance, onde havia sete nomes na premiação e só três foram receber seus troféus. Perguntas, como aos demais? Nenhuma. Pelo menos escaparam de coisas vexaminosas como uma pergunta feita a um kartista de apenas dez anos de idade sobre "planejamento de carreira".
Francamente, com 10 anos de idade eu brincava com minhas miniaturas, de futebol e de autorama. Depois não reclamem quando dizem que pai de piloto é comparável a mãe de miss.
De resto, valeu pela animação da turma do fundão, que levantou cartazes de "Fofoooo" quando Dennis Dirani ganhou o prêmio pela categoria kart, as homenagens à família Fittipaldi e a Pedro Muffato, poder rever a ultrapassagem do século XX (Piquet sobre Senna na Hungria, qual mais?) e a saída pela direita à la Leão da Montanha, uma vez que o último troféu era tão óbvio quanto ridículo: Felipe Massa levou de novo o Capacete de Ouro na categoria Fórmula 1, até porque não tinha adversários.
Aliás, arrisco-me a dizer que em segundo lugar ficou a opção "nenhum".
Que foi a que escolhi.
Bem... isto posto, premiação encerrada, bebi mais uma cerveja e fui pro hotel. Afinal, eu tinha mais o que fazer... O resto, eu não conto.
2 comentários:
Rodrigo, onde esse livro está sendo vendido? Você sabe qual é a editora? Por incrível que pareça, a única referência sobre ele no Google é este post.
Não faço idéia... eu peguei porque fui no lançamento. Quem editou a obra foi a Tempo & Memória.
Abraço!
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