quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Carros de uma corrida só (parte 11) - BRM P207

O BRM P207 (na foto com Teddy Pilette no GP da Alemanha): pá de cal na gloriosa história da equipe britânica campeã mundial em 1962

A BRM foi uma das escuderias mais importantes do automobilismo e da Inglaterra nos anos 50 e 60. Foi pioneira em inovações como os motores de 16 cilindros, primeiro em V e depois em H, além de revelar pilotos do naipe de Graham Hill e Jackie Stewart, que conquistaram vitórias e títulos pela escuderia fundada por Raymond Mays.

Após sua morte, a BRM ficou sob o comando de Alfred Owen - daí os carros freqüentemente aparecerem com um adesivo onde se lia Owen Racing Organisation - e depois de Sir Louis Stanley. Quando os patrocínios começaram a se tornar indispensáveis na F-1, os carros da equipe começaram estampando os cosméticos Yardley e em 1972 protagonizaram a grande invasão Marlboro, que dura até hoje.

Em 74, o patrocínio mudou-se para a McLaren e com a equipe já decadente, Sir Louis Stanley ainda conseguiu um apoio da Motul para aquela temporada, onde Jean-Pierre Beltoise foi 2o. colocado no GP da África do Sul em Kyalami. Foi o último pódio da BRM, que a partir daí só experimentou dissabores. Em 1975, uma temporada fraquíssima e no ano seguinte, uma fugaz aparição em Interlagos, com Ian Ashley ao volante.

Para 1977, Stanley e a BRM partiram para uma nova tentativa, graças ao apoio dos relógios Rotary. Foi construído o modelo P207, projeto de Len Terry e Mike Pilbeam com monocoque de alumínio para abrigar o vetusto motor V-12 e câmbio BRM de cinco marchas.

O piloto escolhido para o início do ano foi o australiano Larry Perkins, campeão europeu de F-3 em 1975 e de fugaz (e boa) passagem pela F-1 em 76 com o Boro - uma cópia do Ensign. Contratado pela Brabham, não rendeu o que se esperava e ele foi demitido por Bernie Ecclestone. A BRM não era o lugar mais recomendável para se reiniciar uma carreira, mas ele resolveu tentar.

Melhor que tivesse ficado em casa à espera de convites. O P207 não ficou pronto a tempo para o GP da Argentina e quando apareceu em Interlagos, foi um desastre. Lento, o carro foi nada menos que seis segundos pior que o tempo de Alex Dias Ribeiro, que guiava o March 761 - outra cadeira elétrica das boas. A corrida de Perkins durou duas voltas, depois que o motor fundiu.

A BRM buscou o velho P201B para a corrida de Kyalami e com ele Perkins fez sua segunda e última corrida no ano pela equipe, largando em último para chegar em décimo-quinto. Como em Long Beach o P207 não chegou a tempo, depois de mais uma corrida infeliz em Brands Hatch (esta extracampeonato), o australiano deixou a equipe e foi tentar a sorte na Surtees. Daí em diante, a BRM revezou três pilotos diferentes ao volante do seu horroroso carro: o sueco Conny Andersson, o britânico Guy Edwards e o belga Teddy Pilette. Nenhum deles classificou-se para qualquer das corridas em que foram inscritos e após o GP da Itália, em Monza, a equipe se retirou definitivamente da F-1. O P207 foi uma pá de cal e tanto numa gloriosa história que se encerrou de forma melancólica no automobilismo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Foi mesmo um triste final a gloriosa Brm ,que era a mais inglesa dos times,era uma especie de Ferrari ,fazia tudo ,chassi ,motor e na verdade talvez tenha cido a maior vitima quando a Ford decidiu entrar na brincadeira com a Cosworth em 67 ,teve ainda um F-aurora em 1979 estilo asa ,mas acho que nunca participou de nada.

Jonny'O

Anônimo disse...

Realmente Rodrigo esse carro foi um desastre e nunca aparentou ser minimamente competitivo.

Gosto das histórias desses carros "DNQs", pois vez ou outra tinham soluções interessantes, apesar de obviamente, não terem funcionado, pelo menos com eles hehehe

Esse P207 foi bom exemplo disso, bonito e com algumas soluções aerodinâmicas até interessantes, mas que nunca funcionou a contento, talvez pelo conturbado período que a BRM passava.

Hoje esse carro está restaurado, e participa de algumas corridas de clássicos na Europa.

abs

Filipe W

Hurricane disse...

El P-207 no fue un final digno para BRM. Ocurrió como con otros equipos (Lola, Lotus) que conocieron épocas mejores y terminaron sin pena ni gloria
Estou estudando português, ja vou postar em seu idioma