domingo, 19 de março de 2006

Sofrimento sem fim

Longe vão os tempos em que o torcedor dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro tinha certeza de vitória contra qualquer equipe pequena.

Bastava uma agremiação do interior ou do subúrbio da capital pisar o Maracanã e ver uma camisa tricolor, ou a rubro-negra ou as alvinegras e pronto... o estrago estava feito.

Eu fui dessa época em que isso era comum.

Hoje em dia... ai de nós, ai de nós...



Ninguém mais respeita Fluminense, Flamengo, Vasco e Botafogo.

A prova cabal está aí escancarada nos noticiários: América, Americano, Cabofriense e Madureira farão as semifinais da Taça Rio para ver quem pega o time da estrela solitária na decisão.

Surpresa? Não, nenhuma surpresa. É o reflexo do quanto anda mal o futebol do Rio de Janeiro.

Mal administrado desde a Federação até, principalmente, os clubes, com dirigentes arrogantes que fazem o bel-prazer de empresários que leiloam a três por dois os seus jogadores. Sabem quanto, por exemplo, ganha o Obina? Aquele mesmo que não faz gol e está visivelmente fora de forma no Flamengo? OITENTA E OITO MIL REAIS!

Dá pra acreditar que um bonde como Obina ganhe tudo isso? Só no futebol carioca isso acontece...

O planejamento e as contratações erradas mostram a fragilidade, em especial, dos elencos de Flamengo, Vasco e Fluminense. O rubro-negro da Gávea só ganhou três partidas até agora neste ano. Conte comigo nos dedos... uma... duas... três. Muito pouco para quem enche a boca pra dizer que é o "Mais Querido do Brasil".

O Vasco tem um problema sério: Romário. Ele marca ainda seus golzinhos aos 40 anos, mas a dívida monstro que o clube tem com ele se transforma numa obrigação para o clube cruzmaltino. Rescindir o contrato do Baixinho não é a esta altura do campeonato a melhor das alternativas para Eurico Miranda.

E o que dizer do Fluminense? O campeão de 2005 investiu em dois treinadores que nada acrescentaram e em jogadores que ainda não disseram ao que vieram, casos de Rogério e Pedrinho. O elenco era forte no papel mas, em campo... um bando. Pelo menos na vitória de virada sobre o Volta Redonda, na despedida do time no campeonato, os jogadores se doaram em campo. Mostraram raça, garra e vontade de vencer. Só esqueceram de combinar tudo isso com o goleiro do time adversário.

Ah... falta o Botafogo. Ao time de General Severiano ainda me reservo o benefício da dúvida. Porém, se perderem na final do Estadual para qualquer um dos quatro pequenos que vão disputar as semifinais da Taça Rio, podem escrever aí:

Vamos sofrer MUITO no Brasileirão 2006. Caem quatro... caem quatro...

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