sexta-feira, 17 de março de 2006

Na linha de fogo

A exatos 84 dias para a Copa do Mundo de Futebol, aumenta o bombardeio em cima de dois controvertidos personagens que ganharam espaço na mídia nos últimos dias: Ronaldo e Jürgen Klinsmann.

O atacante da seleção brasileira, mundialmente consagrado, vive uma fase ruim de dar gosto. O Real nada ganha em 2005/2006. Os gols rareiam e até pênalti no último minuto de jogo ele já perdeu. Está visivelmente fora de forma, embora ache que não. Seu choramingo de que "não tem o carinho da torcida" não cola mais em Madrid.

Toda essa forçação de barra até está dando resultados. Em Milão, dirigentes da Inter e do Milan acenam com o retorno dele para o Calcio. Mas o que deu mais pano para manga foi uma infeliz declaração do jogador campeão com a seleção brasileira nas Copas de 94 e 2002. "Nossa geração pode superar a de Pelé".

Foi uma resposta às críticas do Rei do Futebol ao seu desempenho e à sua vida fora dos gramados, com dois casamentos fracassados e namoros com top models. O problema é que ninguém que gosta de futebol JAMAIS esquecerá o banho de bola que a seleção, Pelé à frente, deu em três Copas de 58 a 70, que nos renderam três títulos e a Taça Jules Rimet.

"Esse bate-boca não leva a nada", disse o jornalista e historiador Roberto Assaf em O Globo. O craque Sócrates, capitão da seleção em 82, bateu firme. "Essa polêmica é vazia. São épocas totalmente diferentes." O goleiro Félix pôs a pá-de-cal. "Até hoje a Europa só fala da conquista de 1970."

De fato, o Brasil teve uma geração de ouro e ficou cinco Copas sem ganhar nada até 94. E, vamos e venhamos, isso não dá nenhum direito ao Ronaldo de se comparar com a turma de Pelé e Garrincha em termos de importância ao futebol brasileiro. Basta ver o quão era difícil se jogar naqueles tempos idos e como foi barbada para o Brasil ser campeão em 2002.

Em contrapartida, a situação do técnico da Alemanha, o antigo ídolo e titular em três Copas, Jürgen Klinsmann, está de mal a pior. Sucessivas acusações, severas críticas ao seu trabalho e uma vexatória derrota para a Itália por 4 x 1 em recente amistoso vão minando a anfitriã da competição de 2006.

Ele leva pancada de ninguém menos que Franz Beckenbauer, o Kaiser do futebol alemão. E com toda razão: o técnico mora na Califórnia, para começar. Chegou a nomear uma pessoa ligada ao hóquei para ser dirigente da seleção. Convoca mal e escala pior ainda os seus jogadores. E nem a presença de Michael Ballack, tido e havido como o melhor jogador do país no momento, é capaz de fazer a seleção andar pra frente.

Agora a imprensa mira em outros alvos. O jornal tz teria publicado uma matéria sobre manipulação de resultados acusando alguns jogadores da Bundesliga de participarem nas armações, entre eles o meia Bastian Schweinsteiger, 21 anos, cria do Bayern de Munique e grande revelação do país. Mas a publicação recuou nas acusações e ainda não se retratou, o que deve acontecer até a próxima segunda-feira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu só espero que durante a copa tenha menos bate boca e mais bola na rede.
LULY.