Desde já vou fazer uma confissão:
Não assisti à 78ª edição do Oscar, neste domingo.
Que sentido há em ficar três horas diante da TV, vendo um arsenal de piadinhas chatas do apresentador John Stewart (que falta fez o Billy Crystal), ouvir canções chatíssimas, ver o mau gosto de algumas atrizes ao se vestirem, o ramerrão de sempre?
Bom... alguma coisa pelo menos a premiação tem de bom. Como ver a gatíssima Jennifer Aniston, a Rachel de "Friends", apresentando uma das categorias. Ou então o figuraça Jack Nicholson, cuja fisionomia vai me reportar para sempre o Curinga que ele interpretou no primeiro "Batman".
E foi ele quem decepcionou quem torcia demais para "O segredo de Brokeback Mountain" ganhar o prêmio de melhor filme. A película de Ang Lee foi derrotada por "Crash - No Limite", filme produzido e dirigido por Paul Haggis. Não foi desta vez que a estatueta saiu do armário.
"Crash", que conta com um elenco do naipe de Sandra Bullock, Matt Dillon e Thandie Newton, ganhou outros dois prêmios e fechou a noite com o mesmo número de estatuetas que "Brokeback Mountain". E as duas produções dividiram holofotes com "King Kong", que também fez jus a três estatuetas, basicamente em categorias técnicas.
Se isso serve de consolo, Ang Lee ganhou na categoria de melhor diretor, derrotando o monstro sagrado Steven Spielberg, que concorria com "Munique" e George Clooney, este com "Boa Noite, Boa Sorte".
O solteirão mais cobiçado de Hollywood não saiu de mãos abanando. Ganhou como melhor ator coadjuvante pelo papel no mediano "Syriana". E o filme do brasileiro Fernando Meirelles - "Jardineiro Fiel" - também foi indiretamente premiado, com o Oscar de atriz coadjuvante para Rachel Weisz.
Pule de dez eram os prêmios principais de ator e atriz. Philip Seymour Hoffman ganhou por sua excepcional caracterização e interpretação do escritor Truman Capote. Aliás, nessa celeuma toda por "Brokeback Mountain", os homossexuais esqueceram que Capote era um deles.
"Capote mostrou à América que nem todos os gays são caubóis viris - alguns são na verdade intelectuais sofisticados de Nova York", disse o apresentador John Stewart.
E Reese Witherspoon atinge o status de queridinha de Hollywood que já foi de Julia Roberts com o merecido Oscar por "Johnny e June".
E diferentemente de outros anos, quando alguns da platéia chegaram a protestar contra um homenageado - vide Elia Kazan, acusado de ser macarthista - todos foram carinhosos com Robert Altman, que ganhou um prêmio pelo conjunto da obra. O diretor de 81 anos aproveitou a ocasião para revelar que fez um transplante cardíaco há cerca de uma década. "Estou aqui, acho, sob falsos pretextos", disse.
Podem até ser... mas ninguém quer ficar de fora dessa festa.
Pois se até "Rocky" levou o prêmio de melhor filme há 30 anos...
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