quinta-feira, 2 de março de 2006

Momento de reflexão

Hoje não foi um dia dos mais felizes da história da Imperatriz Leopoldinense.

A maior campeã da Passarela do Samba, com seis títulos desde 1984, fechou o carnaval deste ano num opaco nono lugar - a pior colocação da escola desde 1988. É a segunda vez, portanto, que a escola de Ramos não desfila entre as campeãs, já que em 1997 terminara em sexto e na época só as cinco primeiras do Especial e campeã e vice do Acesso tinham direito de voltar no sábado seguinte.

Ocioso dizer que, para quem viu na avenida, foi um desfile muito abaixo do que a carnavalesca Rosa Magalhães, uma artista sempre brilhante e muito inventiva, já foi capaz de fazer.

Não achava que fosse sério quando, antes do desfile, ela disse ao repórter da TV Globo que a entrevistava que a escola estava "pobre". E estava mesmo.

Foi talvez um dos carnavais menos suntuosos de todo o ano de 2006 - talvez só a Caprichosos de Pilares estivesse num nível um pouco mais abaixo. Até a Rocinha apostou em carros luxuosíssimos, mas diante da chuvarada, o desastre e o rebaixamento foram iminentes. A felicidade tem preço e a escola pagou caro por isso...

E a falta de ostentação de um desfile que tinha tudo para ser luxuoso - afinal, o enredo era sobre Giuseppe Garibaldi e sua mulher Anita. Mas o patrocínio prometido desandou, o patrono Luizinho Drummond, não sei porque, apertou o cinto, e Rosa trabalhou com o que pôde.

As notas dos jurados foram o reflexo de um desfile sem brilho. Cinco notas 10 apenas - uma em bateria (os jurados reclamaram demais das paradinhas), uma em conjunto, outra em evolução e duas em fantasias. Nem a comissão de frente, que ganhou mais um Estandarte de Ouro, ficou com notas máximas - foram três 9,9 e um 9,8.

O torcedor, como eu, não se conforma com a ausência de bons carnavais e fica se questionando: até onde isso vai dar?

Em rebaixamento para o Grupo de Acesso?

A Imperatriz tem uma história gloriosa. Pode não ser a escola queridinha da mídia (deixemos esse rótulo para os chorões da Beija-Flor e para a Acadêmicos do Projac, uma agremiação sem alma que não ensaia em Caxias e sim na Zona Sul para atrair os vips), mas teve em seus quadros gente do quilate de: Mano Décio da Viola, Pixinguinha, Amaury Jório, Heitor dos Prazeres, Alcebíades Barcelos (Bide), Villa-Lobos e Mestre Marçal.

E grandes compositores de sambas-enredo, como Mathias de Freitas, Carlinhos Sideral, Gibi, Zé Katimba, Tuninho Professor e Niltinho Tristeza.

Apontar culpados é fácil. Difícil é saber o que se passa na cabeça da diretoria que deixa, em cinco anos, a escola ir tão fundo, da glória de um tricampeonato a um nono e pouco glorioso lugar no carnaval de 2006.

O momento é de reflexão. Se for para tomar atitudes, que seja agora. Se for para perdoar erros do passado, que seja agora.

Senão, será tarde demais...

Um comentário:

Anônimo disse...

Se quiser trocar idéia sobre a nossa escola qualquer hora meu msn é joao.jose.vieira@hotmail.com