quinta-feira, 30 de março de 2006

Eu não sei fazer música...

Mas adoro ouvir, cantar e tudo o mais...

Afinal, música faz um bem danado para a alma. E no momento em que estou postando, tá rolando "I me mine", dos Beatles, no álbum Let It Be... Naked.

E é sobre esta arte que vou falar agora.

Muita gente deve desconfiar por aí que veteranos maestros com longa estrada musical não estão antenados com o que acontece no meio no século XXI.

Pois é... e eu fiquei muito surpreso quando abro a Bizz de março e me deparo com a lendária seção "Cabra-Cega", com o maestro Júlio Medaglia na berlinda. Pré e pós-tropicalista, com 67 anos de idade, colega de Stockhausen e de Frank Zappa em cursos de música contemporânea na Alemanha e nos EUA, ele falou com propriedade sobre a chamada "vanguarda do rock".

E não poupou críticas vorazes, não.

A primeira faixa foi "Paranoid Android", do Radiohead, que mereceu de cara uma reprovação. "Não tem graça nenhuma. Eles não conhecem a história do rock e se são jovens, já nasceram velhos. Melhor ouvir Mutantes", aconselhou.

Ele gostou de "Tonta Maria Morta", do grupo nacional Objeto Amarelo. "Não deve fazer sucesso em meio à imbecilidade da música brasileira, mas me emociona. Essa turma quer fazer música."

Chegou a vez de "Mysterons", do Portishead, e voltou o ataque. "A orquestra não utiliza todos os timbres que poderia. O grupo precisava de arranjadores melhores. Manda ela (a vocalista Beth Gibbons) passar um fim de semana comigo que eu faço uns arranjos."

A surpresa da audição foram os elogios ao grupo Fantomas, de Mike Patton, ex-Faith No More. Ao ouvir "Godfather", o maestro disse que "eles não fazem um som linear. Lembra o estilo do Ennio Morricone. É uma paródia, mas sem picaretagem, mantendo um olhar bem-humorado."

Em "She Moves She", do Four Tet, a metralhadora disparou de novo. "Eles poderiam ter usado mais elementos. Criei trilhas para filmes que fazem imaginar que são 500 pessoas tocando, mas sou apenas eu, com um dedo no computador", ironizou.

Só para quem não sabe: o maestro idealizou um programa de revelação de jovens talentos na música clássica, chamado Prelúdio, na TV Cultura de São Paulo. E lançou o livro Música Impopular, uma coletânea de vários de seus polêmicos textos sobre música.

Hum... polêmico?

Taí... fiquei fã do Júlio Medaglia.

Um comentário:

Luly disse...

Minha vez...
Seu blog é informativo, variado e traz informações ÚTEIS, que enfim é o que importa.
bjo.