sexta-feira, 24 de março de 2006

Há algo podre no reino de TG...

Gente, eu sei que anda difícil escolher assunto pra comentar aqui no blog. E como essa semana foi corrida, faltou tempo para falar de algumas coisas fora do métier deste que vos escreve.

Semana que vem, prometo que compenso.

Hoje aproveito para comentar aqui sobre o início do campeonato da IRL, uma categoria que passa por uma enorme crise de identidade no automobilismo americano.



E tudo por conta do fundador e presidente do Indianapolis Motor Speedway, Tony George. Com pose de imperador e ranço caipira, TG primeiro e único comprou briga com a CART em 1995 e no ano seguinte fundou seu próprio campeonato, tirando os grandes nomes do automobilismo de monopostos de Indianápolis.

Aos poucos eles até retornaram e escuderias fortes como Penske, Andretti Green e Rahal Letterman adotaram o campeonato da IRL.

Fica a pergunta: até quando?

Ninguém parece muito disposto a dispender mais sacrifícios para manter a competição na ativa. Nem mesmo as grandes equipes.

A solução lógica e clara seria a reconciliação com o que hoje é a ChampCar. Ou seja: regulamento uniforme de chassis e motores e um calendário com poucas provas em oval e muitas em misto, que é o que deseja Kevin Kalkhoven, com quem TG negocia.

As duas partes já chegaram a falar que era "um assunto sem volta". Mas TG acena com um entendimento "a médio prazo".

Animador? Sem dúvida. Resta saber o quanto...

***

A temporada deste ano começa em Miami, no oval de Homestead, com vinte carros - todos com motor Honda - e quatro brasileiros na disputa: Tony Kanaan (campeão de 2004), Hélio Castroneves (bicampeão de Indianápolis), Vítor Meira (vice-campeão de Indianápolis ano passado) e Felipe Giaffone.

Para Indianápolis, cujo grid tem que ter 33 carros, TG primeiro e único tenta desesperadamente chegar ao quorum máximo. Para sorte dele, Michael Andretti e até Al Unser Jr., fora das pistas desde 2004, estão confirmados na principal corrida do ano. Mas os demais nomes que preencherão a lista de inscritos são aqueles "barbeiros" que provocam acidentes descabidos ou levam bandeira preta de desclassificação.

As corridas continuam transmitidas pela Bandeirantes e com uma mudança: Celso Miranda deixa de ser o narrador e o posto fica com Luciano do Valle.

Cabe aqui um elogio. Luciano já foi capaz de me arrepiar com a narração do golaço do Falcão na Copa de 1982 e com o título do Emerson em Indianápolis, sete anos depois.

Os tempos são outros e não sei se o veterano Bolacha ainda tem pique para narrar uma corrida em oval. Será que ele vai conseguir falar os nomes de todos os estrangeiros direitinho? Ou vai dar uma de GB e ficar falando da "irmã do Eddie Cheever", como ele fazia desde que a Band passava primeiro a CART e depois IRL?

***

Para terminar:

Marcelo D2, que está fazendo muito sucesso com seus discos-solo fora do Brasil, foi escalado para um show especial depois da corrida, especialmente para os brasileiros residentes em Miami que comprarem ingresso para as 300 Milhas de Homestead.

O problema é que até agora não se sabe se o evento acontecerá.

O Consulado dos Estados Unidos negou o visto de entrada a D2 e sua entourage.

Xiiiii...

Um comentário:

Anônimo disse...

Luciano do Valle já deu a sua primeira do ano.

Disse que Homestead é um circuito oval, velocíssimo diferente de outros circuitos por aí em que se abre 8 segundos e se decide a corrida.

Isso foi algum ataque a alguma outra categoria de monpostos ?

Sonoma e Watkins Glen são o que mesmo ??
Ah sim...