O canal de TV a cabo Multishow acertou em alguns alvos nesta semana. Mas errou feio noutro.
A bola dentríssima é a contratação da VJ Adriana Wagner, a Didi, que desde janeiro tentava engatar uma renovação de contrato com a MTV.
Aliás, uma fonte segura revelara em janeiro que ia rolar um passaralho na emissora musical - só não acreditei que a linda Didi fosse entrar no lote de dispensas.
Enfim, já que bundinha de pato refresca na lagoa, a turma do Multishow não perdeu tempo e trouxe Didi para seus quadros - até para aplacar a saída da apresentadora Lorena Calábria, de mudança definitiva para a Record.
A estréia da ex-VJ da MTV deve acontecer no segundo semestre.
Mais um bola dentro: o cracaço da MPB e tricolor (como eu... e não podia ser de outro jeito...), Chico Buarque de Hollanda, terá um programa especial, só dele, com nove episódios.
Começa no próximo domingo e, claro, o primeiro tema é futebol - com direito a um papo com o Rei Pelé, encontros com o craque Ronaldinho Gaúcho e memórias como a inauguração do Maracanã em 1950, quando Chico ainda era o menino Francisco, de menos de 6 anos de idade.
Com certeza vale a pena ver e rever esse programa...
Agora vem o bola fora...
Não é de hoje que o Multishow erra a mão quando produz alguns de seus especiais ao vivo. Cito como um exemplo vivo disso o tributo a Raul Seixas. E por quê?
Porque colocou um inimigo mortal do magro, o também baiano Caetano Veloso, para cantar "Maluco Beleza". Para os mais extremados fãs de Raulzito, foi uma heresia que jamais terá reparo.
Na mesma linha de raciocínio, houve diversos equívocos no especial Renato Russo - Uma Celebração, exibido no dia em que o líder da Legião Urbana nasceu - 27 de março. Se estivesse vivo, aniversaria exatos 46 anos.
Marcelo Fróes foi o responsável pela seleção do repertório e dos artistas que iriam participar do evento.
Por um lado ele deu tiros certeiros como os Titãs cantando "Fábrica 2" e "Que País é Esse?" (só para mostrar o quanto os Titãs ainda podem ser legais quando querem), o Biquíni Cavadão mandando bem em "Eduardo e Mônica" e especialmente o Capital Inicial, com Dinho Ouro Preto a esbanjar energia nas ótimas performances de "Marcianos Invadem a Terra" e "Tempo Perdido", que fechou o especial.
Só que pelo outro...
Para começar, os remanescentes da formação original nem foram chamados para participar - o que por si só é um desrespeito com os fãs legionários e um desmerecimento à importância de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá para o grupo.
Depois, escalações equivocadas: Vanessa da Mata (o que é aquele cabelo dela?) cantando "Por Enquanto", Charlie Brown (hein?), com "A Canção do Senhor da Guerra", o Wolverine Nasi dando uma de blueseiro rascante em "Música Urbana 2" e Toni Garrido - que felizmente não vi e que provavelmente me daria ânsias de vômito.
Tenho certeza de que Renato Manfredini Júnior, o grande Renato Russo, o maior poeta do rock brasileiro, pari passu com o inesquecível Cazuza, merecia homenagem muito melhor.
Sabem o que vou fazer? Continuar minha coleção de CDs da Legião e ouvir a obra desse grupo na voz de quem realmente fazia todas aquelas canções terem sentido nas nossas vidas.
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