Como o próprio nome diz, um balaio de gatos onde todo assunto vale a pena para ser comentado e discutido por quem escreve e por quem passa aqui: esporte, música, cinema, poesia, livros, amor, sexo, justiça, dinheiro e todos os temas e problemas do nosso cotidiano.
domingo, 21 de outubro de 2007
A ERA DO GELO
Hoje é dia de manguaça em São Paulo!
Vinte e um anos depois, num autêntico dejá vu, o piloto que tinha menos chances entre os três postulantes ao título chega na frente.
Tal como aconteceu em 1986 com Alain Prost, tido como o patinho feio da disputa entre ele, Nelson Piquet e Nigel Mansell, chegou a hora e a vez de Kimi-Matias Räikkönen, 28 anos, comemorar a chegada ao topo do automobilismo, com a conquista do Mundial de Pilotos de 2007, o mais disputado das últimas duas décadas.
Os fundamentalistas hão de dizer que a vitória por merecimento deveria ser de Felipe Massa nesta corrida em Interlagos. Esse blá-blá-blá não vai ter espaço aqui. O brasileiro tem que cumprir ordens como empregado da Ferrari - e se não houvesse a inversão de posições, o contrato celebrado para terminar em 2010 seria rasgado ao pé do pódio.
Kimi esteve um pouquinho longe de ser o melhor piloto do ano. Sua primeira metade de campeonato foi irregular e manchada por azares e quebras - que foram o ponto fraco não só de sua campanha, como também da de Felipe Massa. Mas a partir do momento de seu triunfo na França, a temporada do nórdico foi praticamente irretocável. Exceto por um abandono em Nürburgring, ele mostrou velocidade, constância e finalmente adaptou-se ao carro como a Ferrari esperava. E o resultado aí está: Räikkönen campeão com 110 pontos. Hamilton e Alonso empatados com 109 e o inglês chega ao vice graças ao maior número de segundos lugares. Esta diferença é uma das menores de todas: iguala 1981, quando Piquet derrotou Carlos Reutemann por um pontinho (50 a 49) e só perde para 1984 (obrigado pela correção, Francisco), quando Niki Lauda derrotou a Alain Prost por meio ponto - 72 a 71,5.
Além de Kimi, outro piloto que sem dúvida vai sair fortalecido deste fim de campeonato incrível é Fernando Alonso. E explico porque: o espanhol sem dúvida ganha uma puta bagagem por ter trabalhado num ambiente notadamente hostil no fim do ano, por ter dado o seu melhor com um carro medíocre em Interlagos, e principalmente por não ter perdido o título para Lewis Hamilton. Com certeza o asutriano ao chegar no hotel vai abrir uma champagne comemorando a derrota do novato inglês.
E Hamilton? E a McLaren?
Ora... morreram abraçadas. A soberba, a empáfia e os erros crassos que o jovem inglês acumulou na reta de chegada mancharam um fim de ano que tinha tudo para ser brilhante. E eu quero ver agora com que cara vai ficar o inglês (cujo nome não me recordo) que escreveu uma prematuríssima biografia de Hamilton "prevendo" o título para o GP do Japão.
Como todos sabemos, ele venceu em Fuji mas isto foi insuficiente. Veio a cagada na China e outro festival de erros em Interlagos, começando pela primeira volta, passando pela equivocada estratégia de montar o pneu ultramacio no meio da prova - o que é que o engenheiro dele tinha na cabeça? - e em parar três vezes. Isso sem contar a pane do sistema hidráulico que quase deixou o piloto a pé na oitava volta da corrida.
Os idiotas da objetividade hão de dizer que "se o câmbio não falha, ele seria campeão".
É... mas o "se" é muito relativo e não estava entre os 22 inscritos.
O fato é que Räikkönen é campeão com méritos e a Era do Gelo está de volta à Fórmula 1.
***
Num campeonato sensacional como este, com tanta gente boa correndo, não é difícil apontar os melhores pilotos do ano. Então lá vai a lista:
1. Fernando Alonso
2. Kimi Räikkönen
3. Lewis Hamilton
4. Felipe Massa
5. Nico Rosberg
6. Robert Kubica
7. Sebastian Vettel
8. Nick Heidfeld
9. Hëikki Kövalainen
10. Adrian Sutil
Mas o pior do ano mistura o que aconteceu dentro e fora da pista:
1. O escândalo de espionagem da McLaren
2. A péssima temporada da Honda
3. Rubens Barrichello, em seu pior ano no automobilismo
4. Ralf Schumacher
5. Giancarlo Fisichella
6. Christijan Albers
7. A falta de critério da FIA com relação a punições
8. Renault
9. Sakon Yamamoto
10. A monotonia de diversas corridas
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6 comentários:
Fala Tricolor !!! realmente sempre torci pelo Alonso , mas fiquei muito feliz com a vitória de Kimi !!! dei um pulo e derrubei a cerveja quando o Robinho errou !!!
como disse voce ...hoje vai ter porre em Sampa !!!!
valeu
Dinho
Caro Rodrigo,
Apenas um reparo às suas informações ( a pressa, meu amigo , é inimiga da perfeição...) :
O campeão de fórmula 1 com a menor diferença em relação ao vice foi Niki Lauda na temporada 84/85, superando seu companheiro de escuderia o então praticamente iniciante (era seu terceiro ano) Alain Prost.Niki foi tri, depois retirou-se da F1.
Nessa ocasião outro fato extraordinário aconteceu - a McLaren ganhou mais pontos que a Ferrari, Lotus e Brabham juntas.
Desde 1950 (início da F1) tais fatos jamais ocorreram.
Vale lembrar que em 84/85 aconteceu a famosa corrida de Mônaco em que Prost liderava mas A.Senna chegava cada vez mais próximo e tudo indicava que passaria ( chovia muito ) quando, p[ara espanto de todos,
Jacky Ickx , diretor da prova , a encerrou. Por causa do regulamento, e de vez que ainda não havia se completado 2/3 da prova, os pontos atribuidos aos classificados foram cortados à metade. Aí Prost ficou com apenas 4,5 em vez dos 9 atribuidos ao ganhador. O detalhe irônico é que aí ele perdeu o campeonato pelo tal meio ponto, pois caso não tivesse havido a interrupção da prova e admitindo-se mesmo assim a vitória de Senna, com Prost em segundo o frânces ganharia 6 pontos ( contagem para o segundo lugar) e não os 4,5 que teve, e ao final da temporada teria 1,5 a mais que Lauda.
Incrível, não?
Abraços
A SOBEBARBA DO RON DENNIS , DO PAI DO HAMILTON, TENTANDO HUMILHAR A JORNALISTA DO L'EQUIP FOI RIDÍCULA. gOSTO DO HAMILTON E DO ALONZO , MAS NA MINHA OPINIÃO A MC LAREN DEVERIA TER SIDO DESCLASSIFICADA DO MUNDIAL DE PILOTOS TB. O TÍTULO DO KIMI FOI JUSTO, ASSIM COMO SERIA JUSTO TB SE FOSSE DO MASSA. eSPERO QUE A FERRARI VEJA QUE É POSSÍVEL DISPUTAR (E GANHAR) UM CAMPEONATO DANDO CONDIÇÕES DOS DOIS PILOTOS BRIGAREM PELO TÍTULO.
Acertei a minha aposta, nada mais à declarar!!!
Mais do que isso, ele agora admitiu que jogou o câmbio em morto... pff...
Eu achei justo o título, justíssimo, não pelo escândalo, mas por ter sido o maior vencedor do ano.
Foi feita justiça a um péssimo sistema de pontuação!!!
Concordo com o Garcia sobre o sistema de pontuação e a justiça ao maior vencedor do ano.
E no fim das contas acho que foi um grande alivio para todos que estão na F1 e para quem acompanha a categoria ,um titulo para a Mclaren ia ficar uma virgula enorme para todos.
Deu Kimi.
Deu Ferrari!!!
Jonny'O
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