segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Caos coletivo

Desde quarta-feira, a vida do carioca - e até mesmo a minha - mudou pelo avesso.

Veio um temporal como há muito tempo não caía no Rio de Janeiro. E, pasmem, a terra de uma encosta caiu na porta de uma galeria do Túnel Rebouças, fundamental via de escoamento de veículos da Zona Norte para a Zona Sul e vice-versa.

Nó no trânsito, água passando de meio metro, pedestres ensopados, motoristas impacientes, trabalhadores estressados. Atrasos, deslizamentos, confusões. E, lamentavelmente, mortes.

É sempre assim.

O Rio segue despreparado para acontecimentos do tipo.

A grande enchente de 1966 não serviu de lição e isto quando a cidade mal tinha superado a casa dos 3 milhões de habitantes. Hoje, com o triplo disto ou mais e favelas crescendo a três por dois, não nos surpreende que o caos coletivo tenha sido instaurado por aqui.

Pois já pensaram se isto tudo tivesse acontecido durante o Pan, por exemplo, que impressão que o pessoal de fora teria daqui?

O desprezo dos administradores e demais asseclas pela população fica cada dia mais evidente. Pensa-se somente na arrecadação de impostos, pois foi com a promessa de estupro (não é nem mais expansão, é estupro mesmo) imobiliário, que o Nero de Catolé do Rocha ganhou mais uma vez o direito (!!!) de ser o alcaide desta cidade. Sugando o IPTU alheio e transformando parte de Jacarepaguá na Barra da Tijuca, o Nero supracitado bota lenha na fogueira e incendeia uma discussão que já devia ser levantada há anos.

E a erradicação das construções irregulares, que ele nada faz para combater?

As encostas de morros vão continuar do jeito que estão?

Os elefantes brancos construídos para o Pan vão ser geridos por alguém?

O autódromo do Rio de Janeiro vai ficar daquele jeito mesmo?

Conseguirá o Nero eleger Solange Amaral prefeita desta cidade?

Deus queira que não!

***

O caos coletivo não aconteceu só fora aqui de casa. Dentro do meu apartamento, desde quarta, tenho convivido com o barulho insuportável da quebradeira de azulejos, uma vez que devido a um vazamento, o banheiro foi interditado para obras.

Como se isto não bastasse, o chuveiro elétrico do precário banheiro de empregada, onde mal caibo, provocou um curto-circuito na fiação de alguns cômodos. Corredor e quartos estão sem luz desde quarta-feira e só hoje, enquanto escrevo este post, um eletricista chegou para resolver o problema.

Deus me livre e guarde!

Um comentário:

Anônimo disse...

E pensar que o cara-pálida esteve exilado comigo no Chile. Lá todos queriam fazer do Brasil num socialismo justo, basta ler A Roleta Chilena, do Sirkis. Hoje o que vemos, é que se transformaram apenas em prostitutas da direita-profissional. Fidel os mandaria direto ao paredão. Aqui discutimos esses problemas todos ...na praia! Viva a Revolução Cubana! Araguaia já!