sábado, 6 de outubro de 2007

Autódromo não é a casa da sogra

Sei que muita gente fica revoltada e sentida - até hoje - com a destruição do Setor Norte do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, com pelo menos duas curvas extintas e uma arquibancada demolida para a construção de um Parque Aquático (que nunca mais foi usado) e uma Arena Multiuso (que ninguém quis administrar).

Autódromo, pra mim, é o lugar ideal para corridas de carro e moto. Nada mais além disso. Qualquer coisa fora dessa combinação já é "a casa da sogra". E se Jacarepaguá ficou assim, que dirá o Autódromo de Goiânia.

Inaugurado em 1973 (ou 1974, não sei ao certo), o circuito foi exemplo de boas instalações, com grande afluência de público e sede de provas de TODAS as categorias nacionais, além de três edições do GP do Brasil de Motovelocidade.

Hoje, lamentavelmente, o autódromo está à mingua e abandonado. A maior mostra desse desleixo aconteceu na última semana, quando aconteceu uma... Micareta!... em plena pista. O tal do "Carnagoiânia" arrasou as instalações do circuito, que já tinha sofrido reformas estimadas em R$ 500 mil e bancadas por Aurélio Baptista Félix, o dínamo da Fórmula Truck.

Como se não bastasse o vandalismo praticado pelos foliões, o trio elétrico do grupo baiano Asa de Águia incendiou-se no primeiro dia de "festa" e o acidente derreteu parte do asfalto. Antes dessa ridícula Micareta, o autódromo já tinha sediado dois eventos... de rodeio!

Quer dizer... Goiânia virou mesmo a casa da sogra. E o cheque de R$ 60 mil, que pagou o aluguel do autódromo para o evento, sem dúvida não vai cobrir os prejuízos enormes causados pelo vandalismo e pelo trio elétrico incendiado. Uma vergonha que sem dúvida revolta o piloto local Alencar Júnior, que batalhava para colocar o autódromo como sede de uma das duas últimas rodadas duplas da GT3 Brasil.

Fica a perguntinha básica no ar: onde está a autoridade da CBA nisso tudo? Será que ela não pode cobrar do presidente da Federação Goiana de Automobilismo (FAUGO), Ney Lins, atitudes drásticas? Acredito que os autódromos têm que ter seu uso PERIODICAMENTE supervisionado, queiram os proprietários ou não. Senão os riscos para pilotos e equipes tornam-se cada vez maiores e inesperados.

Pensemos nisso.

5 comentários:

Pedro disse...

Rodrigo,

Eu tenho algumas fotos do que "restou" do autódromo de Jacarepaguá, se você quiser publicá-las aqui eu te mando.
Abraços.

Rodrigo Mattar disse...

Claro que quero. Pode mandar!
Abraços

Carlos Garcia disse...

Esse é um assunto pra lá de complicado... entidades, instalações e outras coisas do ramo não são definitivamente bem administradas no Brasil.

60 mil não é um dinheiro que se jogue fora para qualquer coisa que seja, mas não custa nada elaborar um contrato que preveja quaisquer eventuais danos que venham a ocorrer.

Ao contrário de você eu acredito que autódromos possam ser usados sim para outros eventos (desde que não sejam feitas obras), vide show do Kiss e Skol Beats que Interlagos já sediou, sempre prevendo que algo pudesse dar errado.

As cidades tem por incrível que pareça poucos espaços para eventos como esse, espaços que não incomodem ninguém não são fáceis de se encontrar.

O que não diminui a tristeza pelo ocorrido em Goiânia pois quem perde agora com isso é o automobilismo!!!

Perder GT3 por causa de uma micareta é uma tremenda sacanagem!!!

Anônimo disse...

A destruição que esses eventos que não deveriam ocorrer aqui no Autodromo Internacional de Goiânia sempre provocam destruição considerável, pior até do que a violação que ocorreu em Jacarepaguá.

O foda é que quem tem costas quentes faz o que bem entende com o bens públicos que deveriam atender a população. É só ver quem é o atual administrador do autodromo para entender o que eu estou querendo falar.

Wallace Michel

Anônimo disse...

É, pelo visto eu vou ter de voltar para lá para organizar a bagunça...

e não pense que não estou falando sério

Abraço, Rodrigo
até mais!