terça-feira, 1 de abril de 2008

E a guerra continua

Eu não me pronunciei ainda sobre o bafafá entre CBA e Linea, que organizou o chamado "Mundial Pirata de Kart Biland" em Guaratinguetá, interior de São Paulo. A competição aconteceu e a entidade máxima do automobilismo nacional, por imposição da FIA, foi obrigada a suspender os pilotos brasileiros que participaram do evento.

Acho que a CBA deveria, primeiro, preocupar-se em fortalecer o esporte motor no país. Ajudar na formação de novos pilotos, incentivar torneios regionais, procurar parcerias para a construção de novos autódromos.

E o que temos?

Onde está a base?

Cadê os certames regionais fortes?

Os autódromos (?!?) que temos estão virando sucata. Jacarepaguá, esqueçam. Goiânia é brincadeira o que fizeram. Cascavel e Guaporé são boas pistas mas não têm infra-estrutura. Brasília não vê recapeamento há 34 anos. Santa Cruz é uma bela pista, mas deixa a desejar no aspecto segurança. Londrina teve seu traçado concebido Deus sabe como e hoje é uma pista obsoleta. Campo Grande tem um traçado interessante, mas pouco veloz.

Restam, portanto, Interlagos e Curitiba.

É pouco. Muito pouco.

E agora a CBA reacende a fogueira de sua briga com a Linea, como vocês poderão ver no comunicado que acabei de receber por e-mail e reproduzido imediatamente aqui abaixo, com algumas correções.

COMUNICADO ÀS AUTORIDADES E AOS PILOTOS FILIADOS À CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO

Muito embora não tenha sido, ainda, citado oficialmente, o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) teve acesso a parte do acórdão da 4ª Câmara Cível da Comarca da Capital do Rio de Janeiro e vem alertar pilotos e autoridades que, em momento algum, houve qualquer tipo de reconhecimento da “empresa” denominada Linea Brasil no sentido de que a mesma atue como integrante do Sistema Brasileiro do Desporto. Na realidade, naquela decisão, o relator do agravo destacou que existe enorme diferença entre a prática formal e a prática não formal do desporto, a primeira formada por normas e regras nacionais e internacionais e a segunda, da prática não formal, que é caracterizada pela liberdade lúdica de seus praticantes.


Aquela mesma decisão “enquadrou”, ainda, a “empresa” Linea Brasil como realizadora de prática desportiva não formal ao firmar: “Nestas circunstâncias, vislumbra-se que a associação agravante, criada com o objetivo de realizar práticas desportivas não formais, de simples participação e de modo voluntário, não está integrada ao Sistema Nacional do Desporto e nem subordinada a CBA....”

Nunca a CBA tentou impedir a realização de qualquer atividade lúdica, pois não é sua competência. Não se tem, portanto, notícia de qualquer tipo de intervenção desta Entidade em kart indoor, carrinhos de parques de diversões, carrinhos de rolimã, etc. Nosso compromisso é com o desenvolvimento do esporte de rendimento para formação de verdadeiros pilotos de competição.

Tendo em vista as informações absolutamente distorcidas que estão sendo divulgadas, tão logo haja a citação da CBA, será publicada a decisão da Justiça, na íntegra, para que os pilotos dela tenham ciência.


Paulo Enéas Scaglione
Presidente da CBA

Um comentário:

Anônimo disse...

O Sr. Paulo Scaglione disse tudo e nao disse nada. Ele bem que poderia listar as realizaçoes e melhorias que a CBA promoveu na sua gestao em vez de ficar torrando o saco dos outros.