Fechando a seqüência de vídeos com desfiles antigos do carnaval carioca, nada como lembrar a sensacional passagem da Imperatriz Leopoldinense pela avenida em 1989.
No ano anterior, a agremiação de Ramos apostara num enredo satírico que não rendeu e o resultado foi melancólico: último lugar. Isto daria à escola o rebaixamento ao então Grupo 1-B. Mas uma mudança no regulamento manteve a Imperatriz entre as grandes e em vez de 14 escolas em 1988, desfilaram dezoito no ano seguinte.
Max Lopes, contratado por Luizinho Drummond, recebeu carta branca para fazer um enredo sobre os 100 anos da proclamação da república. Nasceu "Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós" - e com direito a um poderoso samba cantado por Dominguinhos do Estácio (o que para os torcedores foi algo visto como bom presságio, pois a Imperatriz fora campeã em 80 e 81 tendo ele como intérprete oficial) e escrito por Vicentinho, Jurandir, Preto Jóia e Niltinho Tristeza, a expectativa era grande. Afinal, era um samba-enredo com cara... de samba-enredo, sem o formato já marcheado de algumas composições, vide "Festa Profana" da União da Ilha.
E a Imperatriz não decepcionou. Com carros alegóricos enormes, deslumbrantes, o samba na ponta da língua dos componentes, a excelente performance da bateria e de Dominguinhos, auxiliado por Wantuir e Preto Jóia na avenida, a escola repetiu o que o Império Serrano fizera nos anos 80: de última no carnaval anterior ao título. Com 210 pontos somados, a Imperatriz venceu a Beija-Flor, que fizera o polêmico e midiático "Ratos e urubus..." com direito a Cristo mendigo - censurado pela Cúria Metropolitana.
Algo nos moldes do que a FIERJ fez hoje com o carro do Holocausto que a Viradouro apresentaria hoje...
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