quinta-feira, 18 de maio de 2006

Abobrinhas e Absurdos

Deu na Folha de S. Paulo desta quinta. Abre aspas:

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), apontou o que chama de responsabilidade da "minoria branca" de São Paulo pela onda de violência no Estado, que se agravou com os ataques e rebeliões comandados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital desde a sexta-feira.

Fecha aspas.

Mas esta figura tem uma língua maior do que a boca, não é não?

Apontar culpados pela barbárie que aconteceu nos últimos dias é muito fácil.

O pior é não olhar para o próprio umbigo e perceber que o problema começou quando Geraldo Chuchu Alckmin foi eleito governador de São Paulo em 2002.

Com sua postura de estadista de merda, que agora quer levar para o Palácio do Planalto, o tucano saiu peitando o poder paralelo a três por dois, bradando que seu governo não negociava com bandido.

Bravatas que caíram por terra porque, o que mais o sucessor do Chuchu e sua turminha até agora fizeram foi exatamente o contrário do que ele preconizava.

E se houve acordo, este já foi por água abaixo, porque durante a madrugada já foram incendiados cinco ônibus e registrados três ataques contra forças de segurança na Grande SP e em Valinhos.

Mas o maior absurdo não está estampado na Folha, que prefere dar voz a um político cujo governo começa muito mal, com traços de extrema incompetência.

Os outros jornais arrombam as manchetes com a história de que um depoimento secreto de dois delegados do DEIC à CPI do Tráfico de Armas foi vendido por 200 reais a dois advogados que atuam em favor da facção crimimosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

E por intermédio destes advogados, as gravações teriam chegado ao comandante do PCC, Marcos Williams Camacho, o Marcola, que liderou a megarebelião ao ouvir dos policiais que presos de alta periculosidade seriam transferidos. Isso irritou o bandido, que deu ordem para a onda de crimes.

Agora a pergunta que não quer calar.

Dá pra confiar em mais alguém quando o assunto é polícia, bandidos e tráfico de drogas?

Existem policiais honestos? É claro que sim. Mas eles compôem uma parcela micro num universo macro de corrupção e vergonha que assola este país dia após dia.

E quanto ao sr. governador de São Paulo, como vovó já dizia, bundinha de pato refresca é na lagoa!

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