Que foi do Barrichello, não tenho dúvidas. Mas em que ano e em que corrida, juro que pra ter certeza, só consultando o anuário AutoMotor do Reginaldo Leme.
A entressafra de vitórias na categoria máxima e a pouca quantidade de pilotos brasileiros com potencial de campeões no automobilismo europeu denota a crise em que está mergulhado o esporte a motor por aqui.
Louve-se o esforço da CBA em fazer um produto interno forte. Mas sem autódromos, não há sonho que dure.
O de Jacarepaguá, tido e havido como o melhor da América do Sul, foi pego de boi de piranha pelo Pan-2007 e pelo que sei, as tais obras não acontecem por falta de dinheiro e condições do solo - impróprio para erguer prédios do tamanho que a megalomania de CEM e suas comparsas empreiteiras insistem em construir.
Goiânia, que tem outra pista maravilhosa, não recebe a visita da Stock Car, nossa principal categoria, há seis anos. Eu disse seis anos!
Cascavel, ótima praça do esporte a motor graças ao esforço de Pedro Muffato nos anos 70 nem é lembrado. Guaporé, que tem uma boa pista, idem. E o Autódromo de Brasília é alvo de uma crise política sem precedentes no Distrito Federal.
Enquanto os novos empreendimentos (Canelinha, Cabreúva e outros) não saem do papel, nos contentamos com Interlagos, Curitiba, Santa Cruz do Sul, Campo Grande, Tarumã e, vá lá, Londrina.
É muito pouco autódromo para um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados.
Com poucas pistas de nível e a base para o automobilismo - o kart - cada vez mais custosa para pais e pilotos, que compram os equipamentos dos preparadores, não é à toa que as categorias de monoposto no Brasil estão à míngua.
Longe vão os tempos da saudosa Super Vê, que em 75/76 era capaz de reunir, sem brincadeira, 45 carros no grid. Eu vi isso em exemplares antigos da boa e velha Auto Esporte e fiquei de queixo caído.
Hoje o panorama é outro. Comemora-se quando uma categoria supostamente de alto nível como a Fórmula 3 Sul-Americana larga com 14 carros e mais da metade consegue chegar ao fim de uma corrida.
Comemora-se quando a Fórmula Renault, em vez dos 15 carros em média por etapa do ano passado, alinha vinte, graças à substituição dos pneus franceses Michelin pelos Pirelli produzidos no Brasil.
Mas pilotos e equipes reclamam, com razão, da falta de exposição na mídia. Como vão dar retorno aos seus patrocinadores se não existe televisionamento direto por TV?
O automobilismo de hoje é muito mais exigente que o dos anos 70 e mesmo da década de 80 quando, mesmo demorando 30 dias para sair a matéria de cada corrida, os patrocinadores sabiam que lá estaria a foto do seu patrocinado.
A Fórmula Renault hoje vive um drama porque, com a adoção da rodada dupla, as corridas do sábado são esquecidas não só pela TV como pela organização do evento, a cargo da PPD Sports de Pedro Paulo Diniz.
Por isso, dez dos 19 carros que alinharam na prova de Brasília neste sábado, traziam em suas carenagens o adesivo da foto abaixo (devidamente "surrupiada" do site Grande Prêmio, do Flavinho Gomes).
Tá mais do que na hora do automobilismo brasileiro ser grande novamente. Vamos espantar fantasmas do passado e lutar para que ele não agonize e os detratores, as hienas, os pascácios e os lorpas (by Nelson Rodrigues) venham a público dizer que a destruição de Jacarepaguá lhes dava razão.
4 comentários:
Se continuar nesse ritmo, infelizmente, os sobreviventes serão obrigados a se naturalizar para ser reconhecidos... lamentável, mas verdade.
Meu grande amigo Rodrigo, infelizmente vc está cobertíssmo de razão.
Gostaria de estar aqui escrevendo que vc tá falando bobagem, mas não, essa é a mais pura verdade: o Brasil está ficando "órfão" de grandes pilotos para as 'Fórmulas' do mundo...
Acabei de chegar de Joinville, onde tivemos a 5a etapa do Catarinense de Velocidade na Terra, e mais uma vez foi sucesso total.
A Marcas "N" (Novatos) teve até bateria de repescagem, de tanto carro que deu.
Automobilismo de qualidade, com custos adequados e retorno de mídia garantido é sucesso total.
Talvez a PPD devesse vir assitir a nossa "fórmula tatu" (disputas na terra... hahahaha) e aprender várias coisas.
Continuamos esperando uma visita sua aqui no nosso campeonato. Será um grande prazer tê-lo aqui...
Abração
Só para te informar Rodrigo, a última vitória brasileira na F1 foi em 2004 no GP da China.
Opa... obrigado Raphael! Nem me dei ao trabalho de fazer a consulta. Sabia que ia me decepcionar, e muito. Já tem quase dois anos que o Brasil não ganha na F-1... que coisa!
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