Depois de um tempinho, os filmes mais velozes que eu assisti estão de volta.
O próximo é safra nacional. E muito bacana.
É o terceiro e último filme da curta carreira de Roberto Carlos como ator - Roberto Carlos a 300 km por hora.
Para variar com direção de Roberto Farias, a produção deste longa veio no vácuo da primeira vitória de Emerson Fittipaldi na Fórmula 1 e o sucesso que os pilotos brasileiros conheciam na Europa. E foi a única vez em que Roberto despiu-se da porção "artista" para interpretar um personagem.
Ele era o mecânico Lalo, que junto com seu colega Pedro 'Navalha' (Erasmo Carlos) iam para Interlagos com carros de uma revenda Chrysler para testar as habilidades de Lalo como piloto. Ao mesmo tempo, o dono da revenda, Rodolfo Lara (Raul Cortez) inscreve um protótipo para a Copa Brasil.
Lalo tem uma paixão platônica por Luciana (Libânia Almeida - aliás, onde andaria ela?), namorada de Rodolfo e que batiza o protótipo que, ao ser testado pela primeira vez em Interlagos, faz vir à mente do empresário o grande acidente que quase pôs fim à sua carreira. Os dois brigam, Rodolfo viaja para Londres e, surpresa das surpresas, o carro vai para a pista de última hora para correr. E com Lalo ao volante.
Tudo isso depois de diversas desculpas para o chefe Alfredo (Mário Benvenuti) e com a ajuda inestimável da loirinha Neusa (Cristina Martinez), apaixonada por Pedro e dos grandes amigos Luigi (Flavio Migliaccio) e Mane (Otelo Zeloni).
O resto, todo mundo deve imaginar. Lalo acelerou forte a barata e derrotou os estrangeiros inscritos na competição. O folclórico e já falecido Antonio Carlos Avallone incorporou um piloto italiano, correndo com a Lola T70-Chevrolet. E José Renato Tite Catapani fez um inglês, que duelou com Lalo até a bandeira quadriculada a bordo de outro Lola, só que o modelo T210.
O protótipo de Lalo era o lendário Avallone-Chrysler, cópia do Lola T222 da série Can-Am.
Outro detalhe é que em nenhum momento Roberto cantou suas músicas. Elas apareciam como trilha incidental, como "De Tanto Amor" nos momentos românticos ou então na abertura, a cargo da excepcional "Todos Estão Surdos".
O filme foi lançado no Natal de 1972 e rapidamente estourou no circuito nacional, totalizando mais de 2,7 milhões de espectadores.
Um comentário:
Lembro sim muito, e ainda tive o prazer de conhecer Avallone. Valeu muito a lembranca do filme e dos bons tempos do nosso automobilismo...Wilson Andrade
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