Mais uma notícia entristece o mundo da música.
O homem que tão brilhantemente coadjuvou trabalhos dos Beatles e dos Rolling Stones não está mais entre nós.
Morreu nesta terça o brilhante Billy Preston.
Prodígio do blues e com trânsito excepcional no mundo da música, ele despontou aos 23 anos, em 1969, gravando seu primeiro disco pelo mesmo selo dos Fab Four, a Apple. "That's The Way God Planned It" era tão bom que George Harrison, apesar de exercer muito pouca influência nas decisões dos Beatles - já em fase final de existência - o convidou para participar de gravações do álbum "Let It Be".
A marca de Preston ficou evidenciada em 'Get Back' e no lado B do compacto, 'Don't Let Me Down'. Com uma sonoridade única, Preston deu um molho a mais nas duas composições e inclusive a imprensa passou a tratá-lo de "quinto Beatle". Em "Abbey Road", deu uma canja em 'Something', de George Harrison.
E depois que o grupo de fato acabou em 1970, encontrou abrigo em outra potência do rock and roll: os Rolling Stones.
Por cinco álbuns consecutivos, Preston sucedeu o tecladista Ian Stewart, antigo colaborador do grupo e desfilou o seu talento em composições como "Can't You Hear Me Knocking", "Wild Horses", "Brown Sugar", "Tumblin' Dice" e "It's Only Rock And Roll".
Em 1977, encerrou sua colaboração devido a problemas financeiros e se meteu em fria três anos mais tarde, quando foi preso e acusado de fraude fiscal. Também enveredou pelo submundo das drogas, se empapuçando de cocaína e bebendo muito. Ao se desintoxicar, foi tocar com outra lenda da música: Eric Clapton. E em 97, colaborou no disco "Bridges To Babylon", dos Stones e, mais recentemente, com (ora vejam) os Red Hot Chili Peppers, no álbum "Stadium Arcadium".
Ao longo de 30 anos, gravou dezoito discos solo e em 1973 levou o Grammy de melhor álbum instrumental por "Outta Space". No ano seguinte, compôs a lindíssima "You Are So Beautiful", sucesso na voz rascante de Joe Cocker.
Sua última aparição antes de entrar em coma graças a uma doença renal da qual nunca se curou - mesmo depois de receber um rim novo em 2002 - foi numa homenagem a Ray Charles no Grammy do ano passado.
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